A verdadeira devoção a Virgem Maria, segundo São Luís Maria,
tem práticas interiores e exteriores.
São Luís Maria ensina que a devoção a Maria é feita de
práticas interiores e exteriores no terceiro capítulo do “Tratado da Verdadeira
Devoção à Virgem Maria”, São Luís Maria Grignion de Montfort fala, entre outras
coisas, das práticas que fazem parte da consagração total a Nossa Senhora. Ele
divide essas práticas em duas, que são as práticas interiores e as exteriores.
Para compreendermos melhor essas práticas, trataremos delas separadamente, mas
elas estão sempre intimamente ligadas.
O que são essas práticas interiores e exteriores da devoção
a Virgem Maria?
Em primeiro lugar, falaremos das práticas interiores, que
são as mais importantes. São Luís Maria as resume em oito práticas principais:
1) Honrar e amar a Virgem Maria, Mãe de Deus, acima de todos os outros santos,
como obra-prima da graça e a primeira depois de Jesus Cristo; 2) Meditar as virtudes,
privilégios e ações de Nossa Senhora; 3) Contemplar as suas grandezas; 4)
Dirigir a ela, atos de amor, de louvor e de reconhecimento; 5) Invocá-la com
todo o coração; 6) Oferecer-se e unir-se a ela; 7) Fazer tudo com o fim de lhe
agradar; 8) “Começar, continuar e terminar todas as ações por Ela, n’Ela, com
Ela e para Ela, a fim de as fazer por Jesus Cristo, em Jesus Cristo, com e para
Jesus Cristo, nosso último fim” (TVD 115).
Quanto às práticas exteriores, São Luís nos apresenta as
principais: 1) Fazer parte das confrarias de Nossa Senhora e entrar nas suas
congregações; 2) Entrar nas ordens religiosas instituídas em sua honra; 3)
Publicar os louvores da Virgem Maria; 4) Dar esmolas, jejuar e fazer
mortificações espirituais ou corporais em sua honra; 5) Trazer as suas
insígnias como o Rosário, o Terço, o escapulário, a medalha milagrosa ou a
cadeiazinha; 6) Rezar com modéstia, atenção e devoção o Rosário completo, o
Terço, ou outras oração em honra de Maria; 7) Cantar e incentivar os cânticos
espirituais em sua honra; 8) Dirigir a ela genuflexões ou inclinações,
dizendo-lhe, por exemplo, sessenta ou cem vezes cada manhã: “Ave, Maria, Virgem
Fiel!”, a fim de obter de Deus por meio d’Ela a fidelidade às graças de Deus
durante o dia. Da mesma forma, pode-se dizer à noite: “Ave, Maria, Mãe de
misericórdia!”, para pedir por Ela, perdão a Deus pelos pecados cometidos
durante o dia; 9) Cuidar das suas confrarias, enfeitar os seus altares, coroar
e embelezar as suas imagens; 10) Levar e incentivar as procissões com suas
imagens, e trazer uma consigo, como arma poderosa contra o espírito maligno;
11) Mandar fazer e colocar imagens suas, ou o seu nome, nas igrejas, nas casas,
nas portas e entradas das cidades, igrejas e residências; 12) “Consagrar-se a
Ela duma maneira especial e solene” (TVD 116).
Estas práticas exteriores, que não são obrigatórias, devem
ser feitas com a boa e reta intenção de só agradar a Deus, de se unir a Jesus
Cristo como a seu fim último, e de edificar o próximo. Além disso, São Luís Maria
recomenda que essas práticas sejam feitas: “com atenção, sem distrações
voluntárias; com devoção, sem precipitação nem negligência; com modéstia e
compostura respeitosa e edificante do corpo” (TVD 117).
São Luís Maria nos ensina que a verdadeira devoção a
Santíssima Virgem exige da alma mais sacrifícios por Deus e a esvazia de si
mesma e do seu amor próprio. Esta conserva a alma ainda mais fiel na graça e a
graça nela. Ela também a une mais perfeitamente a Jesus Cristo, e é mais
gloriosa para Deus, mais santificante para a alma e mais útil ao próximo (cf.
TVD 118).
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