domingo, 16 de setembro de 2012

NOSSA SENHORA DA HEDRA OU HERA



   A profecia da Mãe de Deus: "chamar-me-ão bem-aventurada" sempre é atualidade. Em todos os recantos da terra, surgem corações agradecidos que elevam a Deus seus hinos polifônicos pela prodigiosa manifestação de amparo maternal de Maria! É com júbilo que os fiéis da diocese de Bragança, em Portugal completam o acorde harmonioso nesta celeste melodia em tom maior!
    Em 1790, Pio VI, sumo pontífice, concedeu indulgências que podiam beneficiar-se, durante o ano, em várias solenidades e na festa da padroeira. Celebrando-se o "V Centenário da Elevação a Cidade", a veneranda imagem de Nossa Senhora da Hera da Cova da Lua, entre outras (Nossa Senhora das Graças), seguia no cortejo festivo em procissão de fé e esperança. Monsenhor José de Castro fala em "Bragança e Miranda" volume II, página 373, conforme o pe. Jacinto dos Reis transcreve. Fala da Confraria de Nossa Senhora da "Hedra" da Cova da Lua, na Freguesia de Espinhosela.
   Podemos imaginar o povo em festa, com seus costumes e trajes populares bem marcados, pois predominava a sericicultura em toda região, ou seja, indústria que tem por fim a produção da seda. Mas o que induzia toda a população a esse entusiasmo em piedosa demonstração? Não nos preocupemos com o termo Hedra. De si, é palavra grega pagã, denominação, que a mitologia dá como mulher de Júpiter, deusa do casamento e entre os romanos se chamava Juno. Terá isto tido influência em se denominar a região? Pode ser, mas o que nos interessa é que o povo soube superar todo o mundanismo e dirigir-se para o verdadeiro Deus que se fez homem por meio de Maria. É a esta mulher santa, a que se referem os elogios e festejos relatados. O povo bem compreendeu que Nossa Senhora das Graças foi o ser humano que recebeu o dom divino gratuito com toda intensidade. Ninguém mais do que ela.
   A piedade popular olha Maria como intercessora e encontra-se no céu, em lugar privilegiado. A experiência mostra que lhe cabe perfeitamente o título de Mãe da Divina Graça. O povo simples penetra mais profundamente nesse sentido. "Os pobres e os humildes sabem, no seu íntimo, que Maria tem por eles aquela solicitude materna especial com que acompanhou a Jesus em sua vida terrena”.

                                                                        Por Pe. Roque Vicente Beraldi, Cmf.


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