Com o pecado de nossos primeiros pais e sua expulsão do
Paraíso, fruto de sua desobediência, Deus deixou para eles, no momento da
maldição, a esperança de que pela raça da mulher seria esmagada a cabeça da
serpente (cf. Gn 3,15). Em sua infinita Bondade, quis Deus reforçar aos homens
essa sua promessa, através do profeta Isaías: “Eis que uma virgem conceberá e
dará à luz um filho, e o seu nome será Deus Conosco” (Is 7,14)[1]. Quem seria
esta mulher misteriosa que esmagaria a cabeça da serpente e que, num paradoxo
humanamente irreconciliável, conceberia permanecendo sempre virgem, conforme a
profecia de Isaías?
Esta mulher, que a Santa Igreja proclama Mãe Puríssima e
Virgem Gloriosa, ao anúncio de que conceberia o Filho do Altíssimo pela virtude
do Espírito Santo sem conhecer homem algum (Cf. Lc 1,28-37), e certa de que “a
Deus nenhuma coisa é impossível” (Cf. Lc 1,37)[2], realizou “da maneira mais
perfeita a obediência da fé”[3], de que nos fala São Paulo (cf. Rm 1,5), quando
disse: “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”
(Cf. Lc 1,38).[4]
Deste modo, com seu consentimento, abraçando de todo o
coração a vontade divina de salvação, Maria tornou-se Mãe de Jesus e
“consagrou-se totalmente, como escrava do Senhor, à pessoa e obra de seu
Filho”, para servir, na dependência d’Ele e com Ele, pela graça de Deus, ao
Mistério da Redenção.[5] “Com razão, pois, os Santos Padres estimam Maria não
como um mero instrumento passivo, senão como uma cooperadora da salvação
humana, pela livre fé e obediência”.[6]
Assim, comenta Santo Irineu: “o nó da desobediência de Eva
foi desatado pela obediência de Maria. O que uma fez por incredulidade o desfez
a outra pela fé”.[7] A este respeito, é interessante notar, com um autor
francês, o modo como Deus transmitiu Sua vontade a ambas, sendo muito mais
claro, incisivo e categórico com relação a Eva, o que não era necessário a
Maria, porquanto sabia entender a vontade divina mesmo sem um mandato expresso,
o que é o mais alto grau de obediência, como vimos no capítulo precedente:[8]
“No Paraíso Terrestre, o próprio Deus fez à primeira Eva uma
proibição expressa, com a ameaça de uma terrível sanção: “Não comas do fruto da
árvore da ciência do bem e do mal; porque, em qualquer dia que comeres dele,
morrerás indubitavelmente” (Gn 2, 17)[9]. Contudo, a infortunada mãe dos homens
desobedeceu a seu Criador.
“A Maria, pelo contrário, por seu mensageiro celeste, Deus
Se limita a exprimir um desejo do qual Ela poderia eximir-Se sem incorrer em
sua maldição: “Achaste graça diante de Deus; eis que conceberás no teu seio e
darás à luz um filho, a Quem colocarás o nome de Jesus” (Lc 1, 30-31).[10] Ora,
se vemos a doce Virgem ficar atônita por um instante, não é pela hesitação
diante da vontade de Deus, pois somente sua incomparável humildade e delicada
pureza A fazem temer a insigne honra da maternidade divina.[11]“.
2. A obediência de Maria em algumas passagens bíblicas
E assim, toda a vida de Maria não foi senão um contínuo
descobrir a vontade de Deus para submeter-se pronta e docilmente a ela. E se é
verdade que “a obediência de Maria inspirou a concepção do Verbo de Deus; a
obediência de Maria presidirá também ao nascimento do Salvador dos homens”[12]
e à sua infância.
Assim, junto a São José, seu castíssimo esposo, observa-se
Maria obedecendo ao decreto de recenseamento promulgado por César Augusto (Lc
2,2-5), sofrendo com humildade e sem reclamar o infortúnio de não encontrar uma
porta aberta para abrigar sua pobreza, chegando a se refugiar num estábulo,
onde se completou o grande mistério de amor. Tudo isto porque via naquela
provação a manifestação da vontade divina.[13] Ali, na mais absoluta privação,
“Maria obedece sempre e, sussurrando o “Fiat” da Encarnação, embala seu
recém-nascido”.[14]
Quarenta dias após o nascimento de Jesus, a voz de Deus fala
novamente a Maria convidando-A a apresentar-se no Templo para purificar-Se.
Mas, sendo Virgem Imaculada, cuja maternidade milagrosa não tinha sequer
resquício da mancha do pecado original, como poderia essa lei de purificação
atingi-la? “Pouco importa! Deus falou, Maria obedece e Se junta às outras mães,
para compartilhar a humilhação”.[15] Nesta passagem (Lc 2,21-24), contempla-se
Maria obediente às prescrições da Lei judaica; Ela, que não necessitava de uma
purificação legal, como explica Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias:
“porque concebida sem pecado original, virginalíssima, não
tendo esposo homem, a não ser esposo Deus, estava por cima da Lei
completamente. [...] E que sentido tem a Mãe entregar para Deus aquilo que é de
Deus? É de Deus, pois Ele, Jesus, é Filho de Deus. Não tinha sentido Ela ir no
Templo para isso. Entretanto Ela quer cumprir a Lei, e Ela quer cumprir nas
minúcias. E chega ao Templo e coloca o Menino Jesus nas mãos de Simeão. E,
portanto, Ela entrega a Deus o que é de Deus e sabe perfeitamente o que
significa aquele gesto; aquele gesto significa que Ela está entregando o Menino
Jesus para a Cruz. Porque quem recebe o Menino Jesus nesse momento é Simeão,
mas mais tarde no Calvário, quem estará com os braços abertos para receber não
mais o Menino Jesus, mas o próprio Filho de Deus feito homem, todo chagado, é a
Cruz. A Cruz está de braços abertos.
“Então, este ato é um ato que Ela cumpre porque quer ser
obediente, mas cumpre com toda a compreensão da grande perspectiva que tem
diante de si. E nós vemos então Nossa Senhora, nesse ato, ressaltando uma
virtude extraordinária que é a virtude da obediência.[16]“
Mas sua obediência não se limitava somente à lei judaica.
“Ela praticou, igualmente, a obediência perfeita a todos os mandamentos,
acompanhada da mais generosa prontidão em seguir todos os conselhos e
inspirações do Espírito Santo”.[17] E quando Maria pensava
prodigalizar a seu Divino Filho todas as efusões de sua ternura, aparece
novamente o Anjo do Senhor, comunicando a ordem de partir para o Egito, pois
Herodes, o cruel tirano, tramara a morte de Jesus (cf. Mt 2,14). “É o exílio,
com suas incertezas e seus perigos. Maria, entretanto, não cessa de obedecer:
repetindo seu ‘Fiat’, Ela aperta a seu coração angustiado o doce Salvador do
mundo e foge a toda pressa para a terra do Egito”.[18]
Assim se deu até o início da vida pública de seu Filho,
quando podemos ouvi-La intercedendo em favor dos esposos que passavam por um
grande apuro, pela falta de vinho nas bodas de Caná, com palavras que servirão
de recomendação desta virtude para todos os séculos: “Fazei o que ele vos
disser” (Jo 2,5).[19].
3. O maior título de glória de Maria: o elogio de Jesus à
Sua obediência
O Evangelho narra ainda dois episódios, com vários aspectos
semelhantes entre si, em que o valor da obediência de Nossa Senhora é exaltado
de forma extraordinária pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta
glorificação de sua submissão à vontade divina é sobretudo esplendorosa
tendo-se presente que “o dogma mais importante da Virgem Maria é sua
maternidade divina”.[20]
O primeiro dos dois fatos, narrado por Lucas, deu-se numa
ocasião em que, após Jesus ter curado um possesso, os fariseus passaram a
acusá-Lo de fazer milagres em nome de Belzebu. O Divino Mestre estava rebatendo
vitoriosamente essa blasfema calúnia quando, de súbito, uma mulher brada do
meio da multidão que o escutava: “Bem-aventurado o ventre que Te trouxe, e os
peitos que Te amamentaram” (Lc 11,27).[21] Nosso Senhor Jesus Cristo, porém,
com palavras que ressaltam o valor da obediência, retrucou: “Antes
bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lc
11,28).[22]
Para uma pessoa com pouca instrução teológica poderia
parecer, à primeira vista, que Nosso Senhor não prestou a honra e homenagem
devidas à Sua Mãe. Entretanto,
“…nessa resposta, de fato, Nosso Senhor proclamou para todas
as gerações que a Virgem Maria seria glorificada não tanto por seus privilégios
e sua dignidade de Mãe de Deus, quanto por haver ouvido e praticado
integralmente a palavra e as ordens de Deus. Ter tomado como lei a vontade
divina e cumprido com fidelidade e à custa de todos os sacrifícios os desígnios
do Pai Celeste, eis — como disse Santo Agostinho — o mais belo título de glória
de Maria.[23]“
Ouvir a palavra de Deus e pô-la em prática é, evidentemente,
obedecer, como explica Stöger: “obedecer significa escutar a manifestação da
vontade de outrem ([...] αχουειν, υπαχουειν) e dar-lhe resposta”.[24] Portanto,
estas palavras do Divino Salvador patenteiam que Nossa Senhora era mais feliz
por ser obediente, escutando a palavra de Deus e pondo-a em prática, do que
propriamente pela sua dignidade de Mãe de Deus, o que significa uma magnífica
exaltação do valor da obediência praticada por Maria Santíssima. Para
corroborar o sobredito, é oportuno colher nos Santos Evangelhos mais um
episódio descrito por Mateus, em seu capítulo 12, versículos 46-50, que ilumina
inteiramente os comentários acima aportados: “Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus
irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar. Disse-lhe alguém:
“Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te”. Jesus respondeu:
“Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” E, apontando com a mão para os seus
discípulos, acrescentou: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Todo aquele que faz
a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha
mãe”.[25]“
Entretanto, há uma preciosidade a mais. Depois de uma vida inteira
de obediência, contempla-se, por fim, o momento de cumprir-se a profecia de
Simeão: “uma espada transpassará tua alma” (Cf. Lc 2,35).[26] Assim como Maria
apresentara-se obediente no Templo, levando o Terno Infante em seus braços, num
ato supremo de obediência à vontade divina Ela também O oferecerá
voluntariamente como Vítima no altar da Cruz, a fim de que seja operada a
Redenção do gênero humano.
“Deus falou, é preciso que Jesus, o inocente Filho de Maria,
derrame seu sangue pela redenção do mundo. Ah! Desta vez ouviremos subir do
Coração de Maria, de seu Coração de Mãe, um grito de revolta? Não. Maria
permanece de pé junto à Cruz e, enquanto Jesus geme em amargo pranto, Ela
cala-Se, com o coração transpassado de dor, e derrama em silêncio lágrimas de
sangue. Inclinando a cabeça, Jesus expira, obedecendo até a morte de cruz, e ao
mesmo tempo Maria, obediente e resignada, inclina também sua cabeça sobre seu
coração quebrantado.
“Ó heroica obediência de nossa Mãe, que exemplo e que lição
destes aos cristãos de todos os séculos![27]“
Pela obediência à vontade divina, Nossa Senhora cooperou
real e imediatamente com seu Filho na grandiosa obra da Redenção dos homens,
reparando aos pés da Cruz o pecado da desobediência de Adão e Eva perante a
justiça divina, e merecendo, em união com Ele, todas as graças da Redenção.
Quis Deus Pai que, ao Sangue derramado por seu Filho, fossem unidas as lágrimas
de Maria como preço deste resgate, apesar de per se não ser
absolutamente necessário. Em uma palavra: “Na economia da salvação, não há um
Corredentor e uma Corredentora, mas um só Redentor e uma Corredentora. Neste
sentido, pode-se dizer que a cooperação da Virgem é parte integral de nossa
Redenção”.[28] Como disse o bem-aventurado Papa João Paulo II,
“…Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja [...]. Por
sua adesão incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, torna-se Mãe do
Redentor, com uma participação íntima e toda especial na história da salvação.
[...] Ao confessar-se serva do Senhor (Lc 1,38) e ao pronunciar
o seu sim, acolhendo “em seu coração e em seu seio” o mistério de
Cristo Redentor, Maria não foi instrumento meramente passivo nas mãos de Deus,
mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e inteira obediência. Sem nada
tirar ou diminuir e nada acrescentar à ação daquele que é o único Mediador
entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria nos aponta as vias da salvação,
vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra
redentora.[29]“
Por esta razão, a tradição dos Padres da Igreja colocam
Nossa Senhora como protótipo e modelo de obediência para todos os cristãos.
4. O exemplo de Maria na Igreja primitiva
Em geral, “na patrística dos primeiros séculos se recolhe e
desenvolve o paralelismo que estabeleceu São Paulo entre Adão e Cristo, tal
como a referência a Maria, com relação a Eva, sob o aspecto da obediência”.[30]
Durante o segundo e terceiro séculos, “São Justino, Santo Irineu e Tertuliano
insistem sobre o paralelo entre Eva e Maria e mostram que, se a primeira
concorreu para a nossa queda, a segunda colaborou na nossa redenção”.[31] Santo
Irineu, por exemplo, afirmava que
“…como Eva, seduzida pelas palavras do anjo (rebelde) se
desviou de Deus e traiu a palavra dada, assim Maria ouviu do Anjo a boa nova da
verdade e trouxe Deus em seu ventre por ter obedecido às suas palavras [...] O
gênero humano acorrentado por uma virgem e libertado por uma virgem [...]; a
prudência da serpente cede à simplicidade da pomba; foram quebrados os laços
que nos prendiam à morte.[32]“
Pe. Flávio Roberto Lorenzato Fugyama, EP
Trecho extraído da monografia “A
obediência na escola espiritual de Plinio Correa de Oliveira”.
FONTES: ACADEMICO
ARAUTOS,
[4] “Ecce
ancilla Domini; fiat mihi secundum verbum tuum”.
[5] “Ita Maria filia Adam, verbo divino consentiens,
facta est Mater Iesu, ac salvificam voluntatem Dei, pleno corde et nullo
retardata peccato, complectens, semetipsam ut Domini ancillam personae et operi
Filii sui totaliter devovit, sub Ipso et cum Ipso, omnipotentis Dei gratia,
mysterio redemptionis inserviens”. CONCÍLIO VATICANO II. Lumen Gentium.
Constituição Dogmática sobre a Igreja, 21 nov. 1964. In: AAS 57 (1965) 56. p.
60. (Tradução do autor).
[6] “Merito igitur SS. Patres Mariam non mere
passive a Deo adhibitam, sed libera fide et oboedientia humanae saluti
cooperantem censent”. Loc. cit.
[7] “Sic autem et Evae inobedientiae nodus
solutionem accepit per obedientiam Mariae. Quod enim alligavit virgo Eva per incredulitatem,
hoc virgo Maria solvit per fidem”. (Contra Haereses, 3, 22, 4. In: MIGNE,
J. P. Patrologiae Cursus Completus: Patrologiae Grecae. Turnholt: Typographi
Brepols Editores Pontificii, 1857. Vol. 7. p. 959-960).
[8] Ver 1.2.1. deste trabalho.
[9] “De ligno autem scientiae boni et mali ne
comedas; in quocumque enim die comederis ex eo, morte morieris”.
[10] “Ne timeas, Maria; invenisti enim gratiam apud
Deum. Et ecce
concipies in utero et paries filium et vocabis nomen eius Iesum”.
[11] A OBEDIÊNCIA: O MAIS BELO TÍTULO DE GLÓRIA DE MARIA.
In: Arautos do Evangelho. São Paulo: [s.n.], n. 53, maio. 2006. p.
34. Artigo publicado originariamente em “L’Ami du Clergé Paroissial”. [s.l.]:
[s.n.], 1905, p. 529-530.
[12] A OBEDIÊNCIA: O MAIS BELO TÍTULO DE GLÓRIA DE MARIA. In: Op. cit. p. 35.
[13] Cf.
Loc. cit.
[14] Cf.
Loc. cit.
[15] Cf. Loc. cit.
[16] CLÁ DIAS, João Scognamiglio. A obediência,
virtude que mais custa e que é a mais bela!: Homilia. São Paulo, 29 dez.
2007. (Arquivo ITTA-IFAT).
[17] GARRIGOU-LAGRANGE, Réginald. La Mère du Sauveur
et notre vie intérieure. Paris: Du Cerf, 1948. p. 144-147. Apud CLÁ
DIAS, João Scognamiglio. Pequeno Ofício da Imaculada Conceição
comentado. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2011. Vol. 2. p. 226.
[18] A OBEDIÊNCIA: O MAIS BELO TÍTULO DE GLÓRIA DE MARIA. In: Op. cit. p. 35.
[19] “Quodcumque
dixerit vobis, facite”.
[20] Cf. BANDERA, Armando. In: RODRIGUEZ VILLAR,
Idelfonso. Conoce a tu Madre. Madrid: BAC, 1968. p. 89. Diz
Roschini que este dogma é “o primeiro alicerce sobre o qual se levanta o
edifício da grandeza mariana. É este um fato que excede de tal modo a força
cognoscitiva do homem que deve ser enumerado entre os maiores mistérios de
nossa fé. Que uma humilde mulher, descendente de Adão como nós, se torne Mãe de
Deus, é um mistério tão sublime de elevação do homem e de condescendência
divina, que deixa atônita qualquer inteligência, angélica ou humana, no século
e na eternidade” (ROSCHINI, Gabriel M. Instruções Marianas. São
Paulo: Paulinas, 1960. p. 42). Com efeito, “todos os títulos e grandezas de
Maria dependem do fato colossal de sua maternidade divina. Maria é
imaculada, cheia de graça, Co-redentora da humanidade, Rainha dos Céus e da
Terra e Medianeira universal de todas as graças, etc., porque é a Mãe
de Deus. A maternidade divina A coloca a tal altura, tão acima de
todas as criaturas, que São Tomás de Aquino, tão sóbrio e discreto em suas
apreciações, não hesita em qualificar sua dignidade como sendo de certo
modo infinita. E seu grande comentarista, o Cardeal Caietano, diz que
Maria, por sua maternidade divina, alcança os limites da divindade.
Entre todas as criaturas, é Maria, sem dúvida alguma, a que tem maior afinidade
com Deus”. (ROYO MARÍN, Antonio. Teología de la Perfección
Cristiana. Madrid: BAC, 1968, p. 89).
[21] “Beatus venter, qui te portavit, et ubera, quae
suxisti”.
[22] “Quinimmo beati, qui audiunt verbum Dei et
custodiunt”.
[23] A OBEDIÊNCIA: O MAIS BELO TÍTULO DE GLÓRIA DE MARIA.
In: Op. cit. p. 34.
[24] STÖGER, A. Obediência: I. Na Sagrada
Escritura. In: FRIES, Heinrich. Dicionário de Teologia: conceitos
fundamentais da teologia atual. São Paulo: Loyola, 1970. Vol. 4. p. 29.
[25] “Adhuc eo loquente ad turbas, ecce mater et
fratres eius stabant foris quaerentes loqui ei. Dixit autem ei quidam: ‘Ecce
mater tua et fratres tui foris stant quaerentes loqui tecum’. At ille
respondens dicenti sibi ait: ‘Quae est mater mea, et qui sunt fratres mei?’. Et
extendens manum suam in discipulos suos dixit: ‘Ecce mater mea et fratres mei.
Quicumque enim fecerit voluntatem Patris mei, qui in caelis est, ipse meus
frater et soror et mater est’”.
[26] “tuam ipsius animam pertransiet gladius”.
[27] A OBEDIÊNCIA: O MAIS BELO TÍTULO DE GLÓRIA DE MARIA. In: Op. cit. p. 35.
[28]
ROSCHINI, Gabriel M. Op. cit. p. 85-86. Id. A Mãe de Deus
segundo a fé e a teologia. Madrid: [s.n.], 1955. p. 474-475. Apud ROYO
MARÍN, Antonio. La Virgen María: Teología y espiritualidad
marianas. Madrid: BAC, 1968. p. 152-153.
[29] Cf. JOÃO PAULO II. Homilia na Dedicação da Basílica Nacional
de Aparecida. In: Pronunciamentos do Papa no Brasil. Petrópolis:
Vozes, 1980. p. 125-130.
[30] Cf. LA OBEDIENCIA EVANGÉLICA EN LA VIDA CONSAGRADA. n.
2. In: L’Osservatore Romano, 7 dez. 1994. Disponível em:
<http://www.corazones.org/espiritualidad/vida_consagrada/obediencia_evan_or.htm>.
Acesso em 11 nov. 2011.
[31] TANQUEREY, Adolphe. O dogma e a vida interior.
Trad. M. Costa Maia. Lisboa: Aster, 1961. p. 135.
[32] “Quemadmodum enim illa per angeli sermonem
seducta est, ut effugeret Deum, praevaricata verbum eius; ita et haec per
angelicum sermonem evangelizata est, ut portaret Deum, obediens eius verbo.
[...] Et quemadmodum astrictum est morti genus humanum per Virginem, salvatur
per Virginem [...] serpentis prudentia devicta in columbae simplicitate,
vinculis autem illis resolutis, per quae alligati eramus morti”. (Contra
Haereses, 5, 19, 1. In: MIGNE, J. P. Patrologiae Cursus Completus: Patrologiae
Grecae. Turnholt: Typographi Brepols Editores Pontificii, 1857. Vol. 7. p.
1175-1176).
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