Em 1750, Santo Afonso Maria de Ligório publicou um livro com o título “As Glórias de
MARIA”. O Papa Bento XV, ao falar deste
livro, disse: “É um livro
perene”.
De fato, quem lê a maravilhosa Obra (que a seus devotos recomendamos)
experimenta um terno amor para com a MÃE de DEUS, uma confiança inabalável no
Poder e Amor da Virgem Medianeira, e fica certo da salvação, se for sincero
devoto de MARIA.
O quinto capítulo de “Glórias de MARIA”, Santo Afonso o
dedica à Mediação Universal, defendendo-a contra Luiz Muratori, um escritor
daquele tempo, que não queria admitir esta doutrina. Afirma o Santo que a
intercessão de MARIA é moralmente necessária para a nossa salvação, dizendo: “Só os que são faltos de fé podem duvidar de que o
recorrer a Intercessão de MARIA Santíssima seja coisa utilíssima e santa. O
que, porém, temos em vista é provar que esta Intercessão é também necessária
à nossa salvação; necessária não absoluta, mas moralmente, como deve ser.
A origem desta necessidade está na própria Vontade de DEUS, o qual quer que
pelas Mãos de MARIA Santíssima passem todas as Graças que nos dispensa. Tal é
a doutrina de São Bernardo, doutrina atualmente comum a todos os teólogos e
doutores, conforme o autor do “Reino de MARIA”.
Muratori dissera que a proposição de não conceder o SENHOR Graça alguma,
senão por meio de MARIA, é hipérbole, exagero que escapou ao fervor de alguns
santos. Ao que Santo Afonso responde:
“Seja-me
permitido recordar ao autor uma distinção que ele mesmo fez. No seu livro
acentua também a diferença entre a mediação da justiça, em vista dos méritos,
e a mediação de graça por via de intercessão. Do mesmo modo uma coisa é dizer
que DEUS não possa, e outra que DEUS não queira conceder Suas Graças sem a
Intercessão de MARIA.
Nós concedemos que DEUS é a Fonte de todos os bens e o SENHOR absoluto de
todas as Graças. Confessamos também que MARIA não é mais que uma Pura
Criatura, e que tudo quanto obtém tudo recebe de DEUS. Mas esta Sublime
Criatura, mais do que as outras, O Honrou e Amou, sendo por ELE escolhida
para MÃE de SEU FILHO, o Salvador do mundo. Querendo exaltá-LA de modo
extraordinário, o SENHOR determinou por isso que por Suas Mãos hajam de
passar e sejam concedidas todas as mercês dispensadas às almas remidas. Não é
muito razoável e muito conveniente tal suposição? Quem poderá dizer o
contrário?
Não há dúvida, confessamos que JESUS CRISTO é o Único Mediador de Justiça,
porque por SEUS Méritos nos obtém a Graças e a Salvação. Mas ajuntamos que
MARIA é Medianeira de Graças e como tal pede por nós em Nome de JESUS CRISTO,
e tudo nos alcança pelos Méritos DELE.
Assim, pois, à Intercessão de MARIA devemos todas as Graças que solicitamos.
Nada há nisso de contrário aos Sagrados Dogmas. Ao invés, o que há é plena
conformidade com os sentimentos da Igreja. Nas orações por ela aprovadas,
ensina-nos a recorrer sempre à MÃE de DEUS e a invocá-LA como salvação dos
doentes, refúgio dos pecadores, auxilio dos cristãos, vida, doçura e
esperança nossa. Nas Festas da Santíssima Virgem, aplicam-LHE no Ofício as
palavras dos Livros da Sabedoria, e assim nos da a entender que NELA acharemos
toda a esperança: “Sou a mãe do puro amor, do temor (a DEUS), da ciência e da
santa esperança, em mim se acha toda a graça do caminho e da verdade, em mim
toda a esperança da vida e da virtude.” (Eclo. 24, 24 -25).
“Pois quem me acha encontra a vida e alcança o favor do Senhor. Mas quem
ofende, prejudica-se a si mesmo; quem me odeia, ama a morte.” (Pv. 8, 35-36)
“Aquele que me ouve não será humilhado e os que agem por mim não pecarão.
Aqueles que me tornam conhecida terão a vida eterna.” (Eclo. 24, 30 -31).
Tudo está mostrando quão necessária nos é a Intercessão de MARIA.
Segundo São Bernardo, “DEUS premiou MARIA com todas as graças, para que, por
Seu intermédio, recebam os homens todos os bens que lhes são concedidos”.
Faz aqui o Santo uma profunda reflexão, acrescentando: “Antes do
nascimento da Santíssima Virgem, não existia para todos, essa torrente de
Graças, porque não havia ainda esse desejado aqueduto. MARIA foi dada ao
mundo para que, por Seu intermédio, como por um canal, até nós corresse, sem
cessar, a torrente de Graças Divinas.
Que lhe arrebentassem os aquedutos, foi a ordem dada por Holofernes para
tomar a cidade de Betúlia (It. 7,6). Assim também o demônio faz todos os
esforços para acabar com a devoção à MÃE de DEUS nas almas, pois cortado esse
canal de Graças, muito fácil se torna a ele a conquista. Consideremos,
portanto, com que afeto e devoção o SENHOR quer que honremos esta nossa
Rainha. Consideremos o quanto deseja que a ELA recorramos, e em Sua proteção
confiemos, pois em Suas Mãos depositou a Plenitude de todos os bens, para nos
tornar cientes de que toda a esperança, toda a Graça, toda a Salvação a nós,
chegam pelas Mãos DELA.”
A mesma coisa declara Santo Antonino: “Todas as
misericórdias dispensadas aos homens tem vindo por meio de MARIA.” Pelo mesmo motivo
chama-LHE a Igreja: “Porta dos Céus”.
“Como todo o
indulto do rei passa pela porta do seu palácio, observa São Bernardo, assim
também Graça nenhuma desce dos Céus sem passar pelas Mãos de MARIA.”
E acrescenta São
Boaventura que “MARIA é chamada
Porta dos Céus, porque ninguém pode entrar Nele senão pela Porta que é
MARIA”.
Uma sentença de São Bernardo diz: “Cooperaram para
nossa ruína um homem e uma mulher. Convinha, pois, que outro homem e outra
mulher cooperassem para a nossa reparação. E estes foram JESUS e MARIA, Sua
Mãe. Não há duvida, JESUS CRISTO, só, foi suficientíssimo para remir-nos, mas
conveniente era, entretanto, que para a nossa reparação servissem ambos os
sexos, assim como havia cooperado ambos para a nossa ruína.”
Pelo que Santo Alberto chamou MARIA “a Cooperadora da
nossa Redenção”.
A própria Virgem revelou a santa Brígida que “assim como Adão e
Eva por um pomo venderam o mundo, assim também ELA e Seu FILHO com um Coração
o resgataram.”
Santo Anselmo iluminadamente observa: “Do nada pôde DEUS
criar o Mundo, mas não quis repará-lo sem a cooperação de MARIA.”
Embora a doutrina
da Mediação Universal seja antiga como a Igreja, contudo, somente nos últimos
tempos, foi a mesma doutrina concretizada em Festa Litúrgica com Missa e
Ofício próprios. Foi a pedido do
Cardeal Mercier que o Papa Bento XV, em fevereiro de 1921, estatuiu a nova
festa, a celebrar-se anualmente no dia 31 de maio, em honra de NOSSA SENHORA
Medianeira de Todas as Graças. Nessa ocasião a
celebração da nova festa foi concedida às dioceses da Bélgica e a todas as
outras que a pedissem.
Hoje todas as
ordens religiosas a celebram, e um grande número de dioceses do mundo
inteiro. Desde 1940 o Brasil inteiro possui o privilégio desta festa.
Pio XI, pouco
depois de subir ao trono pontifício, nomeou três comissões – espanhola, belga
e romana – de abalizados teólogos, encarregados de investigar os fundamentos
dogmáticos da doutrina da Mediação universal. Mas o que é
importantíssimo e o que se deve destacar no movimento em torno da Medianeira
de Todas as Graças é que pela série dos últimos pontífices, a começar de Pio
IX, essa doutrina é claramente inculcada, ensinada, recomendada
categoricamente em documentos dirigidos a Igreja Universal, com apelação a
tradição cristã.
Da festa litúrgica
da Medianeira de Todas as Graças das comissões encarregadas do estudo da
Mediação Universal e da constante recomendação dos últimos pontífices,
pode-se concluir que é o próprio
ESPÍRITO SANTO que move a Igreja a venerar, de um modo todo especial, a NOSSA
SENHORA, sob a invocação de Medianeira de Todas as Graças, e que se está
aproximado à definição da Mediação Universal.
É também digno de
se considerar que, no mesmo tempo em que o comunismo ateu iniciou seu nefasto
domínio, resplandece no Céu o sinal da Medianeira, como se DEUS quisesse
mostrar que a cabeça da infernal serpente do comunismo, será esmagada pela
Virgem Medianeira. (Estes proféticos escritos finais cumpriram-se após 27
anos, ou seja, em 1981, com a queda do muro de Berlim, e com a participação
direta do prediletíssimo filho de NOSSA SENHORA, o saudoso e amado Papa João
Paulo II.).
Nossa Senhora
Medianeira de todas as graças, rogai por nós!
Continua na parte IX.
“Bendita seja a
Bem-Aventurada sempre Virgem MARIA!”
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sexta-feira, 5 de abril de 2013
A MEDIAÇÃO UNIVERSAL DE MARIA SANTÍSSIMA - Parte VIII.
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