Pobreza espiritual
própria dos consagrados a Virgem Maria.
Devemos entregar nossos bens espirituais a Jesus, mas, como
fazer isso?Os protestantes ficam muito escandalizados de chamarmos Maria de
Nossa Senhora, porque o título de Senhor se deve dar somente a Deus. Só que a
gente deve lembrar que Jesus nasceu da Virgem Maria e no início da sua vida
espiritual nesta terra, os trinta anos de sua vida em Nazaré, Ele foi submisso
a Maria e a José (Lc 2, 51). Se ela era aquela à qual o Senhor do universo
chamava de Senhora, eu acho que posso chamá-la de Senhora. Não tem problema
nenhum ser submisso a ela e a escravidão quer dizer isso. Então, todos os meu
bens não são meus, é dela e isso vai fazendo com que a gente modele a nossa
vida. Entenderam a docilidade, o método? Com aquele jeitinho de Mãe ela vai
pedindo conversões e você vai dando passos. Essa é a questão espiritual,
interna, que precisa ser vivida na consagração.
Como vivemos na
prática essa entrega total, a pobreza espiritual da consagração?
Quando você tem uma amizade, como é este amigo de Maria? A
amizade não é mais sua. O amigo ou amiga que você tem é de Nossa Senhora. Se
você tem seu esposo, seus filhos, eles não são mais seus, são de Maria. Você
não sabe o alívio que é isso. As pessoas dizem: Padre Paulo, o senhor formou
muitos padres, olha, são seus filhos. Isso dá um medo por causa da
responsabilidade. Então, já não é mais meu, é da Virgem Maria. Eu tenho minha
parte na responsabilidade, mas devo perguntar: como é que ela quer que eu cuide
dos filhos dela? Da mesma forma, tudo que nós fazemos, inclusive a nossa vida
espiritual, devemos perguntar a Maria.
Por mais que sejamos pecadores, temos nossos méritos
espirituais: o jejum que eu faço, a indulgência que eu recebo, o sacrifício que
eu faço, a oração que eu faço. Eu vou rezar Missa, mas esta não é mais minha, é
da Virgem Maria. Então, como é que ela se dirige a seu Filho? A oração é dela.
O que ela pediria? Vou rezar ao Santo Padre Pio de Pietrelcina, mas a oração
não é mais minha. Por isso, devo perguntar: que é que eu vou pedir? O que Maria
pediria? Você precisa ter a consciência de que a sua vida de oração já não é
mais sua, é da Virgem Maria. Na oração, devemos perguntar: o que Maria pediria?
Pois a oração é dela. Maria pediria para livrar de tal cruz, de tal sofrimento?
Ou pediria a graça para poder carregá-la?
Dessa forma, você vai fazendo seu exame de consciência, pois
a vida de oração não é mais sua, é da Virgem Maria e os méritos que você
acumular já não estão à sua disposição. Porém, a consagração não altera em nada
os deveres no seu estado de vida. Eu, como Padre, preciso oferecer a Missa
pelas intenções que vocês pedirem. Esse é o meu dever e isso não altera. Só que
quando eu celebro a Missa, tenho intenções minhas. Então, eu ofereço a Missa a
Virgem Maria. Ela vai oferecer a Missa para aquilo que ela quiser. Nós tivemos,
no fim do jubileu do centenário da diocese, a benção papal, que foi concedida
pelo nosso Arcebispo, por um decreto da penitenciaria apostólica e nós
recebemos a indulgência plenária. Eu não posso recebê-la e dizer que ofereço a
tal pessoa, porque é tudo dela. Ela sabe o que fazer.
Você pode rezar pelas pessoas. O que você não pode é
oferecer. Você pode dar uma sugestão: lembra do fulano. Porém, quem vai decidir
é ela. Devemos colocar tudo nas mãos dela, ter essa pobreza espiritual, pois,
ela sabe onde melhor usar isso tudo, ela é a nossa estrategista, ela é o
general. O soldado faz o que o general manda e fica quieto. Você quer ser um
estrategista, você quer mandar, mas você faz parte de um exército. Por isso,
você tem que por tudo nas mãos dela, e ela quem vai fazer. Ela é quem sabe o
que é melhor. Nós devemos assinar a folha em branco e colocar na mão de Deus,
mas a gente fica com o pé atrás, por causa do pecado original. Então, coloca na
mão da Mãe, ela sabe o que vai fazer. Ela sabe o que é melhor pra você. Siga os
conselhos dela e a coisa vai funcionar.
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