No departamento francês da Alta
Sabóia, havia uma vila chamada Chanonat. Esse aglomerado de casas foi elevado à
categoria de cidade com o nome de Chamonix, chegando aproximadamente a três mil
habitantes no começo do século XX. Localizava-se perto do Monte Branco, no Vale
do Arve. São famosas suas geleiras.
Narra à tradição que próximo àquela
cidade, num local ameno e ornado de frondosas árvores, havia uma delas, até bem
nova, que apresentava certa cavidade. Nesse nicho, feito pela natureza, fora
encontrada uma pequena, mas bela imagem de Nossa Senhora, sem que houvesse uma
explicação de como ela foi parar ali. O povo, simples, sempre ávido do
sobrenatural, o que não deixa de ser uma demonstração viva da chamada, hoje,
saudade de Deus, logo batizou a imagem da Mãe de Jesus, com o sugestivo título
de Nossa Senhora da Árvore. Por muitos anos a efígie de Maria, permaneceu ali
mesmo, onde foi encontrada, até que seus devotos resolveram construir uma
capela para melhor proteger o seu tesouro espiritual. Era, também, como
agradecimento pelos favores que já podiam ser contados às centenas. Em 1703, em
lugar da simples ermida, ergueu-se um santuário onde se abriga a linda imagem.
Não faltaram as visitas periódicas,
principalmente no último domingo do mês de setembro. Podemos imaginar o calor
piedoso das pessoas humildes que confiantes se dirigem a Deus por meio da Mãe
Imaculada, que não cessa de se desdobrar pelo bem espiritual da humanidade.
São Bernardo, na oração a ele atribuída,
"Lembrai-vos ó piíssima Virgem Maria", nos autoriza acreditar
"que jamais se ouviu dizer, que algum daqueles que têm recorrido" à
proteção de Maria, "implorado sua assistência e reclamado o seu
auxílio, tenha sido por ela desamparado". Também os devotos de Nossa
Senhora da Árvore tiveram a mesma felicidade.
O que mais falta a Maria fazer para
atrair nossa confiança? Cheios de gratidão seja nossa resposta imitar o cantor
da Virgem celeste, o Abade de Claraval que nos entusiasma; "animado, eu
com igual confiança, a Vós recorro, ó Virgem sem igual, e como Mãe me acolho,
gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos vossos pés".
Nenhum comentário:
Postar um comentário