Certo dia encontrou
um velho senhor de barbas brancas que, antes dela chegar, andava por ali. Ao
saudá-lo, o velho lhe disse: “Amanhã leve as ovelhas ao monte Santo Estevão. Lá
você verá uma linda senhora. É a mãe de Deus”. Benedita, pensando tratar-se de
uma brincadeira, sorrindo, respondeu: “A mãe de Deus está no céu”. Voltou-se
para as ovelhas, não fazendo caso das palavras do velho. Este acrescentou:
“Está no céu, mas vem à terra quando quer”. Qual não foi a admiração de
Benedita, quando ao virar-se novamente em direção ao senhor idoso, não o viu
mais! Isso despertou a curiosidade da jovem. Perplexa, resolveu ir no dia
seguinte até o monte Santo Estevão.
Foi no ano de 1664.
Na encosta do referido monte, havia uma pequena capela coberta de colmo
(espécie de palha que serve para cobrir cabanas, amarrar feixes de trigo, etc.,
semelhante ao sapé). Dizem os cronistas que a ermida existe até hoje. Esse
rústico lugar mereceu a visita de Nossa Senhora durante 54 anos, nos quais foi
ensinando e animando Benedita para que colaborasse no apostolado da conversão
dos pecadores.
As notícias
correram. Gente afluiu, e, para perpetuar a recordação das aparições, foi
construída uma igreja. Foram incontáveis as graças dispensadas por Nossa
Senhora nesse humilde templo. Muitas manifestações da presença da santíssima
virgem confirmaram a verdade dos fatos constatados por sacerdotes e pessoas de
confiança. Uma delas foi o perfume desconhecido na terra — por isso o chamaram
de “celeste” — ocorrido durante a celebração da missa e outros atos de piedade.
Benedita teve que suportar muitas lutas e
combates para cumprir sua missão de colaboradora na conversão dos pecadores.
Faleceu em 1718 com fama de santidade.
Romarias se
sucederam com freqüência. Principalmente na quinta-feira depois da festa de
Pentecostes; no dia 15 de agosto, festa da Assunção de Nossa Senhora ao Céu; e
no dia 8 de setembro, Natividade a piedade popular chama de Nossa Senhora do
Laus.
Por Pe. Roque Vicente
Beraldi é sacerdote, missionário claretiano.
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