sábado, 29 de junho de 2013

NOSSA SENHORA DAS FLORES




A tradição secular conta que na periferia da cidade de Bra, em Cuneo, Nordeste da Itália, na estrada que hoje conduz a Turim, existiam duas trilhas campestres que se uniam num só caminho, conduzindo ao centro habitado.

Nele havia um muro de pedra, circundado por olmos, plátanos e arbustos de ameixas silvestres, com um nicho contendo singela imagem de Nossa Senhora, pintada por mãos inábeis.
No frio anoitecer de 29 de dezembro de 1336, uma jovem esposa de nome Egídia Mathis, quase no final da gravidez, voltava para casa, quando foi assediada por dois soldados mercenários, mal-intencionados, que queriam violentá-la.
   Desesperada, não sabendo como se defender de ambos, Egídia correu agarrando-se à imagem de Nossa Senhora, caindo de joelhos e invocando o seu auxílio. 
    Inesperadamente, uma luz muito forte jorrou do nicho, cegando os dois soldados, que fugiram apavorados.
   Em seguida, Nossa Senhora tornou-se visível a Egídia, reconfortando-a por alguns minutos e assegurando-lhe que o perigo havia passado.
   A moça, cansada da exaustiva corrida, teve antecipadas as dores do parto e deu à luz um menino, entre os arbustos das ameixeiras silvestres, ressequidos pelo rigoroso inverno. 
   Ao lado dela, permanecia Nossa Senhora a confortá-la com doces palavras.
   Egídia, após ter recobrado as forças, agradeceu a bela Senhora, e, com o recém-nascido nos braços, envolto numa mantinha, conseguiu chegar a uma casa das proximidades. 

O MILAGRE DAS FLORES EM PLENO INVERNO
   A notícia da prodigiosa aparição se espalhou: apesar da hora tardia, uma multidão acorreu ao local da agressão e da aparição, onde a aguardava um espetáculo extraordinário: as ameixeiras silvestres ressequidas - como em cada inverno -, que rodeavam o nicho onde estava Nossa Senhora, de súbito tornaram-se maravilhosamente floridas, cobertas de flores brancas, apesar do clima rigoroso daquele final de dezembro.
   Surpresa maior, porém, foi verificar que, as que estavam mais distantes do referido muro, continuavam sem flores.
   Desde então, a cada inverno se repete o misterioso e excepcional desabrochar das flores brancas de Nossa Senhora, com antecipação de três meses.
   Assim surgiu em Bra a devoção a Nossa Senhora das Flores, que recebeu, imediatamente, sua primeira capela, no local da Aparição. 
   Em 1626 esta capela deu lugar a um Santuário onde foi erguida uma alta coluna para a estátua da Virgem, no meio das ameixeiras.


O INEXPLICÁVEL FENÔMENO DAS FLORES NO INVERNO E A CIÊNCIA
   Para tristeza dos que não creem e alegria dos que têm fé, aparecem cada vez mais fenômenos religiosos que a ciência só pode definir como inexplicáveis.
   O papel do cientista não é declarar que algum acontecimento é ou não milagre.Isso corresponde às autoridades religiosas. 
   O papel dele é analisar com rigor científico os dados apurados e verificar se há ou não uma explicação do ponto de vista das leis admitidas pela ciência que ele estuda. 
   Um médico especialista em câncer, por exemplo, não pode decidir se houve milagre em determinado caso de cura. Ele apenas analisa se uma cura que ocorreu é possível ou provável de acordo com a prática médica. Após isto ele emite o veredicto: tal fato é explicável; ou é inexplicável.
   Vejamos o exemplo de um fato inexplicável de acordo com o veredicto dos cientistas. Um fato que se repete há mais de 600 anos, e vem sendo analisado de forma científica há quase 300 anos, que é o milagre de Nossa Senhora em Bra. 


Um florescimento impossível
   Como se sabe, no inverno não desabrocham flores, e o motivo é simples: a temperatura não permite que elas floresçam.
   Quando neva, as dificuldades para o surgimento das flores aumentam ainda mais. Isso é até uma banalidade para qualquer pessoa que viva em regiões com as quatro estações bem definidas.
   Na Itália há um arbusto da família das rosas (o nome científico é Prunus spinosa L.), que alcança três metros de altura e é muito usado para erguer cercas vivas ao redor de jardins. Floresce de março a abril, ou seja, na primavera. 
   Mas num local da cidade de Bra, naquele país, as flores aparecem em dezembro, portanto no inverno, e duram ao redor de 20 dias, mas tem acontecido de durarem muito mais.
   Isto ocorre independentemente de haver ou não sol, ou se existe pouca, muita ou nenhuma neve.
   Mais chamativo ainda é o fato de plantas do mesmo tipo, cultivadas na vizinhança, não se comportarem assim; e quando uma muda desta planta é levada para outro lugar, ela segue comportando-se de forma excepcional.
   Estudos científicos sobre o florescimento impossível de Bra têm sido feitos desde 1700 pelo Jardim    Botânico da Universidade de Turim.
   Em 1882, Giuseppe Lanvini declarava que “o fenômeno transcende as leis físicas e biológicas”, confirmando o parecer emitido em 1817 por Lorenzo Roberto, químico e agrônomo de Alba. Em 1974, Franco Montacchini, que depois tornou-se diretor do Jardim Botânico, diagnosticou a perda do normal termoperíodo por parte da planta, e acrescentou: “Necessitaríamos determinar o motivo disto”.
   Um dos mais famosos botânicos italianos, Augusto Béguinot, depois de rigorosas comparações das análises químicas realizadas em plantas comuns desse gênero (Prunus) e nesta planta Prunus extraordinária (as análises confirmaram que elas são idênticas), excluiu que o florescimento em dezembro seja devido a “alguma qualidade específica que se possa constatar quimicamente”. 

Com humildade ele conclui: 
   “Como cientista, não conheço e não uso a palavra milagre, mas justamente como cientista devo dizer que as leis naturais que dirigem a vida dos Prunus spinosa não são suficientes para explicar este fenômeno extraordinário de um duplo florescimento”.* 
   Seria facílimo para os incrédulos, ou para os inimigos de nossa Religião, constatar e demonstrar alguma falsidade no caso, se ela existisse.
  Tendo a ciência e a técnica chegado a grande desenvolvimento, ficariam eles encantados em mostrar ao mundo um caso de tapeação, acobertado sob a aparência dum milagre.
   Poderiam, por exemplo, procurar algum documento histórico que demonstrasse a existência desse fenômeno antes de 1336.
   Não faltariam tais documentos num país como a Itália, que conserva a tradição de guardá-los cuidadosamente desde o Império Romano. Também poderiam realizar outros tipos de testes científicos, buscando uma explicação natural.
   Acontece que esses testes foram realizados. Alguns analisaram o terreno, para verificar se por algum motivo a terra onde se encontra a planta é diferente do solo dos arredores. 
   Nada encontraram.
   Outros realizaram provas eletromagnéticas, pensando que talvez alguma corrente subterrânea pudesse provocar fenômeno tão estranho. Igualmente ficaram desapontados. 
   Apenas puderam constatar, como cabe aos cientistas, que o fenômeno é inexplicável.

Fonte: rezairezairezai.blogspot.com.br







sábado, 22 de junho de 2013

NOSSA SENHORA DAS TRÊS MÃOS

É muito interessante essa devoção à Virgem das Três Mãos, cujo culto nasceu de um ícone milagroso da Mãe de Deus, que teria intercedido em um milagre alcançado por São João Damasceno, no século VIII. Considerado o último dos Santos Padres Orientais, mais tarde declarado Doutor da Igreja, passou sua vida inteira sob o governo de um Califa muçulmano.
João nasceu numa família cristã, em 675, em Damasco, Síria. Nessa época as duas religiões ainda conviviam em relativa paz. Tanto, que seu pai, um cristão fervoroso, era um alto funcionário do Califa, o qual aprendeu a respeitar a sabedoria do pequeno João e acabou lhe dedicando uma sincera amizade.
Devido a sua cidade natal, na juventude João era chamado de ‘o Damasceno’ e se tornou um influente sacerdote da Igreja cristã da Síria. Foi um dos maiores e fortes defensores do culto das imagens sagradas no difícil período dos hereges iconoclastas. Mesmo atacando abertamente o governo muçulmano, sempre foi protegido das vinganças, pelo próprio Califa.
Diz a tradição, que insuflado por uma mentira que tornava João Damasceno um conspirador do governo, o Califa se sentiu traído pelo velho amigo. Por isso, ordenou que lhe cortasse a mão direita, conforme a lei muçulmana. João Damasceno, porém, profundo devoto de Maria, rezou com toda fé diante do seu ícone. No dia seguinte, a mão estava recolocada no lugar. Como prova de sua gratidão, ele pendurou uma mão de prata no ícone e mandou pintar um novo com esta mão votiva, diante do qual passou a fazer suas orações. Assim surgiu o ícone da ‘Virgem das Três Mãos’ e sua devoção.
Ao logo dos tempos o seu culto se difundiu e muitas cópias surgiram nos mosteiros e igrejas cristãs do Oriente. No século XIII, São Sabas, filho de Estêvão I, fundador da dinastia e do Estado independente da Sérvia, antes de se retirar para o mosteiro do Monte Athos, esteve em Jerusalém e levou para seu país um ícone de Nossa Senhora das Três Mãos, para ser venerado na Catedral da capital Sófia.
Mais tarde, seu pai abdicou o trono e se recolheu à vida religiosa. Então, juntos decidiram fundaram um mosteiro para os sérvios em Kilandar, chamado ‘Mosteiro da Santíssima Mãe de Deus’ ou ‘Casa da Santíssima Mãe de Deus de Kilandar’, um reconhecido centro religioso e cultural. Em 1459, a Sérvia ficou completamente sob o domínio dos turcos muçulmanos.
O ícone venerado em Sófia foi transferido para o Mosteiro de Kilandar, local que deu origem à outra tradição cristã. No início do século XVII, certo dia, os monges desse Mosteiro não conseguiam entrar em acordo para eleger o novo guia espiritual. Por isso, a Senhora das Três Mãos teria descido do altar para assumir essa função e comunicado os monges através de uma visão à um dos mais velhos.
Daquela época em diante os religiosos de Kilandar rendem à Virgem das Três Mãos todas as honras devidas, especialmente no dia 28 de junho sua festa anual.
Com base nessas e outras tradições, a terceira mão que aparece no ícone foi interpretada como: mão auxiliadora da Mãe de Deus que sempre intercede pelos fiéis junto ao Senhor.




sábado, 15 de junho de 2013

NOSSA SENHORA DA AMAZÔNIA



     As manifestações e o amor Mariano do povo amazonense têm feito crescer, dentro da Igreja, o desejo de proporcionar um espaço próprio para o cultivo e manter vivo o espírito filial à Mãe de Jesus.
   Em atenção, despontou como estrela fulgurante da aurora matinal, a necessidade de construir um SANTUÁRIO em honra a Nossa Senhora. O nome “NOSSA SENHORA DA AMAZÔNIA” é algo singular, pois está presente na vida, faz parte da história, proclama um grande amor e respeito pela Amazônia, é consequência da devoção popular e expressa um anseio existencial do seu povo.







sábado, 8 de junho de 2013

DEVOÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA - "OS CINCO PRIMEIROS SÁBADOS"

            O culto ao Sagrado Coração esteve presente já no início da Igreja, desde a Cruz, onde este divino Coração foi aberto para os fiéis como um asilo inviolável, sacrário das divinas riquezas, que derrama sobre nós as torrentes da misericórdia e da graça.
            A devoção ao Coração Imaculado de Maria é tão antiga como a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Ela surgiu com os membros de várias confrarias do Rosário que tinham o costume de dedicar quinze sábados seguidos à Rainha do Santíssimo Rosário. Isto mostra quão unido está o Coração Imaculado de Maria ao Sagrado Coração de Jesus Seu Filho e Nosso Senhor. Assim os dois Corações são inseparáveis, pois onde está Um está também o Outro se tornando assim a Mãe Co-redentora da Humanidade. Quem não honra a Mãe, despreza Seu Filho Jesus. Essa união de amor inefável é consumada quando, ao mesmo tempo, esses Dois Corações são imolados por nossa salvação. Quando o Coração de Jesus foi traspassado pela lança do soldado, o Coração de Maria foi traspassado espiritualmente, cumprindo a profecia de Simeão (Lc 2,35b).
            Na Aparição do dia 13 de Julho Nossa Senhora anunciou em Fátima: “Para impedir a guerra virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos Primeiros Sábados”. Esta última devoção veio pedi-la, aparecendo à Irmã Lúcia a 10/12/1925, em Pontevedra, Espanha. Disse então: “Olha, minha filha, o meu coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, procura consolar-me e diz que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação, a todos os que, no Primeiro Sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos 15 mistérios do Rosário com o fim de me desagravar”. Nossa Senhora mostrou o seu Coração rodeado de espinhos, que significam os nossos pecados. Pediu que fizéssemos atos de desagravo para RETIRAR os espinhos, com a devoção reparadora dos cinco Primeiros Sábados. Em recompensa, promete-nos “todas as graças necessárias para a salvação”.
            Jesus nos dois anos seguintes, 15 de Fevereiro de 1926 e 17 de Dezembro de 1927, insiste para que se propague esta devoção. Lúcia escreveu: “Da prática da devoção dos Primeiros Sábados, unida à consagração ao Imaculado Coração de Maria, depende a guerra ou a paz do mundo”.
            Cinco, por quê? São cinco os Primeiros Sábados porque, segundo revelou Jesus, são “cinco as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria:
1 – As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;
2 – As blasfêmias contra a sua Virgindade;
3 – As blasfêmias contra a Maternidade Divina, recusando ao mesmo tempo recebê-la como Mãe dos homens;
4 – Os que procuram infundir nos corações das crianças a indiferença, o desprezo e até o ódio contra esta Imaculada Mãe;
5 – “Os que A ultrajam diretamente nas suas sagradas imagens”.

As condições para ganhar o privilégio dos Primeiros Sábados são quatro:
1. Confissão. Para cada Primeiro Sábado é preciso uma confissão com intenção reparadora. Pode fazer-se em qualquer dia, antes ou depois do Primeiro Sábado, contanto que se receba a Comunhão em estado de graça.
Irmã Lúcia perguntou: – “Meu Jesus, as (pessoas) que se esquecerem de formar essa intenção (reparadora)? Jesus respondeu – Podem formá-la na confissão seguinte, aproveitando a primeira ocasião que tiverem para se confessar”.
As outras três condições devem cumprir-se no próprio Primeiro Sábado, a não ser que algum sacerdote, por justos motivos, conceda que se possam fazer no domingo a seguir.
2. A Comunhão Reparadora.
3. O Terço.
4. A meditação, durante 15 minutos, de um só mistério, de vários ou de todos. Também vale uma meditação ou explicação de 3 minutos antes de cada um dos cinco mistérios do terço que se está a rezar.
       Em todas estas quatro práticas deve-se ter a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria. A Devoção dos Cinco Primeiros Sábados foi aprovada pelo Bispo de Leiria a 13/09/1939, em Fátima.


            Rita de Sá Freire - Associada da Academia Maria de Aparecida

SÁ FREIRE, Rita de Cássia Pinho França de - Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos: Títulos Orações e Devoções. Ed. Petrus: 2010. São Paulo).



sábado, 1 de junho de 2013

NOSSA SENHORA DA VISITAÇÃO


   *Maio é o mês dedicado à particular devoção de Nossa Senhora. A Igreja o encerra com a Festa da Visitação da Virgem Maria à santa prima Isabel, que simboliza o cumprimento dos tempos. Antes ocorria em 02 de julho, data do regresso de Maria, uma semana depois do nascimento e do rito da imposição do nome de São João Batista. 
   A referência mais antiga da invocação de Nossa Senhora da Visitação pertence à Ordem franciscana, que assim a festejavam desde 1263, na Itália. Em 1441, o Papa Urbano VI instituiu esta festa, pois a Igreja do Ocidente necessitava da intercessão de Maria, para recuperar a paz e união do clero dividido pelo grande cisma. 
   A Bíblia narra que Maria viajou para a casa da família de Zacarias logo após a anunciação do Anjo, que lhe dissera "vossa prima Isabel, também conceberá um filho em sua idade avançada. E este é agora o sexto mês dela, que foi dita estéril; nada é impossível para Deus". (Lc 1, 26, 37). Já concebida pelo Espírito Santo, a puríssima Virgem foi levar sua ajuda e apoio à parenta genitora do precursor do Messias Salvador. 
   O encontro das duas Mães é a verdadeira explosão de salvação, de alegria e de louvor ao Criador. Dele resultou a oração da Ave Maria e o cântico do "Magnificat", rezados e entoados por toda a cristandade aos longos destes mais de dois milênios. 
   Desde 1412, Nossa Senhora da Visitação é festejada especialmente pelos italianos da Sicília, como a Padroeira da cidade da Enna. Mas nem todo o mundo cristão celebrava esta veneração, por isto foi confirmada no sínodo de Basiléia em 1441. 
   Os portugueses sempre a celebraram com muita pompa, porque rei D. Manuel I, o Venturoso, que governou entre 1495 e 1521, escolheu Nossa Senhora da Visitação a Padroeira da Casa de Misericórdia de Lisboa, e de todas as outras do reino. 
   Foi assim que este culto chegou ao Brasil Colônia, primeiro na Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, depois se disseminou por todo território brasileiro. Antigamente os fieis faziam uma enorme procissão até os Hospitais da Misericórdia para levar conforto aos enfermos e suas doações às instituições. Hoje, as paróquias enviam as doações recolhidas com antecedência, para as Pastorais dos enfermos, que atuam com os voluntários junto às Casas de Saúde mais deficitárias. Tudo para perpetuar a verdadeira caridade cristã, iniciada pela Mãe de Deus ao visitar a santa prima levando sua amizade e ajuda quando mais precisava. 
   Em 1978, a Madre Maria Vincenza Minet foi chamada pelo Senhor para fundar uma congregação de religiosa sob o carisma de Nossa Senhora da Visitação. Com o apoio do Bispo de Assis, nesta cidade da Itália nasceu as Servas da Visitação em 1978, para abrirem missões a fim de atender as necessidades dos mais pobres e marginalizados em todos os continentes. Hoje, além da Itália, atuam na Polônia, Filipinas, África e Brasil.

   **E sob o título da visitação foi erguido um grande santuário na terra Santa, o característico santuário desponta entre os ciprestes, recorda o místico encontro entre duas mulheres privilegiadas: Isabel, mãe de são João Batista, e Maria, Virgem Mãe de Jesus. São Lucas nos conta que Maria ao ser informada pelo Anjo Gabriel sobre a conceição de João, foi depressa visitar Isabel e ao abraçá-la, cantou o Magnificat, para louvar a Deus pelos grandes dons a ela concedidos.
   O santuário com suas partes antigas inseridas nas novas, mostra com evidencia os sinais da devoção cristã através dos séculos. O edifício compõe-se de uma cripta, que recorda a casa de Zacarias, onde a Virgem saudou Isabel, e de uma Igreja, que é a glorificação de Maria.
   A cripta, uma antiga gruta adaptada ao culto no período bizantino (325-636 d. C.), com seu poço ao fundo, dá a ideia da casa; uma pedra, que se diz ter servido ao Batista durante a perseguição de Herodes, segundo narra o Pronto-Evangelho de Tiago (século II), recorda um episódio ocorrido após a Visitação, que é representado no afresco da parte sul, sobre o nicho que contém a pedra. O afresco da parede leste representa a Visitação, com o braço das duas venturosas mulheres, ladeadas das acompanhantes e da paisagem que recorda os montes ao redor.
   A pequena fonte que brota das rochas lembra o poço da gruta, com sua nascente, que se diz ter surgido no momento do abraço. O afresco da parede norte, de Della Torre (1940), mostra Zacarias no Templo, no momento em que o anjo lhe anuncia o nascimento do seu primogênito e precursor de Jesus Cristo.
   A Igreja superior, construída sobre antigos fundamentos da época da cruzada, é uma glorificação da Virgem através dos séculos. A partir do oeste, temos o debate do Beato Duns Scotus na Sorbonne, defendendo a Imaculada Conceição; a seguir, a Batalha de Lépanto, que foi vencida por intercessão de Maria, as Bodas de Caná, ocasião em que Jesus converteu a água em vinho a pedido de sua mãe para alegrar a festa, são símbolos da proteção de Maria sobre a Igreja; e, enfim, o Concílio de Éfeso, que declarou Maria “Theotokos”, isto é, “Mãe de Deus”.
   São afrescos de C. Vagarini (1949), autor também das cenas da abside, representando a vida de Maria e a entrega do Santuário à Virgem pelo Patriarca Latino e pelo Custódio da Terra Santa. A figura da Virgem e dos anjos ao redor é do pintor Manetti (1948). As figuras monocromáticas das mulheres israelitas que cantaram por inspiração divina, simbolizam a preparação do povo hebraico para o sublime canto do “Magnificat”. Os mosaicos do piso lembram a homenagem prestada a Maria pela natureza; as palmeiras estilizadas das janelas são um símbolo litúrgico de Maria e os numerosos símbolos da mobília litúrgica, verdadeiras obras de arte expressamente trabalhadas para o ambiente, completam o quadro. Na fachada, que une as duas partes da construção, brilha no ar um mosaico com Maria que chega e Isabel que a espera. É obra do laboratório Vaticano, sob desenho de B. Biagetti (1939).
   Tudo é digno e belo, condizente com a sublimidade do mistério que tem um lugar especial na historia do cristianismo. O conjunto adquire maior importância porque o Santuário foi construído no lugar em que a tradição nos diz ter ocorrido o fato.  


*Pesquisado: Paulinas.org.br

**Franciscan Printing Press