sábado, 30 de agosto de 2014

CONSAGRAÇÃO A VIRGEM MARIA PASSO A PASSO


     consagração a Virgem Maria, segundo o método do Tratado da Verdadeira Devoção.
Neste artigo a consagração a Virgem Maria passo a passo, procuramos ensinar, passo a passo, como fazer a consagração a Nossa Senhora, segundo o método do livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, de São Luís Maria Grignion de Montfort.        Escrevemos este tendo em vista a dificuldade de encontrar pessoas que conheçam bem a devoção ensinada por São Luís e saibam orientar quem deseja fazer sua consagração a Jesus Cristo e a Virgem Maria. Para nos consagrar a Virgem Maria, é necessário que conheçamos bem o Tratado, por isso, indicamos alguns conteúdos que nos ajudarão obter esse conhecimento. Estes conteúdos são interessantes não somente para quem deseja se consagrar a Nossa Senhora, mas também para as pessoas que desejam renovar sua consagração ou apenas conhecer o Tratado.
    Em primeiro lugar, para conhecer bem o que é a consagração a Jesus Cristo e a Virgem Maria ensinada por São Luís Maria, é necessário ler o Tratado todo. Além da leitura do Tratado, recomendamos 04 aulas do Padre Paulo Ricardo sobre o Tratado: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=UW9uHtAtpB0

   Além do conhecimento do Tratado, para fazer a consagração é necessário pelo menos trinta dias, nos quais rezamos algumas orações indicadas por Montfort no Tratado (cf. TVD 227-230). Porém, antes de começar a preparação, precisamos escolher uma data, de preferência mariana, para fazer a consagração. Exemplo: se queremos nos consagrar no dia de Nossa Senhora de Lourdes, que comemoramos em 11 de Fevereiro, devemos começar a preparação pelo menos no dia 12 de janeiro. Para não correr o risco de errar na data, recomendamos que se faça as contas olhando atentamente o calendário.
   Os trinta dias de oração em preparação para a consagração são divididos em quatro passos. Para facilitar, em cada um desses passos indicamos as orações de preparação para a consagração:
1) Rezamos 12 dias para pedir o desapego do espírito do mundo;
2) Rezamos 6 dias para pedir o conhecimento de nós mesmos;
3) Rezamos 6 dias para pedir o conhecimento de Nossa Senhora;
4) Rezamos 6 dias para pedir o conhecimento de Jesus Cristo.
    Além dessas orações, São Luís Maria faz algumas recomendações para sua consagração a Virgem Maria, como a confissão, o oferecimento de algum tributo a Nossa Senhora no dia da consagração. Além disso, o Santo recomenda o uso das cadeiazinhas ou correntes, que são um sinal da nossa escravidão de amor a Jesus Cristo e a Virgem Maria. Antes de fazer nossas consagração, também nos será útil saber como viver a consagração a Santíssima Virgem e como renovar a nossa consagração. A consagração é feita geralmente durante a Santa Missa, depois da comunhão, ou ao final, através do ato de consagração, que está no final do Tratado. Este ato de consagração pode ser impresso ou escrito a mão e deve ser assinado depois da consagração, juntamente com uma testemunha, que pode ser um Padre ou um leigo, que saiba que você está se consagrando a Jesus Cristo e a Virgem Maria.
   Portanto, para fazer a consagração a Jesus Cristo e a Virgem Maria, primeiramente é necessário ler todo o Tratado. Pois, o seu conhecimento é necessário para compreender a consagração ensinada por São Luís Maria. Depois, escolhe-se uma data, de preferência mariana, para fazer a consagração e, pelos menos trinta dias antes, começamos a fazer as orações preparatórias. Estas orações nos ajudarão a nos desapegar do espírito do mundo, a obter o conhecimento de nós mesmos, o conhecimento da Virgem Maria e o conhecimento de Jesus Cristo. A preparação também nos ajudará não somente a compreender a consagração, mas também a nos entregar inteiramente a Jesus Cristo e a Virgem Maria, na qualidade de escravos de amor (cf. TVD 55; 68; 113; 231; 236; 242).



sábado, 23 de agosto de 2014

COMO VIVER A CONSAGRAÇÃO TOTAL A JESUS E A MARIA.


    Como deve viver quem fez a consagração total a Jesus Cristo e a Santíssima Virgem Maria? Como deve ser o dia-a-dia do consagrado a Nossa Senhora? Depois de nos consagrar a Virgem Maria, mesmo depois da preparação que fazemos antes, podemos ficar em dúvida de como viver a nossa consagração. Na prática, o que muda depois que nos consagramos é que confiamos tudo a Jesus Cristo pelas mãos maternas da Virgem Maria. Entregamos a Mãe da Igreja todos os nossos bens materiais e também todos os nossos bens espirituais. Além da entrega desses bens materiais e espirituais, a consagração a Virgem Maria exige de nós práticas exteriores, que são as orações e boas obras, e práticas interiores, que são as nossas atitudes interiores. Antes de falarmos dessas práticas interiores e exteriores, trataremos da consagração como perfeita renovação das promessas do Santo Batismo (cf. TVD 120; 126).
    São Luís Maria Grignion de Montfort, no “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, nos ensina que a consagração total a Virgem Maria é uma “perfeita renovação dos votos e promessas do Santo Batismo” (TVD 120). Isso significa que quando nos consagramos a Virgem Maria nos comprometemos a cumprir fielmente as promessas batismais. Renunciamos para sempre a Satanás, às suas pompas e suas obras, e nos damos inteiramente a Jesus Cristo, pelas mãos da Virgem Maria, para O seguir, levando a minha cruz, todos os dias das nossas vidas. Assumimos Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador e prometemos nos esforçar para cumprir os Dez Mandamentos da Lei de Deus e os Cinco Mandamentos da Igreja.
Os Dez Mandamentos da Lei de Deus são:
1º Amarás a Deus sobre todas as coisas.
2º Não tomarás o Nome de Deus em vão.
3º Santificarás as festas.
4º Honrarás a teu pai e a tua mãe.
5º Não matarás.
6º Não cometerás atos impuros.
7º Não roubarás.
8º Não dirás falso testemunho nem mentirás.
9º Não consentirás pensamentos nem desejos impuros.
10º Não cobiçarás os bens alheios.
Os Cinco Mandamentos da Igreja são:
1º Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho.
2º Confessar-se ao menos uma vez por ano.
3º Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição.
4º Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja.
5º Ajudar a Igreja em suas necessidades.
   Como consagrados a Virgem Maria, devemos cumprir as promessas do nosso Batismo e entregar tudo a Jesus pelas mãos de Maria, assumindo as práticas exteriores e interiores da consagração. Dentre as práticas exteriores ensinadas por São Luís Maria no Tratado (TVD 115-117; 226-256; 266-273), destacamos algumas que julgamos as mais importantes. A primeira delas é o Santo Rosário ou Terço de Nossa Senhora, que é a principal arma espiritual da consagração. As cadeiazinhas ou correntes, que os consagrados trazem no pescoço, ou nas mãos, ou nos pés, ou na cintura, também são muito recomendadas pelo Santo de Montfort. A Coroinha de Nossa Senhora também é muito querida e recomendada por São Luís. Quanto às práticas interiores (cf. TVD 257-265), estas são “muito santificantes para aqueles que o Espírito Santo chama a uma alta perfeição. Consistem, numa palavra, em fazer todas as ações por Maria, com Maria, em Maria e para Maria, a fim de mais perfeitamente as fazer por Jesus Cristo, com Jesus Cristo, em Jesus e para Jesus” (TVD 257).
   Assim, para viver bem a nossa consagração a Jesus Cristo e a Virgem Maria, em primeiro lugar precisamos ser fiéis as nossas promessas do Batismo, ou seja, precisamos ser bons católicos, cumprindo os mandamentos de Deus e da Igreja. Além disso, precisamos de práticas exteriores, das quais destacamos o Terço, ou Rosário, e as cadeiazinhas ou correntes. Por fim, as práticas interiores dos consagrados a Nossa Senhora se resumem em fazer todas as nossas ações por Maria, com Maria, em Maria e para Maria, para fazê-las de modo mais perfeito por Jesus, com Jesus, em Jesus e para Jesus (cf. TVD 257).



sábado, 16 de agosto de 2014

CONFIAR EM NOSSA SENHORA


A consagração a Virgem Maria e a oração do Terço e do Rosário.
    A consagração a Virgem Maria e a oração do Terço e do RosárioO Padre Paulo Ricardo tem pregado muito a respeito da consagração a Virgem Maria, segundo o método do livro “Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem”, de São Luís Maria Grignion de Montfort. Recentemente, o sacerdote pregou na Canção Nova sobre a consagração em nosso processo de santificação. Depois da palestra, Padre Paulo respondeu a algumas perguntas dos presentes sobre a consagração e a devoção a Nossa Senhora. A pedido de nossos leitores, postaremos esta série de artigos, divididos por temas, com as respostas do Padre Paulo. O primeiro artigo foi sobre os protestantes e a devoção a Maria. O segundo, sobre a validade da consagração dos filhos pelos pais. Neste terceiro artigo, Padre Paulo responde a algumas perguntas sobre a consagração e a oração do Terço.

Como consagrado a Maria, posso colocar intenções nas minhas orações?
    Podemos pedir, interceder, sempre. Você reza o terço pedindo por fulano. Esse Terço, além da intercessão por alguém ou alguma intenção, tem um valor espiritual, como se fosse uma moeda, um tesouro espiritual. Na comunhão dos santos está todo esse tesouro espiritual. Os méritos pelos sofrimentos do Padre Pio, por exemplo, podem ser usados para fazer o bem no ano de 2013. O sofrimento de uma pessoa numa prisão na China, pode ser usado na conversão de um menino de rua, em São Paulo. Quando fazemos jejuns, orações, penitências, todo o tesouro espiritual não nos pertence mais. Podemos interceder e pedir a Nossa Senhora por alguma pessoa ou intenção, mas não posso oferecer, pois Maria quem vai usar dos nossos méritos, do nosso tesouro espiritual.
    Quando nos consagramos, até aquilo que eu ofereci há muito tempo, nosso capital de graças inteiro está nas mãos de Maria. Temos que entender que nós podemos usar mal das nossas orações. Mas, Nossa Senhora sabe como usar bem as nossas orações, nosso tesouro espiritual. As campanhas de consagração que estão acontecendo por todo o Brasil e pelo mundo estão ligadas ao triunfo do Imaculado Coração da Virgem Maria, porque nós colocamos nas suas mãos uma riqueza espiritual, nós estamos dando a ela todos os nossos bens espirituais, para que ela utilize na batalha espiritual do jeito que ela quiser. Quanto mais consagrados tivermos, mais riquezas colocamos nas mãos dela, para que venha o triunfo do coração de Maria. Quando encontramos uma pessoa que tem grandes virtudes, que é matéria-prima para fazer um bom santo, esse precisa ser dela, para que ela tenha mais riquezas espirituais.

O terço rezado durante outra atividade é valido?
    Esta é a famosa pergunta dos franciscanos e dos jesuítas no Rio Grande do Sul (piada): “Os gaúchos gostam de tomar chimarrão. Por isso, os franciscanos foram à Santa Sé e perguntaram: podemos tomar chimarrão enquanto rezamos o Terço? A resposta foi: “na hora de rezar, temos que rezar não tomar chimarrão”. Os jesuítas, mais espertos disseram que eles não tinham perguntado direito. Eles foram lá e perguntaram: podemos rezar o Terço enquanto tomamos chimarrão? A resposta foi: rezar você pode fazer sempre”. Assim, se é valido ou não depende da ocasião. Qual é a minha atividade principal? Está-se lavando pratos, é melhor rezar o Terço do que ficar pensando bobagens e isso é válido. Outra coisa é quando estamos rezando o Terço. Nesse caso, devemos parar tudo para rezar bem.

Nos agradecimentos do Terço ou do Rosário, o que significa a palavra “obrigar”?
   Para mais vos “obrigar” vos saudamos soberana Rainha. Nessa frase dos agradecimentos do Terço ou Rosário, a palavra “obrigar” é do português arcaico, que não está mais em uso. O significado de “obrigar” nessa frase é agradecer. Não estamos obrigando Nossa Senhora a fazer nada, estamos apenas agradecendo a ela. Por isso, não podemos dizer tranquilamente para mais vos “obrigar”.

Assista mensagem do Papa Francisco sobre o Rosário Mariano: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2w43NAsOVLk


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

ASSUNÇÃO DA VIRGEM MARIA


 A Dormição 
     "Eis que vos revelo um mistério: nem todos morrerão, mas todos seremos transformados" ( I Cor 15,51)
            Não há registros históricos do momento da morte de Maria.Diz uma tradição cristã que ela teria morrido (Dormição da Virgem Maria) no ano 42 d.C. e seu corpo depositado no Getsêmani. Desde os primeiros séculos, usou-se a expressão dormitação, do lat. dormitáre, em vez de "morte". 

            Alguns teólogos e mesmo santos da Igreja Católica, por devoção, sustentam que Maria não teria morrido, mas teria "dormitado" e assim levada aos Céus; outra corrente, diversamente, sustenta que não teria tido este privilégio uma vez que o próprio Jesus passou pela morte.
          A Igreja definiu apenas que: "...a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial".

(CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA PIO XII "MUNIFICENTISSIMUS DEUS)
Na liturgia bizantina a festa da dormição ocorre no dia 31 de agosto, é a Dormição da SS. Mãe de Deus, "Kóimesis" em grego e Uspénie em língua eslava eclesiástica, termos que se referem ao ato de dormir. 
          A partir de 1 de agosto, na Igreja oriental e bizantina (ortodoxos e greco-católicos) inicia-se a preparação para esta festa. 
O dia 15 de agosto foi estabelecido pelo imperador Maurício (582-602), do Império Romano do Oriente, mantendo assim uma antiga tradição, no Ocidente foi introduzida pelo Papa Sérgio I. 

             Do ponto de vista oficial do magistério, entretanto, a Igreja Católica, sobre a matéria da morte de Maria, nunca se pronunciou, o que coloca o tema na livre devoção dos fiéis.
Reservou-se ao dogma apenas o tema da Assunção em si. Sobre a dormição de Maria, entretanto, João Paulo II assim se manifestou: (...) O Novo Testamento não dá nenhuma informação sobre as circunstâncias da morte de Maria. Este silêncio induz supor que se produziu normalmente, sem nenhum fato digno de menção. Se não tivesse sido assim, como teria podido passar desapercebida essa notícia a seu contemporâneos sem que chegasse, de alguma maneira até nós?
            No que diz respeito às causas da morte de Maria, não parecem fundadas as opiniões que querem excluir as causas naturais. Mais importante é investigar a atitude espiritual da Virgem no momento de deixar este mundo. A este propósito, São Francisco de Sales considera que a morte de Maria se produziu como efeito de um ímpeto de amor. Fala de uma morte "no amor, por causa do amor e por amor" e por isso chega a afirmar que a Mãe de Deus morreu de amor por seu filho Jesus (Tratado do Amor de Deus, Liv. 7, cc. XIII-XIV).
Qualquer que tenha sido o fato orgânico e biológico que, do ponto de vista físico, Lhe tenha produzido a morte, pode-se dizer que o trânsito desta vida para a outra foi para Maria um amadurecimento da graça na glória, de modo que nunca melhor que nesse caso a morte pode conceber-se como uma "dormição". 

Assunção de Maria.
         A Assunção de Maria é a crença tradicional realizada pelos cristãos católicos, ortodoxos, anglicanos, e algumas denominações protestantes que a Virgem Maria no final de sua vida foi fisicamente assunta para o céu.
           A Igreja Católica ensina esta crença como um dogma de que a Virgem Maria "ao concluir o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma para a glória celestial." Isto significa que Maria foi transportada para o céu com o seu corpo e alma unidas. 
          Na Bíblia, vemos que outros personagens também foram elevados ao céu, como Moisés, apesar de morto (Jd 1,9), Henoc que "pela fé, foi levado, a fim de escapar à morte e não foi mais encontrado, porque Deus o levara (...)" (Hebreus, 11,5), Elias  que subiu num carro de fogo, e foi arrebatado por Deus, em corpo e alma. (II Reis, II, 1-11). 

               Esta doutrina foi dogmaticamente e infalivelmente definida pelo Papa Pio XII, em 1 de novembro de 1950, na sua Constituição Apostólica Munificentissimus Deus. 
A festa da assunção para o céu da Virgem Maria é celebrada como a "Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria" pelos católicos, e como a Dormição por cristãos ortodoxos. Nestas denominações a Assunção de Maria é uma grande festa, normalmente comemorada no dia 15 de agosto.

              O dogma da Assunção refere-se a que a Mãe de Deus, no fim de sua vida terrena foi elevada em corpo e alma à glória celestial. Este dogma foi proclamado ex cathedra pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, por meio da Constituição Munificentissimus Deus:"Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu".
           O Novo Catecismo da Igreja Católica declara: "A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos" (n. 966). Nos Livros Apócrifos: "Tenho muitas outras coisas para escrever-vos, porém, não quero fazê-lo por tinta e papel, pois espero ir até vós e falar-lhes face a face, para que nosso gozo seja completo" (2 João 1,12).
              Muitas tradições religiosas em relação à Maria, guardadas na memória popular e em dogmas de fé, têm suas origens nos apócrifos, assim como: a palma e o véu de nossa Senhora; as roupas que ela confeccionou para usar no dia de sua morte; sua assunção ao céu; a consagração à Maria e de Maria; os títulos que Maria recebeu na ladainha dedicada a ela; os nomes de seu pai e de sua mãe; a visita que ela e Jesus receberam dos magos; o parto em uma manjedoura, etc.
          Vejamos a passagem do livro de São João sobre a Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria: "E Pedro tendo no cantar do hino, todos os poderes dos céus respondiam com um Aleluia.
              E então o rosto da mãe do Senhor brilhou mais brilhante que a luz, e ela foi elevada para as alturas e abençoava cada um dos apóstolos com o própria mão, e todo deram glória a Deus; e o Senhor esticando adiante suas mãos puras,  recebeu sua alma e seu corpo inocente e sagrado.
              E com a partida de sua alma e corpo inocente o lugar foi enchido com perfume e luz inefável; e, vê, uma voz para fora do céu foi ouvida, dizendo: Tu és bendita entre as mulheres".
           Quis Nosso Senhor dar esta suprema consolação à sua Mãe Santíssima e aos seus apóstolos e discípulos que assistiram a "dormição" de Nossa Senhora, entre os quais se sobressai S. Dionísio Aeropagita, discípulo de s. Paulo e primeiro Bispo de Paris, o qual nos conservou a narração desse fato.
        Diversos Santos Padres da Igreja contam que os Apóstolos foram milagrosamente levados para Jerusalém na noite que precedera o desenlace da Bem-aventurada Virgem Maria. S. João Damasceno, um dos mais ilustres doutores da Igreja Oriental, refere que os fiéis de Jerusalém, ao terem notícia do falecimento de sua Mãe querida, como a chamavam, vieram em multidão prestar-lhe as últimas homenagens e que logo se multiplicaram os milagres em redor da relíquia sagrada de seu corpo.
       Três dias depois chegou o Apóstolo S. Tomé, que a Providência divina parecia ter afastado, para melhor manifestar a glória de Nossa Senhora, como dele já se servira para manifestar o fato da ressurreição de Nosso Senhor. 
           S. Tomé pediu para ver o corpo de Nossa Senhora. Quando retiraram a pedra, o corpo já não mais se encontrava. Do túmulo se exalava um perfume de suavidade celestial! Como o seu Filho e pela virtude de seu Filho, a Virgem Santa ressuscitara ao terceiro dia. Os anjos retiraram o seu corpo imaculado e o transportaram ao céu, onde ele goza de uma glória inefável. Nada é mais autêntico do que estas antigas tradições da Igreja sobre o mistério da Assunção da Mãe de Deus, encontradas nos escritos dos Santos Padres e Doutores da Igreja, dos primeiros séculos, e relatadas no Concílio geral de Calcedônia, em 451.
           Muito pouco ainda descobrimos sobre a grandeza de Nossa Senhora, como bem disse S. Luiz Maria G. de Montfort em seu livro "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem". 

       O TEXTO A SEGUIR FOI RETIRADO DO SITE: http://www.papirologia-nt.com/ass-mar.htm
        Tendo em conta as diferentes tradições, procuraremos apresentar duas opções como data da Assunção de Maria ao Céu. Na Igreja da Dormição, em Jerusalém, há um belo ícone que representa o último sono de Maria. 
          Enquanto sua alma, como uma criancinha, é recebida nos braços de Jesus, seu corpo repousa no meio dos Apóstolos. 
         Estamos muito provavelmente depois do ano 42. Os Apóstolos voltaram a Jerusalém para este último repouso da Virgem. 
Sobre este ícone podemos constatar a presença de dez Apóstolos. Falta Tiago Maior, o Irmão de João, pois ele foi martirizado no ano 42, ele, o primeiro entre os Apóstolos a beber o Cálice do Senhor. 
           É, pois, da Jerusalém celeste que Tiago assistirá à Assunção de Maria ao Céu. Sobre este ícone, falta também Tomé, que, segundo uns escritos apócrifos, teria chegado atrasado para assistir ao último repouso da Virgem.Tomé teria, porém, descido ao Vale do Cédron onde teria constatado que o corpo de Maria não estava no túmulo. O túmulo de Maria, como o de Jesus, permanece vazio. Jesus e Maria estão ressuscitados. 

         Será no ano 49 ou antes do ano 49 (ano do Concílio de Jerusalém), que devemos colocar a ressurreição de Maria?  No ano 49, Maria teria 70 anos. Sabemos que João participou do Concílio de Jerusalém com Tiago, o Irmão do Senhor, e Pedro (Cefas) (Cf. Gal 2, 9). Se Maria foi elevada ao Céu no ano 49, Ela teria acompanhado durante 19 anos o crescimento da Igreja depois da morte de Jesus. É uma primeira opção que tem certamente o seu valor, pois em nossa pesquisa não há textos indiscutíveis, mas somente tradições. Numa segunda opção levaremos em conta as datas da redação do Evangelho de Lucas, particularmente o Evangelho da Infância. Podemos supor, sem poder prová-lo, que Lucas encontrou a Virgem em Éfeso durante os oitos anos passados em Filipos. Uma tradição reconhece Lucas como o pintor (iconógrafo) da Virgem Maria. 
    Quando Lucas teria “escrito” o ícone da Virgem, feito o retrato de Nossa Senhora? Podemos pensar que quando ele se encontrava em Filipos, na Macedônia, e Maria estava em Éfeso, Lucas teria ido visita-la em Éfeso. Filipos e Éfeso, por via marítima, são próximos. Somente alguns dias de viagem. Em todo caso, é de boa informação que Lucas escreveu seu Evangelho da Infância (Lc 1,5 – 2,52) e fez o retrato de Nossa Senhora. 
             Aqui, estamos entre os anos 50 e 58 (Cf. Datas dos escritos do Novo Testamento, La Terre Sainte, Jerusalém, pp. 179-180, Julho-Agosto 1999).Na sua liturgia, na festa da  Assunção, a Igreja nos apresenta um trecho do Apocalipse de São João (Ap 11,19ª; 12,1.3-6ª.10ab). Esta passagem fala duma “Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,l). A perspectiva não é a da Mãe de Jesus como no Evangelho da Infância; não é também da Mulher das Bodas de Caná, como no início da vida pública de Jesus (Jo 2,1-12); não é tão pouco a Mulher ao pé da Cruz (Jo 19,25-27). A perspectiva é a duma Mulher Celeste, uma Mulher arrebatada ao Céu. Esta leitura, que é escolhida para a Festa da Assunção de Nossa Senhora, nos colocaria entre os anos 68 e 70, exatamente no tempo em que São João poderia ter redigido o Apocalipse. Nesse tempo, Maria já teria sido assunta em corpo e alma à Glória do Céu. 

           Se esta Assunção, como nos diz outra tradição, teve lugar em Jerusalém, podemos sugerir como hipótese final, para a dormição de Maria, o ano 65. Estamos um pouco antes da revolta judaica (66-70). João e Maria teriam, por uma última vez, voltado a Jerusalém. É então que Maria teria adormecido no seu último sono no Monte Sião, teria sido sepultada no Vale do Cédron, para de lá ser levada ao Céu. João, depois da Assunção de Maria, teria voltado a Éfeso. 
             As grandes perseguições tinham começado com o incêndio de Roma (na noite do 18-19 de julho de 64). No ano 68, deu-se a morte de Nero. João é exilado na Ilha de Patmos. É de lá que escreve o Apocalipse que leva o seu nome. O mistério pascal de Jesus se prolonga na Igreja. A Igreja é apresentada como a “Mulher grávida, que grita entre as dores do parto, atormentada para dar a luz” (Ap 12,2). 
          João, nos últimos capítulos do Apocalipse, não faz alusão à destruição do Templo de Jerusalém.Ele apresenta a Igreja como a Esposa do Cordeiro que vai ao encontro do seu Esposo (Apocalipse, capítulos 21 e 22). 

      Podemos retomar esta segunda opção, esta segunda data, do ano 65, tentando concretizar a partir do título da revista franciscana “A Terra Santa” de julho-agosto de 1999: “Num belo céu de verão, a Assunção de Maria” :No dia 15 do mês de agosto (data litúrgica), a Virgem Imaculada, Maria, Mãe de Jesus, foi elevada ao Céu, em corpo e alma, com a idade de 86 anos, em um Beijo de Deus. Como Jesus, na Páscoa do ano 30, com a idade de 36 anos, foi arrebatado ao Céu, em corpo e alma, em um Beijo de Deus. (Lucas fala do arrebatamento de Jesus, da analempsis de Jesus no seu Evangelho e nos Atos dos Apóstolos, como Elias tinha sido arrebatado ao Céu num carro de fogo. Para Lucas, Jesus é o Novo Elias). Jesus e Maria são as primícias de todos os eleitos que devem também ressuscitar dos mortos, que devem também ser arrebatados ao Céu em um Beijo de Deus. 
          Então, no fim dos tempos, Moisés, com todos os eleitos, será também arrebatado ao Céu em um Beijo de Deus, por ocasião da volta do Senhor Ressuscitado. Os primeiros cristãos viviam desta esperança da volta do Senhor Jesus. No ano 50, Paulo pregava esta esperança na cidade de Tessalônica. Esta pregação de Paulo chegou até nós particularmente através das suas cartas aos Tessalonicenses (1Ts e 2Ts). Que Israel, proclamando a Assunção de Moisés ao Céu em um Beijo de Deus, possa também reconhecer o amor de Deus, não somente para com Moisés, mas também para com uma Filha de Sião, a Mãe de Jesus, assunta ao Céu em um Beijo de Deus. Crendo neste amor de Deus para com Maria, para com Moisés e para com todos os homens, podemos pedir a Deus que sejam destruídos os muros de separação que se levantam entre os povos e que sejamos reunidos neste Beijo de Deus, que é a manifestação da Ágape e do Eros de Deus. 
       Bento XVI, na sua carta encíclica “Deus Caritas Est”, nos falou oportunamente desta Ágape e deste Eros que no amor infinito de Deus se identificam.





sábado, 9 de agosto de 2014

CONSAGRAÇÃO E SALVAÇÃO



 Padre Paulo Ricardo responde duas perguntas sobre a consagração e a salvação, o juízo e o purgatório.
    A consagração e a salvação, o juízo e o purgatório. Neste artigo, Padre Paulo fala sobre a consagração e a salvação. O Padre Paulo Ricardo tem pregado muito a respeito da consagração a Virgem Maria, segundo o método do livro “Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem”, de São Luís Maria Grignion de Montfort. Recentemente, o sacerdote pregou sobre a consagração em nosso processo de santificação.

Porque a solução para não entrar no purgatório é Maria?
   Para não irmos para o purgatório, precisamos amar Deus de todo coração. Porém, temos dificuldade de amar Deus de todo nosso coração por causa do pecado original. Por causa do pecado e da nossa fraqueza, temos dificuldade de entregar tudo nas mãos de Deus. A gente entrega tudo nas mãos de Deus, mas daqui a pouco estamos pegando de volta. No entanto, existe uma facilidade de entregar as coisas nas mãos de Maria. Quando o pecado original distorceu nosso coração, a primeira consequência foi que começamos a ter medo de Deus, por isso, Adão e Eva se esconderam (cf. Gn 3, 8). Nós temos medo de Deus, ainda que o Seu amor por nós seja infinitamente maior do que o amor de Maria por nós.
    Quando nossa mãe está enferma no hospital, temos medo de dizer a Deus: “seja feita a Tua vontade” (Mt 6, 10). Deixar que Deus faça a Sua vontade é uma coisa da qual temos medo. Esse é um defeito nosso não de Deus. Mas, quando falamos com Maria, nós entregamos a ela, dizemos com facilidade: Nossa Senhora, toma minha mãe no colo e faz o que você quiser. Para nos desapegar das coisas deste mundo, temos medo de Deus, por isso, precisamos entregar essas coisas nas mãos de Maria. Nas mãos de Jesus funciona, mas o problema é que entregamos e depois pegamos de volta. Nas mãos de Maria, é mais fácil de entregar porque temos confiança de que ela sabe o que é melhor. Quando começamos a entregar tudo nas mãos de Maria, começamos a ter mais facilidade de entregar as coisas nas mãos de Jesus. Isso vai curando dentro de nós a ferida do pecado original. Passamos a aceitar muito mais a vontade de Deus como vontade amorosa, de alguém que nos quer realmente bem, porque o amor da Mãe é intérprete do amor do Pai.

Quem não aceita Maria e morre o que será desta pessoa?
   Se uma pessoa tem um verdadeiro amor a Jesus, mesmo que ela teve dificuldade de aceitar Nossa Senhora, esse amor foi gerado por Maria, quer ela aceite, quer não. A questão de como essa pessoa vai ficar no Céu, não sabemos, porque Deus é quem julgará os corações. Mas, se existe um verdadeiro amor a Jesus numa criatura humana, este foi gerado por Maria, que fica feliz que alguém ame seu Filho, ainda que não reconheça o papel dela.



sábado, 2 de agosto de 2014

RENOVANDO A CONSAGRAÇÃO A MARIA


   Saiba como renovar a sua consagração total a Jesus Cristo pelas mãos maternas da Santíssima Virgem Maria.
   Como renovar a consagração a Jesus por Maria São Luís Maria Grignion de Montfort recomenda, no “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, que renovemos a consagração todos os anos pelo menos uma vez, no mesmo dia que nos consagramos. Porém, como facilmente esquecemos nossos compromissos, o Santo nos diz que podemos renovar a consagração todos os meses (cf. TVD 233). São Luís Maria diz ainda mais, que podemos renovar nossa consagração todos os dias (cf. TVD 233), com estas breves palavras: “Todo Vosso sou, ó querida Mãe, e tudo o que tenho é Vosso!” (TVD 266), que em latim se diz: Tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt!
   São Luís Maria nos ensina que para renovar a consagração devemos fazer as mesmas práticas da preparação para a consagração, durante três semanas (cf. TVD 233). Não é necessário fazer novamente os doze dias preliminares para esvaziar-nos do espírito do mundo (cf. TVD 227). Devemos começar a preparação para a renovação da consagração a partir da primeira semana, aplicando todas as nossas orações e atos de piedade para pedir o conhecimento de nós mesmos e a contrição pelos nossos pecados. Devemos fazer tudo em espírito de humildade (cf. TVD 228).
   Nesta primeira semana, na busca do conhecimento de nosso fundo mau, Montfort recomenda que leiamos o números 78 e 79 do Tratado. O Santo diz ainda para: “Considerar-se durante os dias dessa semana como caracóis, lesmas, sapos, porcos, serpentes, bodes. Ou meditem estas três palavras de São Bernardo: ‘Pensa no que foste, um pouco de lama; no que és, um vaso de estrume; no que serás, alimento de vermes!’ Pedirão a Nosso Senhor, e ao divino Espírito Santo que os esclareça, repetindo as palavras: ‘Senhor, que eu veja!’ (Lc 18, 41). Ou: ‘Que eu me conheça!’ Ou: ‘Vinde, Espírito Santo!’ (cf. TVD 228). Como na preparação para a consagração, devemos rezar todos os dias a ladainha do Espírito Santo e a oração que se segue (cf. TVD 228). Recorreremos à Santíssima Virgem, pedindo-lhe a grande graça do conhecimento de nós mesmos, que deve ser o fundamento de todas as outras. Para isso, rezaremos todos os dias o hino mariano “Ave Maris Stella” (tradução do latim: Ave, estrela do mar) e a ladainha de Nossa Senhora (cf. TVD 228).
     Na segunda semana, como na preparação para a consagração, São Luís pede que nos apliquemos, “em todas as orações e obras de cada dia, a conhecer a Santíssima Virgem” (TVD 229). O Santo recomenda que peçamos este conhecimento de Nossa Senhora ao Espírito Santo e, para isso, podemos ler e meditar o que ele escreveu sobre a Mãe do Senhor. Durante esta semana, devemos rezar, “como na primeira semana, a ladainha do Espírito Santo e o ‘Ave Maris Stella’, ajuntando um Rosário cada dia, ou pelo menos um Terço, por esta intenção” (TVD 229).
     Na terceira semana, devemos nos empenhar em conhecer Jesus Cristo. Para adquirir este conhecimento do Senhor, São Luís Maria nos diz que poderemos ler e meditar o que escreveu a respeito de Jesus e ler a oração de Santo Agostinho, que está no número 67 do Tratado. Poderemos dizer e repetir, com Agostinho, mil e mil vezes ao dia: “’Senhor, que eu Vos conheça!’ Ou então: ‘Senhor, fazei que eu veja quem sois Vós!’” (TVD 230). Como nas semanas anteriores, devemos rezar a a ladainha do Espírito Santo e o “Ave Maris Stella”, acrescentando todos os dias a ladainha do Santíssimo Nome de Jesus (cf. TVD 230).
    Por fim, ao final dessas três semanas, como na preparação para a consagração, devemos nos confessar. No dia da renovação deve-se comungar com a intenção de nos entregar a “Jesus Cristo na qualidade de escravos de amor, pelas mãos de Maria” (TVD 231). Depois da comunhão, renova-se a consagração dizendo novamente a fórmula da consagração. São Luís não diz, mas recomenda-se que, como na consagração, façamos uma oferta a Jesus Cristo e a Virgem Maria, “quer como penitência da sua passada infidelidade às promessas do Batismo, quer para protestar a sua dependência do domínio de Jesus e Maria. Esse tributo será segundo a devoção e a capacidade de cada um. Poderá ser um jejum, uma mortificação, uma esmola, uma vela. Ainda mesmo que não dessem mais que a homenagem de um alfinete, mas de todo o coração, isso bastaria, pois Jesus só olha a boa vontade” TVD 232).