sábado, 18 de maio de 2013

NOSSA SENHORA DO LEITO


     Não estamos acos­to­ma­dos a ouvir tal invocação a Nossa Senhora. Mas existe. No povoado Souto Maior, no Conselho de Sabrosa (Vila Real) em Portugal, é onde se encontra uma imagem, venerada com o nome de Nossa Senhora do Leito. É única naquela diocese, conforme narra o “Culto a Nossa Senhora na Diocese da Guarda”.
  A origem desta devoção é desconhecida. Há, no entanto, uma opinião de que tenha surgido da fé de pessoas enfermas, que aceitaram carregar sua cruz com Cristo. Devendo guardar leito, doentes impossibilitados de se locomoverem, suplicavam a Nossa Senhora paciência e força para suportar na cama sua enfermidade. Encontramos muita semelhança com a devoção a Nossa Senhora das Dores. Está baseada nas palavras do velho Simeão (Lucas, 2 35): E uma espada traspassará a tua alma. Completam-se com as dores no Calvário (João 19,25): Junto à cruz de Jesus estava de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas e Maria Madalena. Santa Teresa de Ávila disse que grande porcentagem de orações dos fiéis se resume neste pedido: “Das cruzes e sofrimentos, livrai-me Senhor”. Existem também pessoas generosas que aceitam carregar a cruz com Cristo, suportando dores e revezes da vida, para colaborar na redenção, como fez de Maria. Afirmam como São Paulo: Completo em minha carne, o que faltou na paixão de Cristo. Repetem no íntimo o que exprimiu o poeta e jurisconsulto italiano Frei Jacoponi da Todi (+ 1306):
 1. De pé a Mãe dolorosa, junto da cruz, lacrimosa, via Jesus que pendia.
 2. No coração transpassado sentia o gládio enterrado de uma cruel profecia.
 3. Mãe entre todas bendita, do Filho único aflita, a imensa dor assistia.
 4. E, suspirando, chorava, e da cruz não se afastava, ao ver que o Filho morria.
 5. Pobre mãe tão desolada, ao vê-la assim traspassada, quem de dor não choraria?

                 Por Pe. Roque Vicente Beraldi, é sacerdote missionário claretiano.


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