Em 1717, três pescadores, Domingos Garcia,
João Alves e Felipe Pedroso, moradores das margens do Rio Paraíba do município
de Guaratinguetá, cansados e desanimados por não terem apanhado peixe algum,
depois de várias horas de trabalho, já estavam rumando de volta, quando lançando mais uma vez a rede
retiram das águas o corpo de uma imagem sem cabeça e, num segundo arremesso,
encontram também a cabeça da imagem de terracota. Impressionados pelo evento,
experimentaram mais um lance da rede; e naquele momento foi tão abundante a
pescaria que encheram às canoas.
Essa pesca despertou neles grande admiração
em relação à imagem que limparam com muito cuidado e verificaram que se tratava
duma imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura. Felipe Pedroso levou
a imagem para sua casa e conservando-a até 1732, quando a entregou à seu filho
Atanásio Pedroso. Este construiu um pequeno oratório onde colocou a imagem da
virgem que ali permaneceu até 1743. Todos os sábados, a vizinhança reunia-se no
pequeno oratório para rezar o terço. Não tardou a Virgem Santíssima a mostrar
por milagres que tinha escolhido esta imagem para distribuir favores especiais
a seus devotos.
A devoção e a afluência do povo cresciam
todos os dias e por isso foi necessária a construção de uma capela em lugar
apropriado. O lugar escolhido foi o morro dos coqueiros, o mais vistoso de
todos os altos montes que margeiam o
Paraíba. Em cima desse morro foi construída a primeira capela em 1745 e foi
celebrada a primeira missa. A imagem, já então chamada pelo carinhoso nome de Nossa
Senhora Aparecida, encontrou assim o seu lugar definitivo, dando origem
à cidade do mesmo nome.
A primeira capela foi substituída por uma
igreja maior e mais artística em 1888. Em 8 de setembro de 1904, por ordem do
Papa Pio X. A imagem foi solenemente coroada, e a 29 de abril o Santuário foi
elevado à condição de Basílica Menor. O Papa Pio XI declarou e proclamou Nossa
Senhora Aparecida Padroeira do Brasil no dia 16 de julho de 1930. No dia 5 de
março o Papa Paulo VI ofereceu a Rosa de ouro à Basílica de Aparecida. Em 1952
iniciou-se a construção da Basílica nova que foi solenemente dedicada pelo Papa
João Paulo II no dia 4 de julho de 1980. Atualmente o santuário atrai multidões
de peregrinos que vão até ele para prestar sua devoção à Imaculada Conceição
(aproximadamente 6 milhões de peregrinos por ano).
Reflexão: as
bodas de Caná é um relato comovente de uma intervenção cheia de bondade e de
poder em favos daqueles “que não tinham mais vinho”. Devemos entender bem: a
transformação da água em vinho não é somente um milagre, mas, no evangelho de
João, é um “sinal”, ou melhor é o inicio dos sinais. No evangelho de João sinal
é revelação do projeto de Deus. O episódio de Caná é um grande sinal, é uma
grande revelação da pessoa de Cristo e da sua missão. O que veio fazer Cristo,
qual é sua missão? Ele veio para nos transmitir seu amor, para suscitar em nós
o amor e estabelecer a nova Aliança. Na linguagem simbólica: Jesus veio trazer
o vinho novo.
Deus deseja fazer Aliança com seu povo. Ele
escolhe um povo para que seja seu, com o qual quer estabelecer uma relação de predileção.
Deus escolheu o povo hebreu entre tantos e fez aliança com ele. Foi amor à primeira
vista. Um amor que elege, independente dos méritos desse povo. Infelizmente
nessa Aliança veio a “falta de vinho”: Deus queria contrair as núpcias com seu
povo, mas infelizmente a aliança foi quebrada pela infidelidade do povo.
Israel, amado por Deus, não esteve à altura dos desejos de Deus, o pacto de
amor foi quebrado várias vezes. Deus, porem, não é infiel a si mesmo, à sua
decisão de amar e de estabelecer aliança.
O episódio de Caná anuncia que esse tempo se
antecipa. Jesus celebrará a nova aliança colocando no casamento o vinho novo.
Observemos que o sinal de Caná não é realizado para indicar o presente, mas o
futuro: “não chegou ainda a minha hora”. Será na cruz que Jesus derramará o
sangue para transformar a humanidade em comunidade de salvação.
Maria está sempre presente nesse mistério da
Aliança. No inicio, ela pronunciou o seu “Fiat” e se declarou serva do Senhor;
em Caná ela solicita que também os outros façam como ela (“fazei tudo o que Ele
vos disser”); na cruz ela receberá João como filho e este a receberá em sua
casa.
Também as palavras do mestre-sala são
iluminadoras. “Todo o mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os
convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o
vinho melhor até agora”.
Na nossa vida temos a impressão de que os
momentos mais belos sejam os do inicio: o dia mais bonito de um casamento é o
do namoro e das núpcias: depois vêm as preocupações, as desilusões, as
dificuldades. O tempo mais bonito da vida de padre são os primeiros anos de
entusiasmo. Depois vêm as tristezas e as frustrações.
Mas Jesus reserva para nós todos, o vinho
melhor para o fim. Ele já nos deu tantas graças, mas, se formos fieis, Ele nos
dará outras ainda maiores e melhores. Ele demonstra amor crescente. Por isso
Maria quer hoje nos fazer uma promessa de esperança. O seu Filho Jesus nos
tornará cada vez mais livres do pecado que nos separam dele, nos fará viver as
dificuldades com mais coragem e confiança, fará nos progredir cada vez mais na
vida cristã.
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