sábado, 17 de agosto de 2013

MADONA INDÍGENA



   Na gestão de Abreu Sodré, governador do Estado de São Paulo, de 1967 a 1971, a Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo publicou uma coleção de pinturas intitulada Virgens e Madonas Brasileiras, de Paim Vieira (1895-1988). Retratou o pensamento dos devotos, em vinte sete quadros, dos quais apresentamos o de Madona indígena. Já que Maria é a mãe que pertence igualmente a todos os homens, nada mais justo do que levá-la aos longínquos sertões, para que o seja também dos filhos da selva. O quadro apresenta uma Nossa Senhora indígena, com os traços acentuadamente bugres, suavizados pela estilização, a qual adora seu Filho sentado sobre uma esteira de palha. Ao fundo, algumas malocas da taba aparecem na orla da floresta, cuja silhueta é movimentada.
    A tribo está ausente, apenas um leve fumo dá sinal de vida. Os traços do Menino são brejeiros; na mão sustenta uma cruzinha de gravetos. As roupagens são de pano grosseiro e cores cruas, tendo um vago ornato típico. Reflete-se no céu o colorido verde-floresta, como que a prenunciar os primeiros brotos daquela seara. Uma tentativa pictórica de Senhoras das Missões Brasileiras, exprimindo a invocação. Rainha dos Apóstolos. (texto da publicação).
    Sentimentos de respeito, amor e confiança são frutos da devoção a Maria. Por ser mãe de Deus, devemos prestar a ela o culto de veneração. Não só em nosso exterior, mas principalmente no interior. A santíssima virgem Maria ocupa um lugar privilegiado na liturgia cristã, de primeiro plano. Além de conteú­do doutrinal rico, mantém uma eficácia e valor pastoral sem igual.
   A Igreja nos dá exemplo com orações públicas e particulares. Sempre nos incentiva a que tenhamos devoção a Maria, como filhos que realmente somos, pois Jesus na cruz nô-la deu por mãe.
   Manifestamos nosso amor para com ela, recordando sua bondade e amor que no decorrer dos séculos se tornou patente. Lembramos nessa pintura a expressão que Deus não faz distinção de pessoas, (Deuteronômio 10,17) e a presença dessa pintura é demonstração de que para o Criador não há brancos, negros, ricos, nem pobres, aborígines ou ilustrados em letras, mas todos somos um no Pai celestial. Nosso desejo é que no mundo haja um só coração, uma só Alma!

Oração

 Ó Deus, que não fazeis acepção de pessoas, ajudai-nos para que todos sejam um, como sois com Cristo e o Espírito Santo. Fortalecei-nos na fé que os apóstolos tiveram para seguir de todo coração o Salvador e fazei que pelas preces de Maria, vossa Igreja se torne sacramento de salvação para todos os povos. Amem.


                                                        Por Pe. Roque Vicente Beraldi



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