sábado, 29 de março de 2014

MARIA É NECESSÁRIA PARA SE ALCANÇAR A VIDA ETERNA?



Maria é necessária para salvar-se
39.  Sendo a Santíssima Virgem necessária a Deus, duma necessidade que se chama hipotética, em consequência da Vontade Divina, é preciso concluir que Ela é muito mais necessária aos homens para alcançarem o seu fim último.
- Em razão disto não se deve confundir a Devoção à Santíssima Virgem com a devoção aos outros Santos, como se Ela não fosse muito mais necessária, e fosse apenas de super-rogação, isto é, um acréscimo.

A Devoção à Virgem Maria é necessária a todos para salvar-se
§40. Baseados na opinião dos Padres da Igreja (entre outros, de Santo Agostinho, Santo Efrém, diácono de Edessa, São Cirilo de Jerusalém, São Germano de Constantinopla, São João Damasceno, Santo Anselmo, São Bernardo, São Bernardino, São Tomás e São Boaventura), o douto e piedoso Suarez, da Companhia de Jesus, o sábio e devoto Justo Lípsio, doutor de Lovaina, e vários outros provaram, de maneira incontestável, que a Devoção à Santíssima Virgem é necessária para a salvação.
- Provaram ainda que é sinal infalível de reprovação - segundo o sentir do próprio Ecolampádio e de alguns outros heréticos -, a falta de estima e amor à Santíssima Virgem, e que, pelo contrário, é sinal certo de predestinação ser-lhe inteira e verdadeiramente dedicado ou devoto.
§41. Provam-no as figuras e palavras do Antigo e do Novo Testamentos, confirmam-no os sentimentos e exemplos dos santos, ensina-o e demonstra-o a experiência. O próprio demônio e os seus sequazes, instados pela força da verdade, foram muitas vezes obrigados a confessá-lo, ainda que de má vontade.
- De todas as passagens dos Santos Padres e Doutores - de que fiz ampla colheita, para comprovar esta verdade -, cito apenas uma, de São João Damasceno, a fim de não me alongar.

“Ser Vosso devoto, ó Maria Santíssima,
é uma arma de salvação que Deus dá àqueles que quer salvar!”
§42. Poderia referir aqui vários fatos em confirmação do mesmo assunto. Entre outros:
1º. O que vem narrado nas crônicas de São Francisco.
Viu ele, num êxtase, uma grande escada que ia ter ao Céu, e em cuja extremidade estava a Santíssima Virgem. Foi-lhe dado a entender que é necessário subir por essa escada para chegar ao Céu.
2º. O que está nas crônicas de São Domingos, segundo o qual, perto de Carcassone, onde o santo pregava o Rosário, a alma dum infeliz herético estava possessa de quinze mil demônios. Estes foram, por ordem da Santíssima Virgem e para a própria confusão, obrigados a confessar grandes e consoladoras verdades sobre a Devoção a Nossa Senhora.
- Fizeram-no com tanta força e clareza que, por pouca devoção que se tenha à Santíssima Virgem, não se pode ler sem lágrimas de alegria esta história autêntica e o panegírico que da mesma Devoção o demônio fez, ainda que de má vontade.

 Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem Maria - São Luis Maria Grignion de Monfort





sábado, 22 de março de 2014

MARIA É A VIRGEM DAS VIRGENS


Virgem das virgens, em termos bíblicos, significa que Maria foi Virginíssima, a mais virgem de todas. Desde o início do cristianismo Maria era cultuada como “Áiepartenon“, isto é, a “sempre Virgem". A virgindade eterna de Maria é facilmente demonstrável, quer seja pela Sagrada Escritura ou pela Tradição, quer seja pela lógica.  Maria foi Virgem antes do parto, permaneceu Virgem durante e após o parto.
Maria era Virgem antes do parto 
: “O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma virgem desposada… e o nome da Virgem era Maria“. (Luc. I, 26).E a própria Virgem dá testemunho disso ao anjo: “Como se fará isso, pois eu não conheço varão?". 
Maria permaneceu Virgem durante o parto
 O Evangelho nos mostra que Maria,  “deu à luz o seu filho". " E estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar à luz” (Luc. 1, 6).Sendo Maria virgem antes do parto, deve sê-lo também durante o parto, pois o milagre da encarnação é uno e completo. E isto é muito conforme à profecia: “uma virgem conceberá e dará à luz". O Evangelho  faz a aplicação desta profecia: “Ora, tudo aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor, por meio do profeta” (Mat. 1, 22). Ou seja, conceber e dar à luz, virginalmente! Deus quis manter a virgindade de Maria antes e durante o parto, não o precisava, mas assim o fez.
Maria permaneceu virgem após o parto
Se não fosse a vontade de Maria manter a castidade perpétua, sua afirmação (Como se fará isso, pois eu não conheço varão? Lc 1,34) não teria propósito, pois o Anjo poderia lhe responder: “se ainda não conhece, conhecê-lo-á logo; não é José teu esposo?". A sua afirmação só faz sentido, dentro do contexto, tendo Maria feito o voto de castidade perpétua.
ANTES DE COABITAREM:
No Evangelho de São Mateus, diz: “Maria, sua Mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, ela concebeu por virtude do Espírito Santo” (Mt 1, 18). Ora, “antes de coabitarem” significa apenas “antes de morarem juntos na mesma casa". Isso  aconteceu quando “José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa "(Mt 1, 24)
FILHO PRIMOGENITO:
No Evangelho de São Lucas, diz: “Maria deu à luz o seu filho primogênito  (primeiro filho)” (Lc 2, 7). A lei mosaica exige que todo o primogênito (primeiro filho) seja consagrado a Deus, quer seja filho único ou não: “Consagrar-me-ás todo o primogênito entre os israelitas, tanto homem como animal: ele é meu” (Ex 13, 2). 
Um exemplo elucidativo encontrado no Egito, retirado de uma inscrição judaica: “Arisoné entre as dores do parto morreu ao dar à luz seu filho primogênito".  Ou no Êxodo, quando Deus disse: “Todo o primogênito na terra do Egito morrerá” (Ex 11, 5). E assim aconteceu. “Não havia casa em que não houvesse um morto” (Ex 11, 30). Necessariamente, havia, como em todos os países, casais de um só filho; por exemplo, todos os que se tinham casado nos últimos anos… Depois, em outro trecho, Deus ordena: “contar todos os primogênitos masculinos dos filhos de Israel, da idade de um mês para cima” (Num 3, 40). Ora, se há primogênito de um mês de idade, como é que se pode exigir que, para haver primeiro, haja um segundo? Logo, há primogênito sem que haja, necessariamente, um segundo filho. A primogenitura era um título de dignidade e de honra entre os Judeus. 
Geralmente, o filho, primeiro, tinha direito a certos privilégios, como os de herdeiro etc, ficando sujeito a certas obrigações, como vemos na Bíblia. (Lc 2, 23) É, portanto, de propósito e com razão que o Evangelista chama Jesus: “primogênito – “ton protótokon“.  Designa-o, deste modo, como herdeiro de David, como tendo um direito privilegiado sobre esta herança (cf Gen 10, 15 – 21, 12). E é isso que se pode verificar na apresentação de Jesus no templo: “Depois que foram concluídos os dias da purificação de Maria, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor: Todo o varão primogênito será consagrado ao Senhor” (Lc 2, 22).
NÃO A CONHECEU ATÉ QUE DEU À LUZ: Em algumas traduções, aparece em São Mateus: “José não conheceu Maria até que ela desse à luz um filho ”. (Mt 1, 25).  “Até", na linguagem bíblica, refere-se apenas ao passado e não fica claro que após ela dar à luz José a teve como mulher.  A expressão "até que" corresponde ao hebraico ad ki.  Esta partícula na Escritura ocorre para designar apenas o que se deu (ou não se deu) no passado sem indicação do que havia de acontecer no futuro. Assim, não significa que José conheceu Maria após o nascimento de Jesus. O texto do Evangelho quer dizer apenas que "sem que José a conhecesse ela deu à luz o seu filho".  
 Além é claro das palavras de Maria em Lucas que mostra sua firme intenção de permanecer virgem, pois quando o anjo anuncia o nascimento de Jesus, ela poderia deduzir que, SENDO NOIVA, se casaria e teria um menino, no entanto,  pergunta como isso acontecerá pois não conhece homem E NEM TEM INTENÇÃO DE CONHECER ( e aí já vemos a ideia de uma noiva que por inspiração divina quer permanecer virgem):"Como se fará isto, pois não conheço homem?" (Lc 1,34)
Exemplos do uso do até sem indicar que após ele haveria mudança: “Micol, filha de Saul, não teve filhos até ao dia de sua morte” (II Sam 6, 23). Ou então, falando Deus a Jacob do alto da escada que este 

vira em sonhos, disse-lhe: “Não te abandonarei, enquanto  não se cumprir tudo o que disse” (Gen 28, 15).Quererá isso dizer que Deus o abandonaria depois? Em outra passagem, Nosso Senhor diz aos seus Apóstolos: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28, 20). Ora, o texto sagrado deixa claro que a palavra “até” é um reforço do milagre operado, a saber, a encarnação do verbo 
por obra do Espírito Santo, e não por obra de um homem (S. José).

OS IRMÃOS DE JESUS - JESUS TEVE IRMÃOS?
Há sete textos no Novo Testamento que mencionam "Os Irmãos de Jesus", no entanto o mais expressivo é o de Mar 6, 3: "Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?".
Leia também: Mat 13, 55s; Mar 3, 31-35; Mat 12, 46-50; Luc 8, 19-21; Joa 2, 12; Joa 7, 2-10; Ato 1, 14; Gál 1, 19 e 1 Cor 9, 5. Vejamos então, qual o verdadeiro sentido do grau de parentesco entre esses "Irmãos" e Jesus.
A expressão "Irmãos de Jesus" foi concebida originariamente não em ambiente grego, mas no mundo Semita. Os habitantes de Nazaré, por exemplo, não falavam grego, mas aramaico. É preciso, portanto, que procuremos avaliar o sentido da palavra "irmão" em aramaico. Ora, em aramaico, assim como em hebraico (línguas afins entre si), a palavra "Irmãos" Ah, em hebraico e Aha, em Aramaico, designava não somente os filhos dos mesmos genitores, mas também, os primos ou até parentes mais remotos, pois estas línguas eram pobres em vocabulário.
No antigo testamento, vinte passagens atestam o amplo significado da palavra "Irmão", vejamos alguns exemplos: Leiamos Gên 11, 27: "Eis a descendência de Taré: Taré gerou Abrão, Nacor e Arã. Arã gerou Ló".; 
Leiamos Gên 12, 5: "Abrão tomou sua mulher Sarai, seu sobrinho Ló,..."; Agora leiamos Gên 13, 8: "Abrão disse a Ló: que não haja discórdia entre mim e ti, entre meus pastores e os teus, pois somos irmãos". (Leia também Gên 14, 12.14.16).
Leiamos 1 Cro 23, 21-22: "Filhos de Merari: Mooli e Musi. Filhos de Mooli: Eleazar e Cis. Eleazar morreu sem ter filhos, mas teve filhas que foram desposadas pelos filhos de Cis, seus irmãos".
Leiamos Tb 8, 9: Aconselhado pelo Arcanjo Rafael a casar-se com Sara, filha única de Raquel e de Ana, parentes próximos de seu pai, Tobias assim rezou a Deus: "Senhor, sabeis que não é por motivo de luxúria que recebo por mulher esta minha irmã".
Outros exemplos: Gn 12, 8-14; Gn 29, 12.15; Gn 31, 23; Gn 37, 16; Gn 39, 15; Gn 42, 15; Gn 43, 5; 1 Cro 15, 5; 2 Cro 36, 10; 2 Reis 10, 13;1 Sam 20, 29; Lv 10, 4; Jó 19, 13-14; Jó 42, 11.
Comentário: 

Vale esclarecer que na tradução grega foi usado o termo "Adelphós" irmãos, apesar do grego ter a palavra primo, em virtude da língua de pregação de Jesus ser o hebraico e o aramaico, que não tinha palavra própria para dizer primo.  Com base nesta verificação, não teremos dificuldade de compreender que os "Irmãos de Jesus" eram, na verdade, primos de Jesus. Ora, é sabido que entre os orientais, os parentes mais próximos eram chamados de irmãos, como até hoje se dá em alguns países notadamente a Índia, onde em alguns idiomas locais não há palavras para designar "primo" Vejamos as pistas que alguns textos do evangelho nos dão: Mat 27, 55-56: "Estavam ali muitas mulheres olhando de longe. Haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia a servi-lo. Entre elas Maria madalena,Maria, mãe de Tiago e de José e a mãe dos filhos de Zebedeu". (Confira Mar 15, 40).
Comentário:  essa Maria, mãe de Tiago e de José, não é a esposa de José, mas de Clopas (ou Cléofas, ou Alfeu), conforme Joa 19, 25: "Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena".Para melhor compreensão vejamos seguintes: Filhos de Eli (Luc 3,23): José (pai adotivo de Jesus) e Clopas (ou Alfeu ou Cléofas). 

José (pai adotivo de Jesus) casou-se com Maria, mãe de Jesus. Clopas casou-se com uma mulher também chamada Maria (denominada Maria de Clopas). Dessa união, nasceram os seguintes filhos: Tiago (menor); José; Judas (não é o Iscariotes); Simão (não é Simão Pedro). Pois bem, os nomes de Clopas (ou Alfeu ou Cléofas) designam em grego a mesma pessoa, pois são formas gregas do nome aramaico Claphai. O mais antigo historiador da Igreja, Hegesipo (180 d.C. - Memórias) conta-nos que Clopas (ou Alfeu ou Cléofas) era irmão de São José.

É muito comum nas Escrituras uma pessoa ser conhecida pôr 2 ou mais nomes diversos: O sogro de Moisés é chamado Raguel (Êxodo 2, 18 a 21) e logo depois é chamado Jetro (Êxodo 3, 1). Gedeão, depois de ter derribado o altar de Baal é chamado também Jerobaal (Juizes 6, 32). Josias, rei de Judá, é chamado também Azarias (2 Reis 15, 23; 1 Crônicas 3, 12). E no Novo Testamento o mesmo Mateus é chamado Levi: 'Viu um homem, que estava sentado na coletoria de impostos, chamado Mateus (Mateus 9, 9). "Viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos (Marcos 2, 14). O mesmo que é chamado José é chamado Barsabas (Atos 1, 23)". Ainda, para melhor entendimento, é necessário esclarecer que outra família também entra neste contexto, a de Zebedeu tinha por esposa Salomé e teve os seguintes filhos: João (discípulo a quem Jesus amava) e Tiago (maior). Ainda existe a família de João (Joa 21,15), que não é João o Evangelista, que era pai de Simão (que passou a se chamar Pedro) e André. Esse esquema explica a íntima relação que unia as famílias de Clopas e de José. Supõe-se que São José morreu antes da vida pública de Jesus. Parece então que a virgem Maria e seu divino Filho foram para a casa de seu cunhado e as duas famílias se fundiram numa só. 

Quando Jesus, aos 30 anos de idade deixou sua mãe para iniciar sua vida pública, Maria sempre saía acompanhada de seus sobrinhos (a mulher oriental no judaísmo antigo não se apresentava em público sozinha, mas sempre acompanha por parentes próximos masculinos), isto explica porque nos evangelhos Maria aparece frequentemente em companhia dos "Irmãos de Jesus", que na verdade, não eram filhos da virgem Maria, mas sim, seus sobrinhos.

Estavam ao pé da cruz: Segundo os Evangelhos Sinóticos: Mat 27, 55-56: "Estavam ali muitas mulheres olhando de longe. Haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia a serví-lo. Entre elas Maria Madalena,Maria, mãe de Tiago e de José ( mulher de Clopas Jô 19, 25 ) e a Mãe dos filhos de Zebedeu". Mar 15, 40: "Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe. Entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago (menor) e de José, e Salomé". Luc 23, 49: "Os amigos de Jesus como também as mulheres, que o tinham seguido desde a Galiléia, conservavam-se a certa distância, e observavam estas coisas".

Segundo o Evangelista João: João 19, 25: "perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas e Maria Madalena". (Entende-se aqui que Maria de Clopas era concunhada de Maria, termo inexistente na língua hebraica. Talvez Maria de Clopas pudesse também vir a ser irmã de sangue de Maria - mãe de Jesus, porém não há como prová-lo.). Enumerando as mulheres que estavam juntamente com Maria ao pé da cruz, Mateus, Marcos e João as identificam da seguinte maneira:

Mateus 27, 56
Marcos 15, 40
João 19, 25
Maria, mãe de Tiago e de José;
Maria, mãe de Tiago Menor e de José;
a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas
Maria Madalena;
Maria Madalena
Maria Madalena
a mãe dos filhos de Zebedeu.
Salomé


Por aí se vê que a mesma Maria que é apresentada por São João como tia de Jesus (Irmã de sua mãe) é apresentada por São Mateus e São Marcos como mãe de Tiago menor e de José. E é claro que não se trata de Maria Salomé, que é a mãe dos filhos de Zebedeu e, portanto, é mãe de Tiago Maior. Tiago (maior) e João: Mar 10,35: "Aproximaram-se de Jesus Tiago e João, filhos de Zebedeu e disseram-lhe: 'Mestre, queremos que nos concedas tudo o que te pedirmos". Mat 20, 20: "Nisto, aproximou-se à mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica". (Trata-se de Salomé, mulher de Zebedeu).

Relação dos Apóstolos:
Luc 6, 14-16: "Simão, a quem deu o sobrenome de Pedro, André, seu irmão, Tiago, João, Felipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Simão, chamado zelador, Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que foi o traidor".
Mat 10, 2-4: "Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro, depois André, seu irmão. Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Felipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. Simão, o cananeu e Judas Iscariotes, que foi o traidor".(Tadeu é o Judas que não é o Iscariotes). Mar 3, 16-19: "Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer dizer, filhos do trovão. Ele escolheu também André, Felipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão o zelador, e Judas Iscariotes, que o entregou".


PROVAS QUE JESUS ERA FILHO ÚNICO: Jesus foi filho único?
Luc 2, 41-46: "Seus Pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando o menino completou doze anos, segundo o costume, subiram para festa. Terminados os dias, eles voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que ele estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia, e puseram-se a procurá-lo entre os parentes e conhecidos, e não o encontrando, voltaram a Jerusalém à sua procura. Três dias depois, eles o encontraram no templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os".
Comentário: Os dias de festa da Páscoa eram 7 (sete), contando os dias de viagem de ida e volta, a Sagrada Família deve ter ficado cerca de quinze dias fora de casa. Ora, Maria e José não podem ter deixado no lar, por tanto tempo, filhos pequenos, donde se conclui, logicamente, que aos doze anos de idade Jesus era filho único. Por que nunca os evangelhos chamam os "irmãos de Jesus" de "filhos de Maria" ou de "José", como fazem em relação ao Nosso Senhor? E como, durante toda a vida da Sagrada Família, o número de seus membros é sempre três? 
A fuga para o Egito, a perda e o encontro de Jesus no Templo, etc... João 19, 26-27: "Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse a sua mãe: mulher, eis o teu filho! Depois disse ao discípulo: eis a tua mãe! E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa".
Comentário: Jesus ao morrer confiou sua mãe a João evangelista, filho de Zebedeu, membro de outra família. Este gesto seria incompreensível se Maria tivesse outros filhos em casa, já que segundo a lei de Moisés teria que ficar aos cuidados do filho mais velho. Jesus é dito "suposto filho de José" em Luc 3, 23; é dito "o filho de Maria" (com artigo) -"uiós Marias", em Mar 6, 3. O Evangelho nunca diz: "A mãe de Jesus e seus filhos", embora isto fosse natural se ela tivesse outros filhos (ver Mar 3, 31-35 e Ato 1, 14).

OBJEÇÕES PARA A VIRGINDADE DE MARIA X A LOGICA DA VIRGINDADE DE MARIA: Que Maria permanecesse Virgem depois do parto de Jesus, era também muitíssimo conveniente, por que:
1* Sendo Jesus, o Filho unigênito de Deus Pai (Jo 1,14) - o Verbo ou Sabedoria de Deus  (Jo 1,1)-- convinha que também na terra Ele fosse unigênito de Maria (Mc 6,3), chamada no Evangelho de Mãe (apenas ) de Jesus (Jo 2,1), e não Mãe de Jesus, Tiago e João. Os irmãos ditos no Evangelho, na verdade são primos.

2* Se Ele tivesse tido irmãos carnais, pensar-se -ia que esses irmãos também seriam deuses, pois teriam nascido de uma mesma mulher, teriam os mesmos poderes e dons, causando o politeísmo e heresia.
3* É necessário que Deus só tenha uma esposa, assim como é necessário que Ele tenha uma só Igreja (Apo 21, 9) Por isso, assim também a esposa só pode ter um esposo. E Maria só devia ter um esposo real: o próprio Deus (Lc 1, 35), e manter-se virgem por toda a vida (Jo 19, 25-27).
4* Se Jesus se manteve virgem sempre, Maria também pôde se manter virgem por uma graça única de Deus.
5* Se Maria tivesse tido filhos de outrem que não o Espírito Santo, seu Divino esposo, isso seria uma aberração, semelhante ao adultério. No Evangelho de Lucas, ao descrever sua infância aos 12 anos de idade, vemos que a família de Jesus eram apenas José e Maria: "Ora, seus pais iam todos os anos a Jerusalém, à festa da páscoa.42 Quando Jesus completou doze anos, subiram eles segundo o costume da festa; 43 e, terminados aqueles dias, ao regressarem, ficou o menino Jesus em Jerusalém sem o saberem seus pais;  (...) e não o achando, voltaram a Jerusalém em busca dele." (Lc 2, 41-43;45). Esposa do Divino Espírito Santo (Lc 1,35) uma vez, Maria devia se conservar sua esposa fiel sempre, pois ela é a porta pela qual o Verbo de Deus entrou no mundo e a escritura diz: "Esta porta ficará fechada, não se abrirá, nem entrará por ela homem algum; porque o Senhor Deus de Israel entrou por ela; por isso ficará fechada. " (Ez 44,2).Por Maria, Cristo veio ao mundo, assim ela é uma porta sagrada e sua virgindade é o sinal dessa santidade e consagração1 Então me fez voltar para o caminho da porta exterior do santuário, a qual olha para o oriente; e ela estava fechada. 2 E disse-me o Senhor: Esta porta ficará fechada, não se abrirá, nem entrará por ela homem algum; porque o Senhor Deus de Israel entrou por ela; por isso ficará fechada. (Ez 44, 1-2). 


 A imagem foi tirada da internet e a produção em Power Point foi feita por Maria Marta.


sábado, 15 de março de 2014

CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA


    Quem faz a consagração total a Virgem Maria entrega tudo a Jesus Cristo, por suas mãos. Porém, como ficam essas pessoas? Elas não ficam desamparadas?
   Algumas pessoas, quando conhecem melhor a consagração total a Virgem Maria, segundo o método do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, de São Luís Maria Grignion de Montfort, ficam com medo de se consagrar. Parte delas teme que, entregando a Jesus, pelas mãos de Nossa Senhora, o valor de todas as nossas boas obras, orações, mortificações e esmolas, não poderão socorrer aos amigos, parentes e outras pessoas que queiram ajudar. Outras pensam que, entregando tudo nas mãos de Jesus por meio de sua Mãe, ficarão desamparadas no purgatório, sem ter como pagar pelos seus pecados.
   São Luís responde à primeira questão dizendo que não acredita que nossos amigos, parentes ou benfeitores sejam prejudicados, depois “nos termos dedicado e consagrado sem reservas ao serviço de Nosso Senhor e da sua Santa Mãe” (TVD 132). O Santo chega a dizer que pensar isso é uma injúria ao poder e à bondade de Jesus e de Maria. Estes vão “socorrer os nossos parentes, amigos e benfeitores com o nosso pequeno tesouro espiritual, ou por outros meios” (TVD 132).
   Além disso, a consagração total a Jesus por Maria não impede que se reze pelos outros, pelos vivos ou mortos, porém, a aplicação do valor das nossas boas obras depende da vontade de Nossa Senhora. Ao contrário, a devoção a Maria nos levará a orar com mais confiança, como uma pessoa rica que entregou toda a sua “fortuna a um grande príncipe, para honra-lo melhor, suplicaria com mais confiança a este príncipe que desse esmola a algum dos seus amigos que lha pedisse” (TVD 132). Nosso Senhor e a Santíssima Virgem nunca se deixarão vencer em gratidão para com quem entrega tudo com o fim de Lhes honrar.
   Certas pessoas podem temer sofrer muito tempo no purgatório por entregar o valor de suas boas obras a Virgem Maria. Porém, São Luís diz que “esta objeção, que nasce do amor próprio e da ignorância acerca da liberalidade de Deus e da Virgem destrói-se por si mesma” (TVD 133). Segundo ele, uma alma fervorosa e generosa, que valoriza mais os interesses de Deus que os seus, que entrega tudo a Ele sem reservas, sem poder dar mais, que só anseia e se sacrifica inteiramente pela glória e pelo Reino de Jesus por Maria, é para com essa alma generosa e liberal que “Nosso Senhor e sua Santa Mãe são mais liberais neste mundo e no outro na ordem da natureza, da graça e da glória” (TVD 133).
    Assim, a consagração total a Virgem Maria não impede de modo nenhum que coloquemos intenções a favor de nós mesmos ou de outras pessoas. O que muda é que o valor satisfatório e meritório de nossas boas obras nós entregamos a Nossa Senhora, para que ela os administre e use conforme a vontade de Deus. Não devemos temer, pois entregando tudo nas mãos de nossa Mãe Maria Santíssima estamos nos confiando a quem o próprio Filho de Deus se confiou. Confiemo-nos totalmente, nos consagremos a Nossa Senhora, pois ela nos leva a Jesus Cristo e à salvação, ao Reino dos Céus.




sábado, 8 de março de 2014

MARIA É RAINHA


§28. No Céu, Maria impera aos anjos e aos bem-aventurados.
- Como recompensa da sua profunda humildade (Lc 1,48), deu-lhe Deus o poder e o encargo de encher de santos os tronos deixados vazios pela orgulhosa queda dos anjos apóstatas.
- É vontade do Altíssimo, que exalta os humildes (Lc 1, 52), que o Céu, a Terra e os infernos obedeçam, livre ou forçadamente, às ordens da humilde Maria. Por isso, Fê-la:
·         Soberana do Céu e da Terra,
·         Condutora dos Seus exércitos,
·         Guarda dos Seus tesouros,
·         Dispensadora das suas graças,
·         Obreira das suas grandes maravilhas,
·         Reparadora do gênero humano,
·         Medianeira dos homens,
·       Vencedora dos inimigos de Deus e fiel companheira de suas grandezas e triunfos.
§29. Deus Pai quer formar filhos por Maria, até a consumação do mundo, e diz-lhe estas palavras: “Habita em Jacó” (Eclo 24, 13). Isto quer dizer: faze a tua morada e habitação entre os meus filhos e predestinados, figurados por Jacó, e não entre os filhos do demônio e os réprobos, figurados por Esaú.
Nenhum Dom Celeste é, portanto, concedido aos homens, que não passe pelas suas Mãos Virginais de Maria.

Fonte: Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem Maria - São Luis Maria Grignion de Monfort.

sábado, 1 de março de 2014

SEGUNDO O ISLAMISMO - QUEM É A VIRGEM MARIA?


O Alcorão1 não é muito explícito sobre a Virgem Mãe de Deus. Entretanto, a tradição muçulmana proclama, com unanimidade, o extraordinário privilégio de Maria e de seu Filho: o fato de ambos terem sido preservados de qualquer contato com Satanás no momento do nascimento.
A versão mais divulgada deste célebre hadîth2: “Todos os filhos recém-nascidos de Adão são tocados por Satã, menos o Filho de Maria e sua Mãe; quando acontece tal contato, a criança dá o seu primeiro grito”.
Maria, mãe de Jesus, é assim referenciada no Corão (Sura 3:42): Recorda-te de quando os anjos disseram "Ó Maria, é certo que Allah te elegeu e te purificou, e te preferiu a todas as mulheres da humanidade! Allah manifesta Sua suprema vontade através de infinitas e magníficas formas. Através do milagre da vida, da sofisticação da consciência, da imensidão do espaço, da incomensurabilidade do tempo,... Dentre as majestosas expressões de Seus atos, Allah criou Adão (as) por Sua vontade, sem pai nem mãe, criou Eva a partir de Adão (as), porém sem mãe e criou Jesus (as) a partir de Maria (as), porém sem pai. Quando Allah deseja criar, Ele manifesta o comando "Seja" e aquilo que é comandado aparece de imediato.
Todos os comentários reproduzem este primeiro hadîth, que está entre as mais sólidas tradições do Islã, visto que está incluído nas duas antologias que usufruem de autoridade máxima: a de Boukhari e a de Mouslime.
Sempre que esse privilégio de Jesus e de Maria recebeu ataques de pensadores muçulmanos sobre a sua existência ou sobre o seu significado, os representantes da ortodoxia islâmica o defenderam vigorosamente.
Referindo-se a Maria, o sentido que os pensadores muçulmanos dão ao privilégio recebido por ela, apenas se referem que “Maria foi preservada de qualquer mácula”: 3 diz o Corão: “E (Deus propõe o exemplo para aqueles que creem) de Maria, a filha de Heli, que guardou sua castidade; então sopramos nela Nosso Espírito (ou seja, Gabriel), e ela acreditou nas palavras de seu Senhor e Seus Livros e foi devotadamente obediente.” (66: 12) Al-Alousi resume o ensinamento habitual. Ou seja: Deus purificou Maria de todas as máculas comuns às mulheres (períodos como a menstruação, a sequência do parto etc.); “Maria, filha de Imran, que preservou sua castidade, e nela infundimos nosso Espírito e ela confirmou a verdade das palavras de seu Senhor e de Suas Revelações e se contou entre os servos virtuosos.”4 purificou-a, da incredulidade, dando-lhe fé inabalável, preservou-a da indocilidade, concedendo-lhe a virtude inalterável da obediência; livrou-a dos defeitos inerentes à alma e ao caráter dos seres humanos.
E mais - conclui Al-Alousi - o mais correto é tomar a palavra “purificação” no sentido mais vasto e admitir que Deus concedeu a Maria o privilégio de ser pura e isenta de todas as máculas, no sentido próprio e no sentido figurado, as manchas do coração, dos sentimentos e as da carne; deste modo, ela esteve pronta para receber a completa “profusão do Espírito” .
O minimalismo do sobrenatural sobre Maria é compensado pelo esplendor do que é maravilhoso e arrebatador, sob uma forma concreta e, igualmente, extraordinária e cândida. Assim, para Maria, por vontade expressa de Alah (Deus na concepção islâmica), uma espécie de cortina houve entre ela e Satanás no momento do seu nascimento: Hannah chamou a sua filha de Maria (Mariam, em árabe) e invocou a Deus que a protegesse e à sua criança de Satanás: “E eu a chamei de Maria (Mariam), e a entrego e à sua descendência à Tua proteção, contra o maldito Satanás.” (Sura 3:36).
O Corão apresenta apenas três traços, ligeiramente delineados, sobre esses períodos da vida de Maria: infância e juventude.
Como resposta ao voto e à oração da esposa de Imrâne, Maria foi agraciada por Deus e a escolhida de Deus: “E seu Senhor a acolheu, dando-lhe agradável abrigo e a fez florescer e crescer de forma afável...” (Corão 3/34). O Corão declara que foi Zacarias quem se ocupou dela. (3/37). Enfim, “cada vez que Zacarias entrava no santuário onde Maria se encontrava, descobria nela um manancial de recursos”; e lhe diz: ‘de onde lhe vem isso?’ - E ela responde: ‘Isso me vem de Deus, que provê com fartura o que é necessário ao seu escolhido” (3/36). Unindo-se ao zelo de Zacarias por Maria, existe um outra mensagem do Corão: “E tu não estavas no meio deles quando tiravam a sorte para saber quem cuidaria de Maria?” (3/39) Os relatos reunidos pelos comentaristas sobre esses textos do Corão dividem-se em vários sentidos.
Maria teria sido levada ao Templo logo após o nascimento. Zacarias, seu tio, passou a cuidar dela. Ele foi designado por sorteio; visto que, os outros o contestaram, inicialmente pelo direito que Zacarias requeria, em nome do parentesco com a criança... Zacarias manteve a pequena menina encerrada no santuário - ou em sua casa, ou ainda num oratório pessoal munido de sete portas. Maria não precisou contar com uma ama de leite como as outras crianças, pois ela viveu de alimentos celestes, que deixava Zacarias deveras maravilhado. Conforme o exposto, Maria teve, por privilégio, o uso da razão e da palavra desde a mais tenra idade.
Verificando outros conceitos, encontra-se um relato que supõe que a mãe de Maria tivesse morrido logo após o nascimento da filha. O tio da criança, Zacarias, passou a cuidar dela sem qualquer contestação e sem recorrer a recursos ou sorteio. A criancinha cresceu com o tio. Quando mocinha foi admitida para “servir” no Templo. Nesta época, viu-se beneficiada pelos prodígios que provocaram a admiração de Zacarias.
O recurso à sorte só aconteceu bem mais tarde, após um tempo de penúria, durante o qual Zacarias, já muito idoso, não tinha mais forças para vencer as dificuldades materiais e assegurar o necessário para a subsistência de Maria. Era imprescindível encontrar alguém que a amparasse. O acaso designou um carpinteiro chamado Jourayj. Um texto antigo declara que Jourayj era um monge (râhib) e igualmente carpinteiro - velha indicação que insinua a pureza dos costumes do novo tutor de Maria e que ninguém foi capaz de notar.
Jourayj exercia sua profissão e provia as necessidades de Maria, abastecendo a casa do pouco que ele conseguia encontrar naqueles tempos difíceis; porém, o pouco que trazia, era milagrosamente aumentado e melhorado, para grande espanto de Zacarias. O prodígio dos alimentos celestes ─ os tais “proventos” que o Corão registra claramente e que, consequentemente, toda a tradição muçulmana proclama com fervor ─ consistia, seja em frutos do Paraíso; seja no fato de que, na casa onde habitava Maria, o tio encontrava os frutos do verão durante o inverno e vice-versa; seja na multiplicação e na melhoria ou aprimoramento da magra e parca alimentação que o tutor de Maria lhe trazia nos tempos de penúria e escassez.
Não se sabe, de forma precisa, se esse prodígio aconteceu quando Maria era criança ou quando já era moça. Para a maior parte dos exegetas, entretanto, a segunda hipótese parece a mais provável, visto que a resposta de Maria à pergunta de Zacarias “isso vem do Senhor; o Senhor supre com fartura a necessidade do seu escolhido”(3/36), avivara a fé de Zacarias e reanimara nele a esperança de, um dia, receber a graça milagrosa de vir a ter um filho; admite-se que João Batista fosse três meses mais velho que Jesus Cristo.
O Corão 5 a anunciação a Maria é assim relatada: E quando os anjos disseram: Ó Maria, verdadeiramente Allah te anuncia o Seu Verbo, seu nome será o Messias, Jesus, filho de Maria, honrado neste mundo e no outro, e estará entre os próximos a Allah..Falará aos homens no berço e na maturidade, e estará entre os virtuosos. Ela perguntou: Ó meu Senhor, como poderei ter um filho se nenhum homem jamais me tocou? Ele disse: Assim será Allah cria o que deseja. Quando decreta algo, Ele apenas diz: "Seja!" e é. Disse-lhe: Como poderei ter um filho, se nenhum homem me tocou e eu não perdi a castidade? Ele disse: Assim será, pois teu Senhor disse: Isto é fácil para Mim, e desejamos fazê-lo um sinal para os homens e uma Misericórdia: Este é um assunto assim decretado.
Alguns estudiosos islâmicos entendem tal nobreza na Virgem Maria que consideram sua alma de natureza profética, uma vez que, em diversas passagens do Corão, há indicações de que o Anjo Gabriel lhe dirigiu a palavra. Isto seria prova suficiente de seu caráter profético, uma vez que o Anjo Gabriel só desce para manifestar-se a profetas.
Dentre as religiões reveladas, os muçulmanos consideram o cristianismo a mais próxima, uma vez que, tal como os cristãos, honra e ama Jesus e sua abençoada mãe, a Virgem Maria: “E lembra-lhes, Muhammad, de quando os anjos disseram, ‘Ó Maria! Por certo Deus te escolheu e te purificou, e te escolheu sobre todas as outras mulheres dos mundos. Ó Maria, Sê devota a teu Senhor e prostra-te e curva-te com os que se curvam (em oração).” (Sura 3:42-43.).

                                                                            por Alexandre Martins, cm.

Fonte:
1- Alcorão ou Corão (em árabe قُرْآن, transl. al-qur’ān, "a recitação") é o livro sagrado do Islã. Os muçulmanos creem que o Alcorão é a palavra literal de Deus (Alá) revelada ao profeta Maomé (Muhammad). A palavra Alcorão deriva do verbo árabe que significa declamar ou recitar; Alcorão é portanto uma "recitação" ou algo que deve ser recitado. Há duas variantes para o nome do livro usadas comumente: "Corão" e "Alcorão".
2- (árabe) transmissão oral da notícia de um ditado, de um ato, de um fato.
3- J-M. Abd-El-Jadil,in “Maria e o Islã, p. 17, Ed. Beauchesne, 1950
4- Sura 66:12
5- Sura 3:45-48 e Sura 3:45-48.