No
mês de agosto, consideramos o título de Nossa Senhora da Graça (no singular),
acontecimento ocorrido com Paraguaçu e Caramuru. Neste mês, refletiremos sobre
o título: Nossa Senhora das Graças. Encontra-se no plural, porque demonstra os
inumeráveis favores que a Mãe de Deus derramou sobre a humanidade sofredora. De
onde e quando surgiu essa devoção? Conta-nos a história que uma noviça das
Irmãs Filhas da Caridade, chamada Catarina Labouré, rezava na capela de um
convento em Paris, no dia 27 de novembro de 1830. Era véspera do primeiro
domingo do Advento. Até a hora ficou registrada, cinco e meia da tarde. Nossa
Senhora lhe aparece em forma de medalha oval. Permanecia sobre metade do globo
terrestre. A serpente, figura do pecado, estava sendo esmagada com os pés. Sua
veste era alvíssima. Um manto azul descia da cabeça ao calcanhar. Seus braços
estendidos com as mãos abertas para a frente, despediam raios brilhantes sobre
o mundo. Ao mesmo tempo, ouviu a voz celeste: “Estes raios são o símbolo das
graças que Maria Santíssima alcança para as pessoas que oram”. Rodeando a
aparição, liam-se as palavras douradas: “Ó Maria, concebida sem pecado, rogai
por nós, que recorremos a vós”. No outro lado da medalha, destaca-se a letra
“M” encimada por uma cruz. Por baixo do monograma de Maria, viam-se os Corações
de Jesus, coroado de espinhos e de sua mãe santíssima, traspassado por uma
espada. Uma coroa de estrelas rodeava aqueles símbolos. Depois, veio o pedido:
“Manda cunhar medalhas, como este modelo. As pessoas que levarem consigo,
receberão grandes graças”. A visão se repetiu em dezembro.
De início, o diretor espiritual, pe. Aladel
pensou tratar-se de ilusão da noviça, considerou-a até rebelde e presunçosa.
Mas com a insistência de Maria, só em 1832, conseguiu autorização do arcebispo
de Paris, dom Quelen, para ser feita a medalha. O diretor espiritual de
Catarina mandou cunhar a medalha e que o povo chamou essa devoção de: Nossa
Senhora da Medalha Milagrosa, ou Nossa Senhora das Graças e ainda Nossa Senhora
Medianeira de todas as Graças. Quem não se anima a procurar Jesus por meio de
Maria? São inúmeras as graças que o povo cristão recebe desta santa mãe.
Pecadores se convertem. Pessoas que já trilham o bom caminho se santificam mais
rapidamente. De ninguém, jamais se ouviu dizer que tivesse recorrido a Maria
fosse por ela desamparado, já falava São Bernardo.
Por Pe. Roque Vicente Beraldi
Cmf.
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