sábado, 28 de dezembro de 2013

MARIA É CHEIA DE GRAÇA


   Refletindo sobre o Oficio da Imaculada Conceição, saudamos Maria com a expressão: "Deus vos Salve, Cheia de Graça Divina" A expressão “Cheia de Graça” consta no original grego vinda do verbo karitou.  Esta palavra grega expressa a Graça de Deus em sentido máximo, isto é, em toda sua plenitude. 
   Ela é também utiliza por São Paulo em sua carta aos Efésios: "No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade, para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça [charitoo], que nos foi concedida por Ele no Bem-amado" (Ef 1,5-6).
Não foi sem razão que São Jerônimo (séc. IV), o MAIOR ESPECIALISTA cristão nas línguas bíblicas, quando traduziu as Escritura para o Latim (tradução conhecida como Vulgata), traduziu karitou por gratia plena.

   É claro que só pode ser cheia de graça quem foi agraciada, assim como só pode estar encharcada quem foi molhada, Entretanto o termo “agraciada” não transmite a plenitude da Graça recebida por Nossa Senhora. 
Este termo transmite uma imprecisão que não se encontra no original grego, portanto torna-se infiel à Verdade, logo é imoral. A utilização da palavra "agraciada" (Lucas 1,28) é muito vaga, não expressa o real valor da palavra grega.

    O uso do termo "agraciada" veio de Lutero, porém, o mesmo admitiu que só pôs assim por não achar melhor  uma palavra no alemão. Vejamos o que Lutero disse: "Igualmente quando o anjo saúda Maria e fala: Gegrüßet seist du, Maria voll Gnaden, der Herr mit dir [“Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo”].Pois bem, até agora isto foi simplesmente traduzido segundo as letras latinas. Mas diga-me se algo assim também é um bom alemão. Onde é que um homem alemão fala desta forma:  Du bist voll Gnaden [“estás cheia de graça”]? Que alemão entende o que significa voll Gnaden [“cheia de graça”]?
 Ele deve pensar num barril cheio de cerveja, ou num saco cheio de dinheiro; por isso eu traduzi: Du Holdselige [“agraciada”], com o que um alemão pode imaginar muito melhor o que o anjo quer dizer com sua saudação.
   Mas aqui os papistas se enfurecem comigo porque eu teria pervertido a saudação angelical, muito embora eu com isso ainda não tenha encontrado o melhor alemão." (Carta aberta sobre a tradução).        

   O fato é que a palavra kekharitômenê não pode ser traduzida em nossa língua, nem no alemão, por uma única palavra, arriscando, com isso, não revelar seu verdadeiro valor.
   Veja, por exemplo, São Jerônimo expert em grego, traduziu por "plena graça", forma , segundo Aguns, mais adequada do que a que vemos atualmente nas Bíblias Católicas "cheia de graça". A palavra tem um significado mais abrangente do que apenas agraciada.
Ela está no Particípio Perfeito, provinda do verbo "Charitoo" que quer dizer: "estado de santidade ou graça diante de Deus". 

  Maria foi nomeada de Kecaritwmenh, ao invés do anjo dizer "chaire Maria" (Alegra-te Maria), disse "chaire kekaritomene" (Alegra-te cheia de graça). O prefixo "ke" indica tempo passado indefinido de sua "charitoo". 
   E o sufixo "mene" indica que sempre será assim. Se o Kecaritwmenh está no tempo passado indefinido, é porque em toda sua vida ela foi assim, desde a concepção. 
O modo de "Particípio Perfeito" indica que Deus a fez assim, ou seja, ela ERA e não ESTAVA.
    Se esse estado de santidade tivesse ocorrido após sua concepção deveria ser usada a palavra "Karitúmene", que é o particípio presente. Por isso, ela foi nomeada de Kecaritwmenh, ao invés do anjo dizer "chaire Maria" (Alegra-te Maria), disse "chaire kekaritomene" (Alegra-te cheia de graça), o que mostra que essa qualidade é de sua natureza.
Para um entendimento mais fácil, o anjo quis dizer: "TU QUE ÉS E SEMPRE FOSTE PLENA DA GRAÇA DIVINA". 

   Foi falado sobre "plêrês kharis" (duas palavras), essa expressão tem significado literal por "cheio de graça", enquanto "kekharitômenê" não há palavra que demonstre literalmente sua verdadeira definição em nossa língua.  Além do que "plêrês kharis" não quer dizer que Ela tenha sido "cheio de graça" desde o momento de sua concepção e até o fim "cheio de graça".
 Sabemos que foi desde sempre e sempre será por outras passagens bíblicas e não se guiando por essas duas palavras em junção. "Sim, plena de graça, porque a outrem é dada em fragmentos, mas a Maria lhe foi infundida a plenitude da graça por inteiro de uma só vez" .

    (São Jerônimo, citado por São Tomás de Aquino em Suma Teológica III, q. 27, a. 5, resp.).




segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Ó EMANUEL


 
   As promessas de Deus se cumprem todas a seu tempo, o evangelho de são Mateus (1, 23) nos dá conta do cumprimento, de uma promessa capital, vamos dizer assim, em favor da humanidade, que necessitava se reconciliar com Deus, mas estava impedida pela escravidão das trevas e do pecado. A promessa é clara, é Deus que vem para está conosco: "Vê, a Virgem está grávida, dará à luz um filho que será chamado Emanuel que significa Deus-conosco". Esta promessa já havia sido proclamada a muitos séculos pelo profeta Isaías (7, 14): "Pois o Senhor , por sua conta,vos dará um sinal: vede: a jovem está gravida e dará a luz um filho, e lhe dará o nome de Emanuel". O mesmos profeta nos diz no (C 62,11) "O Senhor envia um anúncio até os confins da terra: dizei à cidade de Sião: vê o teu Salvador chegando, o prêmio de sua vitória o acompanha, a recompensa o precede". São promessas maravilhosas, de tempos sonhados por todos aqueles que almejam a paz, a felicidade, a justiça, a salvação, o bem para todos. No capítulo (9, 1-6) de Isaías Deus nos promete que essa realidade que nos é distante se cumprirá na missão do Messias que realizará tudo isso em si mesmo nos abrindo um caminho de salvação e de felicidade e paz eternas: "O povo que caminhava nas trevas viu uma luz intensa, os que habitavam um país de sombras se inundaram de luz. Multiplicaste a alegria, aumentaste o prazer: alegram-se em tua presença como se exulta na ceifa, como se alegra os que repartem despojos. Porque a vara do opressor, o julgo de suas cargas, seu bastão de comando, os trituraste como no dia de Madiã. Porque a bota que pisa com estrépito e a capa empapada de sangue serão combustível, pasto de fogo. Porque um menino nos nasceu, um filho nos trouxeram: carrega o cetro do principado e se chama "Milagre de Conselheiro, Príncipe da Paz". Seu glorioso principado e a paz não terão fim no trono de Davi e em seu reino; ele se manterá e consolidará com a justiça e o direito, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos exércitos o realizará". (Bíblia do Peregrino).
   Diante de tantas promessas maravilhosas, o que mais queremos?Só podemos dizer com Maria: vinde Ó Emanuel. 



Die 23 Decembris
   O Emmanuel, Rex et legifer noster, exspectatio gentium, et Salvador earum: Veni ad salvandum nos, Domine Deus noster.

23 de dezembro
   Ó Emanuel, nosso rei e legislador, esperança e salvador das nações,Vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus.


NOSSA SENHORA DO Ó, ROGAI POR NÓS!

A imagem de Nossa Senhora do Ó foi tirada da internet e a produção em Power Point foi feita por Maria Marta.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Ó REI DAS NAÇÕES


   Todas estas antífonas do Ó, são inspiradas pelos textos do Antigo Testamento que anunciam o Messias e tem suas origens por volta do ano 600.
   Desde a primeira até a última, Jesus é invocado como sabedoria, Senhor, Raiz, Chave, Estrela, Rei e Emanuel. Ex: 17 de dezembro. Ó sabedoria que procede da boca do altíssimo, vós estendei-vos até os confins da terra e tudo dispondes com a fortaleza e benignidade. Vinde ensinar-nos o caminho da sabedoria.
   O culto e a devoção a Nossa Senhora da Expectação ou do Ó, veio para o Brasil com os portugueses e aqui a devoção popularizou-se com a freguesia de Nossa Senhora Do Ó em São Paulo.
   Geralmente a imagem de Nossa Senhora da Expectação ou do Ó, representa a Virgem Maria com seu ventre sagrado desenvolvido, tendo as mãos sobre o peito, e no ventre encontramos as inscrições J.H.S.
  O mais importante, para nós, é lembrar que os Ós de Maria estavam carregados da certeza de estar trazendo em seu ventre, a esperança de um povo.

Die 22 Decembris
   O Rex gentium et desideratus earum lapisque angularis, qui facis utraque unum: Veni et salva hominem quem de limo formasti.

22 de dezembro
   Ó Rei das nações e objeto de seus desejos, pedra angular que reunis em vós judeus e gentios:Vinde e salvai o homem que do limo formastes.


NOSSA SENHORA DA EXPECTAÇÃO DO Ó, ROGAI POR NÓS!

A imagem de Nossa Senhora do Ó foi tirada da internet, e a produção em Power Point foi feita por Maria Marta.




sábado, 21 de dezembro de 2013

Ó ORIENTE


   No evangelho de São Lucas no capítulo 1, a partir do versículo 26 está escrito como Maria ficou grávida de Jesus, e como as promessas se realizariam em favor do povo de Deus.
   O Anjo Gabriel saúda Maria com estas palavras: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!.. Não Temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; Ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reino não terá fim".
   Essa promessa que começa a se cumprir no seio de Maria já havia sido proclamada muitos séculos antes pelo profeta Isaías (42, 6-8) "Eu o Senhor, te chamei  para o serviço da justiça, e tomei-te pela mão e te modelei, eu te pus como aliança do povo, como luz das nações, a fim de abrir os olhos dos cegos, a fim de soltar do cárcere os presos, e da prisão os que habitam nas trevas"  



Die 21 Decembris
O Oriens splendor lucis æternæ, et sol justitiæ Veni et illumina sedentes in tenebriset umbra mortis.

21 de dezembro
   Ó Oriente esplendor da luz eterna e sol da justiça Vinde e iluminai os que estão sentados nas trevas e à  sombra da morte.
   No Apocalipse (21, 23-25) diz: "A cidade não precisa que o sol a ilumine nem a lua, porque a glória de Deus a ilumina, e a Sua lâmpada é o Cordeiro. À sua luz caminharão as nações, e os reis ao seu esplendor. Suas portas não se fecharão de dia. Aí não haverá noite". E no Capítulo (22, 5) está escrito: "Não lhes fará falta a luz da lâmpada nem a luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina..".
   Jesus é este Sol que ilumina as trevas da humanidade, levando a nossa existência a se relacionar com a Luz, com Deus.


NOSSA SENHORA DO Ó, ROGAI POR NÓS!

A imagem foi tirada da internet e a produção em Power Point foi feita por Maria Marta.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Ó CHAVE DE DAVI

A EXPECTAÇÃO DO PARTO DE NOSSA SENHORA
   É uma festa católica de origem claramente espanhola, a festa é conhecida na liturgia com o nome de "Expectação do parto de Nossa Senhora", e entre o povo com o título de "Nossa Senhora do Ó".

Os dois nomes têm o mesmo significado e objetivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido.
   Anelos de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos.
   A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogênito; é o desejo inspirado e sobrenatural da "bendita entre as mulheres", que foi escolhida para SER Mãe Virgem do Redentor dos homens, para corredentora da humanidade.
   Ao esperar o seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.

AS ANTÍFONAS MAIORES
   As antífonas maiores que põe a Igreja nos lábios dos seus sacerdotes desde hoje até a Véspera do Natal e começam sempre pela interjeição exclamativa Ó ("Ó Sabedoria... vinde ensinar-nos o caminho da salvação"; "Ó rebento da Raiz de Jessé... vinde libertar-nos, não tardeis mais"; "Ó Emanuel..., vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus"), como expoente altíssimo do fervor e ardentes desejos da Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa invocação de "Nossa Senhora do Ó".
É ideia grande e inspirada: a Mãe de Deus, posta à frente da imensa caravana da humanidade, peregrina pelo deserto da vida, que levanta os braços suplicantes e abre o coração enternecido, para pedir ao céu que lhe envie o Justo, o Redentor. Podemos então dizer junto com Maria: Ó vinde Chave de Davi!
*O significado dessa expressão remonta ao tempo dos reis da Bíblia. É um sinal de autoridade e confiança que o rei tinha pelo seu tesoireiro. Jesus tem a chave da casa de Davi; o que Ele abrir ninguém fecha; o que Ele fechar, ninguém abrirá, pois a Ele foi dado todo domínio por Deus Pai, assim como toda autoridade nos céus, na terra e abaixo da terra.


Die 20 Decembris 
Ó Clavis David et sceptrum domus Israel: qui aperis, et nemo claudit; claudis et nemo aperit: Veni, et educ vinctum de domo carceris, sedentem in tenebris et umbra mortis.

20 de dezembro
   Ó Chave de Davi o cetro da casa de Israel que abris e ninguém fecha; fechais e ninguém abre: Vinde e libertai da prisão o cativo assentado nas trevas e à sombra da morte.

NOSSA SENHORA DO Ó, ROGAI POR NÓS!

*Leia Apocalipse 3, 7  e Isaías  22, 20-22 - A imagem de Maria foi tirada da internet e a produção em Power Point foi feita por Maria Marta.



quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Ó RAIZ DE JESSÉ



“Os desejos da Virgem Santíssima, que todos eram Oh! Quando chegará aquele dia! Oh! Quando chegará aquela ditosa hora, em que veja com meus olhos e em meus braços ao filho de Deus e meu! Oh! Quando... Estes desejos da senhora começaram na concepção e acabaram no parto” (Pe. Antonio Vieira).
   Segundo alguns autores, a denominação de Nossa Senhora do Ó deriva de ser a letra “O” símbolo de imortalidade e, portanto de Deus, de quem Maria é mãe.
  A festa da Expectação do parto da Santíssima Virgem foi instituída por Santo Ildefonso, Bispo de Toledo, e tinha como objetivo lembrar as alegrias de Maria, em sua doce espera do Salvador.
   Desde o dia 17 de dezembro até o dia 23 do mesmo mês, antes e depois da recitação do Magnificat,são cantadas sete antífonas, uma por dia.Todas começam por uma invocação a Jesus, que, no entanto nunca é chamado pelo nome, e todas incluem o apelo Vinde.
  Todas estas antífonas são inspiradas pelos textos do Antigo Testamento que anunciam o Messias e tem suas origens por volta do ano 600.
   Desde a primeira até a última, Jesus é invocado como sabedoria, Senhor, Raiz, Chave, Estrela, Rei e Emanuel. Ex: 17 de dezembro. Ó sabedoria que procede da boca do altíssimo, vós estendei-vos até os confins da terra e tudo dispondes com a fortaleza e benignidade,Vinde ensinar-nos o caminho da sabedoria.



Die 19 Decembris
   O Radix Jesse qui stas in signum populorum, super quem continebunt reges suum, quem gentes deprecabuntur: Veni ad liberandum nos; jam noli tardare.

19 de dezembro                         
   Ó Raiz de Jessé erguida como estandarte dos povos, em cuja presença os reis se calarão e a quem as nações invocarão,Vinde libertar-nos; não tardeis jamais.

NOSSA SENHORA DO Ó, ROGAI POR NÓS. 

Veja também a continuação da novena do Ó do dia 20 de dezembro.

A imagem de Nossa Senhora do Ó, foi tirada da internet e a produção em Power Point foi feita por Maria Marta.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

NOSSA SENHORA DO Ó


   Nossa Senhora do Ó é uma devoção mariana surgida em Toledo, na Espanha, remontando à época do X Concílio, presidido pelo arcebispo Santo Eugênio, quando se estipulou que a festa da Anunciação fosse transferida para o dia 18 de Dezembro. 

   Sucedido no cargo por seu sobrinho, Santo Ildefonso, este determinou, por sua vez, que essa festa se celebrasse no mesmo dia, mas com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria. 

   Pelo fato de, nas vésperas, se proferirem as antífonas maiores, iniciadas pela exclamação (ou suspiro) “Oh!”, o povo teria passado a denominar essa solenidade como Nossa Senhora do Ó. (in: SILVA, Pe. Martinho da. Flores de Maria)

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A EXPECTAÇÃO DO PARTO DE NOSSA SENHORA
   É uma festa católica de origem claramente espanhola, a festa é conhecida na liturgia com o nome de "Expectação do parto de Nossa Senhora", e entre o povo com o título de "Nossa Senhora do Ó".

Os dois nomes têm o mesmo significado e objetivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido.
  Anelos de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos.
  A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogênito; é o desejo inspirado e sobrenatural da "bendita entre as mulheres", que foi escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos homens, para corredentora da humanidade.
   Ao esperar o seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.

AS ANTÍFONAS MAIORES
As antífonas maiores que põe a Igreja nos lábios dos seus sacerdotes desde hoje até a Véspera do Natal e começam sempre pela interjeição exclamativa Ó, ("Ó Sabedoria... vinde ensinar-nos o caminho da salvação"; "Ó rebento da Raiz de Jessé... vinde libertar-nos, não tardeis mais"; "Ó Emanuel..., vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus"), como expoente altíssimo do fervor e ardentes desejos da Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa invocação de "Nossa Senhora do Ó".
   É ideia grande e inspirada: a Mãe de Deus, posta à frente da imensa caravana da humanidade, peregrina pelo deserto da vida, que levanta os braços suplicantes e abre o coração enternecido, para pedir ao céu que lhe envie o Justo, o Redentor.

INSTITUIÇÃO DA FESTA

  A festa de Nossa Senhora do Ó foi instituída no século VI pelo décimo Concílio de Toledo, ilustre na História da Igreja pela dolorosa, humilde, edificante e pública confissão de Potâmio, Bispo bracarense, pela leitura do testamento de São Martinho de Dume e pela presença simultânea de três santos de origem espanhola: Santo Eugênio III de Toledo, São Frutuoso de Braga e o então abade agaliense Santo Ildefonso.
Primeiro comemorava-se, no dia 18 de dezembro, a Anunciação de Nossa Senhora e Encarnação do Verbo.
   Santo Ildefonso estabeleceu-a definitivamente e deu-lhe o título de "Expectação do parto".Assim ficou sendo na Hispânia e passou a muitas Igrejas da França, etc.Ainda hoje é celebrada na Arquidiocese de Braga.

Em Portugal

   Torres Novas, Portugal. Em Portugal, o culto à Expectação do Parto, ou a Nossa Senhora do Ó, teria se iniciado em Torres Novas (SANTA MARIA, Frei Agostinho de. Santuário Mariano), onde uma antiga imagem da Senhora era venerada na Capela-mor da Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo.
  Esta imagem era conhecida à época de D. Afonso Henriques por Nossa Senhora de Almonda (devido ao rio Almonda, que banha aquela povoação), à época de D. Sancho I por Nossa Senhora da Alcáçova (c. 1187) ou, a partir de 1212, quando se lhe edificou (ou reedificou) a igreja, por Nossa Senhora do Ó. Esta imagem é descrita pelo mesmo autor como: É esta santa imagem de pedra, mas de singular perfeição. Tem de comprimento seis palmos.
   No avultado do ventre sagrado se reconhecem as esperanças do parto. Está com a mão esquerda sobre o peito e a direita tem-na estendida. Está cingida com uma correia preta lavrada na mesma pedra e na forma de que usam os filhos de meu padre Santo Agostinho.
Registam-se outras imagens da Senhora do Ó em Águas Santas, em Elvas, em Tomar, em Viseu e em Sobral da Adiça.
Nossa Senhora do Ó é a padroeira de dezassete freguesias portuguesas, situadas na sua maioria nas dioceses mais setentrionais do país.

No Brasil

   No Brasil, o culto iniciou-se à época desde o início da colonização, com o Capitão donatário Duarte Coelho, na Capitania de Pernambuco. Tendo fundado a vila de Olinda, nessa povoação erigiu-se uma Igreja sob a invocação de São João Batista, administrada por militares, onde era venerada uma imagem de Nossa Senhora da Expectação ou do Ó.
   De acordo com Frei Vicente Mariano, também se tratava de uma imagem pequena com cerca de dois palmos de altura, entalhada em madeira e estofada, de autoria e origem desconhecida.
A tradição reputa esta imagem como milagrosa, tendo vertido lágrimas em 28 de Julho de 1719.
A partir dessa primitiva imagem em Olinda, a devoção se espalhou em terras brasileiras graças a cópias na Ilha de Itamaracá, em Goiana, em Ipojuca e em São Paulo, nesta última em casa da família de Amador Bueno e na do bandeirante Manuel Preto que fundou a igreja e o bairro bem conhecidos até hoje.
Os bandeirantes, por sua vez levaram a devoção para Minas Gerais, onde, em Sabará, se erige a magnífica Capela de Nossa Senhora do Ó, em estilo indo-europeu, atualmente tombada pelo Iphan.

Iconografia
A imagem de Nossa Senhora do Ó sempre apresenta a mão esquerda espalmada sobre o ventre avantajado, em fase final de gravidez.
A mão direita pode também aparecer em simetria à outra ou levantada.
Encontram-se imagens com esta mão segurando um livro aberto ou também uma fonte, ambos significando a fonte da vida.
 Em Portugal essas imagens costumavam ser de pedra e, no Brasil, de madeira ou argila.

Perseguição religiosa
No começo do século XIX, mudanças no culto mariano começavam a estimular o dogma da Imaculada Conceição, o que não combinava com aquela santa em estado de adiantada gravidez, como a retratava a iconografia, estimada pelas mulheres à espera da hora do parto.
Muitas imagens foram trocadas pela da Nossa Senhora do Bom Parto, vestida de freira, com o ventre disfarçado pela roupa, ou mesmo pela imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, mais condizente com os ventos moralistas de então. Somente no fim do século XX se voltou a falar e pesquisar o assunto, tendo-se encontrado imagens antigas enterradas sob o altar das igrejas.


 A imagem de Nossa Senhora do Ó foi tirada da internet, e a produção em Power Point foi feita por Maria Marta.


Ó ADONAI



Quando lemos nas escrituras que: “Maria guardava todas as coisas em seu coração” entendemos que a palavra de Deus encontrou eco, desde sempre, no Imaculado Coração de Maria.
   O sim dela encheu o Céu de Júbilo, o coração de Deus transbordou de alegria, pois a criação teria uma nova e definitiva oportunidade e conforme Santo Agostinho: “Eva chorou, Maria exultou. A mãe de nossa raça nos trouxe a tristeza; o pecado, a mãe de Deus a alegria,” a Vida.

  QUE O SALVADOR MENINO VENHA A NÓS POR TEUS BRAÇOS, Ó VIRGEM SENHORA DO Ó, SENHORA DA ESPERA DA VINDA DO SENHOR!


  


Die 18 Decembris

   Ó Adonai et Dux domus Israel, qui Moysi in igne flammæ rubi apparuisti et ei in Sina legem dedisti: Veni ad redimendum nos in brachio extento.

18 de dezembro

   Ó Adonai guia da casa de Israel, que aparecestes a Moisés na chama do fogo no meio da sarça ardente e lhe deste a lei no Sinai Vinde resgatar-nos pelo poder do Vosso braço.

NOSSA SENHORA DO Ó, ROGAI POR NÓS!

Veja também o terceiro dia da novena do Ó - 19 de dezembro.

A imagem é da internet e a produção da imagem em Power Point foi feita por Maria Marta.



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Ó SABEDORIA


 “O mistério do evangelho é a conceição do verbo no ventre virginal de Maria Santíssima; o título da festa é a expectação do parto e desejos da mesma Senhora, sob o nome do Ó, e porque o Ó é um circulo, e o ventre virginal outro círculo...” (Pe. Antônio Vieira).
   Com Maria, podemos esperar e confiar nas promessas de Deus! A seu tempo todas elas se cumprirá, pois o que sai da boca do Altíssimo não é palavra vã, mas ao contrário, é Palavra de vida eterna, que vem a nós trazendo vida, dons e salvação. 
   Sim podemos dizer com Nossa Senhora do Ó: ó vinde Sabedoria.



Die 17 Decembris

   O Sapientia quæ ex ore Altissimi prodisti, attingens a fine usque ad finem, fortiter suaviter disponens omnia: Veni ad docendum nos viam prudentiae.

17 de dezembro

   Ó Sabedoria que saístes da boca do altíssimo atingindo de uma a outra extremidade e tudo dispondo  com força e suavidade:Vinde ensinar-nos o caminho da prudência.

Veja a segunda novena do Ó na publicação do dia 18 de dezembro!

O vídeo do You tube; a imagem é do site: catecismo de Maria e a  produção no Power Point foi feita por Maria Marta.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

NOVENA DO Ó

As Antífonas do Ó são sete antífonas especiais, cantadas no Tempo do Advento, especialmente de 17 a 23 de dezembro antes e depois do Magnificat, na hora canônica das Vésperas.
 As Antífonas do Ó são assim chamadas porque tem início com esse vocativo.
As Antífonas do Ó foram compostas entre o século VII e o século VIII, sendo um compêndio de cristologia da antiga Igreja, um resumo expressivo do desejo de salvação, tanto de Israel no Antigo Testamento, como da Igreja no Novo Testamento.
São orações curtas, dirigidas a Cristo, que resumem o espírito do Advento e do Natal. 
Expressam a admiração da Igreja diante do mistério de Deus feito Homem, buscando a compreensão cada vez mais profunda de seu mistério e a súplica final urgente: «Vem, não tardes mais!».

Todas as sete antífonas são súplicas a Cristo, em cada dia, invocado com um título diferente, um título messiânico tomado do Antigo Testamento.
A reforma litúrgica pós Vaticano II, ao introduzir o vernáculo na liturgia, não esqueceu os textos das Antífonas do Ó, veneráveis pela antiguidade e atribuídos por muitos ao Papa Gregório Magno (+604).
Ela os valorizou ainda mais com aclamação ao Evangelho da Missa, além de conservá-los como antífonas do Magnificat.
 Cada antífona é composta de uma invocação, ligada a um símbolo do Messias, e de uma súplica, introduzida pelo verbo "vir".

O acróstico ERO CRAS
Se lidas em sentido inverso, isto é, da última para a primeira, as iniciais latinas da primeira palavra depois da interjeição «Ó», resultam no acróstico «ERO CRAS», que significa «serei amanhã, virei amanhã», que é a resposta do Messias à súplica dos fiéis.

    *Com Maria, sob o título de Nossa Senhora do Ó que é uma invocação mariana, ligada a relação da espera de Maria grávida pela vinda de seu filho o Messias, Salvador do mundo oramos e suplicamos que o Jesus que um dia foi menino e nasceu em uma manjedoura, nasça em nossos corações neste Natal, e realize em nós a obra de salvação que realizou em Maria. Ela que foi agraciada com tantas virtudes e soube corresponder a Deus com simplicidade, traga para o mundo todo, estas mesmas virtudes: alegria, fé, humildade, generosidade, confiança, fidelidade, esperança, amor, solidariedade, tão presentes em sua existência, sejam realidades eficazes em nosso relacionamento com o Criador.
Ó Nossa Senhora do Ó rogai a Deus por nós para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Amém.

Veja na postagem do dia 17 de Dezembro o primeiro dia da Novena do Ó, e juntos com Maria, diremos: Vinde Senhor Jesus reinar em nossas vidas.

*Maria Marta.


sábado, 14 de dezembro de 2013

A VIRGEM MARIA É A ARCA DA ALIANÇA ( DA NOVA ALIANÇA.


   Vamos entender e refletir mais um título de Maria sob o nome de Arca da Aliança, que rezamos na ladainha de Nossa Senhora.
   A  interpretação de Maria como Arca da Aliança é conhecida  desde o Concilio de Éfeso, em 446 Proclus of  Constantinople, 446).

   Na figura acima, vemos a Arca da Aliança com a Virgem Maria que com a mão aponta para seu ventre, verdadeira Arca de Deus.  
   Maria é a Arca da Aliança, da Nova Aliança, pois assim com a Arca guardava as tábuas da lei (Heb 9,4), Maria guardou Cristo , a nova lei; assim como a Arca guardou o Maná , o pão descido do céu (Heb 9,4), Maria Guardou Jesus em seu ventre, o Pão  que dá a vida eterna. A vara de Aarão , o sinal do escolhido por Deus, também estava na Arca (Heb 9,4). Jesus, o escolhido, o Messias, também ficou nove meses no seio de Maria.

   Eis um trecho da Carta de São Paulo aos Hebreus que fala sobre a Arca: Aí estava o altar de ouro para os perfumes, e a Arca da Aliança coberta de ouro por todos os lados; dentro dela, a urna de ouro contendo o maná, a vara de Aarão que floresceu e as tábuas da aliança; (Hebreus 9,4). Na figura acima, vemos a Arca ladeada pelos querubins e ao centro a Virgem    Maria , que carrega em seu seio a Hóstia Sagrada, Jesus , Pão Vivo descido do céu. 
A Virgem está como na descrição do Apocalipse (12), coroada de sete estrelas, vestida de sol ( a cor dourada) e a lua aos pés.
   Diz ainda que a Arca era coberta de ouro (Hb 9,4) , Maria também foi coberta pela graça , para ser plena em virtudes (Lc 1, 28) sendo livre do pecado pelos méritos antecipados de seu Filho para poder gerá-lo sem pecado, pois a Bíblia diz:"Quem do imundo tirará o puro? ninguém (Jó 14,4) 

  “Que é o homem para que seja puro? E o que nasce de mulher, para que fique justo?” (Jó 15:14). 
 “Como, pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce de mulher?” ( 25:4)
   E Deus não pode conviver com o pecado: Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?

4 Aquele que é limpo de mãos e puro de coração;(...).
5 Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação. (Sl 23, 3-5)
1 Quem, Senhor, habitará na tua tenda? quem morará no teu santo monte?
2 Aquele que anda irrepreensivelmente (...) ( Sl 14, 1-2).
   É impossível não se alegrar com Maria, a Virgem Arca Santa, por isso a Igreja a tem em tão alta veneração.
  Os judeus também veneravam a Arca da Aliança, assim como veneramos a Virgem Maria. Para os Judeus a Arca era o sinal de Deus na terra, para nós cristãos católicos , a Virgem Maria é o sinal de Deus e o símbolo de nossa vitória. Assim como os judeus oravam ao Senhor por meio da Arca e pediam que Deus manifestasse seu poder através dela, assim oramos à Virgem Maria para que por sua intercessão Deus nos dê força e vitória.
   Eis um trecho: Senhor, Deus, vinde, pois, habitar nesta moradia, vós e a arca onde reside vosso poder. Senhor Deus, que vossos sacerdotes estejam revestidos de força salutar e que vossos devotos desfrutem de sua felicidade! (II Crônicas 6,41) Em Maria, Deus fez residir o seu poder através de seu Único Filho.
O poder de Maria não está nela mesma, assim como a Arca em si era só madeira e ouro, mas o poder de Maria, assim como a Arca, está naquele que ela carrega , carregou, e sempre carregará, pois mesmo depois que a Arca tivesse se perdido seu poder continuou ,como vemos na visão de São João no Apocalipse: Abriu-se o templo de Deus no céu e apareceu, no seu templo, a arca do seu testamento. Houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e forte saraiva. (Apocalipse 11,19)
Por isso, devemos nos alegrar e louvar a Deus, por meio de Maria, a Arca da Nova Aliança, assim como os israelitas, diante de uma urna de madeira, nós, diante da Mãe do Senhor: Todo o Israel, ao fazer subir a arca da aliança do Senhor, soltava brados de júbilo, ressoando trombetas, trompas e címbalos, retinindo cítaras e harpas. (I Crônicas 15,28).
   Com a Mãe do Senhor a nossa frente, não devemos ter medo de nada, pois Ela é todo o Poder de    Deus em nosso meio,assim como a Arca : Quando a arca se levantava, Moisés dizia: “Levantai-vos, Senhor, e sejam dispersos os vossos inimigos! Fujam de vossa face os que vos aborrecem!” (Números 10,35). Assim como  a Arca era usada nas guerras dos israelitas para alcançar a vitória, nós, cristãos, devemos buscar o auxílio da Arca Santa, Maria, e nossos inimigos fugirão diante de nós. Por isso, devemos invocá-la e se ajoelhar diante de Maria. Ajoelhar-se não significa adorar Maria, pois é um sinal de respeito e no caso de Maria é sinal de respeito por ser ela a Arca por excelência de Deus.
   Moisés e os israelitas também se ajoelhavam diante da Arca , mas eles não a adoravam, adoravam a Deus que se fazia presente nela. Assim, quando nos ajoelhamos diante de uma imagem de Maria, veneramos sua pessoa, assim como os israelitas veneravam a Arca, e adoramos a Deus que se faz presente nela.
   Diz a Bíblia que Moisés ouvia a voz de Deus de cima da Arca efalava com o Senhor diante dela, claro de joelhos. Assim, também , ouvimos Deus quando oramos a Maria e Deus fala conosco através dela:    Quando Moisés entrava na tenda de reunião para falar com o Senhor, ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório colocado sobre a arca do testemunho, entre os dois querubins. E falava com o Senhor. (Números 7,89).
   Alguns outros paralelos que podemos fazer entre Maria e a Arca: Assim como Davi diante da Arca , Isabel diante de Maria também ficou admirada, mostrando que Maria é a Arca de Deus: "Naquele dia, Davi teve medo do Senhor, e disse: Como entrará a arca do Senhor em minha casa? "(II Samuel 6,9) ou ainda: Nesse dia, Davi teve medo de Deus: Como, disse ele, faria eu entrar a arca de Deus em minha casa? (I Crônicas 13,12) Isabel disse:  Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? ( Lc 1,43)  Do mesmo modo que a Arca ficou três meses na casa de Obed lhe abençoando,    Maria ficou três meses na casa de Isabel até que foi abençoada com o nascimento de São João Batista.

 Eis o trecho: A Arca de Deus ficou durante três meses com a família de Obededom, na sua casa; e o Senhor abençoou a família de Obededom com tudo o que lhe pertencia. (I Crônicas 13,14) E ainda: Ficou a Arca do Senhor três meses na casa de Obed-Edom de Get, e o Senhor abençoou-o com toda a sua família. (II Samuel 6,11).
   No Evangelho de São Lucas lemos: Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa. Completando-se para Isabel o tempo de dar à luz, teve um filho. ( Lucas 1, 56-57)

     A Virgem Maria é a Arca da Nova Aliança pois,   "O Espírito Santo desceu sobre ela, e a força do Altíssimo a envolveu com a sua sombra. Por isso o ente santo que nasceu dela foi chamado Filho de Deus." ( Lucas 1,35). 
     A descrição de que Maria foi coberta com a sombra e o poder de Deus é a mesma e única descrição encontrada na passagem sobre a Arca que lemos em: Então a nuvem cobriu a tenda de reunião e a glória do Senhor encheu o tabernáculo. (Êxodo 40, 34).
   E era impossível a Moisés entrar na tenda de reunião, porque a nuvem pairava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo. (Êxodo 40,35

 Era no tabernáculo que se achava a Arca, como lemos em: Introduziu a arca no tabernáculo; e, tendo pendurado o véu de separação, cobriu com ele a arca da aliança, como o Senhor tinha ordenado a Moisés. (Êxodo 40,21).
 É impossível negar a grandiosidade e o poder de Maria, como lemos no Apocalipse: "Abriu-se o templo de Deus no céu e apareceu, no seu templo, a arca do seu testamento. Houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e forte saraiva.
Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés na cabeça uma coroa de doze estrelas."(Apocalipse 11, 19 ; 12,1 ).




A imagem é da internet e a produção em Power Point foi feita por Maria Marta.




domingo, 8 de dezembro de 2013

IMACULADA CONCEIÇÃO[*]



Síntese de sua origem

Este dogma foi proclamado por Pio IX. Do silêncio da Eucaristia e da mais antiga tradição, chega-se à definição dogmática de 1854 através de fases polêmicas e dramáticas. Mas Pio IX só definiu dogmaticamente essa verdade, depois de uma consulta à Igreja Universal, lançada em 1849 com a encíclica Ubi Primum.

História

Precisamos destacar a influência prioritária da fé popular para a definição deste dogma bem como a contribuição dos teólogos ao longo da história.
            O primeiro dado sobre a santidade de Maria aparece num escrito apócrifo do século II, o Protoevangelho de Tiago. Mais tarde, sobretudo com Pelágio (422), Juliano de Eclano (454) e Agostinho (430), encontramos uma defesa da imaculada conceição. Inclusive, Agostinho vai dizer que a “a piedade impõe que se reconheça Maria sem pecado”.
Nos séculos VII e VIII, Theoteknos de Lívia e André de Creta (740) disseram que Maria é “toda bela , pura e sem mancha”. Nesta mesma linha encontramos Pascásio Radberto (865) que afirma que Maria foi isenta de todo pecado original.
Nos séculos XII e XIII surge uma polêmica. Alguns teólogos: Anselmo (1109), Bernardo de Claraval (1153), Alexandre de Hales (1280), Boaventura (1274), Tomás de Aquino (1274) e Alberto Magno (1280), dizem que Maria foi purificada do pecado original em que fora concebida. Mas o beneditino Eadmer (1134), conhecido como primeiro teólogo da imaculada conceição, defende a intuição do povo em favor desta verdade.
João Duns Scotus (1308), elaborou definitivamente o conceito de redenção preservativa, isto é, preservada do pecado original.
Por volta dos séculos XV e XVI as universidades, a exemplo da Sorbonne (1496), se comprometeram a defender a imaculada conceição. Enfim, os jesuítas Perrone e Passaglia apresentaram estudos fabulosos sobre o assunto às vésperas da definição dogmática, no século XIX.
            Em se tratando do Magistério Oficial, podemos dizer que o Papa Sisto IV (1484) começou uma série de intervenções pontifícias a favor da imaculada conceição. Inclusive ele adotou oficialmente para Roma a festa da Conceição. Depois, temos o Concílio De Trento (1546) que não incluiu Maria no pecado original. Alexandre VII que se declara a favor com a bula Sollicitude (1661) e, Clemente XI, o qual estendeu a festa da imaculada à igreja universal (1708).
            Pio IX, em 1848, instituiu uma comissão de teólogos e uma de cardeais para esclarecer os termos, analisar a questão, verificar a possibilidade da definição e sugerir como proceder para definição. Em 1849, com a encíclica Ub Primum, ele consultou todos os bispos e, de 603 consultados, 546 aprovaram. Finalmente, em 1854, proclama o dogma da imaculada conceição com a bula  Ineffabilis Deus.

Significado

O dogma da imaculada conceição de Maria é importante na teologia e na vida eclesial, seja pela complexidade da sua história, seja pelos seus entrelaçamentos com a problemática teológica, pastoral e ecumênica. Continua, pois sendo um fato eclesial, porque amadureceu na consciência dos crentes ao longo dos séculos cristãos e se impôs na igreja, superando obstáculos de ordem teológica e a oposição dos teólogos medievais. Este título de Maria se harmoniza com sua maternidade divina e santa e com o seu papel de colaboradora na obra do Filho, único redentor.
A imaculada é um exemplo de justificação por pura graça. Ela manifesta a plenitude e a perfeição do amor redentor de Cristo, já que mostra a sua eficácia retroativa e preservativa. É o começo de um mundo novo animado pelo Espírito, superabundância da realidade cristã como nostalgia do paraíso perdido e reencontrado. Maria imaculada é fruto não envenenado pela serpente, o paraíso concretizado no tempo histórico. Nela, a igreja encontra a sua “utopia”, a sua imagem mais santa depois de Cristo, o seu ser e dever-ser “esposa imaculada”.

Autor: Denilson Aparecido Rossi(Mestrando em Teologia, Filósofo, Professor e Palestrante)


[*] O presente texto corresponde a um resumo elaborado pelo teólogo, Denilson A. Rossi, a partir de: FIORES, Stefano de; SERRA, A. Dicionário de Mariologia: Imaculada Conceição. São Paulo: Paulus, 1995. 

Fonte da imagem: internet.