sábado, 19 de abril de 2014

A TERCEIRA DOR DE MARIA


   *O episódio que narra à perda do menino Jesus se constitui para Maria como a terceira dor que ela sofreu. O Evangelho de São Lucas no capítulo 2, do versículo 41 em diante nos revela que José e Maria iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Numa dessas viagens, quando Jesus estava com doze anos, após as festividades, eles voltavam para casa e Jesus ficou em Jerusalém sem que José e Maria percebessem, pois acreditavam que Ele estivesse na caravana com os parentes e conhecidos. Não estava! Por essa razão, foi preciso voltar a Jerusalém, e só foi encontrado três dias depois no Templo, onde Ele escutava, e interrogava sobre Pai.
   A dor, aflição e a preocupação de Maria se evidenciam para nós nestas palavras: “meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”.
    Qual terão sido os pensamentos e os sentimentos de Maria em relação à perda de seu filho? Qual o grau de sofrimento terá suportado, sabendo que sob a sua responsabilidade estava o Filho de Deus que ela não conseguia encontrar no espaço de três dias? Foi uma terrível prova que teve alívio, nem consolo durante este período. Deve ter parecido um tempo sem fim de profunda angústia, medo e aflição de não o encontrar jamais.
    **Nada desse mundo serve de comparação às dores que Maria sofreu junto a Jesus. Nenhuma criatura viveu com tanto amor essas dores. Em razão desses sofrimentos é que Maria é venerada com o título de Nossa Senhora das Dores. Não se sabe ao certo quando a devoção a Nossa Senhora das Dores surgiu. Alguns historiados remontam ao século XIII, na Alemanha, outros acreditam que seja bem mais antiga. Seja como for, sabe-se que ela está ligada ao encontro de Nossa Senhora com Nosso Senhor no caminho do Calvário.
   A piedade católica celebra as dores de Nossa Senhora com os mais diversos nomes: Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora das Angústias, Nossa Senhora da Soledade, Nossa Senhora das Lágrimas… A festa também está ligada a uma tradição que vem do século XV. Foi instituída, em Colônia, pelo Arcebispo, Thierry de Meaux, que quis reparar os ultrajes feitos pelos hereges hussitas contra as imagens de Nossa Senhora. Mais tarde, no século XVIII, o Papa Bento XIII decretou que fosse inscrita no catálogo das festas litúrgicas, com o título de Festa das Sete Dores de Nossa Senhora. Foi em função desta devoção que a Ordem dos Servos de Maria começou a propagar a meditação das sete dores de Maria Santíssima.
Por que sete dores?  De muitas formas sofreu Maria Santíssima durante a sua vida terrena, porém sete delas são especialmente objeto da devoção dos fiéis. São episódios tirados dos Santos Evangelhos e que formam o caminho de dores da Filha amorosa de Deus Pai, sofrendo em sua alma padecimentos semelhantes aos da Paixão de seu Divino Filho. Os episódios narrados no Evangelho são:
1) A Apresentação de Jesus no Templo e a profecia de Simeão;
2) A fuga para o Egito;
3) A perda do Menino Jesus no Templo;
4) O encontro com Jesus no caminho do Calvário;
5) O momento em que se encontrou de pé junto à Cruz de Jesus;
6) Quando teve o corpo de Jesus morto em seus braços;
7) O sepultamento de Jesus.
   Na próxima postagem meditaremos sobre a quarta dor de Maria: o encontro com Jesus no caminho do calvário.

*Essa meditação foi feita por Maria Marta, tendo como guia a Bíblia de Jerusalém.






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