sábado, 1 de junho de 2013

NOSSA SENHORA DA VISITAÇÃO


   *Maio é o mês dedicado à particular devoção de Nossa Senhora. A Igreja o encerra com a Festa da Visitação da Virgem Maria à santa prima Isabel, que simboliza o cumprimento dos tempos. Antes ocorria em 02 de julho, data do regresso de Maria, uma semana depois do nascimento e do rito da imposição do nome de São João Batista. 
   A referência mais antiga da invocação de Nossa Senhora da Visitação pertence à Ordem franciscana, que assim a festejavam desde 1263, na Itália. Em 1441, o Papa Urbano VI instituiu esta festa, pois a Igreja do Ocidente necessitava da intercessão de Maria, para recuperar a paz e união do clero dividido pelo grande cisma. 
   A Bíblia narra que Maria viajou para a casa da família de Zacarias logo após a anunciação do Anjo, que lhe dissera "vossa prima Isabel, também conceberá um filho em sua idade avançada. E este é agora o sexto mês dela, que foi dita estéril; nada é impossível para Deus". (Lc 1, 26, 37). Já concebida pelo Espírito Santo, a puríssima Virgem foi levar sua ajuda e apoio à parenta genitora do precursor do Messias Salvador. 
   O encontro das duas Mães é a verdadeira explosão de salvação, de alegria e de louvor ao Criador. Dele resultou a oração da Ave Maria e o cântico do "Magnificat", rezados e entoados por toda a cristandade aos longos destes mais de dois milênios. 
   Desde 1412, Nossa Senhora da Visitação é festejada especialmente pelos italianos da Sicília, como a Padroeira da cidade da Enna. Mas nem todo o mundo cristão celebrava esta veneração, por isto foi confirmada no sínodo de Basiléia em 1441. 
   Os portugueses sempre a celebraram com muita pompa, porque rei D. Manuel I, o Venturoso, que governou entre 1495 e 1521, escolheu Nossa Senhora da Visitação a Padroeira da Casa de Misericórdia de Lisboa, e de todas as outras do reino. 
   Foi assim que este culto chegou ao Brasil Colônia, primeiro na Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, depois se disseminou por todo território brasileiro. Antigamente os fieis faziam uma enorme procissão até os Hospitais da Misericórdia para levar conforto aos enfermos e suas doações às instituições. Hoje, as paróquias enviam as doações recolhidas com antecedência, para as Pastorais dos enfermos, que atuam com os voluntários junto às Casas de Saúde mais deficitárias. Tudo para perpetuar a verdadeira caridade cristã, iniciada pela Mãe de Deus ao visitar a santa prima levando sua amizade e ajuda quando mais precisava. 
   Em 1978, a Madre Maria Vincenza Minet foi chamada pelo Senhor para fundar uma congregação de religiosa sob o carisma de Nossa Senhora da Visitação. Com o apoio do Bispo de Assis, nesta cidade da Itália nasceu as Servas da Visitação em 1978, para abrirem missões a fim de atender as necessidades dos mais pobres e marginalizados em todos os continentes. Hoje, além da Itália, atuam na Polônia, Filipinas, África e Brasil.

   **E sob o título da visitação foi erguido um grande santuário na terra Santa, o característico santuário desponta entre os ciprestes, recorda o místico encontro entre duas mulheres privilegiadas: Isabel, mãe de são João Batista, e Maria, Virgem Mãe de Jesus. São Lucas nos conta que Maria ao ser informada pelo Anjo Gabriel sobre a conceição de João, foi depressa visitar Isabel e ao abraçá-la, cantou o Magnificat, para louvar a Deus pelos grandes dons a ela concedidos.
   O santuário com suas partes antigas inseridas nas novas, mostra com evidencia os sinais da devoção cristã através dos séculos. O edifício compõe-se de uma cripta, que recorda a casa de Zacarias, onde a Virgem saudou Isabel, e de uma Igreja, que é a glorificação de Maria.
   A cripta, uma antiga gruta adaptada ao culto no período bizantino (325-636 d. C.), com seu poço ao fundo, dá a ideia da casa; uma pedra, que se diz ter servido ao Batista durante a perseguição de Herodes, segundo narra o Pronto-Evangelho de Tiago (século II), recorda um episódio ocorrido após a Visitação, que é representado no afresco da parte sul, sobre o nicho que contém a pedra. O afresco da parede leste representa a Visitação, com o braço das duas venturosas mulheres, ladeadas das acompanhantes e da paisagem que recorda os montes ao redor.
   A pequena fonte que brota das rochas lembra o poço da gruta, com sua nascente, que se diz ter surgido no momento do abraço. O afresco da parede norte, de Della Torre (1940), mostra Zacarias no Templo, no momento em que o anjo lhe anuncia o nascimento do seu primogênito e precursor de Jesus Cristo.
   A Igreja superior, construída sobre antigos fundamentos da época da cruzada, é uma glorificação da Virgem através dos séculos. A partir do oeste, temos o debate do Beato Duns Scotus na Sorbonne, defendendo a Imaculada Conceição; a seguir, a Batalha de Lépanto, que foi vencida por intercessão de Maria, as Bodas de Caná, ocasião em que Jesus converteu a água em vinho a pedido de sua mãe para alegrar a festa, são símbolos da proteção de Maria sobre a Igreja; e, enfim, o Concílio de Éfeso, que declarou Maria “Theotokos”, isto é, “Mãe de Deus”.
   São afrescos de C. Vagarini (1949), autor também das cenas da abside, representando a vida de Maria e a entrega do Santuário à Virgem pelo Patriarca Latino e pelo Custódio da Terra Santa. A figura da Virgem e dos anjos ao redor é do pintor Manetti (1948). As figuras monocromáticas das mulheres israelitas que cantaram por inspiração divina, simbolizam a preparação do povo hebraico para o sublime canto do “Magnificat”. Os mosaicos do piso lembram a homenagem prestada a Maria pela natureza; as palmeiras estilizadas das janelas são um símbolo litúrgico de Maria e os numerosos símbolos da mobília litúrgica, verdadeiras obras de arte expressamente trabalhadas para o ambiente, completam o quadro. Na fachada, que une as duas partes da construção, brilha no ar um mosaico com Maria que chega e Isabel que a espera. É obra do laboratório Vaticano, sob desenho de B. Biagetti (1939).
   Tudo é digno e belo, condizente com a sublimidade do mistério que tem um lugar especial na historia do cristianismo. O conjunto adquire maior importância porque o Santuário foi construído no lugar em que a tradição nos diz ter ocorrido o fato.  


*Pesquisado: Paulinas.org.br

**Franciscan Printing Press

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