Comemoração litúrgica - 26 de abril
A devoção que
comemoramos hoje remonta a
Igreja Primitiva, de forma que não
temos dados precisos sobre sua origem. Tão antiga é a devoção que a Mãe do Bom
Conselho é invocada na Ladainha Lauretana. Sabemos, contudo, que entre os anos
de 432 e 440, o Papa Xisto III mandou construir uma Igreja dedicada a Nossa
Senhora do Bom Conselho na cidade de Genezzano, Itália, ao lado de um convento
fundado por Santo Agostinho. Esta cidade havia sido doada à Igreja com o
advento dos imperadores cristãos, sucessores do Imperador Constantino que,
convertido, decretara o fim da perseguição aos cristãos e da crucifixão (ano
312). Genezzano iria ser agraciada, cerca de mil anos depois, com um presente
milagroso de Nossa Senhora, como veremos a seguir:
Havia, na idade Média, também outra Igreja, na cidade de
Scutari - Albânia, onde o povo venerava com ardor uma imagem de Nossa Senhora
do Bom Conselho, a que eram atribuídos muitos milagres. A devoção crescia
vertiginosamente, até que no ano de 1467, maometanos turcos invadiram e
dominaram a Albânia, culminando em sérias conseqüências aos cristãos. A
perseguição implacável colocou a Igreja numa situação dificílima, de forma que
muitos cristãos tiveram de abandonar o país e, os que ficaram, tiveram de
permanecer na clandestinidade. Foi nessa ocasião, que dois albaneses de nomes
Solavis e Georgi, ao entrarem no santuário, testemunharam um grande milagre, a
princípio, muito intrigante. Uma nuvem divina rodeou a estampa de Nossa Senhora
que foi como que retirada da parede e elevou-se ao céu, tomando a direção de
Roma, sobre o Mar Adriático. Os peregrinos, impelidos a seguir sua trajetória,
passaram a acompanhar a estampa. Com muita confiança entraram no mar e passaram
a caminhar sobre as ondas a pé enxuto e o atravessaram até chegar às vizinhanças
de Roma. Ali, a estampa rodeada de nuvens foi se afastando até que acabaram
perdendo-a de vista.
Ao mesmo tempo, lá na cidade de Genezzano, na Itália, a
estrutura da Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho estava seriamente
comprometida. A velha igreja construída pelo Papa Xisto III no século V, havia
ficado em ruínas não só pela ação do tempo, mas também pela falta de recursos.
Há muito tempo, porém, uma irmã da Ordem Terceira de Santo Agostinho, chamada
Pedrina, havia tomado à frente do empreendimento, e cuja reconstrução confiou
unicamente à Providência Divina, à Santíssima Virgem e ao santo padre
Agostinho, fundador da ordem a que pertencia. Aos que duvidavam, respondia com
muita fé e confiança que seus esforços não eram vãos e que brevemente seriam postos
a termo, com a força da graça divina.
Era dia 25 de abril, nos festejos de São Marcos Evangelista,
onde também se realizava uma feira pública naquela cidade e que contava com
grande multidão. Repentinamente surgiu no céu uma nuvem em forma de coluna milagrosamente
suspensa no ar, chamando a atenção de todos os circunstantes. Tal coluna
vagarosamente baixou em direção a uma das paredes mais elevadas da igreja em
reconstrução e dissipou-se, imprimindo na parede, à vista de todos, uma imagem
de Nossa Senhora do Bom Conselho, pintada a fresco. Os sinos, por si só,
passaram a badalar consecutivamente, causando estupefação pública,
conseqüentemente a conversão de muito pagãos em Genezzano. Surpresos, uns aos
outros, perguntavam sobre a origem da estampa, quais os desígnios de Deus acerca
de tão grandioso mistério.
A partir deste acontecimento, os padres agostinianos
começaram a divulgar o culto a Nossa Senhora do Bom Conselho, e não tardou que
o número de fiéis de toda a Itália e países circunvizinhos viessem em
peregrinação para reverenciar Nossa Senhora.
O fato foi levado ao Papa Paulo II (Pietro Barbbo -
pontificado 1464 a 1471), que na ocasião foi quem iniciou o processo para
apurar a veracidade dos fatos.
O Papa Leão XIII mandou construir um altar em seu oratório
privado, pessoalmente visitou o santuário, instituiu a Pia União, do qual se
fez membro, redigiu poesias e agraciou a igreja de Nossa Senhora do Bom
Conselho com o título de "Basílica Menor".
No dia 25 de abril de 1993 (viagem apostólica do Papa João
Paulo II à Albânia), mesma data em que a imagem foi levada por anjos de Scutari
para Genezzano (25 de abril de 1467), João Paulo II pessoalmente dirigiu-se ao
antigo templo e doou uma reprodução da imagem original, a qual lá foi
entronizada, marcando definitivamente a reconciliação do governo e da nação albanesa
com a Igreja de Cristo.
O Vaticano, a partir daquele ano, financiou as obras de
reconstrução do Santuário, depreciado por conseqüência da perseguição do regime
comunista.
Referências bibliográficas: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista
Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959. E http://www.paginaoriente.com
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