sábado, 31 de agosto de 2013

NOSSA SENHORA DE SIPÁRIA OU NOSSA SENHORA DIVINA PASTORA - PADROEIRA DE TRINIDAD TOBAGO



    *A milagrosa imagem de Nossa Senhora de Sipária encontra-se em uma pequena aldeia na ilha de Trinidad e traz o título de Nossa Senhora Divina Pastora.
Conta à história que essa imagem foi trazida à Trinidad pelos espanhóis na viagem de Cristóvão Colombo, em 1498. Os índios a encontraram na mata, e no local construíram uma pequenina capela em honra da Santíssima Virgem de Sipária. Mais tarde houve tentativas de levar a imagem para Oropenche, mas a santa manifestava o desejo de continuar ali. Então, ali mesmo onde foi encontrada construiu-se seu santuário.
   A festa de Nossa Senhora de Sipária é celebrada todos os anos no segundo domingo depois da Páscoa, quando se lê o evangelho do Bom Pastor. Devido aos inúmeros prodígios que se manifestam em seu santuário, fruto da grande devoção popular, a imagem ficou conhecida como a Lourdes da ilha de Trinidad.

Reflexão**                                                                                                        

    Quando falamos sobre "invocações" de Nossa Senhora deve-se entender que sempre honramos  a uma só Virgem Maria e esta a quem veneramos, é a Mãe de Jesus Cristo. Foi dela que Jesus nasceu e da qual recebeu “a carne do Verbo Divino”, milagrosamente, para que Nosso Salvador Jesus Cristo cumprisse com o mandato do Pai: e trazer-nos os ensinamentos divinos, e sofrer como verdadeiro homem. O  que o levou à Cruz, para expiar nossos pecados e abrir-nos o caminho para a Vida Eterna, por meio da morte e  Ressurreição. 

     Este papel de Mãe, e o de primeira discípula de Jesus, tornaram-na Santa. É por esta razão que a veneramos, honramos, respeitamos e amamos a Maria Mãe de Jesus, dizemos que Ela é Nossa Senhora, pois nos deu o exemplo de discípula fiel e obediente. Submeteu a sua vontade, sua inteligência, suas emoções, seus sentidos e toda sua vida ao querer de Deus dizendo: “Aqui tens a escrava do Senhor. Que sua Palavra se cumpra em mim” (Luc 1, 38 – Bíblia do Peregrino).
   Depois que o Anjo Gabriel a saudou como a cheia de graças (plena dos favores divinos), Isabel foi a primeira humana que reconheceu a santidade de Maria, e este reconhecimento veio pelo Espírito Santo. A Bíblia nos diz: “Isabel, cheia do Espírito Santo, exclamou com voz forte: Bendita és tu entre as mulheres e Bendito é o fruto do teu ventre”. A condição de Bendita está absolutamente associada a Bendito é o fruto do teu ventre, que todos nós sabemos ser Jesus Cristo. Ele é o Santo por excelência e acreditamos que no momento em que Maria recebeu o Espírito Santo e em seu Seio Jesus o Cristo, Ela foi santificada para todo o sempre, para toda a eternidade.
   Ela experimentou o mais alto grau de intimidade com Deus e com Ele mesmo aprendeu a discernir o que é eterno, Belo, santo e verdadeiramente o que é ser feliz. Então para nós cristãos católicos é impossível acreditar que Maria teria trocado os gozos da eternidade pelos prazeres perecíveis terrenos. É neste contexto que acreditamos na santidade de Nossa Senhora e na sua intercessão junto a Jesus. Quem duvida que Maria conhecendo tão bem o seu Filho não saberia pedir-lhe alguma coisa em favor de nós pobres pecadores? E quem tem dúvida quanto à bondade e misericórdia de Nosso Senhor? Seria possível que em sua bondade e poder, negaria alguma coisa a sua mãe? O evangelho de São João nos afirma o contrário (Jo 2, 3-6).
    Nós, os católicos, costumamos representar com algo físico aquilo que não se pode ver. Por  exemplo, o Espírito Santo, por uma pomba; Jesus Cristo, por uma Cruz, etc    
   A primeira imagem de Nossa Senhora foi pintada por São Lucas, Apóstolo, médico, escritor e  pintor, para ilustração de um códice (pergaminho manuscrito). Nela se vê a Santa Mulher com  um Menino, e escrito, em caracteres gregos, a indicação de que é a Mãe de Deus. Desta imagem  provieram todas as “madonas” (senhoras, em italiano) que se seguiram. Aqueles que as pintaram denominaram-nas: Salus Populi Romani (Auxílio para o Povo Romano), Nossa Senhora das  Neves, e assim os mais de dois mil títulos atribuídos à única Virgem Maria. Cada título é uma invocação. “Invocação” é o nome que se dá a uma imagem que pertence a um lugar (cidade, povoado, etc.) ou a alguma bondade que Nossa Senhora manifesta com suas graças. Como por exemplo, Nossa Senhora Aparecida (do Brasil), porque apareceu na rede de uns pescadores.
     Todas e cada uma das imagens que veneramos devem ter um fundamento e uma história que a  justifique. Pois é pecado de idolatria venera ou mesmo adorar imagens, mesmo que pareça com a Virgem Maria, e não se tenha bem claro de qual invocação se trata. Para uma sã veneração deve dar-se uma explicação sobre a “Invocação”, e que tenha uma clara mensagem evangélica.

*Fonte: http://www.legiomariae.kit.net 
**Maria Marta com algumas referências a reflexão do prof. Mario H. Ibertis Rivera.



sábado, 24 de agosto de 2013

TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO A SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA

   Neste ano de 2012, o TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM, escrito por São Luís Maria Grignion de Montfort, completa 300 ANOS, o que nos impõe uma séria reflexão sobre a pessoa e a missão da Santíssima Virgem junto à Igreja de Deus e a cada fiel em particular, bem como sobre a importância estratégica da TOTAL CONSAGRAÇÃO ensinada neste Tratado pelo Santo de Montfort.
            Devemos considerar que no ano em que alguém ou alguma obra celebram um jubileu, se dá uma maior importância ao que se está celebrando. No caso da comemoração dos 300 ANOS do TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO temos grandes e profundas razões para dar uma mais significativa importância à celebração do jubileu deste que é o escrito mariano mais lido, difundido e estudado de todos os tempos, uma vez que o inimigo infernal fez de tudo para que este livro não aparecesse, chegando mesmo a escondê-lo por 130 anos (T.V.D. 114). De fato, o TRATADO escrito por São Luís em 1712 desapareceu, sendo reencontrado apenas em 1842, em uma das casas de congregação que o Santo fundou na França. O ódio do demônio a este Tratado sobre Nossa Senhora se justifica se considerarmos que aí se ensina a esmagar a cabeça desta serpente diabólica, uma vez que conduz a alma confiante a entregar-se a MARIA para com Ela aprender a amar a JESUS de verdade, cumprindo seus mandamentos, fazendo tudo quanto Ele mandou.
            A nossa salvação ou condenação dependerá de fazermos ou não em nossa vida a vontade de DEUS. No Tratado se ensina justamente a se fazer esta entrega a NOSSA SENHORA - e por meio dela a JESUS - para com Ela aprendermos a fazer bem a vontade de Deus. São Luís, no Tratado, chama os Escravos por Amor de “calcanhar de Nossa Senhora”, afirmando que o calcanhar é a parte mais humilhada do corpo, por estar abaixo de todos os outros membros, mas que ao mesmo tempo é a parte que sustenta todo o peso do corpo e que é com este calcanhar que ela esmagará a cabeça da serpente, pois nos ensinará a rejeitar as obras do mal e a fazer sempre a vontade de Deus.
            São Luís ensina ainda, que JESUS reinará no mundo, ou seja, nos corações e que este reinado de JESUS se dará por meio de MARIA, ou seja, JESUS confiou a Ela a missão de conduzir a Igreja a uma mais perfeita realização da vontade de DEUS neste mundo, e a maneira pela qual se estabelecerá o Reinado de Maria é pela difusão e prática da Verdadeira Devoção ensinada no Tratado escrito por São Luís de Montfort.
            Em Fátima, no ano de 1917, a Santíssima Virgem confirma o ensinamento e a profecia de São Luís de Montfort quando declara: "Meu Filho quer estabelecer no mundo a Devoção ao meu Imaculado Coração", com isto, JESUS direciona seu olhar a cada um dos seus fieis e diz novamente: “– Eis aí a tua Mãe” (Jo 19,25). Jesus quer que todos aceitem a maternidade de sua Mãe Santíssima, entrando na refúgio-escola do seu Imaculado Coração, para se protegerem dos ataques do maligno e aprender a amá-Lo em espírito e verdade.
            São Luís de Montfort ensina também que a missão de Nossa Senhora se revestirá de maior importância nesses últimos tempos, pois o maligno intensificará seus esforços para perder as almas, sabendo que bem pouco tempo lhe resta. (T.V.D. 49)
            É preciso atenção para os desígnios e a pedagogia de DEUS, pois como ensina Montfort, Deus não muda em sua palavra nem em seu agir, assim como Ele veio ao mundo por MARIA, também deve reinar no mundo por meio d’Ela (T.V.D. 1), mas adverte que isso só acontecerá se conhecermos e colocarmos em prática a VERDADEIRA DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA.
            Também em Fátima, Nossa Senhora fala sobre este glorioso acontecimento fazendo entender que o seu Triunfo-reinado – que levará ao Reinado de Jesus – acontecerá quando estabelecermos no mundo a devoção ao seu Imaculado Coração. Portanto, quem deseja que venha logo ao mundo o Triunfo do Imaculado Coração de Maria e o Reinado de Nosso Senhor nos corações, deve assumir para si o desejo do coração de JESUS e fazer de tudo para difundir a VERDADEIRA DEVOÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA como ensina Montfort.
            O Céu tem feito a sua parte para difundir a VERDADEIRA DEVOÇÃO A SANTÍSSIMA VIRGEM, falta que nós façamos a nossa.
            Se olharmos os acontecimentos destes últimos tempos, especialmente da aparição de Fátima (1917) até hoje, veremos o quanto Deus tem feito para o cumprimento de seus desígnios relativamente à difusão da Verdadeira Devoção a Nossa Senhora, uma vez que nos deu um Papa "Totus Tuus", escravo por amor, que testemunhou ao mundo todo, a importância e a eficácia desta TOTAL CONSAGRAÇÃO, recomendando a todos como meio de elevação espiritual e crescimento no amor a Cristo. Com toda a certeza foi da pessoa de João Paulo II que falava Jesus quando afirmava a Santa Faustina Kovolska, que da Polônia iria sair uma “centelha” com a qual incendiaria o mundo inteiro. Sem dúvida este grande Papa tornou-se uma “centelha” para incendiar o mundo, no que se refere a sua devoção mariana, meio pelo qual chegou a ter um amor apaixonado a Jesus, do qual esta nossa geração foi testemunha.
            Em 2007, o cardeal Ivan Dias, então prefeito da Congregação para Propagação da Fé, apresentava aos sacerdotes a TOTAL CONSAGRAÇÃO a Nossa Senhora como “atalho” para a santidade e meio de se obter maior fecundidade no exercício do ministério sacerdotal. Em 2011, na vigília de encerramento do Ano Sacerdotal (2009-2010), foi dado a cada sacerdote presente uma cópia do “segredo de Maria”, pequeno livro escrito por São Luís que é uma espécie de resumo do TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO, onde também se ensina a TOTAL CONSAGRAÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM.
            Em 2011, na quaresma foram pregados os Exercícios Espirituais para o Papa e os cardeais, que teve por tema "Os Santos na vida espiritual do bem-aventurado João Paulo II". Nessa ocasião foi dado um TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO ao Papa e a cada um dos participantes, e o pregador do retiro, Pe. Dr. Lethel, afirmava ao Papa Bento XVI e aos seus cardeais que o santo que mais influenciou na vida espiritual do bem-aventurado João Paulo II foi São Luís de Montfort com seus ensinamentos sobre a VERDADEIRA DEVOÇÃO a Nossa Senhora ao ponto do Bem-aventurado Papa tomar a TOTAL CONSAGRAÇÃO como seu lema Pontifical.
            Devemos ainda lembrar que durante o ano de 2011 houve uma grande movimentação para pedir ao Santo Padre a decretação do Ano Mariano (2012-2013) por ocasião dos 300 ANOS do TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM, chegando esse pedido às mãos da sua Santidade por diferentes vias. Paralelamente foi feita uma grande campanha para consagração que obteve grande êxito. Entretanto, o Santo Padre declarou 2012-2013, Ano da Fé, surpreendendo-nos positivamente, fazendo ver de maneira mais profunda que a celebração do jubileu dos 300 ANOS do TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO e a conseqüente difusão da TOTAL CONSAGRAÇÃO aí ensinada, objetiva o crescimento e o fortalecimento de nossa fé, levando-nos a permanecer firmes em Cristo, em meio a todas as tribulações e desorientações de nosso tempo.
            Enfim, JESUS quer que se estabeleça no mundo a VERDADEIRA DEVOÇÃO, para que por este meio, Ele possa reinar nos corações e muitos possam se salvar, para isso, concederá de maneira especial e superabundante durante este jubileu, muitas graças para difusão desta TOTAL CONSAGRAÇÃO, portanto é preciso que façamos nossa parte, rezando, aprofundando no estudo e vivencia da Verdadeira Devoção e tornando-nos apóstolos de Nossa Senhora difundido por toda parte e por todos os meios possíveis a Santa Escravidão de Amor ensinada por Montfort.
            É importante dizer que sendo a Santa Escravidão de Amor, uma perfeita renovação de nossos votos batismais, possui uma perene atualidade pastoral, uma vez que toda a vida cristã resume-se neste esforço para vivermos como verdadeiros filhos de Deus.
           É necessário lembrar também que a TOTAL CONSAGRAÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM é totalmente católica e cristocêntrica, uma vez que é para todos os batizados e tem por objetivo nos unir a JESUS e nos fazer crescer no Amor a Ele; ou seja, a SANTA ESCRAVIDÃO DE AMOR ou TOTAL CONSAGRAÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM não atrapalha nenhum carisma ou espiritualidade de qualquer movimento ou comunidade que seja, ao contrário, essa entrega total a Nossa Senhora ajuda cada pessoa a viver de modo mais intenso e profundo seu próprio carisma e sua própria espiritualidade, uma vez que Ela é a boníssima Mãe e a Virgem Fiel que nos leva em tudo a fazer a vontade de Deus, cumprindo com mais perfeição e amor nossos deveres de estado. E a semelhança da oração do Rosário – só que com muito maiores e profundas razões – a TOTAL CONSAGRAÇÃO não é apenas para alguns privilegiados, ou para alguma comunidade ou movimento, mas é proposta para todos os batizados para que vivam com mais facilidade, constância e coerência a sua condição de filhos de Deus.
            A TOTAL CONSAGRAÇÃO é o meio e a estratégia que Deus escolheu para ajudar seus filhos a permanecerem firmes na verdadeira fé e para salvar muitas almas, uma vez que por essa Total entrega se põe a disposição de Nossa Senhora todos os nossos bens espirituais, para que Ela possa usá-los para socorrer as almas e converter os pecadores. Verdadeiramente, muitos se salvarão não por seus méritos pessoais, mas pelas orações e sacrifícios de outros. Assim, a Santa Escravidão nos transforma em doadores de méritos para que Nossa Senhora possa utilizá-lo para salvar nosso próximo, de modo que quantos mais e melhores escravos de Amor houverem tantos mais méritos Nossa Senhora terá para alcançar a graça da contrição e conversão para os que estão longe de Deus e de sua graça. Ainda são “muitos os que se condenam porque não há quem reze e se sacrifique por eles”, conforme disse Nossa Senhora em Fátima (1917). É para salvar as almas dos pobres pecadores que Deus quer estabelecer no mundo a VERDADEIRA DEVOÇÃO DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA, pois esse meio a Santíssima terá muitos meios para socorrer muitas almas. Portanto difundir a VERDADEIRA DEVOÇÃO e ensinar as pessoas a vivenciá-las é um meio extraordinário e eficiente não apenas de permanecer na comunhão com Cristo, mas também de ajudar a salvar a muitos.
            Devemos fazer uso das graças que Deus proporciona neste Ano de jubileu dos 300 ANOS do Tratado - (2012 – 2013) – para estabelecermos no mundo a VERDADEIRA DEVOÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA como faz ensinando São Luís Maria Grignion de Montfort.
            Trabalhemos, pois há muito a se fazer e “tempo vale almas”.

                                                            EQUIPE CONSAGRA-TE



Fonte: Fraternidade Arca de Maria

CONSAGRAÇÃO A SANTÍSSIMA VIRGEM


   Amados irmãos e irmãs, todos estamos unidos no amor de Cristo e queremos que Deus seja glorificado e que todos os seus filhos se salvem. Cada qual, de acordo com as suas forças e com o estado de vida inspirado por Deus, tem contribuído para a realização desses desígnios celestes. Nós desejamos e trabalhamos para que Jesus reine no mundo e para que todos se salvem. É preciso, porém, estarmos atentos à vontade de Deus e a sua pedagogia.
   Diz São Luís Grignion de Montfort na introdução do Tratado da Verdadeira Devoção: “Foi por meio da Santíssima Virgem que Jesus Cristo veio ao mundo e por meio dela que Ele deve reinar no mundo (T.V.D. 1)”. É, portanto, sabido por todos, que Jesus Cristo vai reinar no mundo e que o “Reinado de Maria” vai ser o meio pelo qual se dará o “Reinado de Jesus”.
    Em Fátima, a Santíssima Virgem confirma a profecia de São Luís quando diz “Por fim meu Imaculado Coração triunfará”, e nos indica o meio que a Providência Divina estabeleceu para que aconteça este Triunfo: “Meu filho quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”. É justamente aqui onde devemos estar atentos, pois a devoção que Jesus quer que se estabeleça ao Imaculado Coração de sua Mãe Santíssima não é qualquer devoção, mas a perfeita devoção, a Total Consagração ou Santa Escravidão de Amor, tal como ensina São Luís Grignion de Montfort; que elucidando a profecia de Fátima diz: Esse tempo (do Triunfo-Reinado de Maria) chegará quando se conhecer e praticar a devoção que eu ensino (T.V.D.217).
   Os desígnios de Deus são claros e simples: O Reino de Cristo se estabelecerá pelo Reino de Maria e o Reino de Maria, pela propagação da Total Consagração a Santíssima Virgem ou Escravidão de Amor ensinada por São Luís de Montfort no Tratado da Verdadeira Devoção. Daí se compreende a razão que levou o demônio a ter tanto ódio deste pequeno livro (o Tratado da Verdadeira Devoção) e a escondê-lo durante 130 anos (1712-1842). O inimigo infernal queria (e quer) estabelecer o seu reino diabólico e impedir o Triunfo-Reinado da Santíssima Virgem e, assim, o Reinado de Jesus. Sendo assim, urgente e necessário que todos (independentemente de grupos, movimentos e comunidades que participem) conheçam, façam, vivam e propaguem a Total Consagração a Nossa Senhora, pois esta Total Consagração é patrimônio da Igreja Católica, não atrapalhando a vivência de nenhum carisma particular, ao contrário, quando alguém se consagra totalmente a Nossa Senhora, Ela mesma leva a pessoa a viver com mais intensidade e fidelidade o seu próprio carisma.
   A Total Consagração consiste numa total entrega de si mesmo a Nossa Senhora com tudo que se tem, possui ou se possa possuir, na ordem da natureza, da graça e depois da glória. A missão que Jesus deu a Nossa Senhora foi a de formar verdadeiros adoradores de Deus. Pela Total Consagração, nós acolhemos Maria em nossa casa e ela nos acolhe na escola do seu Imaculado Coração, onde aprendemos o verdadeiro amor a Deus e ao próximo, bem como as demais virtudes que farão de nós verdadeiros cristãos. Fazer a Total Consagração é dar o nosso sim a Jesus que nos deu Maria por Mãe, Mestra e Formadora.
   Irmãos não sejamos indiferentes a vontade de Deus, façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para propagarmos a Santa Escravidão de Amor ensinada por São Luís. Não deixemos que o demônio continue a esconder de nós e dos outros esta doutrina celeste. Nestes últimos tempos em que se intensifica a batalha espiritual entre a Santíssima Virgem e o inimigo, sejamos apóstolos da Total Consagração para que venha logo o Triunfo de Maria e o Reinado de Jesus.
“Quando virá esse tempo feliz em que Maria será estabelecida Senhora e Soberana dos corações, para submetê-los plenamente ao império de seu grande e único Jesus? Quando chegará o dia em que as almas respirarão Maria, como o corpo respira o ar? Então, coisas maravilhosas acontecerão neste nosso mundo, onde o Espírito Santo, encontrando sua querida Esposa como que reproduzida nas almas, a elas descerá abundantemente, enchendo-as de seus dons, particularmente do dom da sabedoria, a fim de operar maravilhas de graça. Meu caro irmão, quando chegará esse tempo feliz, esse século de Maria, em que inúmeras almas escolhidas, perdendo-se no abismo de seu interior, se tornarão cópias vivas de Maria, para amar e glorificar a Cristo? Esse tempo só chegará quando se conhecer e praticar a devoção que ensino:“Ut adveniat regnum tuum, adveniat regnum Mariae”. (T.V.D.n.217).

                                                                                       Por Pe. Rodrigo Maria

Fonte: Fraternidade Arca de Maria

*Ver artigo a santa escravidão de amor a Maria

sábado, 17 de agosto de 2013

MADONA INDÍGENA



   Na gestão de Abreu Sodré, governador do Estado de São Paulo, de 1967 a 1971, a Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo publicou uma coleção de pinturas intitulada Virgens e Madonas Brasileiras, de Paim Vieira (1895-1988). Retratou o pensamento dos devotos, em vinte sete quadros, dos quais apresentamos o de Madona indígena. Já que Maria é a mãe que pertence igualmente a todos os homens, nada mais justo do que levá-la aos longínquos sertões, para que o seja também dos filhos da selva. O quadro apresenta uma Nossa Senhora indígena, com os traços acentuadamente bugres, suavizados pela estilização, a qual adora seu Filho sentado sobre uma esteira de palha. Ao fundo, algumas malocas da taba aparecem na orla da floresta, cuja silhueta é movimentada.
    A tribo está ausente, apenas um leve fumo dá sinal de vida. Os traços do Menino são brejeiros; na mão sustenta uma cruzinha de gravetos. As roupagens são de pano grosseiro e cores cruas, tendo um vago ornato típico. Reflete-se no céu o colorido verde-floresta, como que a prenunciar os primeiros brotos daquela seara. Uma tentativa pictórica de Senhoras das Missões Brasileiras, exprimindo a invocação. Rainha dos Apóstolos. (texto da publicação).
    Sentimentos de respeito, amor e confiança são frutos da devoção a Maria. Por ser mãe de Deus, devemos prestar a ela o culto de veneração. Não só em nosso exterior, mas principalmente no interior. A santíssima virgem Maria ocupa um lugar privilegiado na liturgia cristã, de primeiro plano. Além de conteú­do doutrinal rico, mantém uma eficácia e valor pastoral sem igual.
   A Igreja nos dá exemplo com orações públicas e particulares. Sempre nos incentiva a que tenhamos devoção a Maria, como filhos que realmente somos, pois Jesus na cruz nô-la deu por mãe.
   Manifestamos nosso amor para com ela, recordando sua bondade e amor que no decorrer dos séculos se tornou patente. Lembramos nessa pintura a expressão que Deus não faz distinção de pessoas, (Deuteronômio 10,17) e a presença dessa pintura é demonstração de que para o Criador não há brancos, negros, ricos, nem pobres, aborígines ou ilustrados em letras, mas todos somos um no Pai celestial. Nosso desejo é que no mundo haja um só coração, uma só Alma!

Oração

 Ó Deus, que não fazeis acepção de pessoas, ajudai-nos para que todos sejam um, como sois com Cristo e o Espírito Santo. Fortalecei-nos na fé que os apóstolos tiveram para seguir de todo coração o Salvador e fazei que pelas preces de Maria, vossa Igreja se torne sacramento de salvação para todos os povos. Amem.


                                                        Por Pe. Roque Vicente Beraldi



sábado, 10 de agosto de 2013

NOSSA SENHORA DA ESCADA - HISTÓRIA E CULTO


   O culto de Nossa Senhora da Escada foi trazido de Portugal para o Brasil. 
   Porque "da Escada"? 

   Uma das explicações remete à infância de Nossa Senhora.
   Ainda bebê, ela miraculosamente teria conseguido galgar as escadarias do templo de Jerusalém.
   Outra, mais prosaica, recorre a uma simples questão arquitetônica.
   O atributo "da Escada" teria surgido de igrejas em que era preciso vencer escadarias para cultuar a Virgem Maria. 
   Existem igrejas sob a invocação de Nossa Senhora da Escada na Bahia, em Pernambuco (onde empresta o nome ao município de Escada) e em outras partes do Brasil. 

   Em São Paulo, além de Barueri, existe outra em Guararema.
Esta, de meados do século XVII, é tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional e, como a de Barueri, foi erguida para servir a um aldeamento.


Curiosidade:
   Na Capela da Nossa Senhora da Escada, na cidade de Guararema, está à única imagem em gesso do São Longuinho, presente vindo da Itália.
   Nossa Senhora da Conceição da Escada; antiga devoção mariana popular de Portugal e do Brasil, ligada ao mar.
   Não é de estranhar que, pela acentuada vocação marítima de Portugal, tenha sido a devoção dos marinheiros de Lisboa uma das mais populares no país, e, por essa razão uma das primeiras a se implantar no Brasil.

Escada?

   Que nome estranho para designar uma devoção a Nossa Senhora, poderão pensar alguns ao ouvi-lo.

   Outros, mais eruditos, estabelecerão talvez um nexo com a escada de Jacó, narrada na Sagrada Escritura, pois o Patriarca sonhou com uma escada que levava ao Céu. De modo análogo, Nossa Senhora leva ao Céu, logo...  E ainda outros, quiçá, relacionarão o nome com imagens da Paixão de Cristo, dado que, muitas vezes, Nossa Senhora aparece ao lado da escada utilizada para descer o corpo de seu Divino Filho da cruz.
   O que ninguém consegue imaginar é a razão verdadeira da invocação Nossa Senhora da Conceição da Escada.
   Na origem do nome, singeleza de circunstâncias naturais, qualquer pessoa dotada de cultura básica conhece a enorme importância que tiveram as navegações e descobrimentos portugueses nos séculos XV e XVI, bem como o fato de terem sido os navegantes lusos que uniram, por via marítima, diversos continentes.
   E que tal epopeia ocorreu mediante viagens realizadas a bordo de navios que, se comparados aos de hoje, eram semelhantes a frágeis cascas de nozes.

Coragem não faltou aos navegantes daquela época. Também não faltou fé e fortaleza para correr todos os riscos. 
   E tal fé dos marinheiros lusos encontrava uma expressão encantadora na devoção a Nossa Senhora da Conceição da Escada, na cidade de Lisboa.

   A imagem original da Virgem Santíssima – que depois ficou conhecida sob essa invocação – é muito antiga, anterior à reconquista da cidade aos mouros, em 1147. 
   Ela se encontrava em uma capela situada à margem do rio Tejo. Ao partir, os marinheiros encomendavam-lhe seus trabalhos, e agradeciam sua proteção ao voltar. Como a margem do rio é elevada, precisavam subir ou descer os 31 degraus que separam a capela do rio. 

   Por isto, com a passar do tempo, a imagem de Nossa Senhora da Conceição começou a ser chamada de Conceição da Escada, para diferenciá-la de outras imagens de Nossa Senhora da Conceição (devoção muito difundida em Portugal). Desse fato resultou que a imagem passou a ser conhecida como Nossa Senhora da Escada.
   Dada a importância que a vida ligada ao mar tinha para o povo português naquela época, é compreensível que a referida imagem fosse das mais veneradas. De onde se explica que, cada vez que se decidia a realização de procissões para celebrar tal ou qual vitória, ou pedir proteção contra este ou aquele flagelo, era as procissões da capela de Nossa Senhora da Escada das mais concorridas.
   Com o tempo, começaram a acorrer à capela pessoas em barcos de locais longínquos, a fim de cumprir promessas e votos, bem como agradecer favores recebidos. Numa determinada época, realizava-se uma procissão com tochas acesas, provavelmente à noite, que descia o rio até chegar à capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição da Escada.

Vitória de Aljubarrota fortalece devoção
    A procissão mais importante, porém, era a que comemorava a vitória dos portugueses em Aljubarrota, no ano de 1385. As tropas portuguesas, comandadas pelo Venerável Nun'Álvares Pereira, lutavam não só para defender a independência do país, mas sobretudo para este não cair no cisma que ameaçava dividir a Cristandade, já que o Rei de Castela na ocasião apoiava um antipapa. Após travarem a luta em condições de inferioridade numérica, os portugueses obtiveram memorável vitória. Ao ter notícia do triunfo, o povo acudiu em massa aos diversos santuários do país, e um dos mais concorridos foi o de Nossa Senhora da Escada, onde pessoas de todas as classes sociais se dirigiram para agradecer a Nossa Senhora a insigne proteção. Que tenham sido de todas as classes sociais não é de estranhar, pois à Marinha dedicavam-se representantes de todos os segmentos sociais da época. Desde os nobres mais elevados que comandavam as armadas com destino à África ou à Ásia, até os mais humildes servidores.

Devoção expande-se para Bahia e São Paulo
   Com as descobertas marítimas que iam sendo feitas, a Fé católica ia se expandindo. 
   Por isso, ao dominar novos territórios, uma das primeiras preocupações dos portugueses era ensinar as verdades da Fé aos habitantes do local.

   E nada melhor para consolidar uma alma no caminho da verdadeira Religião do que ensiná-la a amar e confiar naquela que é a Mãe de Deus, e por isso mesmo, nossa advogada.
   Como dois dos primeiros locais a serem colonizados em nosso País foram a Bahia de Todos os Santos e zonas na região próximas ao litoral de São Paulo, é compreensível que aí se encontrem as duas capelas dedicadas a Nossa Senhora da Escada.
   A existente na Bahia apresenta uma característica muito antiga, da época da escravidão: os escravos, quando ainda não batizados, não podiam ficar dentro da Igreja, permanecendo num alpendre junto à entrada. É por isso que o pequeno templo possui um amplo alpendre.
   A outra capela situava-se numa vila chamada Escada, nome este proveniente da própria invocação mariana. Tal capela está situada cerca de Guararema, cidade a 80 quilômetros da capital paulista. Devido à sua proximidade do rio Paraíba, essa vila era frequentada tanto por pescadores como por viajantes que navegavam rumo ao Rio de Janeiro.
   Quando passou por lá, em 1717, o Conde de Assumar, Governador de São Paulo, Escada era uma vila que já possuía sua própria Câmara Municipal. Mas o pequeno núcleo não prosperou, e com sua decadência também foi minguando a devoção mariana que lhe deu origem.
   As devoções marianas não constituem, via de regra, um fruto artificial, ocasionado por algum interesse humano. Elas florescem naturalmente quando Nossa Senhora distribui suas graças, valendo-se, por exemplo, de uma imagem sob esta ou aquela invocação. E se o povo é verdadeiramente piedoso, costuma corresponder a essas graças, propaga-se naturalmente a devoção Àquela que o sustenta nas duras lutas da vida.
   Quando, porém, a população decai em fervor e não mais invoca a Virgem Santíssima, as devoções ligadas a alguma capela ou imagem também por vezes decaem. As pessoas deixam de frequentar o local, e vão se olvidando das graças recebidas. Nessas condições, não raro Nossa Senhora opera novo prodígio, a fim de reerguer a antiga devoção. Mas, infelizmente, nem sempre os homens correspondem à nova manifestação da bondade materna.

Dois terremotos e decadência da devoção
    Foi o que aconteceu com a imagem de Nossa Senhora da Escada em Portugal. 
  Em 1531 um terremoto destruiu a capela, que foi reedificada. Mas como a devoção continuava decaindo aos poucos, permitiu Nossa Senhora que novo terremoto em Lisboa, mais terrível que o anterior, destruísse o pequeno templo em 1755.

   Nos dois casos, os edifícios que abrigavam a imagem foram destruídos, salvando-se, contudo, milagrosamente, entre as ruínas, tanto a efígie mariana como o altar em que ela se encontrava.
   A decadência do culto a Nossa Senhora sob essa invocação havia chegado a tal ponto, que a capela da Escada não foi mais reconstruída. Por isso, a primitiva imagem foi levada para o templo de Nossa Senhora das Mercês em Lisboa, onde se encontra até hoje. Pareceria um triste fim de uma invocação mariana antes tão difundida.
Renascimento promissor

    Entretanto, a devoção não morreu. 
   Ela deitou raízes em nosso País, surgindo várias capelas a ela dedicadas, como a que foi edificada na vila da Escada, acima referida, no Estado de São Paulo, e anos atrás em Curitiba, no bairro Novo Mundo.

   Peçamos à Mãe de Deus que este seja um sinal do revigoramento dessa bela devoção tão acendrada em nossos ancestrais lusos, especialmente os navegadores, que a trouxeram para a Terra de Santa Cruz.
   Nossa Senhora da Conceição da Escada é a Padroeira da cidade de Barueri, cuja festa celebra-se em 21 de novembro.


NOSSA SENHORA DA ESCADA, EM PERNAMBUCO.

  Primitivamente o município foi uma aldeia de índios das tribos Potiguaras, Tabujarés e Mariquitos(Indeterminado,pois os arquivos que provam a existências dessas tribos foram perdidos na histórica cheia de setenta que a atingiu). 
   O nome "Escada" provém da capela erguida por missionários da Congregação do Oratório, vinda de Portugal para a catequese dos índios. 

   Como a capela estava localizada no alto do terreno, foi construída uma escada para dar acesso a um "nicho" em louvor a Nossa Senhora d'Apresentação, que ficou conhecida como Nossa Senhora da Escada. 
     O distrito de Escada foi criado pela Carta Régia de 27 de abril de 1786 e por Lei Municipal em 6 de março de 1893. A Lei Provincial nº 326, de 19 de abril de 1854, criou o município de Escada, com território desmembrado do município do Cabo de Santo Agostinho

   A sede municipal foi elevada à cidade pela Lei Provincial nº 1.093, de 24 de maio de 1873. É formado pela Sede Administrativa, distritos de Massuassú e Frexeiras.



Fonte: rezairezairezai.blogspot.com.br