21,1. Foi, portanto, Deus que se fez homem, o próprio Senhor
que nos salvou, ele próprio que nos deu o sinal da Virgem. Por isso não é
verdadeira a interpretação de alguns que ousam traduzir assim a Escritura: “Eis
que uma moça conceberá e dará à luz um filho” (Is 7,14), como fizeram Teodocião
de Éfeso e Áquila do Ponto, ambos os prosélitos judeus; seguidos pelos
ebionitas, que dizem que Jesus nasceu de José, destruindo assim, por aquilo que
está em seu poder, esta grande economia de Deus e reduzindo a nada o testemunho
dos profetas, que é o de Deus. Trata-se de profecia feita antes da deportação
do povo para a Babilônia, isto é, antes que os medos e os persas tomassem o
poder e foi traduzida para o grego pelos próprios judeus muito tempo antes da
vinda de nosso Senhor, para que não fique nenhuma suspeita de que traduziram
assim para nos agradar. Com efeito, se tivessem sabido da nossa existência e
que nos serviríamos do testemunho das Escrituras, não teriam hesitado em
queimar com as suas próprias mãos as suas Escrituras que declaram abertamente
que todas as outras nações participariam da vida, ao passo que os que se
gloriam de pertencer à casa de Jacó e de ser o povo de Israel seriam deserdados
da graça de Deus.
21,2. Antes que os romanos estabelecessem o seu império,
quando os macedônios mantinham ainda a Ásia em seu poder, Ptolomeu, filho de
Lago, que tinha fundado em Alexandria uma biblioteca, desejava enriquecê-la com
os escritos de todos os homens, pediu aos judeus de Jerusalém uma tradução, em
grego, das suas Escrituras. Eles, então, que ainda estavam submetidos aos
macedônios, enviaram a Ptolomeu setenta anciãos, os mais competentes nas
Escrituras e no conhecimento das duas línguas, para executar o trabalho que
desejava. Ele, para pô-los à prova e mais, por medo de que concordassem entre
si em falsear a verdade das Escrituras, na sua tradução, fê-los separar uns dos
outros e mandou que todos traduzissem toda a Escritura; e fez assim com todos
os livros.
Quando se reuniram com Ptolomeu e confrontaram entre si as
suas traduções, Deus foi glorificado e as Escrituras foram reconhecidas
verdadeiramente divinas, porque todos, do início ao fim, exprimiram as mesmas
coisas com as mesmas palavras, de forma que também os pagãos presentes
reconheceram que as Escrituras foram traduzidas sob a inspiração de Deus.
Aliás, não há que admirar por ter Deus agido desta forma, se se lembrar que,
destruídas as Escrituras durante a escravidão do povo sob Nabucodonosor, quando,
depois de setenta anos, no tempo de Artaxerxes, rei dos persas, os judeus
voltaram à sua terra, Deus inspirou Esdras, sacerdote da tribo de Levi, a
reconstruir de memória todas as palavras dos profetas anteriores e restituir ao
povo a Lei dada por Moisés.
21,3. As Escrituras, pelas quais Deus preparou e fundou a
nossa fé em seu Filho, foram, pois, traduzidas com tanta fidelidade, pela graça
de Deus, e conservadas, em toda a sua pureza, no Egito, onde se tornou grande a
família de Jacó, depois de ter fugido da fome, em Canaã, e onde também foi
salvo nosso Senhor ao escapar à perseguição de Herodes; e como esta tradução
foi feita antes do advento de nosso Senhor à terra e antes do aparecimento dos
cristãos — pois nosso Senhor nasceu por volta do quadragésimo primeiro ano do
império de Augusto, e Ptolomeu, no tempo do qual foram traduzidas as
Escrituras, é muito mais antigo — revelam-se verdadeiramente impudentes e
temerários os que agora pretendem fazer outra tradução, quando nós os refutamos
com estas mesmas Escrituras e os obrigamos a crer na vinda do Filho de Deus.
É, portanto, sólida, não forçada, única verdadeira, a nossa
fé que tem sua prova evidente nas Escrituras, traduzidas da forma que dissemos,
e é isenta de toda interpolação a pregação da Igreja. Ora, os apóstolos, que
são bastante anteriores a esta gente, estão de acordo com a tradução mencionada
acima e a nossa versão concorda com a dos apóstolos. Pedro, João, Mateus,
Paulo, todos os outros apóstolos e seus discípulos anunciaram as coisas profetizadas
na forma em que estão contidas na tradução dos anciãos.
21,4. Único e idêntico é, pois, o Espírito de Deus que nos
profetas anunciou as características da vinda do Senhor e que nos anciãos
traduziu bem as coisas profetizadas. Foi ainda ele que, pelos apóstolos,
anunciou ter chegado a plenitude dos tempos da adoção filial, que o Reino dos
céus estava próximo e que se encontrava dentro dos homens que criam no Emanuel
nascido da Virgem. Assim eles testemunharam que antes que José morasse com
Maria, enquanto era virgem, achou-se grávida pelo Espírito Santo, e que o anjo
Gabriel lhe disse: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te
cobrirá com a sua sombra, por isso o Santo que nascer de ti será chamado Filho
de Deus” (Lc, 1,35); e que o anjo disse a José, em sonho: “Tudo isso aconteceu
para que se cumprisse o que o Senhor havia dito pelo profeta: Eis que a Virgem
conceberá” (Mt 1,22-23).
Eis como os anciãos traduziram as palavras de Isaías: “O
Senhor continuou a falar com Acaz, dizendo: Pede para ti ao Senhor teu Deus um
sinal, quer no fundo da terra, quer no mais alto do céu”. Acaz disse: Não
pedirei tal, nem tentarei ao Senhor. Isaías disse: Ouvi, pois, casa de Davi,
porventura não vos basta ser molestos aos homens se não que também ousais sê-lo
ao meu Deus? Pois, por isso o próprio Senhor vos dará este sinal: Uma Virgem
conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel. Ele comerá manteiga
e mel; antes de conhecer ou escolher o mal, escolherá o bem; porque antes que o
menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem ele rechaçará o mal para escolher
o bem.” Com estas palavras o Espírito Santo indicou exatamente a sua geração
virginal e a sua natureza divina: Deus — é isto que significa o nome de Emanuel
— e homem — o que é indicado pela frase: “comerá manteiga e mel”, em chamá-lo
de “menino”, e as palavras “antes de conhecer o bem e o mal” (Is 7,10-16):
sinais todos que caracterizam o homem e a criança. — E com as palavras:
“rechaçará o mal para escolher o bem” exprime algo próprio de Deus. Isso para
que as palavras “comerá manteiga e mel” não nos levem a ver nele somente um
homem, e ao contrário, o nome de “Emanuel” não nos leve a supor um Deus não
revestido de carne.
21,5. Além disso, as palavras: “escutai, casa de Davi”
significam que o Rei eterno que Deus prometeu suscitar a Davi do fruto de seu
seio é aquele mesmo que nasceu da Virgem, descendente de Davi. Por isso
prometeu um Rei que seria o fruto do seu seio, expressão que indica uma virgem
grávida, e não o fruto de seus lombos, nem o fruto de sua virilidade, expressão
que caracterizaria um homem que gera e uma mulher que concebe por obra deste
homem. Assim, nesta promessa, a Escritura exclui o poder gerador do homem, mais
ainda, sequer o lembra, porque não devia ser efeito da vontade do homem, aquele
que estava para nascer. Porém afirma vigorosamente que era fruto do seio para
sublinhar a concepção daquele que devia nascer de Virgem. E o que afirma
Isabel, repleta de Espírito Santo, dizendo a Maria: “Bendita és tu entre as
mulheres e bendito é o fruto do teu seio” (Lc 1,42); querendo o Espírito Santo
indicar, para quem quiser entender, que a promessa feita por Deus a Davi, de
suscitar um Rei, fruto de seu seio, foi cumprida quando a Virgem, isto é,
Maria, deu à luz. Aqueles que mudam o texto de Isaías “eis que uma moça
conceberá em seu seio” para dizer que é filho de José, que mudem também o texto
da promessa feita a Davi a quem Deus prometeu suscitar, do fruto de seu seio,
um poder, isto é, o reino de Cristo. Mas não entenderam, do contrário teriam
mudado também este.
21,6. Quanto à expressão de Isaías: “no fundo da terra ou no
mais alto do céu”, ela significa que aquele que desceu é o mesmo que subiu; e
com as palavras: “o próprio Senhor vos dará um sinal” sublinha o caráter inesperado
de sua geração que nunca teria acontecido se o Senhor, o Deus de todas as
coisas não a tivesse dado como sinal para a casa de Davi. O que haveria de
especial e como poderia ser um sinal o fato de uma moça conceber de um homem e
dar à luz? É coisa comum a todas as mulheres que se tornam mães. Mas como o
inesperado era a salvação que se devia realizar para os homens, pelo socorro de
Deus, inesperado também devia ser uma Virgem dar à luz um filho, como sinal de
Deus e não por obra de homem.
21,7. Por isso, também Daniel, ao prever a sua vinda, falava
de uma pedra que se desprendeu sem a intervenção de mão de homem e que veio a
este mundo. Com efeito, é isto que significa “sem a intervenção de mão de
homem”; a sua vinda ao mundo se deu sem o trabalho de mãos humanas, como o
destes canteiros que lavram as pedras, isto é, sem a ação de José, visto que
somente Maria haveria de cooperar à economia; esta pedra se desprende da terra,
mas pelo poder e pela arte de Deus. Por isso Isaías diz: “Assim fala o Senhor:
eis que porei como fundamento em Sião uma pedra preciosa, escolhida, angular,
ilustre, para que entendamos que a sua vinda não se deve à vontade do homem, e
sim à de Deus” (Is 28,16).
21,8. Por isso Moisés, com gesto simbólico e profético,
lançou ao chão a verga, para que, encarnando-se, vencesse e engolisse toda a
prevaricação dos egípcios que se levantava contra a economia de Deus e para que
os próprios egípcios testemunhassem que é o dedo de Deus que opera a salvação
do povo e não um filho de José. Porque se fosse filho de José como poderia ser
superior a Salomão ou a Jonas ou a Davi, sendo da linhagem e filho deles? E por
que teria chamado bem-aventurado a Pedro que o reconhecia como o Filho do Deus
vivo?
21,9. Além do mais, se era filho de José, não poderia ser
nem o rei, nem o herdeiro de quem fala Jeremias. De fato, José aparece como
filho de Joaquim e de Jeconias, segundo aparece na genealogia apresentada por
Mateus. Ora, Jeconias e todos os seus descendentes foram excluídos do reino,
como diz Jeremias: “Pela minha vida, diz o Senhor, ainda que Jeconias, filho de
Joaquim, fosse um anel na minha mão direita, eu o arrancaria dela e o
entregaria na mão dos que procuram a sua vida”. E mais: Jeconias foi desonrado
como um vaso de que não se necessita, porque foi expulsado para uma terra que
não conhecia. Terra, escuta a palavra do Senhor: Inscreve este homem como um
rejeitado, porque nenhum da sua descendência engrandecerá tanto que possa
sentar-se sobre o trono de Davi e tornar-se príncipe em Judá. Deus diz ainda
acerca de Joaquim, seu pai: “Portanto isto diz o Senhor contra Joaquim, rei de
Judá: Não sairá dele quem se sente no trono de Davi; o seu cadáver será exposto
ao ardor do dia e à geada da noite. Castigá-lo-ei a ele, à sua linhagem, e
farei cair sobre eles, sobre os habitantes de Jerusalém e sobre a terra de
Judá, todo o mal com que os tenho ameaçado” (Jr 22,24-25.28-30; 36,30-31).
Portanto, os que dizem ser gerado por José e põem nele a sua
esperança, excluem-se a si mesmos do reino, caindo sob a maldição e o castigo
que atingiram Jeconias e a sua descendência. Com efeito, estas coisas foram
ditas a Jeconias porque o Espírito já sabia o que um dia teriam dito estes
falsos doutores, para que entendessem que não teria nascido do seio dele, isto
é, de José, mas, segundo a promessa de Deus, o Rei eterno teria nascido do seio
de Davi e recapitulado em si todas as coisas. Cristo, segundo Adão, recapitula
todas as gerações Ele recapitulou também em si a obra modelada no princípio.
21,10. Como pela desobediência de um só homem o pecado
entrou no mundo e pelo pecado a morte, assim pela obediência de um só homem foi
introduzida a justiça que traz como fruto a vida ao homem morto. E como a
substância de Adão, o primeiro homem plasmado, foi tirada da terra simples e
ainda virgem — “Deus ainda não havia feito chover e o homem ainda não a tinha
trabalhado” (Gn 2,5) — e foi modelado pela mão de Deus, isto é, pelo Verbo de
Deus — com efeito, “todas as coisas foram feitas por ele”, e o “Senhor tomou do
lodo da terra e modelou o homem”(Gen 2,7) -, assim o Verbo que recapitula em si
Adão, recebeu de Maria, ainda virgem, a geração da recapitulação de Adão. Se o
primeiro Adão tivesse um homem por pai e tivesse nascido de sêmen viril teriam
razão em dizer que também o segundo Adão foi gerado por José. Mas se o primeiro
Adão foi tirado da terra e modelado pelo Verbo de Deus, era necessário que este
mesmo Verbo, efetuando em si a recapitulação de Adão, tivesse geração
semelhante à dele. E, então, por que Deus não tomou outra vez do limo da terra,
mas quis que esta modelagem fosse feita por Maria? Para que não houvesse
segunda obra modelada e para que não fosse obra modelada diferente da que era
salvada, mas, conservando a semelhança, fosse aquela primeira a ser
recapitulada.
22,1. Erram, portanto, os que sustentam que o Cristo nada
recebeu da Virgem, para poder rejeitar a herança da carne; mas rejeitam assim,
ao mesmo tempo, a semelhança. Com efeito, se aquele primeiro recebeu a sua
modelagem e substância da terra pela mão e arte de Deus e este não, então não
conservou a semelhança com o homem que foi feito à imagem e semelhança de Deus,
e o Artífice pareceria inconstante e sem nada que demonstre a sua sabedoria.
Isto quer dizer que ele apareceu como homem sem sê-lo realmente e que se fez
homem sem tomar nada do homem! Mas se não recebeu de nenhum ser humano a
substância da sua carne, ele não se fez nem homem, nem Filho do homem. E se não
se fez o que nós éramos, não tinha importância nem valor o que ele sofreu e
padeceu. Ora, não há quem não admita que nós somos feitos de um corpo tirado da
terra e de um alma que recebe de Deus o Espírito. E é isso que se tornou o
Verbo de Deus ao recapitular em si mesmo a obra por ele plasmada, e é este o
motivo pelo qual se declara Filho do homem e declara bem-aventurados os mansos,
porque herdarão a terra. Por seu lado, o apóstolo Paulo, na epístola aos
Gálatas, disse abertamente: “Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher”; e na
epístola aos romanos diz: ...acerca do seu Filho, que nasceu da posteridade de
Davi, segundo a carne, declarado Filho de Deus, com poder, segundo o Espírito
de santificação, pela ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo Senhor nosso.
(Gl 4,4;Rm 1,3-4)
22,2. De outra forma, a sua descida em Maria seria
supérflua; pois para que desceria nela se não devia receber nada dela? Se não
tivesse recebido nada de Maria então nunca teria tomado alimentos terrenos com
os quais se alimenta um corpo tirado da terra; após o jejum de quarenta dias,
como Moisés e Elias, seu corpo não teria experimentado a fome e não teria
procurado alimento; João, seu discípulo, não teria escrito: “Jesus, cansado
pela caminhada, estava sentado”; nem Davi teria dito dele: “E acrescentaram
sofrimento à dor das minhas feridas”; não teria chorado sobre o túmulo de
Lázaro; não suaria gotas de sangue, nem teria dito: “A minha alma está triste”
(Jo 4,6; Sl 69,27; Mt 26,38; Jo 19,24); e de seu lado transpassado não teriam
saído sangue e água. Tudo isso são sinais da carne tirada da terra, que
recapitulou em si, salvando a obra de suas mãos.
22,3. Por isso Lucas apresenta uma genealogia de setenta e
duas gerações, que vai do nascimento do Senhor até Adão, unindo o fim ao
princípio, para fazer entender que o Senhor é aquele que recapitulou em si
mesmo todas as nações dispersas desde Adão, todas as línguas e gerações dos
homens, inclusive Adão. Por isso Paulo chama Adão de figura daquele que devia
vir, porque o Verbo, Criador de todas as coisas, prefigurara nele a futura
economia da humanidade de que se revestiria o Filho de Deus, pelo fato de que
Deus, formando o homem psíquico, dera a entender que seria salvo pelo homem
espiritual. Por isso, visto que já existia como salvador, devia tornar-se quem
devia ser salvo, para não ser o Salvador de nada.
22,4. Da mesma forma, encontramos Maria, a Virgem obediente,
que diz: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”, e, em
contraste, Eva, que desobedeceu quando ainda era virgem. Como esta, ainda
virgem se bem que casada — no paraíso estavam nus e não se envergonhavam,
porque, criados há pouco tempo ainda não pensavam em gerar filhos, sendo
necessário que, primeiro, se tornassem adultos antes de se multiplicar — pela
sua desobediência se tornou para si e para todo o gênero humano causa da morte,
assim Maria, tendo por esposo aquele que lhe fora predestinado e sendo virgem,
pela sua obediência se tornou para si e para todo o gênero humano causa da
salvação. E por isso que a Lei chama aquela que é noiva, se ainda virgem, de
esposa daquele que a tomou por noiva, para indicar o influxo que se opera de
Maria sobre Eva. Com efeito, o que está amarrado não pode ser desamarrado se
não se desatam os nós em sentido contrário ao que foram dados, e os primeiros
são desfeitos depois dos segundos e estes, por sua vez, permitem que se
desfaçam os primeiros: acontece que o primeiro é desfeito pelo segundo e o
segundo é desfeito em primeiro lugar.
Eis porque o Senhor dizia que os primeiros serão os últimos
e os últimos os primeiros. E o profeta diz a mesma coisa: Em lugar dos pais
nasceram filhos para ti. Com efeito, o Senhor, o primogênito dos mortos, reuniu
no seu seio os patriarcas antigos e os regenerou para a vida de Deus,
tornando-se ele próprio o primeiro dos viventes, ao passo que Adão fora o
primeiro dos que morrem. Eis por que Lucas, iniciando a genealogia a partir do
Senhor subiu até Adão, porque não foram aqueles antepassados que lhe deram a
vida, e sim foi ele que os fez renascer no evangelho da vida. Da mesma forma, o
nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria, e o que Eva
tinha amarrado pela sua incredulidade Maria soltou pela sua fé.
Excerto do Adversus haereses, III Livro."Contra as Heresias" - Santo Ireneu, bispo de Lião (115 - 202). Seu nascimento está entre os anos 115 e 125, ou entre 130 e 142 segundo outros autores.
Tradução de Lourenço Costa.
Fonte: Coleção
Patrística. Ireneu de Lião. I, II, III, IV, V Livros. Tradução de Lourenço
Costa. São Paulo: Paulus, 1995.
EXTRAÍDO DO BLOG: http://patristicabrasil.blogspot.com.br
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