Origem do santuário e do nome de Nossa Senhora da Ortiga
Uma tradição, que remonta ao século XVII, conta-nos que um
dia, andando uma menina muda a guardar o seu rebanho, no lugar da Ortiga (ou
Urtiga), lhe apareceu nossa Senhora no meio de umas urtigas e lhe pediu a oferta
de uma ovelha.
A pastorinha, que até ali fora muda, sentiu desprender-se
lhe a língua e respondeu que tinha de pedir licença ao pai. Este ficou surpreso
ao ver a menina a falar e disse-lhe que fizesse tudo o que essa senhora
pedisse. A Virgem ordenou então que construíssem ali uma capela e prometeu que
concederia muitas graças a quem lhes pedisse em oração.
Construiu-se a capela e a devoção a Nossa Senhora da Ortiga
tem-se mantido, e até aumentado, ao longo destes quatro séculos. A promessa de
muitas graças também se tem realizado e, a comprová-lo, estão os milhares de
romeiros que ali se ajoelham agradecidos.
Ortiga serve para identificar um pequeno santuário,
localizado a dois quilômetros da igreja matriz de Fátima, concelho de Ourém. De
pequeno que é habitualmente, hoje, domingo 2 de Julho, tornou-se grande pela
afluência numerosa de fiéis, peregrinos e turistas, que ali acorreram para
celebrar a festa anual, que tem sempre lugar na primeira semana de Julho.
Em referência ao início desta devoção não são conhecidas datas precisas, embora subsista a tradição oral de que a imagem da Senhora da Ortiga terá mais de 500 anos e que a primeira capela haja sido construída em 1604.
De acordo com documentação existente apenas é possível apontar que a construção da primeira capela ocorreu antes de 1758, dado que no documento 1 da “Memória Paroquial de Fátima, redigida por João Pereira, cura da freguesia, pode ler-se: “13. (Fátima) Tem sete capellas que sam Nossa Senhora da Ortiga a qual tem tres imagens huma de apresentação com o titulo da Ortiga, Sam Vicente Martir e Santa Catarina (pag.171) ”.
E ainda em: “14. Destas capellas somente a de Nossa Senhora da Ortiga é frequentada pelos fieis todos os sábados do ano (pag.172) ”. “A localidade tinha, tão-só, 1 «vizinho», fogo, ou seja, cerca de 3-4 habitantes”, conforme cita o pároco João Pereira. A descrição deste documento é da autoria de Vasco Jorge Rosa da Silva, investigador em História.
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