No distrito da cidade de Braga, Portugal, Arquivo da Sé, encontra-se
registrado o nome de uma capela com o título de Nossa Senhora da Guarda,
localizada na paróquia de Gerez do Lima.
Também na serra do Caramulo, a 24 quilômetros de Viseu, há o Santuário
de Nossa Senhora da Guarda. A tradição narra que, no tempo da invasão dos
mouros, muitos cristãos fugindo das crueldades dos sarracenos, escondiam-se nas
grutas das montanhas. Lá, construíram suas ermidas onde pudessem viver sua fé.
Mais tarde, foi elevada à categoria de igreja paroquial. Há vestígios de muita
atividade religiosa. Além dessa devoção em Portugal, também na França,
encontramo-la cheia de piedade e fervor. A história narra que numa capela
construída por um jovem sacerdote, pelo ano de 1214, próxima da Abadia de são
Vítor, em Marselha, o culto se desenvolveu bem depressa. Foram fundadas muitas
associações com o nome de Nossa Senhora da Guarda. No decorrer do tempo, a
primitiva capela ficou pequena e deteriorada. Em 1477, o povo devoto começou a
construir outra maior que funcionou normalmente até o século XIX. Por ser de
cor escura, os franceses chamavam a imagem de Notre Dame la Brune, Nossa
Senhora Morena. Com a vinda da revolução francesa, em 1794, as imagens
desapareceram como por encanto! Restabelecida a paz, o povo, descalço, levou em
procissão nova imagem de Nossa Senhora, do convento de Picpus para a santa
montanha.
Os Padres Oblatos de Maria
Imaculada cuidam da nova igreja desde 1837. Construíram a Basílica que foi
consagrada em 1864. Sobre a torre, há gigantesca imagem de Nossa Senhora, como
símbolo da paz e da verdade.
As romarias continuam em viva atividade. Os peregrinos chegam a uns 700
mil, cada ano. Vêm de muitos lugares da Europa, mas principalmente de Marselha,
França, que considera Nossa Senhora da Guarda como padroeira. Também navegantes
a veneram. Oferecem miniaturas de barcos e navios, bem como de modernos transatlânticos,
como ex-votos e suplicando a proteção da Mãe Imaculada.
Marinheiros há que, ao regressarem
de uma longa viagem, mostra, num gesto de piedade filial, a saudação a Maria
com tiros de canhão. Todos se ajoelham e cantam a "Salva Rainha".
Ainda hoje, piedosos marinheiros ao empreenderem longa viagem, visitam o
Santuário de Nossa Senhora da Guarda e pedem sua proteção. O morro da Guarda é
onde se eleva o majestoso templo de onde se divisa o lindo panorama da baía de
Marselha.
Por Pe. Roque Vicente Beraldi, Cmf.
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