Sua comemoração litúrgica é celebrada no dia 15
de agosto
A
devoção a Nossa Senhora da Esperança é muito antiga na Igreja. Ela remonta aos
primeiros séculos do Cristianismo. Foi oficialmente reconhecida em 656, no
Concílio de Toledo.
Na
Espanha a mesma devoção é conhecida sob o título de “Nossa Senhora do Ó”. Este
nome está intimamente ligado ao Advento, tempo litúrgico em que a Igreja
comemora o período de espera do Salvador prometido. No Ofício Divino da última
semana que precede a festa de Natal, encontramos sete antífonas referentes à
vinda de Cristo e todas elas começam com a exclamação “Ó Sabedoria...”, “Ó
Emanuel...”, “Ó Raiz...” Daí a expressão “Nossa Senhora do Ó”.
Da
Espanha essa devoção se espalhou pela Europa, sendo conhecida em Portugal com o
nome de Nossa Senhora da Esperança. Em certos países da Europa, costuma-se
dizer, ainda hoje, que uma senhora “está na esperança” quando ela aguarda um
bebê. Por isso, “Nossa Senhora do Ó” se chama também “Nossa Senhora da
Esperança”.
De Portugal a devoção a Nossa Senhora da
Esperança foi trazida para o Brasil pelos primeiros colonizadores portugueses
que aqui chegaram, porque seu culto havia se afervorado no ciclo dos
descobrimentos pela intensa fé dos navegadores que, sob a sua proteção, se
aventuravam “por mares nunca d’antes navegados”. No dia 26 de abril de 1500,
Frei Henrique de Coimbra celebrava a primeira missa em terras brasileiras. E,
sobre o altar improvisado, encontrava-se a imagem de Nossa Senhora da
Esperança, que acompanhara a expedição de Cabral, desde Portugal. Uma prova
deste fato é encontrada na obra de Damião Peres, “História da Colonização
Portuguesa no Brasil”, editada no Porto em 1924. Na página 25 desta obra, Jaime
Cortesão nos apresenta uma gravura de Nossa Senhora com a seguinte inscrição:
“Imagem de Nossa da Esperança, que acompanhou Pedro Álvares Cabral na viagem do
descobrimento do Brasil”.
Mas, onde se encontraria aquela imagem
histórica? Na obra citada acima, não encontramos outras referências. Hoje,
entretanto, já temos uma resposta satisfatória. É G. Herstal quem no-la dá, em
seu livro: “Imagens religiosas do Brasil”, editado em São Paulo, em 1956. Ali
ele nos diz claramente que ela se encontra “... na quinta de Belmonte, em
Portugal...”.
Uma réplica desta mesma imagem histórica foi
trazida, no dia 23 de abril de 1969, de Portugal para o Brasil, desta vez,
porém, de avião. No dia 26 a imagem foi colocada sobre um altar improvisado no
local onde era o barracão e posteriormente, após a conclusão de nossa igreja,
para ela transferida.
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