domingo, 16 de setembro de 2012

NOSSA SENHORA DOLIVRA FEBRES



   Embora não tenhamos pormenores dessa devoção, cons­ta que na Índia, na diocese de Goa, na região de Mormugão, povoado de Cansua, onde funcionava a paróquia de São Felipe e São Tiago, havia uma capela dedicada a Nossa Senhora do Livra Febres, construída em 1718. A palavra “livra!”, como interjeição, exprime aversão a algum objeto, pessoa ou advertência ao perigo. Podemos conjecturar que, naquela época e região, sem os recursos e pessoas dedicadas à saúde, o povo simples se voltasse a Deus por meio de Maria, solicitando proteção contra qualquer mal-estar. Também no tempo dos apóstolos quando a sogra de Pedro estava acamada dirigiram-se a Jesus dizendo ela está de cama, com febre (Marcos, 1, 30).

   Depois desta suposição, verificamos que o povo certamente cultuou a Mãe de Deus, pois, já em 1701, no povoado de Chimbel, na paróquia de Nossa Senhora da Ajuda de Ribandar, havia uma capela dedicada à Mãe de Jesus, cuidada por uma Confraria. O povoa­do de Belbatta, na paróquia de São Bartolomeu de Chorão, também na Arquidiocese de Goa, conservava-se desde 1786 uma igreja reconstruída em 1950. Confundia-se com o título de Nossa Senhora do Livramento. Ainda na arquidiocese de Goa encontra-se na paróquia de Nossa Senhora da Esperança de Candolim, outra ermida com o nome de Nossa Senhora do Livra Febres.

   William Shakespeare falou: “Todo o mundo pode dominar uma dor, exceto quem a sente”. Dominar uma dor são palavras consoladoras que têm limites. Na maioria das vezes nem mesmo consolo oferece ao coração sofredor. Deus nos criou para a felicidade. Na Terra, mesmo se estamos sofrendo, se Deus está presente em nós, podemos ser felizes e alegres. Entretanto, não é fácil enfrentar a dor, física ou moral. No momento em que ela toma conta de nós, as palavras de consolo pouco adiantam. Por vezes, até nos irritam, pois pensamos: “Que sabe ele (ela) do que estou vivendo?”

   Lembremo-nos, no entanto, de que a ligação do sofrimento com a ideia de castigo é errônea e só pode nos fazer mal. À dor é uma bênção que o Pai permite, como oportunidade de crescimento: pode fazer-nos mais pacientes, resignados, complacentes, compreensivos, amorosos, humildes, humanos e ‘guerreiros’ do bom combate. Quando a “canga” estiver por demais pesada, vamos colocá-la nas mãos do Pai. Ele haverá de carregá-la com amor e nos enxugará as lágrimas, confortará nossas almas e nos dará a coragem para seguir adiante. Esta coragem nos vem por meio de Maria, se nos colocarmos sob seu manto protetor, contra febres, doenças e outros sofrimentos...


                                                                                                  Por Pe. Roque V. Beraldi, Cmf

Fonte: http://www.avemaria.com.br/revista E Site da Imagem: Farol da nossa terra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário