sábado, 1 de dezembro de 2012

NOSSA SENHORA DA LUZ



   Na época da invasão da Europa pelos mouros, em Portugal, 1453, um senhor chamado Pedro Martins, nascido em Carnide, dirigia-se a Algarve para cuidar de seus negócios, quando foi capturado pelos sarracenos. Enviado ao norte da África, tudo fez para se livrar desse cativeiro. Nada conseguindo, recorreu à Santíssima Virgem, a consoladora dos aflitos e esperança dos desesperados. Durante trinta dias sonhou com Maria Santíssima e com ela mantinha terno diálogo.
    No último dia, ela lhe disse que na manhã seguinte estaria livre em sua terra, mas devia levar uma incumbência: recuperar uma imagem sua escondida próximo a uma fonte de um lugar chamado Machado. O ponto exato seria indicado por uma luz fora do comum. Realmente! Sem saber como, Pedro Martins se encontrou livre na sua terra natal. Julgava estar sonhando! Pedro Martins ouvira narrativas do povo sobre uma luz estranha que há algum tempo vinha acontecendo perto da Fonte do Machado e de gente vinda de todos os lugares para contemplar a luz estranha que, todas as noites, brilhava. Ninguém soube explicar o que seria esse fenômeno.
   Ligando ideias, Pedro Martins compreendeu que tinha sido escolhido por Maria Santíssima para restabelecer o culto daquela imagem, como havia sonhado no cativeiro. Repleto de alegria e muito grato, procurou pôr em prática o desejo de Nossa Senhora. Numa noite, ele e seus familiares foram ao local. A luz desconhecida brilhava e se movia até parar num determinado ponto. Ali cavaram, retiraram algumas pedras e encontraram a imagem de Nossa Senhora, Rainha do céu e da terra. Com certeza alguém, temendo que a imagem fosse profanada pelos sarracenos, a teria escondido naquele lugar.
   Quando se espalhou a notícia do encontro da imagem indicada pela luz desconhecida, a afluência do povo foi imensa. Todos queriam conhecer Pedro Martins, que imediatamente começou a construção da capela. O bispo de Lisboa soube do acontecido e ele mesmo se ofereceu para o lançamento da primeira pedra. Mais tarde, em 1596, um magnífico templo substituiu a pequena ermida e naquele ano a festa de Nossa Senhora da Luz começou a ser celebrada.
    Em 1755, um terrível terremoto destruiu a cidade de Lisboa e arredores. Dona Teresa de Jesus Corte Real, ao se refugiar numa capela de Nossa Senhora com todos da família, fez uma promessa: se chegasse ao Brasil, propagaria a devoção a Nossa Senhora da Luz. Tendo alcançado a graça, estabeleceu-se em Diamantina, Minas Gerais. Hoje no Brasil há a Diocese de Luz, sufragânea de Belo Horizonte. De lá, a devoção se espalhou, sobretudo em Paranaguá, Curitiba e Pinhais, que têm Nossa Senhora da Luz como Padroeira.
  
                                                                                                                                                                                                                                                                              Por Pe. Roque Vicente Beraldi, Cmf

Fonte: avemaria: http://WWW.com.br/revista


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