domingo, 15 de setembro de 2013

NOSSA SENHORA DAS DORES



No dia 15 de setembro celebramos a festa de Nossa Senhora das Dores. Parece uma contradição comemorar o sofrimento de alguém. Porém, nesta comemoração, há uma sabedoria maravilhosa que pode nos ajudar durante toda a vida.
   Através da festa de Nossa Senhora das Dores nós aprendemos que todo sofrimento, quando oferecido a Deus, se transforma em bênçãos, em crescimento pessoal e em felicidade consistente e madura. Depois de toda morte vem a ressurreição.
    A Virgem Maria começou a experimentar o sofrimento por causa do seu sim a Deus quando era ainda bem jovem. Por volta de 15 anos, ela deu à luz seu Filho, concebido por obra do Espírito Santo. Ao apresentar o menino no Templo, ouviu uma profecia assustadora: “Por causa deste menino, uma espada de dor transpassará teu coração”. (Lucas, 2, 34-35)
   Logo em seguida teve que fugir para o Egito, porque um rei poderoso queria matar seu filho recém-nascido. Não parece estranho? O Filho de Deus nasce neste mundo e seus pais tem que fugir com ele para uma terra estranha por um rei sanguinário quer mata-lo… Terra estranha, língua estranha, costumes estranhos, religião estranha, pessoas estranhas…
   Este sofrimento durou quatro anos. Mas, passou. Herodes morreu e a Sagrada Família pôde, enfim, voltar para Nazaré e conviver com todos os seus queridos. Jesus teve uma infância simples, porém, feliz, junto de seus familiares, tios, primos e amigos.
   E o que dizer das outras dores de Maria? Perder o Filho justo quando ele completara doze anos e atingia a maioridade em Israel… E reencontrá-lo três dias depois, “na casa do Pai” (Pai de Jesus e ele deixa isso bem claro na frente de José). Uma dor… Uma prefiguração da perda real de Jesus na sua morte de cruz… Mas recuperando-o (para sempre) três dias depois!
   A grande sabedoria da festa de Nossa Senhora das Dores é que os sofrimentos desta vida são passageiros. Por mais infindáveis que possam parecer, todos são passageiros. E a coroa que nos aguarda no final, é incomparavelmente superior a qualquer sofrimento que possamos viver neste mundo.
   Além disso, os sofrimentos tem um papel importante na vida de qualquer pessoa. São Paulo fala sobre isso: “… Nós nos gloriamos até das tribulações (leia-se: sofrimentos). Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Romanos 5, 3-5)
    Podemos dizer que Maria viveu isso. Ela amadureceu no sofrimento, mas também na fé, na paciência, na esperança e na perseverança. E, em tudo, viveu o amor de Deus.
   São Paulo tem uma frase belíssima, que norteou a vida de milhões de cristãos no mundo inteiro. Ele disse: “Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm comparação alguma com a glória futura que se manifestará em nós” (Romanos 8, 18).
   No fundo, esta é a grande esperança de todos os cristãos: a glória futura. Esta é a Pérola preciosa da qual Jesus fala. Esta é a Pérola Preciosa que Maria encontrou quando disse sim a Deus. Por causa dela, vale a pena vender tudo e dar aos pobres. Por causa dela, vale a pena todo sofrimento e nenhum sofrimento fica sem sentido.
   E este é o grande sentido da festa de Nossa Senhora das Dores: ela dá um sentido ao nosso sofrimento. Maria sofreu. Jesus sofreu. Quem somos nós para não passarmos pelo sofrimento? Porém, depois de todo sofrimento vem a vitória. Depois de toda morte, vem a ressurreição.
   Que Nossa Senhora das Dores nos ajude nos momentos de sofrimento, pois ela passou por eles, passou pela pior dor que alguém poderia passar e venceu. Com ela no coração, podemos vencer também.



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