quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A VIRGEM MARIA I


1. Por que dizemos que Maria é a Mãe da Igreja?
R: Maria foi escolhida de modo especialíssimo por Deus para cooperar em seu plano de salvação do gênero humano. Foi chamada a ser a Mãe do Redentor e respondeu a este apelo com seu “sim” (cf. Lc 1,38). O Evangelho nos mostra como ela está presente junto a este Jesus, indicando-lhe a ocasião para que Ele fizesse seu primeiro milagre, nas bodas de Caná. Por este milagre, seus discípulos chegaram à fé em Jesus (cf. Jo 2,11). Mas foi na cruz que Maria recebeu a missão de ser mãe dos discípulos de Jesus, mãe da Igreja (cf. Jo 19,26). Por isso ela ficou junto aos discípulos, rezando com eles na espera de Pentecostes (cf. At 1,14). Esta sua missão não passou. Até a segunda vinda de Cristo, a consumação do Reino de Deus, Maria continua realizando seu papel de mãe amorosa para com toda a Igreja e cada um de seus filhos.

2. Por que chamamos a Mãe de Jesus de Nossa Senhora? Não existe apenas um Senhor?
R: A palavra senhor, na linguagem cotidiana, é usada como um tratamento respeitoso, dado a algumas pessoas, pais, professores, autoridades... Dentre outras.
   Na Idade Média, São Bernardo, vendo como cada “senhor” apresentava sua “senhora”, lembrou que Jesus nos deu uma “Senhora” para amparar a todos. Desde então Maria é chamada de “Nossa Senhora”. Trata-se de um título da devoção popular.
    A Mãe de Jesus, com toda certeza, merece esse respeito e, por isso, a designamos comumente como Senhora, sem qualquer conotação com o sentido especificamente bíblico do termo Senhor. Na Sagrada Escritura, este termo é carregado de um sentido muito maior. Senhor é o nome próprio para designar a divindade do Deus de Israel, desde que se revelou a Moisés como Iahveh, “aquele que é”, traduzido na versão grega dos livros do Antigo Testamento por Kyrios, “Senhor”. No Novo Testamento, a palavra Senhor é utilizada neste sentido mais forte. Jesus é chamado de Senhor por aqueles que dele se aproximam com respeito e confiança no seu poder de ajuda e cura. Nos encontros com Jesus Ressuscitado, o termo Senhor aparece como expressão de adoração: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20,28). Jesus é “de condição divina” (Fl 2,6), o Senhor, digno do mesmo poder, honra e glória devidos ao Pai. Ele é o Senhor da vida e da história, por quem a Igreja clama: “Amém, vem Senhor Jesus!” (Ap 22,20). O nome Senhor indica, portanto, a soberania divina. Quem confessa ou invoca Jesus como Senhor demonstra que crê na sua divindade. “Ninguém pode dizer ‘Jesus é Senhor’ a não ser no Espírito Santo” (1 Cor 12,3).

3. O que é canonização dos santos?
R: Canonização é a sentença definitiva pela qual a Igreja declara que alguém participa da glória celeste e prescreve que lhe seja prestada veneração pública. Uma pessoa não é santa porque a Igreja a canoniza, mas a Igreja a canoniza porque ela é santa. A Igreja, pelo magistério solene e universal do Papa, reconhece a santidade dos nossos irmãos.
   Desde os primeiros tempos a Igreja cultuava os mártires e os confessores da fé. O heroísmo da fé, o ardor da caridade e das outras virtudes dos amigos de Deus, reconhecidos pelas pessoas que conviviam com eles, ocasionavam a proclamação espontânea da santidade destes cristãos. Registravam-se bispos, monges missionários, os fundadores de conventos e mosteiros, pais e mães de família, jovens etc. Até o séc. VI bastava o reconhecimento da comunidade cristã para que se desse início ao culto. Com o tempo a Igreja exigiu um procedimento mais detalhado e a canonização passou a ser feita pelo papa.
   Com a canonização de alguém, a Igreja nos propõe exemplos de vida e mostra de modo vivo que todos nós somos chamados a corresponder plenamente ao chamado de Deus de sermos como Ele é (cf. Mt 5,48). Os santos são discípulos exemplares de Jesus Cristo e ajudam os seus irmãos a conhecerem os caminhos do Evangelho e da imitação de Jesus Cristo. Mostra ainda que participamos de uma Comunidade, a Igreja, que, apesar de tantas falhas de seus filhos, tem em seu seio verdadeiros heróis da fé e do amor, pessoas como nós que hoje, na glória de Deus, intercedem por nós.
*Neste sentido, Maria é santa, pois ela viveu com heroísmo o martírio de seu Filho Jesus Cristo, sem perder a fé, e sendo uma discípula eficaz! É por isto que acreditamos que Nossa Senhora participa da glória de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois ela cumpriu com fidelidade a vontade de Deus. Se o ladrão (Lc 23, 39-43) que foi crucificado com Jesus entrou no Reino de Deus para viver a vida eterna, quanto mais, Maria, que viveu a vida em conformidade com o seu Jesus.

4. O que é o culto (veneração) dos santos?
R: Cristo é a cabeça de um Corpo que é a Igreja, cujos membros são todos os cristãos. Existe, então, entre a Cabeça e o Corpo uma comunhão de vida e de interesses entre Cristo e os cristãos, assim como os cristãos entre si. Os santos são membros do Corpo Místico de Cristo nos quais a Redenção alcançou a plenitude dos seus frutos. Terminada a peregrinação terrestre, plenamente compenetrados pelo amor de Cristo e configurados n’Ele, os santos gozam atualmente da visão de Deus face a face. Conscientes desta verdade, os cristãos, desde os primeiros séculos, entendendo que esta nova situação não cancela a comunhão e a solidariedade, começaram a venerar santos como intercessores em favor daqueles que ainda peregrinam pelas estradas deste mundo, entre as suas vicissitudes.
   Na perfeição dos santos, os cristãos, em primeiro lugar, adoram, louvam e bendizem a obra do Criador e Redentor, a expressão perfeita de sua sabedoria e vitória. Segundo, invocando a bondade de Deus e de suas obras, o culto dos santos desperta os que estão em estado de peregrinação o desejo de chegarem também eles à Jerusalém celeste, onde se encontram os bem-aventurados. A intercessão dos justos, sobretudo, dos que alcançaram a plenitude, sendo agradável a Deus (cf. Gn 18,22-32), pode obter as graças espirituais e materiais para aqueles que necessitam conseguir a plenitude da Redenção (cf. Rm 8,29). Trata-se de uma comunhão em que, os santos, em virtude de sua caridade, não podem deixar de orar por quem não “está ainda na Pátria, mas a caminho”.
   A intercessão dos santos não tem a função de informar Deus de necessidades que lhe são ignoradas, mas, sobretudo, de fazer com que os fiéis possam compreender e corresponder mais plenamente ao plano e à vontade de Deus.

*Quem mais do que Maria viveu plenamente tudo que Deus sonhou para suas criaturas?
   Ela viveu com solicitude e generosidade tudo aquilo que lhe foi pedido. Disse sim a Deus com total entrega de sua pessoa ao desígnio divino. Sua liberdade ficou eficazmente disponível para que Deus realizasse sua obra de salvação N’Ela e através d’Ela. Acreditamos firmemente que Maria intercede por nós seus filhos na ordem da graça, junto a Jesus Cristo, pois Nossa Senhora viveu na plenitude da graça de Deus, foi exatamente isto que o ajo lhe disse: “Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1, 28). A vida de Maria sempre foi e será cheia de graça, é por isto que Ela vive a verdadeira comunhão dos santos e pode com propriedade e conhecimento interceder por todos os seus filhos.
    Todos nós que vivemos na graça de Deus estamos em comunhão com Ele. Somos ramos vivos da videira (cf. Jo 15,5), membros vivos do Corpo de Cristo. E quem esteve nesta vida mais unida a Cristo do que Maria? Nós também estamos unidos entre nós, numa ligação invisível, mas real (cf. Rm 12,4-5). É uma comunhão no amor. Por isso eu posso rezar por alguém ou pedir que alguém reze, interceda por mim: porque estou ligado a Cristo e, n’Ele, ao meu irmão.

Fonte: Livro do Católico, Parte 204, Basílica Nossa Senhora do Carmo – Campinas – SP – Brasil.

*Reflexão incluída nesta meditação refletida por Maria Marta, assim como a produção da imagem em Power Point.

Nenhum comentário:

Postar um comentário