A origem desta devoção é desconhecida. Há, no entanto, uma opinião de
que tenha surgido da fé de pessoas enfermas, que aceitaram carregar sua cruz
com Cristo. Devendo guardar leito, doentes impossibilitados de se locomoverem,
suplicavam a Nossa Senhora paciência e força para suportar na cama sua
enfermidade. Encontramos muita semelhança com a devoção a Nossa Senhora das
Dores. Está baseada nas palavras do velho Simeão (Lucas, 2 35): E uma espada
traspassará a tua alma. Completam-se com as dores no Calvário (João 19,25):
Junto à cruz de Jesus estava de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de
Cléofas e Maria Madalena. Santa Teresa de Ávila disse que grande porcentagem de
orações dos fiéis se resume neste pedido: “Das cruzes e sofrimentos, livrai-me
Senhor”. Existem também pessoas generosas que aceitam carregar a cruz com
Cristo, suportando dores e revezes da vida, para colaborar na redenção, como
fez de Maria. Afirmam como São Paulo: Completo em minha carne, o que faltou na
paixão de Cristo. Repetem no íntimo o que exprimiu o poeta e jurisconsulto
italiano Frei Jacoponi da Todi (+ 1306):
1. De pé a Mãe dolorosa, junto da cruz,
lacrimosa, via Jesus que pendia.
2. No coração transpassado sentia o gládio
enterrado de uma cruel profecia.
3. Mãe entre todas bendita, do Filho único
aflita, a imensa dor assistia.
4. E, suspirando, chorava, e da cruz não se
afastava, ao ver que o Filho morria.
5. Pobre mãe tão desolada, ao vê-la assim
traspassada, quem de dor não choraria?
Por Pe. Roque Vicente Beraldi, é sacerdote missionário claretiano.
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