sábado, 22 de fevereiro de 2014

OS NOMES DE MARIA NO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA


“Hodoghitria" ou “quem mostra o caminho”1
A partir do consentimento dado na fé por ocasião da Anunciação do anjo a Maria de que Ela seria a Mãe do Salvador e mantido sem hesitação sob a cruz, a maternidade de Maria se estende aos irmãos e às irmãs de seu Filho "que ainda são peregrinos e expostos aos perigos e às misérias”. Jesus, o único Mediador, é o Caminho de nossa oração; Maria, sua Mãe e nossa Mãe, é pura transparência dele. Maria "mostra o Caminho" (em grego Hodoghitria), é seu "sinal” conforme a iconografia tradicional no Oriente e no Ocidente.
“Panhaghia” ou “toda santa” 2
Os Padres da tradição oriental chamam a Mãe de Deus "a toda santa" (do grego Pan-hagia), celebram-na como "imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espírito Santo, e formada como uma nova criatura". Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.
Advogada, Auxiliadora, Protetora, Medianeira3
"Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira."
Assunta ao céu 4
"Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo. "A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos: “Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte...”5
Cheia de graça 6
O Espírito Santo preparou Maria com sua graça. Convinha que fosse "cheia de graça" a mãe daquele em quem "habita corporalmente a Plenitude da Divindade" (Cl 2,9). Por pura graça, ela foi concebida sem pecado como a mais humilde das criaturas; a mais capaz de acolher o Dom inefável do Todo-Poderoso. É com razão que o anjo Gabriel a saúda como a "filha de Sião": "Alegra-te". É a ação de graças de todo o Povo de Deus, e, portanto da Igreja, que ela faz subir ao Pai no Espírito Santo em seu cântico, enquanto traz em si o Filho Eterno.
Esse duplo movimento da oração a Maria encontrou uma expressão privilegiada na oração da Ave-Maria: "Ave, Maria (alegra-te, Maria)." A saudação do anjo Gabriel abre a oração da Ave-Maria. E o próprio Deus que, por intermédio de seu anjo, saúda Maria. Nossa oração ousa retomar a saudação de Maria com o olhar que Deus lançou sobre sua humilde serva7, alegrando-nos com a mesma alegria que Deus encontra nela. 8
"Cheia de graça, o Senhor é convosco." As duas palavras de saudação do anjo se esclarecem mutuamente. Maria é cheia de graça porque o Senhor está com ela. A graça com que ela é cumulada é a presença daquele que é a Fonte de toda graça. "Alegra-te, filha de Jerusalém... o Senhor está no meio de ti" (Sf 3,14.17a). Maria, em quem vem habitar o próprio Senhor, é em pessoa a filha de Sião, a Arca da Aliança, o lugar onde reside a glória do Senhor: ela é "a morada de Deus entre os homens" (Ap 21,3). "Cheia de graça", e toda dedicada àquele que nela vem habitar e que ela vai dar ao mundo.
"Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus." Depois da saudação do anjo, tornamos nossa a palavra de Isabel. "Repleta do Espírito Santo" (Lc 1, 41), Isabel é a primeira na longa série das gerações que declaram Maria bem-aventurada': "Feliz aquela que creu..." (Lc 1,45): Maria é "bendita entre as mulheres" porque acreditou na realização da palavra do Senhor. Abraão, por sua fé, se tornou uma bênção para "todas as nações da terra" (Gn 12,3). Por sua fé, Maria se tomou a mãe dos que creem, porque, graças a ela, todas as nações da terra recebem Aquele que é a própria bênção de Deus: "Bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus".
Escrava do Senhor 9
Maria10 "permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo de seu seio, Virgem sempre": com todo o seu ser Ela é "a Serva do Senhor" (Lc 1,38).
Imaculada 11
Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, "cumulada de graça" por Deus, 12 foi redimida desde a concepção. É isso que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo papa Pio IX: A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano foi preservada imune de toda mancha do pecado original. 13 Esta "santidade resplandecente, absolutamente única" da qual Maria é "enriquecida desde o primeiro instante 14 de sua conceição, lhe vem inteiramente de Cristo: "Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime”.15 Mais do que qualquer outra pessoa criada, o Pai a "abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo" (Ef 1,3). Ele a "escolheu nele (Cristo), desde antes da fundação do mundo, para ser santa e imaculada em sua presença, no amor" (Ef 1,4).
Mãe da Igreja 16
Depois de termos falado do papel da Virgem Maria no mistério de Cristo e do Espírito, convém agora considerar lugar dela no mistério da Igreja. "Com efeito, a Virgem Maria (...) é reconhecida e honrada como a verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. (...). Ela é também verdadeiramente 'Mãe dos membros [de Cristo] (...), porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que são os membros 17 desta Cabeça'." (...) Maria, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja [a13] . 18
O papel de Maria para com a Igreja é inseparável de sua união com Cristo, decorrendo diretamente dela (dessa união), "Esta união de Maria com seu Filho na obra da salvação manifesta-se desde a hora da concepção virginal de Cristo até sua morte."19 Ela é particularmente manifestada na hora da paixão de Jesus: A bem-aventurada Virgem avançou em sua peregrinação de fé, manteve fielmente sua união com o Filho até a cruz, onde esteve de pé não sem desígnio divino, sofreu intensamente junto com seu unigênito. E com ânimo materno se associou a seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima ela por gerada. Finalmente, pelo próprio Jesus moribundo na cruz, foi dada como mãe ao discípulo com estas palavras: "Mulher, eis aí teu filho" (Jo 19,26-27). 20
Após a ascensão de seu Filho, Maria "assistiu com suas orações a Igreja nascente”. 21 Reunida com os apóstolos e algumas mulheres, "vemos Maria pedindo, também ela, com suas orações, o dom do Espírito, o qual, na Anunciação, a tinha coberto com sua sombra". 22
Maria Assunta 23
“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo."24 A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos: Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte... 25
Nossa Mãe na Ordem da Graça 26
Por sua adesão total à vontade do Pai, à obra redentora de seu Filho, a cada moção do Espírito Santo, a Virgem Maria é para a Igreja o modelo da fé e da caridade. Com isso, ela é "membro supereminente e absolutamente único da Igreja”,27 sendo até a "realização exemplar (typus)" da Igreja. 28
Mas seu papel em relação à Igreja e a toda a humanidade vai ainda mais longe. "De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça."29
"Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira."30
"A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (...) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, estriba-se em sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere31 toda a sua força." "Com efeito, nenhuma criatura jamais pode ser equiparada ao Verbo encarnado e Redentor. Mas, da mesma forma que o sacerdócio de Cristo é participado de vários modos, seja pelos ministros, seja pelo povo fiel, e da mesma forma que a indivisa bondade de Deus é realmente difundida nas criaturas de modos diversos, assim também a única mediação do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas uma variada cooperação que participa 32 de uma única fonte."
Mãe de Cristo 33
A tradição cristã vê nesta passagem um anúncio 34 do "novo Adão", que, por sua "obediência até a morte de Cruz" (Fl 2,8), repara com superabundância a desobediência de Adão 35. De resto, numerosos Padres e Doutores da Igreja veem na mulher anunciada no "proto-evangelho" a mãe de Cristo, Maria, como "nova Eva". Foi ela que, primeiro e de uma forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: ela foi preservada de toda mancha do pecado original 36 e durante toda a vida terrestre, por uma graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado.37
Mãe de Deus 38
A heresia Nestoriana via em Cristo uma pessoa humana unida à pessoa divina do Filho de Deus. Diante dela, São Cirilo de Alexandria e o III Concílio Ecumênico, reunido em Éfeso em 431, confessaram que "o Verbo, unindo a si em sua pessoa uma carne animada por uma alma racional, se tornou homem". 39 A humanidade de Cristo não tem outro sujeito senão a pessoa divina do Filho de Deus, que a assumiu e a fez sua desde sua concepção. Por isso o Concílio de Éfeso proclamou, em 431, que Maria se tornou de verdade Mãe de Deus pela concepção humana do Filho de Deus em seu seio: "Mãe de Deus não porque o Verbo de Deus tirou dela sua natureza divina, mas porque é dela que ele tem o corpo sagrado dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne". 40
Denominada nos Evangelhos "a Mãe de Jesus" (João 2 ,1;19,25), 41 Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como "a Mãe de meu Senhor" (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu no Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos). 42 Maria é verdadeiramente "Mãe de Deus", visto ser a Mãe do Filho Eterno de Deus feito homem, que é ele mesmo Deus.
Mãe dos vivos 43
Ao anúncio de que, sem conhecer homem algum, ela conceberia o Filho do Altíssimo pela virtude 44 do Espírito Santo, Maria respondeu 45 com a "obediência da fé", certa de que "nada é impossível a Deus": "Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,37-38). Assim, dando à Palavra de Deus o seu consentimento, Maria se tomou Mãe de Jesus e, abraçando de todo o coração, sem que nenhum pecado a retivesse, a vontade divina de salvação entregou-se ela mesma totalmente à pessoa e à obra de seu Filho, para servir, na dependência dele e com Ele, pela graça de Deus, ao Mistério da Redenção: 46 Como diz Santo Irineu 47, "obedecendo, se fez causa de salvação tanto para si como para todo o gênero humano". Do mesmo modo, não poucos antigos Padres dizem com ele: "O nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela incredulidade a Virgem Maria desligou 48 pela fé”. Comparando Maria com Eva, chamam Maria de "mãe dos viventes" e com frequência afirmam: "Veio a morte por Eva e a vida por Maria”. 49 A Virgem Maria cooperou "para a salvação humana, com livre fé e obediência" 50 Pronunciou seu 'fiat" (faça-se) "em representação de toda a natureza humana".51 Por sua obediência, tornou-se a nova Eva, Mãe dos viventes.
Nova Eva 52
A tradição cristã vê nesta passagem um anúncio do "novo Adão", que, por sua "obediência até a morte de Cruz" (Fl 2,8), repara com superabundância a desobediência de Adão. De resto, numerosos Padres e Doutores da Igreja veem na mulher anunciada no "protoevangelho" a mãe de Cristo, Maria, como "nova Eva". Foi ela que, primeiro e de uma forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: ela foi preservada de toda mancha do pecado original53 e durante toda a vida terrestre, por uma graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado. 54
Sede da sabedoria 55
Maria, a Mãe de Deus toda santa, sempre Virgem, é a obra prima da missão do Filho e do Espírito na plenitude do tempo pela primeira vez no plano da salvação e porque o seu Espírito a preparou, o Pai encontra a Morada em, que seu Filho e seu Espírito podem habitar entre os homens. E neste sentido que a Tradição da Igreja muitas vezes leu, com relação a Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria é decantada e representada na Liturgia como o "trono da Sabedoria". Nela começam a manifestarem-se as "maravilhas de Deus" que o Espírito vai realizar em Cristo e na Igreja.
Sempre Virgem 56
O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria,57 mesmo no parto do Filho de Deus feito homem.58 Com efeito, o nascimento de Cristo "não lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal" de sua mãe.59 A Liturgia da Igreja celebra Maria como a "Aeiparthenos" (="sempre virgem").60 A isto objeta-se por vezes que a Escritura menciona Irmãos e irmãs de Jesus.61 A Igreja sempre entendeu que essas passagens não designam outros filhos da Virgem Maria: com efeito, Tiago e José, "irmãos de Jesus" (Mt 13,55), são os filhos de uma Maria discípula de Cristo 62 que significativamente é designada como "a outra Maria" (Mt 28,1). Trata-se de parentes próximos de Jesus, consoante uma expressão conhecida do Antigo Testamento. 63 Jesus é o Filho Único de Maria. Mas a maternidade espiritual de Maria 64 estende-se a todos os homens que Ele veio salvar: “Ela gerou seu Filho, do qual Deus fez “o primogênito entre uma multidão de irmãos” (Rm 8,29), isto é, entre os fiéis, em cujo nascimento e educação Ela coopera com amor materno”.
“Typus” da Igreja 65
Por sua adesão total à vontade do Pai, à obra redentora de seu Filho, a cada moção do Espírito Santo, a Virgem Maria é para a Igreja o modelo da fé e da caridade. Com isso, ela é "membro supereminente e absolutamente único da Igreja", 66 sendo até a "realização exemplar (typus)" da Igreja.67.
Ícone escatológico da Igreja 68
A melhor maneira de concluir é voltar o olhar para Maria, a fim de contemplar nela (Maria) o que é a Igreja em seu mistério, em sua "peregrinação da fé", e o que ela (Igreja) será na pátria ao termo final de sua caminhada, onde a espera, "na glória da Santíssima e indivisível Trindade", "na comunhão de todos os santos", 69 aquela que a Igreja venera como a Mãe de seu Senhor e como sua própria Mãe: Assim como no céu, onde já está glorificada em corpo e alma, a Mãe de Deus representa e inaugura a Igreja em sua consumação no século futuro, da mesma forma nesta terra, enquanto aguardamos a vinda do Dia do Senhor, ela brilha como sinal da esperança segura e consolação para o Povo de Deus em peregrinação.

                                                                                              Por Alexandre Martins, cm. 

Fontes:
1- Catecismo da Igreja Católica (CIC) § 2674
2- CIC §493
3- CIC §969, Constituição Dogmática Concílio Vaticano II Lumen gentium, 56.
4- CIC §966, Lumen Gentium 59. Proclamação do dogma da Assunção da bem-aventurada Virgem Maria pelo Papa Pio XII em 1950 : DS 3903.
5- Liturgia Bizantina, Tropário da Festa da Dormição (15 de agosto). O tropário é como que uma antífona mais prolongada. Costuma ser formado por uma estrofe cantada pelo coro, um estribilho respondido pela comunidade. Esta estrofe é mais longa que uma antífona, enquanto que os versículos estão pensados à maneira de «tropos», cantados por um solista, com resposta mais breve da comunidade. Às vezes, os tropários têm formas parecidas aos nossos responsórios do ofício de Leitura ou aos responsórios breves das outras Horas.
6- CIC §722, § 2676
7- Lc 1, 48: porque olhou para a humilhação de sua serva. Doravante todas as gerações me felicitarão...
8- Sf 3,17: Javé, o seu Deus, o valente libertador, está no meio de você. Por causa de você, ele está contente e alegre e renova o seu amor por você; está dançando de alegria por sua causa,
9- CIC §510
10- S. Agostinho, sermão 186, 1 : PL 38, 999
11- CIC § 491, § 492
12- Lc 1, 28
13- DS 2803
14- Lumen Gentium, 56
15- Lumen Gentium, 53
16- CIC §963, §964, §965,
17- Lumen Gentium, 53, citando Santo Agostinho, virg. 6 : PL 40,399
18- Paulo VI discurso de 21/11/64.
19- Lumen Gentium, 75.
20- Lumen Gentium, 58.
21- Lumen Gentium, 69.
22- Lumen Gentium, 59.
23- CIC §966
24- Lumen Gentium, 59. Proclamação do dogma da Assunção da bem-aventurada Virgem Maria pelo Papa Pio XII em 1950 : DS 3903.
25- Liturgia Bizantina, Tropário da Festa da Dormição (15 de agosto)
26- CIC §§ 967-970
27- Lumen Gentium, 53
28- Lumen Gentium, 63
29- Lumen Gentium, 61
30- Lumen Gentium, 62
31- Lumen Gentium, 60.
32- Lumen Gentium, 62
33 - CIC § 411
34- (cf. 1 Coe 15, 21-22. 45)
35- Rm 5,19-20
36- Pio IX, Bula Ineffabilis Deus: DS 2803
37- Concílio de Trento : DS 1573)
38- CIC § 466, §495, §509
39- DS 250
40- DS 251
41- cf. Mt 13, 55
42- DS 251
43- CIC §494, §511
44- Lc 1, 28-37
45- Rm 1, 5
46- Lumen Gentium, 56
47- Santo Irineu - Hær. 3, 22, 4
48- Santo Irineu - Hær. 3, 22, 4
49- Lumen Gentium, 56.
50- Lumen Gentium, 64.
51- São Tomás de Aquino., s. th. 3, 30, 1
52- CIC § 411,
53- Pio IX, Bula Ineffabilis Deus: DS 2803)
54- Concílio de Trento: DS 1573)
55- CIC §721
56- CIC §§ 499-501
57- DS 427
58- DS 291 ; 294 ; 442 ; 503 ; 571 ; 1880
59- DS 291 ; 294 ; 442 ; 503 ; 571 ; 1880
60- Lumen Gentium, 52
61- Mc 3, 31-35 ; 6, 3 ; 1 Co 9, 5 ; Ga 1, 19
62 - Mt 27, 56
63- Gn 13, 8 ; 14, 16 ; 29, 15 ; etc
64- Lumen Gentium, 53
65- CIC §967
66- Lumen Gentium, 63
67- Lumen Gentium, 69
68- CIC §972
69- Lumen Gentium, 68


sábado, 15 de fevereiro de 2014

O SIGNIFICADO DO MANTO DE NOSSA SENHORA



   “Se alguém pedir tua túnica, dá também o teu manto…” (Mat 5,40).
Desde a Antiguidade, o manto representa uma espécie de “extensão” de seu possuidor, um recurso visível e simbólico para se mostrar o alcance dos poderes daquele determinado personagem.
   Quando uma pessoa perseguida recorria, em seu desespero, a alguém poderoso em busca de proteção, era costume que o protetor lhe revestisse publicamente com o seu próprio manto. Em determinados casos, o manto com as insígnias chegava mesmo a ser “emprestado” àquele que outrora era perseguido, o que lhe dava salvo-conduto por todo o Reino. Em outras palavras, ser revestido pelo manto de alguém poderoso significa nada menos que ser adotado, receber as dignidades de Seu Nome.
   Por isso, ao invocarmos a intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus, Nossa Senhora, pedimos que ela nos cubra com seu manto, ou seja, nos envolva em seu poder materno, nos adote e nos dê a dignidade de seu nome poderoso, levando-nos a Jesus, como Elias ao lançar o manto em Eliseu, simbolizando o chamado dele ao seu seguimento (I Reis 19,19-20): "Elias, partindo dali, encontrou Eliseu, filho de Safat, lavrando com doze juntas de bois diante dele; ele mesmo conduzia a duodécima junta. Elias aproximou-se e jogou o seu manto sobre ele. 20. Eliseu, deixando imediatamente os seus bois, correu atrás de Elias, e disse: Deixa-me ir beijar meu pai e minha mãe, depois te seguirei. Vai, disse-lhe Elias, mas volta, porque sabes o que te fiz." Elias lançou seu manto, símbolo de suas responsabilidades como servo de Deus, sobre os ombros de Eliseu (leia Nm 20,28). O simbolismo é muito óbvio. Eliseu recebeu, então, um chamado sagrado.
   O manto de Elias significava devoção, comprometimento e dedicação. Quando Elias lançou sobre os ombros do jovem o manto da consagração, isso foi para Eliseu o sinal de que Deus o havia chamado para seguir os passos de Elias.

Do mesmo modo, o manto de Nossa Senhora é invocado sobre nós, pedimos que Ela nos jogue seu manto, nos coloque sobre ele, para sentirmos também a graça do Espírito de Deus que a envolveu e a fez Bendita entre todas as mulheres ( Luc 1,42), Graça Plena ( Luc 1,28). 

   Essa intercessão de Maria é possível, pois após a morte todos os Santos estão diante de Deus (Luc 16,22; 20,38; 23,42; Fil 1,23; II Cor 5,1; Apo 7,15; 14,4) e podem interceder por nós, como mediadores secundários que somos ( I Jo 5,16; Tg 5,16; I Tim 2,1; Fil 1,19; II Cor 1,11), pois no céu oram, louvam e servem a Deus sem cessar (Apo 6,9ss; 7,4ss;14,1ss; Luc 16, 19ss;II Mac 4,30;15,12-14).

  Eles intercedem apoiando-se em Cristo, que vive para interceder e é o Único Mediador de nossa Salvação ( I Tim 2,5; Heb 7,25; 8,6) e é o corpo místico da Igreja do qual todos fazem parte (I Cor 12,12.20) ,vivos e mortos (Rom 14,8;II Cor 5,9; Luc 20,38; I Tes 5,10) , pois a morte não nos separa do Senhor (Rom 8,38-39), ao contrário, nos une ( II Cor 5,6-8; I Tes 5,10; Fil 1,23).

   Diz Isaías 6: “As franjas do manto de Deus enchiam todo o templo”.  Nessa passagem, o manto é a figura simbólica para a Glória de Deus. Assim, ao invocarmos que Maria nos coloque sob seu manto, simbolicamente pedimos que ela nos ponha sobre a proteção de sua intercessão.
Imploramos ser revestidos do manto de Nossa Senhora, para assim como Eliseu, sentir o chamado de imitá-la, de segui-la no amor e dedicação a Jesus e  de como Ela um dia ser elevado no amor ao céu, pois a escritura diz que "como os olhos das escravas estão fitos nas mãos de sua senhora, assim os nossos olhos, no Senhor, até de nós ter piedade. " (Sl 122,2).
   Assim, ficamos com os olhos fitos nas mão de Nossa Senhora em oração e no Senhor esperando sua misericórdia.

   O manto da Virgem para nós é fonte de proteção e milagres, como o manto de Elias, após sua subida ao céu, o foi para Eliseu, que tomando-o pela invocação do nome de Elias realizava milagres, assim como nós que invocando o nome venerável da Virgem, a Plena de Graça, vemos Deus realizar prodígios em nossa vida (II Reis 2, 8.11-15):
8. Elias tomou o seu manto, dobrou-o e feriu com ele as águas, que se separaram para as duas bandas, de modo que atravessaram ambos a pé enxuto.
11. Continuando o seu caminho, entretidos a conversar, eis que de repente um carro de fogo com cavalos de fogo os separou um do outro, e Elias subiu ao céu num turbilhão.
12. Vendo isso, Eliseu exclamou: Meu pai, meu pai! Carro e cavalaria de Israel! E não o viu mais. Tomando então as suas vestes, rasgou-as em duas partes.
13. Apanhou o manto que Elias deixara cair, e voltando até o Jordão, parou à beira do rio.
14. Tomou o manto que Elias deixara cair, feriu com ele as águas, dizendo: Onde está o Senhor, o Deus de Elias? Onde está ele? Tendo ferido as águas, estas separaram-se para um e outro lado, e Eliseu passou.
15. Os filhos dos profetas que estavam em Jericó, vendo o que acontecera defronte deles, disseram: O Espírito de Elias repousa em Eliseu. Foram-lhe ao encontro, prostraram-se por terra diante dele..."
   Vemos nesse texto como Eliseu venerava Elias chamando-o de Pai carro e cavalaria de Israel,  invocando a Deus por meio de Elias realiza prodígios e como os filhos dos profetas reconhecem nele o espírito de Elias e o veneram prostrando-se, tudo isso encontramos no nosso culto à Santa Mãe de Deus, a Virgem Maria.
   Nós a veneramos como Eliseu venerou Elias, invocamos a Deus por sua intercessão vendo suas graças em nossas vidas e buscamos levar sua presença materna, seu espírito, a todos que precisam e como os filhos dos profetas, nos prostramos aos pés de Maria, pois nela reconhecemos o Templo perfeito de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo.
    Existe uma diferença em adorar (culto prestado a Deus, Senhor de tudo, como em Jo 4,24; 9,38) e venerar ( respeito e honra prestado aos Profetas, Santos e Anjos, como vemos em I Sam 25,23; I Re 18,7; Num 22,31).

Os milagres do manto de Jesus: Ora, uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do manto. (São Mateus 9, 20).
Dizia ela consigo: Se tocar, ainda que seja na orla do seu manto, estarei curada. (São Marcos 5, 28) aproximou-se dele por detrás e tocou-lhe a orla do manto; e no mesmo instante lhe parou o fluxo de sangue. (São Lucas 8, 44).
   Se pensarmos como o manto de Jesus era fonte de milagres poderíamos imaginar como Maria não seria fonte de graças inesgotáveis?
   Se um simples toque com fé no manto de Jesus realizava prodígios, imagine o que não faz uma simples Ave Maria, um toque, no coração da Mãe de Deus? Se o manto de Jesus era sagrado apenas por tocá-lo durante certo tempo, como não seria Sagrada e digna de veneração àquela que envolveu o corpo de Jesus por nove meses e o carregou e amamentou por um bom tempo?
   Como não seria fonte de milagres aquela que o envolveu como um manto, que foi de onde Ele, o Verbo Divino, tirou seu próprio corpo e sangue?

   Segundo tradições antigas o manto de Jesus pode ter sido um presente de sua Mãe. E teria sido cuidadosamente tecido no aconchego de sua casa a mais preciosa veste de seu Filho Divino.
   Esse mesmo manto foi reconhecido como precioso até mesmo pelos algozes do Senhor, que, admitindo a arte das mãos pelas quais fora tecido, simplesmente não o ousaram rasgar: "Depois de o haverem crucificado, dividiram suas vestes entre si, tirando a sorte. Cumpriu-se assim a profecia do profeta: Repartiram entre si minhas vestes e sobre meu manto lançaram a sorte (Sl 21,19). "(São Mateus 27, 35).
"23. Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura.
24. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será. Assim se cumpria a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica (Sl 21,19). Isso fizeram os soldados." ( São João 19,23-24).
   Indivisível mesmo na hora da Paixão, ele também prefigura a Unidade da Igreja (Jo 17,20-21; Ef 4,4-6) – como também dos Remidos. 
   A Unidade tecida pelas poderosas mãos de Maria não pode ser rompida nem mesmo por aqueles sob as trevas dos maiores tormentos.

   A Comunidade tecida pelas mãos da Mãe do Senhor é reconhecida como preciosa até mesmo pelos infiéis.
   Sob o manto de Jesus temos toda a salvação e graça, Ele nos dá a paz, como lemos em: Aproximaram-se de Jesus e viram o possesso assentado, coberto com seu manto e calmo, ele que tinha sido possuído pela Legião. E o pânico apoderou-se deles. (São Marcos 5, 15). Por isso, ao pedirmos que Maria nos leve a Ele, buscamos ser revestidos desse manto sagrado tecido por ela de duas maneiras:
1- de acordo com a tradição, Maria fez o manto e o deu a seu Filho.
2- Maria foi o próprio manto do Senhor enquanto este esteve em seu seio por nove meses.

   A Mãe, ao revestir os Remidos com o seu manto, reproduz de forma carinhosa aquilo que o próprio Espírito de Deus havia feito com ela mesma: ela nos cobre com Sua Sombra. 
  Nossa Mãe, a nos cobrir com Seu Manto, designa-nos com o Seu Nome. Ela, que é reconhecida pela Igreja de Seu Filho como Rainha dos Céus e da Terra (Apo 12,1) – os mesmos domínios onde, conforme Isaías 6, a glória de Deus resplandecem – nos dá Seu salvo-conduto para exercermos com poder e autoridade o Testemunho dos Remidos, transitando livremente por esse mundo, literalmente revestidos pelas santas e poderosas insígnias da Mãe de Deus.
   Assim, os Remidos vivem sob a proteção pública de Sua Mãe, gozando livremente daquilo que a Ela mesma pertence: a dignidade e o poder concedidos por Deus. 
   Ela nos cobre com o manto da justiça que vem de Deus e intercede por nossos pecados, nossa nudez, para que nos aproximemos de seu Filho, como lemos na escritura: “Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus, e coloca sobre a cabeça o diadema da glória do Eterno” (Baruc 5, 2).

 “Passando junto de ti, verifiquei que já havia chegado o teu tempo, o tempo dos amores. Estendi sobre ti o pano do meu manto, cobri tua nudez; depois fiz contigo uma aliança ligando-me a ti pelo juramento - oráculo do Senhor Javé - e tu me pertenceste” (Ezequiel 16, 8). Jesus nosso amado Senhor Ressuscitado e Glorioso é descrito nas escrituras coberto por um manto sinal de sua vitória: Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome é Verbo de Deus” (Apocalipse 19, 13).Ele traz escrito no manto e na coxa: Rei dos reis e Senhor dos senhores!” (Apocalipse 19, 16).
   Que o Rei dos reis escute nossos clamores e pedidos e que a intercessão de sua Mãe sempre nos ajude. Amém.

Oração do Manto de Maria, dos pais para os filhos


(Essa oração da Idade Média procura três elementos de proteção para ajudar o jovem a crescer: O calor do amor, o guiar os passos e o encontro com a verdade. Naquela época as pessoas tinham um relacionamento natural com os mundos superiores  e a prece era o meio mais eficaz para expressar essa fé e confiança.)


Ó manto de Maria
proteja meu filho de todo mal
Ó manto de Maria
envie o calor do meu coração para meu filho
Ó manto de Maria
Guie os passos do meu filho na senda da verdade
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.



A imagem de Nossa Senhora foi tirada da internet e a produção em Power Point foi feita por Maria Marta.

 



terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

NOSSA SENHORA DE LOURDES - O FILME


A história de Santa Bernadete narra as aparições de Nossa Senhora e em Lourdes e os desdobramentos que estas aparições repercutiu dentro da Igreja e na vida do povo no mundo inteiro.
Do que vemos no filme fica claro que Deus realiza maravilhas por meio dos humildes e pequeninos.

A HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES E SUAS IMAGENS


















FONTE DAS IMAGENS: internet, a produção em Power Point foi feita por Maria Marta.



sábado, 8 de fevereiro de 2014

MARIA É SANTA


POR QUE MARIA É SANTA? PORQUE ESTÁ ACIMA DE TODOS OS SANTOS, NASCENDO SEM PECADO.
Maria foi preservada do pecado em vista dos méritos antecipados de seu Filho, "segundo o beneplácito da vontade de Deus" (Ef 1, 5), fazendo-a "santa e irrepreensível diante dele em amor "(Ef 1, 4)  pois desde o início do mundo o plano da salvação foi traçado de que a descendência da mulher esmagaria a cabeça da serpente, ou seja, o demônio e o pecado (Gen 3,15).
   Deus fez da carne e do sangue de Maria um corpo para Ele mesmo em seu Filho, Jesus, dessa forma Maria não podia ter pecado e precisava ser uma mulher toda santa.
 Mesmo sendo preservada do pecado, Maria, assim como os anjos, deveria demonstrar sua fé e afirmar sua opção pela vontade de Deus, por isso, o Senhor enviou o Anjo Gabriel para anunciar-lhe o nascimento do Senhor. 

   Naquele momento, Maria teve o seu direito de escolha, ela poderia ter demonstrado a falta de fé de Zacarias, castigado pelo Anjo Gabriel com a mudez:  Disse então Zacarias ao anjo: Como terei certeza disso? pois eu sou velho, e minha mulher também está avançada em idade. (...) 20 e eis que ficarás mudo, e não poderás falar até o dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo hão de cumprir-se. (Lc 1, 18.20).
 Maria escolheu não duvidar das palavras do Anjo por mais estranhas que parecessem e demonstrou sua fé na palavra de Deus:

  Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.(Lc 1,38).
Por isso Maria é "proclamada Bem-aventurada por todas as gerações" (Lc 1,48) da Igreja, pois creu "nas coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas " (Lc 1,45).

   Maria é Santíssima, não só porque deu à luz o Filho de Deus, mas antes pelo fato de ter acreditado na Palavra de Deus e a vivê-la, por isso ela foi a predileta entre as  mulheres, como o próprio Jesus nos diz: Ora, enquanto ele dizia estas coisas, certa mulher dentre a multidão levantou a voz e lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que te amamentaste.

28 Mas ele respondeu: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus, e a observam. (Lc 11, 27-28).

   Maria, assim como Jesus (Heb 4,15), foi tentada, mas evitou o pecado (Lc 11, 27-28), daí ser coroada de doze estrelas (Apo 12,1) e ser a principal opositora ao demônio depois de Jesus (Gen 3,15; Apo 12,17), ela foi salva pela graça de seu Filho, pois foi unida a ele de um modo especial e predestinada desde o início dos tempos a fazer parte do plano de Deus (Gen 3,15;Is 7,14; Miq 5,2; Zc 2,14; Ef 1,4.11) colaborando com a salvação de toda humanidade (1 Cor 3,9).

   *Por isso, Maria é chamada de Santíssima, pois é Santa mais que todos os santos, pois nela habitou a plenitude da divindade, que é Jesus (Col 2,9). Ela é mais santa do que todos os santos reunidos, tanto por causa de seu ofício  de medianeira do mundo como em vista de sua vocação para a Mãe do Redentor, recebeu, desde o primeiro instante de sua vida, graça mais abundante que a de todos os santos reunidos. E que admirável espetáculo para o Céu e para a terra, não seria a alma dessa Bem-aventurada Menina, encerrada ainda no seio de sua mãe!

   Era a criatura mais amável ao olhos de Deus, de quantas que até então haviam existido. Houvera, pois, nascido imediatamente após a sua Imaculada Conceição, e já teria vindo ao mundo mais rica de méritos e mais santa do que toda a corte dos santos. Imaginemos, agora, quanto mais santa nasceu a Virgem, vendo a luz do mundo só depois de nove meses, os quais passou adquirindo novos merecimentos no seio materno!

*Santo Afonso Maria de Ligório  - As glórias de Maria.
A imagem de Nossa Senhora foi tirada da internet e a produção em Power Point foi feita por Maria Marta.




sábado, 1 de fevereiro de 2014

MARIA É IMACULADA - A BÍBLIA NOS REVELA ESSA VERDADE

    
   Jesus é nosso " sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus;" (Hb 7:26) com seu "sangue imaculado nos purifica das obras mortas para servirmos o Deus vivo" (Hb 9,14) "na plenitude dos tempos nasceu de uma mulher" (Gl 4,4), "a Virgem " de Nazaré, chamada Maria (Lc 1, 26-27).
   Esta mulher não poderia gerar Jesus, inocente e imaculado, por ser o Verbo de Deus, o próprio Deus (Jo 1,1), sem ser ela mesma isenta da mancha do pecado.
   Jesus tomou carne no seio de Maria, assumindo sua carne e sangue (Lc 1,35; Jo 1,14), sendo Deus em plenitude, não poderia habitar numa carne pecadora (Jó 14,4;  Sl 14, 1-2). Assim, a lógica nos leva a entender que Maria de alguma forma foi preservada do pecado original e preparada como Arca Santa incorruptível (Ex 25, 10-11; Deut 10,3), para ser digna de carregar em seu seio "aquele que nem  o céu dos céus pode conter" (2 Cron 6,18).
   Maria é "a escolhida a pomba imaculada a única de sua Mãe, formosa como a lua, brilhante como o sol, temível como exército em ordem de batalha" (Cant 6,9-10).
  Todos pecaram (rm 3,23), exceto Maria, por causa do senhor. - análise bíblica da imaculada conceição. "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;" (Rm 3, 23).
   Todos pecaram, mas Maria foi salva, como nós, porém, de um modo diferente, antes de nascer.   Foi salva antecipadamente, em previsão dos méritos de Cristo. Sim, pois Deus, que está fora do tempo e é onisciente – tem conhecimento de tudo! – sabia que Jesus, o Verbo, iria morrer pelos nossos pecados, e pelos méritos advindos de Seu sacrifício vicário no Gólgota, e, por essa presciência, por essa previsão, salvou por aqueles mesmos méritos de Nosso Senhor, a Santíssima Virgem, ainda antes de ela ser tocada pelo pecado original, de modo a restar imaculada.
    Além do mais, quando São Paulo escreveu todos, ele não pensou em incluir aí a Virgem Maria.  
Como quando ele disse "e todos estão destituídos da glória de Deus" (Rm 3, 23), nem todos o foram, pois devemos nos lembrar que Henoc e Elias também foram uma exceção a essa regra (Gen 5,24; 1 Re 2,11).
 Assim, "todos" nem sempre significa a humanidade inteira incluindo Maria, Henoc, e Elias.

    São João diz: "se dizemos ter comunhão com Ele  e andamos nas trevas, nós mentimos e não seguimos a verdade" (1 Jo 1,6). Maria esteve em comunhão contínua com Jesus, Ele e ela foram um só ser durante sua gestação, e a luz (Jesus) não poderia ter comunhão com o pecado, logo Maria tem de ser da luz para gerar a luz.
   Maria foi um ser puramente humano.   Jesus que é Deus foi quem tomou a carne de Maria, fazendo um corpo para si a partir dela. 
   São João diz mais: "aquele que afirma permanecer nele deve também viver como Ele viveu" ( 1 Jo 2,6). Maria permaneceu com Jesus nove meses, um só corpo, um só sangue, seria impossível que ela fosse uma mulher qualquer, e pecadora. Mesmo antes da encarnação do Verbo, ela não podia ter sido tocada pelo pecado, pois a Graça de Deus não convive com o pecado, daí ser Maria chamada pelo Anjo de Cheia de Graça.
   Se cremos na divindade de Jesus, é contraditório negar a santidade de sua Mãe.
   Se cremos que Jesus é imaculado  e afirmamos que seu sangue nos remiu, sangue e carne que ele tirou de Maria, logo ela tinha de ter sido purificada antes de nascer.
   São João ainda afirma: 
 4 Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é rebeldia. 
5 E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os pecados; e nele não há pecado. 
6 Todo o que permanece nele não vive pecando; todo o que vive pecando não o viu nem o conhece.
7 Filhinhos, ninguém vos engane; quem pratica a justiça é justo, assim como ele é justo; 
8 quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo.
9 Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus.  (1 Jo 3, 4-9).
   Logo, Jesus não se encarnaria numa carne que vive no pecado, na rebeldia, pois Maria permaneceu e foi predestinada para isso, para permanecer unida a Ele. Assim, não viveu, nem podia viver em pecado, não só durante a gestação do Verbo, mas antes mesmo dela, pois Maria foi plena de graça, para não ser tocada pelo Diabo, pois quem comete pecado é do Diabo.
   Se o Filho de Deus se manifestou para destruir as obras do Diabo, ele não se tomaria carne, numa carne tocada pelo Diabo. 
   A semente de Deus que germinou em Maria não podia deixar que sua Mãe fosse carne do Diabo e do pecado e como Maria foi predestinada desde o início dos tempos, ela tinha de ser "nascida de Deus para não pecar habitualmente e não ser tocada pelo pecado, porque foi nascida de Deus, da graça, isenta do pecado, para gerar o próprio Deus. 
   Negar a Imaculada Conceição de Maria é negar a Divindade de Jesus e todo o mistério de seu sacrifício, pois pelos méritos desse sacrifício e em vista dele é que Ela foi liberta da mancha original de Adão, e unida ao Verbo, carne e sangue, para que pelo seu sangue nos resgatasse e concluísse o resgate de sua própria Mãe, salva antes de todos por causa de todos. 
   Porém mesmo sendo salva Maria foi interrogada se aceitava participar da missão que lhe foi confiada, foi testada como os anjos, como Zacarias, porém esse último duvidou e foi castigado com a mudez, Maria aceitou sua missão demonstrando fé e foi medianeira das graças da redenção para muitos.


A imagem de Maria foi tirada da internet, e a produção em Power Point, foi feita por Maria Marta.