sábado, 24 de novembro de 2012

NOSSA SENHORA DA GUARDA




   No distrito da cidade de Braga, Portugal, Arquivo da Sé, encontra-se registrado o nome de uma capela com o título de Nossa Senhora da Guarda, localizada na paróquia de Gerez do Lima.
   Também na serra do Caramulo, a 24 quilômetros de Viseu, há o Santuário de Nossa Senhora da Guarda. A tradição narra que, no tempo da invasão dos mouros, muitos cristãos fugindo das crueldades dos sarracenos, escondiam-se nas grutas das montanhas. Lá, construíram suas ermidas onde pudessem viver sua fé. Mais tarde, foi elevada à categoria de igreja paroquial. Há vestí­gios de muita atividade religiosa. Além dessa devoção em Portugal, também na França, encontramo-la cheia de piedade e fervor. A história narra que numa capela construída por um jovem sacerdote, pelo ano de 1214, próxima da Abadia de são Vítor, em Marselha, o culto se desenvolveu bem depressa. Foram fundadas muitas associações com o nome de Nossa Senhora da Guarda. No decorrer do tempo, a primitiva capela ficou pequena e deteriorada. Em 1477, o povo devoto começou a construir outra maior que funcionou normalmente até o século XIX. Por ser de cor escura, os franceses chamavam a imagem de Notre Dame la Brune, Nossa Senhora Morena. Com a vinda da revolução francesa, em 1794, as imagens desapareceram como por encanto! Restabelecida a paz, o povo, descalço, levou em procissão nova imagem de Nossa Senhora, do convento de Picpus para a santa montanha.
    Os Padres Oblatos de Maria Imaculada cuidam da nova igreja desde 1837. Construíram a Basílica que foi consagrada em 1864. Sobre a torre, há gigantesca imagem de Nossa Senhora, como símbolo da paz e da verdade.
    As romarias continuam em viva atividade. Os peregrinos chegam a uns 700 mil, cada ano. Vêm de muitos lugares da Europa, mas principalmente de Marselha, França, que considera Nossa Senhora da Guarda como padroeira. Também navegantes a veneram. Oferecem miniaturas de barcos e navios, bem como de modernos transatlânticos, como ex-votos e suplicando a proteção da Mãe Imaculada.
    Marinheiros há que, ao regressarem de uma longa viagem, mostra, num gesto de piedade filial, a saudação a Maria com tiros de canhão. Todos se ajoelham e cantam a "Salva Rainha". Ainda hoje, piedosos marinheiros ao empreenderem longa viagem, visitam o Santuário de Nossa Senhora da Guarda e pedem sua proteção. O morro da Guarda é onde se eleva o majestoso templo de onde se divisa o lindo panorama da baía de Marselha.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                            Por Pe. Roque Vicente Beraldi, Cmf.


NOSSA SENHORA DOS MARES




   Sobre o título Nossa Senhora dos Mares, nascido no Brasil, no Estado da Bahia, não foram encontrados documentos que falem sobre essa devoção. Na tradição oral, porém, sabe-se que a imagem foi encontrada na praia baiana e levada para a capela de São Gonçalo, onde é venerada, embora sem dia específico. Ela representa Maria segurando o menino Jesus com o braço esquerdo e apoiando seus pés na mão direita.
   Tem aproximadamente um metro de altura, entalhada em madeira e adornada com uma coroa de prata. Corre também entre o povo que o rio Vermelho, que banha a capital do Estado de Goiás e se une ao rio Grande, formando o Araguaia – tendo aproximadamente uns 800 km de extensão –, era muito tumultuoso, o que resultava em muitos naufrágios. Desde que essa imagem foi entronizada na capela de São Gonçalo, nunca mais se deram aquelas tragédias.
   Para que, com mais certeza, obtenhamos a proteção dessa santa mãe, precisamos nos conscientizar das indispensáveis exigências que são as orações, as práticas piedosas como a boa leitura, a participação na santa missa e a recepção frequente da sagrada Eucaristia, com a purificação da alma pelo sacramento da penitência. É necessário acompanhar nossas preces. É preciso haver em cada um de nós a implícita promessa de cumprir fielmente em toda nossa vida os preceitos divinos, com o desejo de louvar a Deus em primeiro lugar. Ele é amor e por amor criou todas as coisas, e é por Ele que recebemos todos os auxílios de que necessitamos se pedirmos humildemente, sempre também de acordo com sua santíssima vontade.
   Devemos ainda renovar a promessa firme e séria de evitar qualquer pecado, porque “o temor do Senhor é o princípio da Sabedoria” (Provérbios 9,10). Os conselheiros afirmam: “fugir do pecado é verdadeira inteligência”. Em nossos pedidos é indispensável colocar fé, esperança, muito amor e fidelidade no cumprimento de nossos deveres relacionados com nossa religião, vocação e compromissos sociais. Com a prática de todos os deveres para com Deus, com o próximo e conosco mesmos, humildemente podemos suplicar a proteção de Maria, a padroeira dos navegantes, e teremos a certeza da celeste proteção de Maria, Nossa Senhora dos Mares.

                                                           Por Pe. Roque Vicente Beraldi, Cmf.

Fonte: http://www.avemaria.com.br/revista

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO



A festa é comemorada a 21 de novembro

A memória da apresentação da Virgem Maria é celebrada no dia 21 de novembro, quando se comemora um dos momentos sagrados da vida da Mãe de Deus, sua apresentação no Templo por seus pais Joaquim e Ana. Nenhum livro da Sagrada Escritura relata este acontecimento, sendo fartamente tratado nas escrituras apócrifas, que não são reconhecidas como inspiradas. Segundo esses apócrifos, a apresentação de Maria foi muito solene.
Tanto no momento de sua oferta como durante o tempo de sua permanência no Templo verificaram-se alguns fatos prodigiosos: Maria, conforme a promessa feita pelos seus pais foi conduzida ao Templo aos três anos, acompanhada por um grande número de meninas hebréias que seguravam tochas acesas, com a presença de autoridades de Jerusalém e entre cantos angélicos.
   Para subir ao Templo havia 15 degraus, que Maria subiu sozinha, embora fosse tão pequena. Os apócrifos dizem ainda que Maria no Templo se alimentava com uma comida extraordinária trazida diretamente pelos anjos e que ela não residia com as outras meninas.
   Segundo a mesma tradição apócrifa ela teria ali permanecido doze anos, saindo apenas para desposar São José, pois durante este período havia perdido seus pais. Na realidade a apresentação de Maria deve ter sido muito modesta e ao mesmo temo mais gloriosa.
   Foi de fato através deste serviço ao Senhor no Templo, que Maria preparou o seu corpo, mas, sobretudo a sua alma, para receber o Filho de Deus, realizando em si mesma a palavra de Cristo:
"Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática"
   Na Igreja Oriental, a festa da Apresentação é celebrada desde o século VII, no dia 21 de novembro, aniversário da Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, em Jerusalém. Contudo, ela só foi estabelecida na Igreja Ocidental no século XIV pelo papa Gregório XI, a pedido do embaixador de Chipre junto à Santa Sé.
A cidade de Avinhão, na França, residência dos papas naquela época, teve a glória de ser a primeira do Ocidente a celebrar a nova festividade em 1732.
Desde então este episódio da vida de Maria Santíssima começou a despertar o interesse dos cristãos e dos artistas, surgindo belíssimas pinturas sobre o tema da Apresentação.
A primeira paróquia dedicada a esta invocação mariana no Brasil ocorreu em 1599, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. A cidade de Porto Calvo, em Alagoas, palco de diversas batalhas entre brasileiros e tropas invasoras, durante a guerra holandesa, tem também como padroeira a Senhora da Apresentação.
No Rio de Janeiro, o bairro do Irajá, era antigamente um vasto campo público, destinado à pastagem e descanso do gado que descia para o consumo da cidade. Em 1644 ali foi erigida uma pequena e humilde capela sob o patrocínio de Nossa Senhora da Apresentação pelo Pe. Gaspar da Costa, que foi mais tarde o seu primeiro Vigário e cujo pai possuía propriedades nos arredores. A igrejinha foi reformada, ampliada e transformada em paróquia, uma das mais antigas do Rio de Janeiro.

21 de novembro

   A história da Padroeira de Natal, Nossa Senhora da Apresentação, baseia-se na tradição oral. Não um documento registrando a chegada da sua imagem às margens do rio Potengi. É importante salientar que, mesmo sem ter aqui uma imagem, Nossa Senhora da Apresentação é a Padroeira desde os primórdios da vida cristã da comunidade natalense. Em 1990, escremos, de Brasília, uma carta ao monsenhor Severino Bezerra, chanceler da Cúria e historiador da Arquidiocese de Natal, fazendo-lhe algumas indagações sobre o orago de Natal. Na sua carta resposta, ele nos fez a seguinte revelação: "Em 29 de março de 1718, antes da chegada de Nossa Senhora da Apresentação, num inventário por morte de Joana de Barros, em Goianinha, entre as dívidas deixadas pela falecida está: esmola de 5.000 (cinco mil) réis a Nossa Senhora da Apresentação. Só 35 anos depois foi o encontro da imagem" (Carta datada de 20 de maio de 1900.
   Corrobora esta revelação o que Frei Agostinho de Santa Maria escreveu num livro publicado, em Lisboa, em 1722, citado pelo historiador Luís da Câmara Cascudo: "Na capela-mor daquela matriz se colocou pouco depois um grande e famoso quadro de pintura, em que se vê o mesmo mistério da Senhora historiado... A sua festividade se lhe celebra em 21 de novembro, que é o dia em que a Senhora foi oferecida ao Senhor da Glória". (1980:122).

   Conta à tradição que na manhã de 21 de novembro de 1753, pescadores encontraram na margem direita do Rio Potengi, na confrontação da Igreja do Rosário, um caixote que estava encalhado numa pedra. Quando abriram-no, encontraram uma imagem da mãe de Jesus com um menino no colo.
A referida imagem tinha uma mão estendida, aparentando sustentar alguma coisa. Logo, deduziram que fosse um rosário. Avisado sobre a novidade daquela descoberta, o vigário da Paróquia, Pe. Manoel Correia Gomes pressurroso, dirigiu-se ao local e, incontinenti, conduziu o vulto para a Matriz, ciente de que se tratava de um ícone de Nossa Senhora do Rosário. Entretanto, como 21 de novembro é, no calendário litúrgico da Igreja Católica, o dia em que se festeja a apresentação da Mãe de Jesus no Templo, deram à imagem que apareceu no Rio Potengi o nome de Nossa Senhora da Apresentação.
   A esta altura, é oportuno lembrar que a Festa da Apresentação de Nossa Senhora no Templo foi instituída pela Igreja Católica no ano de 1571.
   Registra-se ainda a tradição que, no caixote que trouxe a imagem de Nossa Senhora, estava escrito: "No ponto onde der este caixão não haverá nenhum perigo".
   Os festejos em honra a Nossa Senhora da Apresentação acontecem no período de 11 a 21 de novembro. As celebrações religiosas acontecem na Matriz de Nossa Senhora da     Apresentação (antiga Catedral) e na Catedral Metropolitana. Dentro da programação religiosa, uma atividade que aglomera milhares de fiéis, é a "Missa da Pedra do Rosário", celebrada à beira do Rio do Potengi, local onde a imagem apareceu. A missa é celebrada às 5 horas da manhã.
   A programação sócio-cultural é realizada todas as noites, após as novenas, no pátio da Catedral Metropolitana.


Hino de Nossa Senhora da Apresentação

Tu quiseste um dia trazer alegria ao nosso cantar. / E vieste Maria com Jesus nos braços, nas ondas do mar... / Pescadores te acharam, com amor te acolheram, Ó Mãe sem igual! / Entre o Potengi e as águas tranquilas do mar de Natal!

Refrão: Escolheste, por amor, nossa terra prá aqui, vir morar... / Virgem Mãe do Senhor a teus pés nós viemos rezar.

Vinte e um de novembro, o dia feliz de tua aparição, / e nós te festejamos, ó Nossa Senhora da Apresentação. / Hoje a felicidade traz toda a cidade à tua Catedral. / Prá louvar-te Maria, que escolheste um dia teu trono em Natal.

         Tens na fronte a coroa, Rainha da Paz do amor e do perdão... / És a Mãe terna e boa, / Rainha que reina com o terço na mão. / Teu olhar de bondade, onde a serenidade, nos dá proteção. / Tens Jesus em teus braços, és Nossa Senhora da Apresentação.



Fontes: www.arquidiocesedenatal.org.br e Itamar de Souza








sábado, 17 de novembro de 2012

MÃE DA DIVINA MISERICÓRDIA



HISTÓRICO

   Não existem dados corretos acerca do principio do culto à imagem milagrosa da Mãe da misericórdia. O que se sabe é que a partir da metade do século XVI a imagem era conhecida como milagrosa, como narra o padre carmelita Hilarião de são Gregório, no livro Imagem Milagrosa da Mãe da Misericórdia.
   O lugar do culto está ligado às muralhas que cercam Vilna, capital da Lituânia, que foram construídas no começo do século XVI. Em cima de uma das portas que davam acesso à cidade, chamada Porta Aguda, foi colocada uma imagem de Nossa senhora. No final do século XVI, levando em conta os estragos da imagem pelas chuvas e pela neve, os frades carmelitas construíram uma capela por cima da porta e próximo do seu convento. Esse fato colaborou ainda mais para que o culto à Mãe da Misericórdia crescesse. Toda noite o povo se reunia para cantar a Ladainha de Nossa senhora.
   A imagem é pintada em tabuas de carvalho. A cabeça é inclinada para a direita, as mãos são cruzadas no peito. A túnica é verde-azul. O fundo da imagem é marrom. Sobre a cabeça há uma coroa com 12 estrelas e 42 raios. Na base existe a lua crescente.
   A capela foi incendiada em 1715. Houve muitos danos, mas a imagem não sofreu nenhum. Aquilo que o Santuário de Nossa Senhora Aparecida é para os brasileiros o Santuário da Mãe da Misericórdia é para os lituanos.
   O crescente culto à imagem incomodou muito o governo de Moscou, que dominava a Polônia e a Lituânia naquele tempo. Em 1844 ele fechou o convento dos frades carmelitas e planejou tirá-la da capela das muralhas da cidade.
   Crê-se que o título da Mãe da Misericórdia foi dado pela primeira vez a Maria por Santo Odão (+942), abade de Cluny. Com este título se celebra a Virgem Maria tanto porque nos gerou Jesus Cristo, visível Misericórdia do invisível Pai Misericordioso, como também porque é mãe espiritual dos fieis, cheia de graça e misericórdia: “A Virgem Santíssima foi chamada Mãe de Misericórdia, diz São Lourenço de Brindisi, isto é, Mãe misericordiosíssima, Mãe terníssima, amantíssima”. Pois a Mãe de Jesus, elevada ao céu, apresenta as necessidades dos fieis ao Filho, a quem rogou pelos esposos de Caná, quando vivia na Terra (Jo 2, 1-11).
   É um dos maiores títulos de Maria. A Misericórdia é uma virtude que se acha na vontade espiritual e, segundo São Tomás de Aquino, é própria dos seres fortes e bons, capazes realmente de prestar socorro. Por isso se encontra, sobretudo, em Deus e, como diz a oração do Missal, é uma das maiores manifestações de Seu poder e de sua Bondade.
   Santo Agostinho diz que é mais glorioso par Deus, tirar o bem do mal do que “criar alguma coisa do nada”; é maior converter um pecador lhe dando a vida da graça, do que criar todo o universo físico, o céu e a Terra.
   Como Mãe da Divina Misericórdia, Maria nos lembra que Deus é Bondade e Amor e que sua Misericórdia é a difusão de sua Bondade. Ela nos faz compreender que Deus, por pura Misericórdia, nos dá muitas vezes além do necessário, além dos nossos méritos, como, por exemplo, a graça da comunhão que não é merecida. Maria nos faz perceber que a misericórdia se une à justiça nas penas dessa vida – que são como um remédio para nos curar, nos corrigir e nos trazer de volta para o bem. Maria exerce a misericórdia para com aqueles que sofrem em seus corpos para curar a alma, e em seguida os consola nas aflições e os fortifica em meio às dificuldades que têm para superar.
   Na Encíclica Dives In Misericordia, Maria destina-nos os dons da salvação; “Maria é, pois, aquela que, de modo particular e excepcional – como ninguém mais -, experimentou a misericórdia e, também de modo excepcional, tornou possível com o sacrifício do coração a sua participação na revelação da misericórdia divina. Este seu sacrifício está intimamente ligado à cruz do seu Filho, aos pés da qual ela haveria de encontrar-se no Calvário. Tal sacrifício de Maria é uma singular participação na revelação da misericórdia, isto é, da fidelidade absoluta de Deus ao próprio amor, à Aliança que ele quis desde toda a eternidade e que no tempo realizou com o homem, com o seu povo e com a humanidade. É a participação na revelação que se realizou definitivamente mediante a cruz. Ninguém jamais experimentou como a Mãe do crucificado, o mistério da Cruz, o impressionante encontro da transcendente justiça divina com o amor, o ‘ósculo’ dado pela misericórdia à justiça. Ninguém como Maria acolheu tão profundamente no seu coração tal mistério, no qual se verifica a dimensão verdadeiramente divina da Redenção, que se realizou no Calvário mediante a morte do seu Filho, acompanhada com o sacrifício do seu coração de mãe, com o seu Fiat definitivo.
   Maria, portanto, é aquela que conhece mais profundamente o mistério da misericórdia divina. Conhece o seu preço e sabe o quanto é elevado. Neste sentido chamamos-lhe Mãe da misericórdia, Nossa Senhora da Misericórdia, ou Mãe da Divina Misericórdia. Em cada um destes títulos há um profundo significado teológico, porque exprimem a particular preparação da sua alma e de toda a sua pessoa, para torná-la capaz de descobrir, primeiro, através dos complexos acontecimentos de Israel e, depois, daqueles que dizem respeito a cada um dos homens e à humanidade inteira, a misericórdia da qual todos se tornam participantes, segundo o eterno desígnio da Santíssima Trindade, “de geração em geração”.
   Estes títulos que atribuímos a Mãe de Deus falam dela, sobretudo como Mãe do Crucificado e do Ressuscitado, daquela que, tendo experimentado a misericórdia de um modo excepcional, “merece” igualmente tal misericórdia durante toda a sua vida terrena e, de modo particular, aos pés da cruz de seu Filho. Tais títulos dizem-nos também que ela, pela participação escondida e, ao mesmo tempo, incomparável na missão messiânica de seu Filho, foi chamada de modo especial para tornar próximo dos homens o amor que o Filho tinha vindo revelar: amor que encontrar a sua mais concreta manifestação para com os que sofrem os pobres, os que estão privados de liberdade, os cegos, os oprimidos e os pecadores, conforme Cristo explicou referindo-se à profecia de Isaias, ao falar na sinagoga de Nazaré e, depois, ao responder à pergunta dos enviados de João Batista.
   Precisamente deste amor misericordioso, que se manifesta, sobretudo em contato com o mau moral e físico, participava de modo singular e excepcional o coração daquela que foi a Mãe do Crucificado e do Ressuscitado. Nela e por meio dela o mesmo amor não cessa de revelar-se na história da Igreja e da humanidade. Esta revelação é particularmente frutuosa, porque se funda, tratando-se da Mãe de Deus, no singular tanto do seu coração materno, na sua sensibilidade particular, na sua especial capacidade para atingir todos aqueles que aceitam mais facilmente o amor misericordioso da parte de sua Mãe, (DM. 9).

Referência: Devocionário à Mãe da Divina Misericórdia – p. 11 a 21 - Pe. Antonio Aguiar – Editora Canção Nova.

NOSSA SENHORA DE AKITA




 A Virgem Que Chorava Sangue


Em 28 de junho de 1973 uma ferida em forma de cruz apareceu na palma da mão esquerda da Irmã Agnes. A ferida sangrou abundantemente e causou-lhe muita dor. Em 6 de julho a Irmã Agnes ouviu uma voz vinda da estátua da Bem-aventurada Virgem Maria na capela onde ela estava rezando. A estátua foi esculpida de um único bloco de madeira de uma árvore Katsura e tem um metro de altura. Nossa Senhora falou com a Irmã Agnes e lhe deu uma mensagem.

No mesmo dia, algumas das irmãs notaram gotas de sangue fluindo da mão direita da estátua. Em quatro ocasiões este ato de escorrimento de sangue se repetiu. A ferida na mão da estátua permaneceu até 29 de setembro, quando desapareceu. Em 29 de setembro, o dia em que a ferida na estátua desapareceu, as irmãs perceberam que a estátua agora tinha começado a 'suar', especialmente na testa e pescoço.

A Igreja aprovou as mensagens e as lacrimações da estátua como sobrenaturais.

Abril de 1984: O Reverendíssimo John Shojiro Ito, Bispo de Niigata, Japão, após anos de extensas investigações, declarou que os eventos de Akita, Japão são de origem sobrenatural, e autorizou para toda a diocese a veneração da Santíssima Mãe de Akita.

Em 22 de abril de 1984, após oito anos de investigações, após consulta com a Santa Sé, as mensagens de Nossa Senhora de Akita foram aprovadas pelo Bispo da diocese.

Na vila japonesa de Akita, uma estátua da Mãe, de acordo com o testemunho de mais de 500 cristãos e não-cristãos, incluindo o prefeito da cidade, budista, exalou sangue, suor e lágrimas.
Uma religiosa, Agnes Katsuko Sasagawa recebeu os estigmas e também recebeu mensagens de Nossa Senhora.

Junho de 1988, Cidade do Vaticano: Joseph Cardeal Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, proferiu julgamento definitivo sobre os eventos e mensagens de Akita como confiáveis e dignos de fé.


Fonte: Comunidade virtual Nossa Senhora de Akita.

domingo, 11 de novembro de 2012

NOSSA SENHORA DA DEFESA



18 de setembro

Cortina d'Ampezzo é uma cidade de Belluno, nordeste da Itália, muito disputada por turistas do mundo todo, especialmente europeus. Alí se praticam os esportes típicos das montanhas, do inverno ao verão. Por sua localização, durante séculos a cidade se viu em meio aos conflitos políticos e sofreu muitas invasões de bárbaros.

A primeira lembrança da intercessão milagrosa de Nossa Senhora foi no ano 572, quando defendeu os ampezzanos da invasão dos vizinhos lombardos. Narra à tradição que os habitantes se reuniram, rezaram pedindo ajuda da Mãe e foram tentar se defender. Ao perceberem a inevitável invasão, invocaram o nome da Virgem Maria. Ela então apareceu sobre as nuvens, com uma espada na mão. Quando os inimigos tentaram entrar na cidade, Ela os confundiu com as nuvens que lhes impediu a visão. Assim, lutaram entre si mesmos até se derrotarem. Deste episódio nasceu a devoção a Nossa Senhora da Defesa.

No século XIV na cidade já existia uma capela dedicada a ela. Em 1412, ocorreu outra intervenção prodigiosa da Virgem Mãe, que consta dos registros históricos da época. Desta vez o povo quase desarmado conseguiu parar as tropas do imperador dos godos, que desejava dominar esse território. A vitória foi interpretada como um novo sinal milagroso de Nossa Senhora da Defesa e é lembrada até hoje com uma festa nacional e religiosa.

O atual Santuário, o mais antigo dessa devoção, foi construído em 1750. Na fachada, acima da porta principal do templo, foi pintado um quadro com a imagem de Nossa Senhora da Defesa, que a representa como surgiu no primeiro milagre. E no nicho do altar-mor se encontra sua estátua, também a mais antiga, venerada desde o século XIV, ricamente vestida e coroada.

Outro Santuário foi erguido na cidade de Casa calenda, do lado oposto de Nápoles, depois de 1850 e concluído em 1898. Nele estão recolhidos ex-votos doados dos milhares de milagres alcançados por intercessão da Virgem da Defesa.

Também na ilha de Sardenha, na região de Sassari, se venera a Nossa Senhora da Defesa. Ali é a Padroeira da cidade de Stintino, que celebra sua festa, em 18 de setembro, com a tradicional procissão noturna das velas, por terra e por mar, reunindo milhares de devotos do mundo todo. Já na Catedral da cidade de Ozieri existe um belíssimo altar para sua devoção.

No início do terceiro milênio o culto a Nossa Senhora da Defesa chegou ao Brasil com uma catequista que trouxe da Itália um quadro dessa imagem de Maria, para São Paulo. Em setembro de 2003, os devotos paulistanos inauguraram a primeira igreja sob essa devoção. Uma grande estátua da Virgem da Defesa foi entronizada no altar principal para a veneração dos fiéis que a ela recorrem pedindo proteção, contra a violência existente nas grandes cidades, para suas famílias e à comunidade.





NOSSA SENHORA DE GUADALUPE




Comemoração litúrgica em 12 de dezembro.

Em 1531, a Santíssima Virgem, apareceu na Colina Tepejac, México, ao neófito Juan Diego, piedoso e inculto indígena, e comunicou-lhe seu desejo de ele se dirigir ao bispo com o pedido de, naquele local, construir uma igreja. O Bispo, Dom João de Zumárraga prometeu sujeitar o ocorrido a um meticuloso exame, e retardou bastante a resposta definitiva. Pela segunda vez, a Santíssima Virgem apareceu a Juan Diego, renovando, e desta vez com insistência, o seu pedido anteriormente feito. Aflito e entre lágrimas o pobre homem novamente se apresentou ao prelado e suplicou, fosse atendida a insinuação da Mãe de Deus. Exigiu então o bispo que, como prova da veracidade do seu acerto, trouxesse um sinal convincente. Pela terceira vez a Santíssima Virgem se comunicou a Juan Diego, não mais na colina de Tepejac, mas no meio do caminho à Capital, aonde este se dirigia à procura de um sacerdote para ir junto à cabeceira de seu tio, prestes a morrer. Isto foi num inverno e num lugar inóspito e árido. Maria Santíssima assegurou-o do restabelecimento do enfermo. Juan Diego, em atitude de profunda devoção, estendeu aos pés da Santíssima Virgem seu ma nto, e este, imediatamente se encheu de belíssimas rosas. “É este o sinal - disse-lhe Maria Santíssima - que darei a quem tal pediu. Leva estas rosas ao Sr. Bispo”. A ordem foi cumprida e, no momento em que o piedoso índio espalhou as flores diante do prelado, apareceu sobre o tecido do manto, uma linda pintura de Nossa Senhora, reprodução fiel da primeira aparição na colina de Tepejac. O fato causou grande estupefação, e às centenas acorreram os fiéis ao palácio episcopal, e mais tarde em triunfo levada à grandiosa igreja que se construiu na colina indicada pela Santíssima Virgem.
Desde então, Guadalupe é o grande santuário nacional do México, visitado continuamente pelas multidões de fiéis, que a Maria Santíssima recorrem em todas as suas necessidades. A devoção a Nossa Senhora de Guadalupe se estendeu sobre toda a América Latina, e numerosas são as igrejas que trazem o seu nome.
A partir daí, a evangelização do México tornou-se avassaladora, sendo destruídos os últimos resquícios da bárbara superstição dos astecas, que escravizavam outros povos e sacrificavam seus próprios filhos em rituais sangrentos.
O manto de Juan Diego é ainda hoje venerado no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe. Em 1979 o Papa João Paulo II consagrou solenemente a Nossa Senhora de Guadalupe para toda a América Latina. A santa é muito invocada entre aqueles que sofrem doenças nos olhos.

PESQUISAS CIENTÍFICAS

Os olhos da Virgem de Guadalupe - 12/10/2001

A tecnologia vem sendo usada para desvendar um intrigante fenômeno: os misteriosos olhos da imagem da Virgem de Guadalupe.

Em janeiro de 2001, o engenheiro peruano Jos Aste Tonsmann, do Centro Mexicano de Estudos Guadalupenhos, revelou o resultado de sua pesquisa de 20 anos sobre a imagem gravada na tilma de Juan Diego. Os olhos da imagem, ampliados 2 500 vezes, "mostram o reflexo de umas 13 pessoas", precisamente como aconteceria com olhos verdadeiros que estivessem refletindo uma cena. Tonsmann acredita que a pequena área da pupila retrata a cena de 9 de dezembro de 1531, quando Juan Diego mostrou sua tilma ao bispo Juan de 
Zumrraga. O próprio Diego estaria entre o grupo.


A imagem de várias figuras humanas que parecem constituir uma família (incluindo várias crianças e um bebê levado nas costas por sua mãe, como se acostumava no século XVI), aparecem no centro da pupila da Virgem.

O engenheiro está convicto de que "a imagem não foi pintada por mãos humanas". Em 1979, Philip Callahan e Jody B. Smith, dos EUA, estudaram a gravação com raios infravermelhos e não encontraram nenhum vestígio de tinta ou de tratamentos químicos no tecido.

Richard Kuhn, ganhador do Prêmio Nobel de Química, descobriu que a imagem não tem corantes vegetais, animais ou minerais. Como não existiam corantes sintéticos na época, a imagem se tornou um grande mistério científico. O mais curioso é que as cores conservam seu brilho, a despeito da passagem dos séculos. As cores mudam ligeiramente de tonalidade conforme o ângulo de visão do observador.

Tonsmann diz que as fibras de ayate, usadas pelos índios, se deterioram após duas décadas. A tilma e sua imagem permanecem intactos por quase 470 anos. Ele acredita que se trata de um milagre que contém uma mensagem para o mundo moderno. Sobre a família reunida no centro das pupilas o engenheiro sugere que pode ser uma sutil recomendação para que o valor da família, tão ignorado, seja resgatado em nossos dias.

Já em 1666 o manto foi submetido ao estudo uma comissão de sete pintores famosos da época, chegava a conclusão de que a imagem da Jovem Rainha asteca não podia ser uma pintura feita pelo homem. As cores e luminosidade do rosto, das mãos, da túnica e do manto modificam-se e provocam efeitos de refração da luz, como acontece nas penas de certos pássaros e nas asas de algumas borboletas. Coisa impossível de se reproduzir, humanamente falando, e com as técnicas e produtos existentes.
Além destes, em 1751 e em anos posteriores, vários pintores a pesquisaram e concluíram: Não é pintura; o tecido (fibra vegetal de cacto) não suportaria pintura; não existe esboço; não existe marca alguma de pincel ou outro instrumento usado para pintura.
Em 1929, um pesquisador fotografou os olhos da imagem Tequatlaxopeuh e notou uma imagem, do que parecia um homem de barba, refletida. Uma comissão foi nomeada para pesquisar o fato. Com uma ampliação de 10 vezes era apenas perceptível, mas com 25 vezes ou mais, era muito clara. A imagem de Nossa Senhora de Guadalupe iria espantar o mundo, e causar muitas controvérsias entre os mais famosos oftalmologistas do mundo.
Para constar, descobriu-se o efeito chamado de Purkinje-Sanson (nome dos cientistas que, no final do século XIX, descobriram esta característica do olho humano), que é a formação da tripla imagem, no olho da imagem de Guadalupe. Diversas outras pesquisas foram, e ainda estão sendo realizadas pela ciência com auxílio dos mais modernos equipamentos.

CONCLUSÃO

O culto a Nossa Senhora de Guadalupe deu-se rapidamente, muito contribuindo para a difusão da fé, primeiramente entre os indígenas e posteriormente sendo difundida entre o mundo inteiro, em especial na América Latina, onde foi proclamada padroeira. Após a construção sucessiva de três templos ao pé do cerro de Tepejac, edificou-se o atual, concluído em 1709 e elevado à categoria de Basílica por São Pio X, em 1904.
Em 1704 o Papa Bento XIV confirmou o patrocínio da Virgem de Guadalupe sobre toda a Nova Espanha (do Arizona à costa Rica) e concedeu a primeira Missa e Ofício próprios. Porto rico proclamou-a Padroeira em 1758. Em 12 de outubro de 1892 houve coração pontifícia da imagem, concedida por Leão XIII, que no ano interior aprovara um novo Ofício próprio.
Em 1910 São Pio X proclamou-a Padroeira da América Latina; em 1935 Pio XI designou-a Padroeia das Ilhas Filipinas e, em 1945, Pio XII deu-lhe o título de "Imperatriz da América".
O Papa João Paulo 2º, em 30/07/2002 canonizou, na Basílica de Guadalupe, na Cidade do México, Juan Diego, primeiro índio da América a se converter em santo, em uma cerimônia presenciada por milhares de indígenas.

Uma música interpretada por indígenas usando trajes pré-hispânicos inaugurou as palavras do Papa.

"Declaramos e definimos como santo o beato Juan Diego", disse o papa, ao som de 10 mil maracas pré-hispânicas agitadas pelos que acompanhavam a missa.

A veneração da Virgem de Guadalupe, solícita a prestar auxílio e proteção em todas as tribulações, desperta no povo grande confiança filial; constitui, além disso, um estímulo à prática da caridade cristã, ao demonstrar a predileção de Maria pelos humildes e necessitados, bem como sua disposição em assistí-los.

Referências bibliográficas:
- Na luz Perpétua, 5ª Ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.
- Oração das Horas – vozes, Paulinas, Paulus, Ave-Maria, 1996 – Tradução para o Brasil da Edição Típica.

Algumas fontes de pesquisa:
- http://www.paginaoriente.com.br/titulo