sábado, 28 de junho de 2014

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA



O Imaculado Coração de Maria é uma devoção que ganhou grande destaque com as aparições de Fátima. Mas, a devoção existia antes das aparições de Fátima.
A devoção ao Coração Imaculado de Maria germinou na era patrística e desenvolveu-se na Idade Média e nos tempos modernos, por obra de São Bernardo, de Santa Gertrudes, deSanta Brígida, de São Bernardino de Sena São João EudesEste último foi o maior apóstolo do culto ao Coração de Maria, e em 1648 conseguiu obter a festa do Bispo de Autun (França).
A Santa Sé mostrou-se-lhe favorável ao início do século XIX, até que, em 1805 Pio VII concedeu a celebração da festa às Dioceses e às Congregações religiosas que lhe faziam pedido. Mais tarde (1855), Pio IX aprovou a Missa e o Ofício próprios. A devoção consiste na veneração do coração de Maria, mãe de Jesus.
Durante a última grande guerra (8 de dezembro de 1942), Pio XII fez a consagração da Igreja e de todo o gênero humano ao Coração Imaculado de Maria e, três anos após (1945), estendia a festa à Igreja universal. O objeto primário da festa do Coração Imaculado de Maria é a sua mesma pessoa. O objeto secundário é o Coração simbólico, isto é, o coração físico da Virgem enquanto é símbolo de seu amor e de toda sua vida íntima.
O Coração Imaculado de Maria é a expressão de todos os seus sentimentos, afetos, e, sobretudo, de sua ardentíssima caridade para com Deus, para com seu Filho e para com todos os homens, que lhe foram confiados solenemente por Jesus agonizante.

A Festa

A Festa sugere o louvor e ação de graças ao Senhor por nos haver dado uma Mãe tão poderosa e misericordiosa, à qual nos podemos dirigir confiantemente em qualquer necessidade.
Inspira também que conduzamos uma vida segundo o coração de Deus e que peçamos à Virgem Santa a chama de uma ardente caridade.
De acordo com o legado dos pastorinhos de Fátima, foi Nossa Senhora quem, depois de mostrar a visão do Inferno a Lúcia, Jacinta e Francisco, lhes revelou o “Segredo”.
Contava a Irmã Lúcia que: “…para salvar as almas, Deus quer estabelecer no mundo a Devoção ao Meu Imaculado Coração” (in Memórias da Irmã Lúcia).
O objetivo único desta devoção ao Imaculado Coração de Maria, é a salvação das almas e a conquista da paz.
Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão a paz. A guerra vai acabar” (in Memórias da Irmã Lúcia).
Com estas palavras, Nossa Senhora foi bastante clara no seu pedido, é em vista das almas que toda a sua mensagem destina-se.
Também, esta é a missão da Santa Igreja, “Dai-me almas, e ficai com o resto” já dizia Dom Bosco.
A salvação das almas e de toda a humanidade é o fim último no que diz respeito a missão da Igreja nesta terra. ”Deus quer que; todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”. (I Tim 2, 3-4)
 A salvação de toda humanidade só é possível, porque Maria disse seu sim a Deus.
Uma vez que Deus decidiu que o Salvador viesse por meio de Maria, também por meio dela, devemos nós sermos salvos.
Salvos por intermédio de Maria e não salvos por ela, pois  só Jesus é o Salvador e Maria Sua Mãe Santíssima é, a co-redentora com seu Filho Jesus. Ela colabora com Ele no plano de salvação.
Deus quer estabelecer no mundo a Devoção ao Meu Imaculado Coração”. (in Memórias da Irmã Lúcia).
Deus estabeleceu um meio eficaz para salvar as almas dos seus filhos e assim devolver ao mundo a paz tão sonhada.
Eu volto a repetir, Jesus é quem salva! Mas o meio pelo qual Deus utilizou para se fazer homem e habitar entre nós, foi Maria! Ela é a medianeira entre nós e Jesus Cristo, função que não diminui em nada a dignidade de Jesus  Cristo como único Senhor e SalvadorAquele que é o Caminho a Verdade e a Vida. Porém, o que não podemos por nós mesmos que é aproximarmos de Jesus, devido nossa natureza pecadora, por Maria torna-se possível, porque por ela, Deus realizou e continua a realizar grandes obras. “O Senhor fez por mim grandes coisas…” (cf. Lc 1, 49). E justamente por ela ser serva, humilde e predileta de Deus, é que todas as gerações a proclamarão Bem-Aventurada.
“Maria é o meio mais seguro, mais fácil, mais rápido e mais perfeito de chegar a Jesus Cristo.” (S. Luís G. de Montfort).
É licito que Deus tenha escolhido o Imaculado Coração de Maria, sem mancha, sem pecado, para que, assim como a salvação do mundo veio por Ela na pessoa de Jesus Cristo, também, é por meio Dela que nós homens e mulheres haveremos de ser salvos.
Nossa Senhora afirma: “Se fizerem o que eu vos disser, Salvar-se-ão muitas almas e terão a paz”. (in Memórias da Irmã Lúcia)
Desta forma, constitui-se a segunda parte do chamado “Segredo”, que só aos poucos, foi se revelando. Veremos agora que o Grande Segredo está distintamente dividido em três partes, sendo que, a primeira parte teve quase que uma revelação instantânea, que é a cena terrível da visão do inferno. Já a segunda e a terceira parte do Grande Segredo teve sua revelação quase que a conta-gotas, por ter sido a própria Nossa Senhora a pedir aos três pastorinhos que guardassem segredo. Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo”. (in Memórias da Irmã Lúcia).

Sobre os segredos de Fátima leia:

APARIÇÕES DE FÁTIMA:

SEGREDOS DE FÁTIMA:






Os Pastorinhos viram que Nossa Senhora tinha sobre a palma da mão direita um Coração cercado de espinhos que penetravam nele, fazendo-o sangrar horrivelmente. Era o Coração Imaculado de Maria ultrajado pelos pecados da humanidade, a pedir reparação...








sábado, 21 de junho de 2014

A OBRA QUE A SANTÍSSIMA TRINDADE REALIZOU EM MARIA


A obra que a Santíssima Trindade realizou na Virgem Maria, no mistério do Verbo de Deus Encarnado, continua a se realizar no mistério da Igreja.
A obra da Santíssima Trindade na Virgem Maria, São Luís Maria Grignion de Montfort, no “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria”, ensina que “o procedimento que as três Pessoas da Santíssima Trindade tiveram na Encarnação e primeira vinda de Jesus Cristo, têm-no ainda todos os dias, duma maneira invisível, na Santa Igreja, e tê-lo-ão até a consumação dos séculos, na última vinda de Jesus Cristo” (TVD 22). No mistério da Encarnação, Deus Pai enviou o Espírito Santo a Santíssima Virgem Maria e nela gerou seu único Filho, Jesus Cristo. Por vontade do Pai, na Igreja o Espírito continua a gerar Cristo na alma dos fiéis até a segunda e definitiva vinda de Cristo. “Como na geração natural e corporal há um pai e uma mãe, assim também na geração sobrenatural e espiritual há um pai, que é Deus, e uma mãe, que é Maria” (TVD 30).

Segundo São Luís Maria, “Deus Pai juntou todas as águas e chamou-as mar; juntou as suas graças e chamou-as Maria” (TVD 23). Deus Altíssimo tem um tesouro inestimável, um celeiro riquíssimo, onde guardou tudo o que tem de belo, resplandecente, raro e precioso, inclusive o Seu próprio Filho Jesus Cristo. Este tesouro imenso e valiosíssimo não é outro senão a Virgem Maria, a quem os santos chamam de “Tesouro do Senhor”, e de cuja grandeza e plenitude os fiéis são enriquecidos.

Por sua vez, Deus Filho comunicou à sua Mãe, a Virgem de Nazaré, tudo o que Ele adquiriu pela sua vida e morte, os Seus méritos infinitos e as Suas admiráveis virtudes. Jesus Cristo, o Filho de Deus, fez de Nossa Senhora a tesoureira de tudo o que o Pai lhe deu como herança. Por isso, por meio de Maria Santíssima, Jesus aplica os Seus infinitos méritos aos membros do Seu Corpo, que é a Igreja. Por Maria, Jesus comunica as Suas virtudes e distribui as Suas graças a cada um de nós cristãos. A Virgem Maria é o canal misterioso de Jesus Cristo, o Seu aqueduto, por onde faz passar, suave e abundantemente, as Suas misericórdias (cf. TVD 24).

São Luís explica que “Deus Espírito Santo comunicou a Maria, sua fiel esposa, os Seus dons inefáveis, e escolheu-a para dispensadora de tudo quanto possui” (TVD 25). Por isso, Nossa Senhora distribui a quem quer, quanto quer, como e quando quer todos os Seus dons e graças. Nenhum dom celeste é concedido aos homens sem que passe pelas mãos virginais de Maria. “Tal é a vontade de Deus, que quis que tudo recebamos por Maria” (TVD 25). Desta forma, Nossa Senhora é enriquecida, elevada e honrada pelo Altíssimo; ela que durante toda a sua vida se fez pobre, se humilhou e se escondeu até o mais profundo nada, em sua extrema humildade.

Assim, como na sua época, São Luís Maria não fala para os espíritos fortes da nossa época, mas às almas simples e expõe de modo simples a sua doutrina sobre a Santíssima Virgem, por meio da Sagrada Escritura, dos Santos Padres e por meio de muitas sólidas razões teológicas. Montfort fala particularmente “para os pobres e simples que, tendo maior boa vontade e mais fé que o comum dos sábios, creem mais simplesmente e com mais mérito” (TVD 26). Por isso, com um coração pobre, simples, humilde, acolhamos a obra que a Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, quer realizar em nós através da nossa consagração total a Virgem Maria. Pela consagração a Nossa Senhora, Deus Pai quer gerar em nós o Filho, pela força do Espírito Santo. Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, rogai por nós!





sábado, 14 de junho de 2014

DEUS E MARIA


47. Disse que isto acontecerá especialmente no fim do mundo, e em breve. Porque o Altíssimo e a sua Santa Mãe devem suscitar grandes santos, que ultrapassarão tanto em santidade a maior parte dos outros santos, quanto os cedros do Líbano excedem os arbustozinhos. Assim foi revelado a uma santa alma, cuja vida foi escrita por M. de Renty.
48. Essas grandes almas, cheias de graça e de zelo, serão escolhidas para se opor aos inimigos de Deus, que se agitarão de todos os lados.
- Serão singularmente devotas da Santíssima Virgem:
·         esclarecidas pela sua luz,
·         alimentadas com seu leite,
·         conduzidas pelo seu espírito,
·         sustentadas pelo seu braço, e
·       guardadas sob a sua proteção, de modo que hão de combater com uma das mãos e edificar com a outra.
- Com uma combaterão, derrubarão, esmagarão os heréticos com suas heresias, os cismáticos com seus cismas, os idólatras com a sua idolatria e os pecadores com suas impiedades. Com a outra mão edificarão o Templo do Verdadeiro Salomão e a Mística Cidade de Deus, ou seja, a Santíssima Virgem, que pelos Santos Padres foi chamada “Templo de Salomão e Cidade de Deus”.
- Levarão todo o mundo, por suas palavras e exemplos, à Verdadeira Devoção. Isto atrair-lhes-á o ódio de muitos, mas também lhes trará muitas vitórias e muita glória para Deus.
- Foi o que revelou Deus a São Vicente Ferrer, grande apóstolo do seu tempo, que claramente o indicou numa das suas obras.
- É o que o Espírito Santo parece ter predito no Salmo 58 por estas palavras: “O Senhor reinará em Jacó e em toda a Terra; converter-se-ão pela tarde, sofrerão fome como cães e hão de andar à volta da cidade para encontrar de comer” (vv. 14-15). Esta cidade, à volta da qual os homens andarão no fim do mundo, para se converterem e saciarem a sua fome de justiça, é a Santíssima Virgem, chamada pelo Espírito Santo Morada e Cidade de Deus (Sl 86, 3).
Somente Maria dá aos miseráveis filhos de Eva, a infiel, o livre acesso ao Paraíso Terrestre.

Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem Maria, São Luis Maria Grignion de Monfort.



sábado, 7 de junho de 2014

MARIA NO PENTECOSTES




"De todos, que estavam reunidos no cenáculo, ninguém conhecia o verdadeiro sentido das palavras de Jesus, porque faltava a todos a experiência do Espírito Santo. Com exceção de Maria. Ela o conhecia. E sabia como preparar-se para a vinda do Espírito: rezando. Visto que o Espírito Santo é dom: Dom do Pai por antonomásia, gratuitamente concedido.  Por isso, no cenáculo, se vigiava em oração, em torno de Maria: espera orante, que a Igreja de todos os tempos perpetua, imitando a Mãe de Jesus."
Como no episódio das Bodas de Caná (Jo 2,1-11), Maria também tem especial importância em Pentecostes. Cabe lembrar que desde a cruz, antes de morrer, Jesus nos deu sua Mãe como nossa mãe na pessoa de São João, e ele a acolheu como Mãe. Na verdade, todos os discípulos já haviam acolhido Maria como mãe, desde a vida pública de Jesus, pois ninguém, senão Ela havia participado de toda a vida de seu Filho, desde o momento da concepção até a ressurreição. Entendo que esse fato fez com que fosse “preenchido” o vazio deixado pela ausência física de Jesus, após sua ascensão. Muitos poderiam pensar: “Maria era repleta do Espírito Santo, Templo da Santíssima Trindade, então por quê estaria presente no evento de Pentecostes?”. Para essa pergunta, atrevo-me a responder: em Pentecostes nasce a Igreja, e Maria, como esposa do Espírito Santo configura-se como Mãe do Corpo Místico de Cristo, tornando-a indissoluvelmente unida ao mistério de Cristo pela Encarnação e à Igreja.Não existe Igreja sem Maria e Maria sem a Igreja.
Maria também é a Mãe dos apóstolos. Nesse contexto, é fácil perceber que é a presença materna de Maria que auxilia os discípulos a perseverarem na fé e na espera do Espírito Santo Consolador. Por isso, permaneciam unidos em oração, suplicando a DEUS a vinda do Paráclito, do Fogo abrasador. Dessa forma, Maria molda maternalmente os apóstolos em irmãos, preparando-os para acolher o Espírito Santo.
Com a descida do Espírito Santo no cenáculo, os apóstolos animados pela Virgem Santíssima, venceram seus temores e, destemidos, proclamavam o Evangelho. Ali era formada a primeira comunidade cristã, com o nascimento da Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo.
Como cristãos batizados somos chamados a refletir sobre Pentecostes, pois “somos todos templo do Espírito Santo”, como diz São Paulo ( I Cor 6:19).
“Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago.
Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos (primos) dele.”(At.1,13-14)
“Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e repousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At.2, 1-4).
A palavra Pentecostes vem da palavra grega “pentekosté” e significa “qüinquagésimo”, ou seja, representa o 50° dia depois da Páscoa. Nesse tempo, comemora-se a vinda do Espírito Santo e o Nascimento da Igreja Católica. Antes de ser uma celebração cristã, Pentecostes era uma festa judaica, associada ao tempo de colheita, relacionando-se após, ao dia em que Deus entregou as tábuas da Lei a Moisés, no Monte Sinai. O Pentecostes cristão acontece em cumprimento à promessa de Jesus, após sua ascensão aos céus, quando enviou o Espírito Santo sobre Maria e os apóstolos, reunidos no cenáculo, conforme S. Lucas narra em At.1,4-8:
“E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa de seu Pai, que ouvistes, disse ele, da minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui há poucos dias. Assim reunidos, eles o interrogavam: Senhor, é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel? Respondeu-lhes ele: Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo. (At. 1, 4-8)
Nessa ocasião, aconteceu a efusão do Espírito Santo, enchendo os apóstolos dos seus dons e da força que os impulsionou a testemunhar o Cristo ressuscitado no mundo. Esse era a missão dos apóstolos.

ORAÇÃO:
Vem, ó divino Espírito Com teus santos dons e transforma nossos corações em templo de tua glória. Ó luz de sabedoria, revela-nos o mistério do Deus trino e uno fonte de eterno amor.
(Liturgia das horas).