sábado, 15 de setembro de 2012

NOSSA SENHORA APARECIDA


   “Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida”. Esse canto singelo é um grito da nossa alma, uma saudação, uma invocação cheia de filial devoção e de confiança para com aquela que sendo Mãe de Deus, se tornou também nossa mãe quando foi entregue por seu Jesus no momento em que morria na cruz. Eis o teu filho! Eis tua mãe.

   Em 1717, três pescadores, Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso, moradores das margens do Rio Paraíba do município de Guaratinguetá, cansados e desanimados por não terem apanhado peixe algum, depois de várias horas de trabalho, já estavam rumando  de volta, quando lançando mais uma vez a rede retiram das águas o corpo de uma imagem sem cabeça e, num segundo arremesso, encontram também a cabeça da imagem de terracota. Impressionados pelo evento, experimentaram mais um lance da rede; e naquele momento foi tão abundante a pescaria que encheram às canoas.
   Essa pesca despertou neles grande admiração em relação à imagem que limparam com muito cuidado e verificaram que se tratava duma imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura. Felipe Pedroso levou a imagem para sua casa e conservando-a até 1732, quando a entregou à seu filho Atanásio Pedroso. Este construiu um pequeno oratório onde colocou a imagem da virgem que ali permaneceu até 1743. Todos os sábados, a vizinhança reunia-se no pequeno oratório para rezar o terço. Não tardou a Virgem Santíssima a mostrar por milagres que tinha escolhido esta imagem para distribuir favores especiais a seus devotos.
   A devoção e a afluência do povo cresciam todos os dias e por isso foi necessária a construção de uma capela em lugar apropriado. O lugar escolhido foi o morro dos coqueiros, o mais vistoso de todos  os altos montes que margeiam o Paraíba. Em cima desse morro foi construída a primeira capela em 1745 e foi celebrada a primeira missa. A imagem, já então chamada pelo carinhoso nome de Nossa Senhora Aparecida, encontrou assim o seu lugar definitivo, dando origem à cidade do mesmo nome.
    A primeira capela foi substituída por uma igreja maior e mais artística em 1888. Em 8 de setembro de 1904, por ordem do Papa Pio X. A imagem foi solenemente coroada, e a 29 de abril o Santuário foi elevado à condição de Basílica Menor. O Papa Pio XI declarou e proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil no dia 16 de julho de 1930. No dia 5 de março o Papa Paulo VI ofereceu a Rosa de ouro à Basílica de Aparecida. Em 1952 iniciou-se a construção da Basílica nova que foi solenemente dedicada pelo Papa João Paulo II no dia 4 de julho de 1980. Atualmente o santuário atrai multidões de peregrinos que vão até ele para prestar sua devoção à Imaculada Conceição (aproximadamente 6 milhões de peregrinos por ano).
   Reflexão: as bodas de Caná é um relato comovente de uma intervenção cheia de bondade e de poder em favos daqueles “que não tinham mais vinho”. Devemos entender bem: a transformação da água em vinho não é somente um milagre, mas, no evangelho de João, é um “sinal”, ou melhor é o inicio dos sinais. No evangelho de João sinal é revelação do projeto de Deus. O episódio de Caná é um grande sinal, é uma grande revelação da pessoa de Cristo e da sua missão. O que veio fazer Cristo, qual é sua missão? Ele veio para nos transmitir seu amor, para suscitar em nós o amor e estabelecer a nova Aliança. Na linguagem simbólica: Jesus veio trazer o vinho novo.
   Deus deseja fazer Aliança com seu povo. Ele escolhe um povo para que seja seu, com o qual quer estabelecer uma relação de predileção. Deus escolheu o povo hebreu entre tantos e fez aliança com ele. Foi amor à primeira vista. Um amor que elege, independente dos méritos desse povo. Infelizmente nessa Aliança veio a “falta de vinho”: Deus queria contrair as núpcias com seu povo, mas infelizmente a aliança foi quebrada pela infidelidade do povo. Israel, amado por Deus, não esteve à altura dos desejos de Deus, o pacto de amor foi quebrado várias vezes. Deus, porem, não é infiel a si mesmo, à sua decisão de amar e de estabelecer aliança.
   O episódio de Caná anuncia que esse tempo se antecipa. Jesus celebrará a nova aliança colocando no casamento o vinho novo. Observemos que o sinal de Caná não é realizado para indicar o presente, mas o futuro: “não chegou ainda a minha hora”. Será na cruz que Jesus derramará o sangue para transformar a humanidade em comunidade de salvação.
   Maria está sempre presente nesse mistério da Aliança. No inicio, ela pronunciou o seu “Fiat” e se declarou serva do Senhor; em Caná ela solicita que também os outros façam como ela (“fazei tudo o que Ele vos disser”); na cruz ela receberá João como filho e este a receberá em sua casa.
   Também as palavras do mestre-sala são iluminadoras. “Todo o mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora”.
   Na nossa vida temos a impressão de que os momentos mais belos sejam os do inicio: o dia mais bonito de um casamento é o do namoro e das núpcias: depois vêm as preocupações, as desilusões, as dificuldades. O tempo mais bonito da vida de padre são os primeiros anos de entusiasmo. Depois vêm as tristezas e as frustrações.
   Mas Jesus reserva para nós todos, o vinho melhor para o fim. Ele já nos deu tantas graças, mas, se formos fieis, Ele nos dará outras ainda maiores e melhores. Ele demonstra amor crescente. Por isso Maria quer hoje nos fazer uma promessa de esperança. O seu Filho Jesus nos tornará cada vez mais livres do pecado que nos separam dele, nos fará viver as dificuldades com mais coragem e confiança, fará nos progredir cada vez mais na vida cristã.
 Fonte: pesquisa e reflexão feita pelo Pe. Julio Endi Akamine, em outubro de 2006, pregando para as Irmãs contemplativas da Congregação Nossa Senhora de Sion em Curitiba; agora então, é o novo bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, responsável pela Região Lapa.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário