No último dia, ela lhe disse que na manhã
seguinte estaria livre em sua terra, mas devia levar uma incumbência: recuperar
uma imagem sua escondida próximo a uma fonte de um lugar chamado Machado. O
ponto exato seria indicado por uma luz fora do comum. Realmente! Sem saber
como, Pedro Martins se encontrou livre na sua terra natal. Julgava estar
sonhando! Pedro Martins ouvira narrativas do povo sobre uma luz estranha que há
algum tempo vinha acontecendo perto da Fonte do Machado e de gente vinda de
todos os lugares para contemplar a luz estranha que, todas as noites, brilhava.
Ninguém soube explicar o que seria esse fenômeno.
Ligando ideias, Pedro Martins compreendeu
que tinha sido escolhido por Maria Santíssima para restabelecer o culto daquela
imagem, como havia sonhado no cativeiro. Repleto de alegria e muito grato,
procurou pôr em prática o desejo de Nossa Senhora. Numa noite, ele e seus
familiares foram ao local. A luz desconhecida brilhava e se movia até parar num
determinado ponto. Ali cavaram, retiraram algumas pedras e encontraram a imagem
de Nossa Senhora, Rainha do céu e da terra. Com certeza alguém, temendo que a
imagem fosse profanada pelos sarracenos, a teria escondido naquele lugar.
Quando se espalhou a notícia do encontro da
imagem indicada pela luz desconhecida, a afluência do povo foi imensa. Todos
queriam conhecer Pedro Martins, que imediatamente começou a construção da
capela. O bispo de Lisboa soube do acontecido e ele mesmo se ofereceu para o
lançamento da primeira pedra. Mais tarde, em 1596, um magnífico templo
substituiu a pequena ermida e naquele ano a festa de Nossa Senhora da Luz
começou a ser celebrada.
Em
1755, um terrível terremoto destruiu a cidade de Lisboa e arredores. Dona
Teresa de Jesus Corte Real, ao se refugiar numa capela de Nossa Senhora com
todos da família, fez uma promessa: se chegasse ao Brasil, propagaria a devoção
a Nossa Senhora da Luz. Tendo alcançado a graça, estabeleceu-se em Diamantina,
Minas Gerais. Hoje no Brasil há a Diocese de Luz, sufragânea de Belo Horizonte.
De lá, a devoção se espalhou, sobretudo em Paranaguá, Curitiba e Pinhais, que
têm Nossa Senhora da Luz como Padroeira.
Por Pe. Roque Vicente Beraldi, Cmf
Fonte: avemaria: http://WWW.com.br/revista
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