A profecia da Mãe de Deus:
"chamar-me-ão bem-aventurada" sempre é atualidade. Em todos os
recantos da terra, surgem corações agradecidos que elevam a Deus seus hinos
polifônicos pela prodigiosa manifestação de amparo maternal de Maria! É com
júbilo que os fiéis da diocese de Bragança, em Portugal completam o acorde
harmonioso nesta celeste melodia em tom maior!
Em
1790, Pio VI, sumo pontífice, concedeu indulgências que podiam beneficiar-se,
durante o ano, em várias solenidades e na festa da padroeira. Celebrando-se o
"V Centenário da Elevação a Cidade", a veneranda imagem de Nossa
Senhora da Hera da Cova da Lua, entre outras (Nossa Senhora das Graças), seguia
no cortejo festivo em procissão de fé e esperança. Monsenhor José de Castro
fala em "Bragança e Miranda" volume II, página 373, conforme o pe.
Jacinto dos Reis transcreve. Fala da Confraria de Nossa Senhora da
"Hedra" da Cova da Lua, na Freguesia de Espinhosela.
Podemos
imaginar o povo em festa, com seus costumes e trajes populares bem marcados,
pois predominava a sericicultura em toda região, ou seja, indústria que tem por
fim a produção da seda. Mas o que induzia toda a população a esse entusiasmo em
piedosa demonstração? Não nos preocupemos com o termo Hedra. De si, é palavra
grega pagã, denominação, que a mitologia dá como mulher de Júpiter, deusa do
casamento e entre os romanos se chamava Juno. Terá isto tido influência em se
denominar a região? Pode ser, mas o que nos interessa é que o povo soube superar
todo o mundanismo e dirigir-se para o verdadeiro Deus que se fez homem por meio
de Maria. É a esta mulher santa, a que se referem os elogios e festejos
relatados. O povo bem compreendeu que Nossa Senhora das Graças foi o ser humano
que recebeu o dom divino gratuito com toda intensidade. Ninguém mais do que ela.
A piedade popular olha Maria como
intercessora e encontra-se no céu, em lugar privilegiado. A experiência mostra
que lhe cabe perfeitamente o título de Mãe da Divina Graça. O povo simples
penetra mais profundamente nesse sentido. "Os pobres e os humildes sabem,
no seu íntimo, que Maria tem por eles aquela solicitude materna especial com
que acompanhou a Jesus em sua vida terrena”.
Por Pe. Roque Vicente Beraldi, Cmf.
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