terça-feira, 1 de janeiro de 2013

NOSSA SENHORA MADRE DE DEUS

Comemoração litúrgica dia 1º de janeiro

  No tempo das perseguições aos cristãos, não havia tempo para meditar e aprofundar as verdades contidas nos evangelhos. Tinham que estar atentos para não serem descobertos pelos pagãos. Viviam nas catacumbas, orando. Depois que Constantino em 313 promulgou o decreto de liberdade aos seguidores de Cristo, puderam meditar e descobrir as belezas contidas na Sagrada Escritura. Uma delas foi reconhecer que Maria era a Mãe de Deus. Nestório presidia o patriarcado de Constantinopla. Ensinava que Maria não era Mãe de Deus, mas somente do Cristo humano. Havia sim duas naturezas distintas, mas ela só era mãe do homem. Não poderia ser chamada Mãe de Deus. São Cirilo levantou a voz contra Nestório. Depois de muitas discussões a respeito, o papa Celestino convocou um Concílio no ano 431 na cidade de Éfeso. Ali predominou a doutrina da maternidade divina de Maria e quem era contra foi considerado herege.
  O povo acompanhava os trabalhos do Concílio e ao tomar conhecimento da resolução final proclamava a maternidade divina de Maria, cantando: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte”. Desse dia em diante, a oração do Anjo, “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”, foi completada com a segunda parte proferida pelo povo.
   Maria foi aclamada Mãe de Deus. No linguajar antigo português, em muitos lugares se conserva a expressão “Madre de Deus” Conta-se que em Portugal, a esposa do rei Dom João II, Dona Leonor, queria colocar uma imagem de Maria na capela de um convento. Enquanto procurava uma imagem, eis que aparecem dois jovens oferecendo uma linda imagem. O preço pedido, porém, era muito alto e não havia possibilidade de adquiri-la. Contudo, os rapazes a deixaram para analisar a possibilidade de comprá-la ou não. Voltariam no dia seguinte, ou para receber o pagamento ou buscar a imagem de volta. Acontece que nunca mais voltaram. Concluíram que os jovens eram anjos que traziam a imagem não feita por mãos humanas. A imagem foi colocada no altar da capela do convento, que foi denominado, “Madre de Deus”. A imagem consta de Maria e José adorando o menino Jesus, figura que principalmente no tempo de Natal aparece nos cartões com votos de felicidades natalinas.
  Em São Luís, no estado do Maranhão, há uma igreja com a invocação de Madre de Deus. O Capitão Manuel da Silva Serrão foi seu fundador. Também na ilha de Curupeba, junto das costas da barra de São Salvador na Bahia, (hoje município) há outra igreja, adornada de ricas pinturas, dedicada à “Madre de Deus”.

                                                             por Pe. Roque Beraldi, Cmf

Fontes: http://www.avemaria.com.br/revista e imagem pintada por Cláudio Pastro.

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