domingo, 16 de setembro de 2012

NOSSA SENHORA DA INSUA



    Por volta do ano de 1502, el rei dom Manuel de Portugal visitou a capela conhecida pelo nome de Ínsua, deformação da palavra latina Insula que significa ilha. O rio Minho, entre a vila “Caminha” e a aldeia de “Passagem” na Galiza, realmente forma uma ilha. Há nesse lugar uma antiga fortaleza militar, onde os padres capuchinhos mantinham a ermida dedicada à Nossa Senhora da Salva. Salva porque os marinheiros, quando regressavam de longas viagens marítimas, saudavam a santíssima Virgem com uma “salva de artilharia”.

   O local estratégico se tornou ponto de peregrinação principalmente por¬que era convicção popular que a Imaculada Conceição havia protegido o povo da região contra corsários que freqüentemente a pilhavam.

   Considerando a grande afluência de romeiros, os franciscanos ampliaram a igrejinha. Mais tarde, em 1548, o Infante dom Luís (filho de dom Manuel), também visitou a venerada imagem mariana. Ela é apresentada com o menino Jesus ao colo. Além das permanentes homenagens, todos os anos, em 10 de julho, o povo passou a promover solenidades com missa, pregação de sermões e procissão ao som de “devotas cantigas”. Não podia faltar, entre as atividades festivas, a demonstração de fogos de artifício. Conservava-se aí também, algumas pinturas de origem flamenca, oferecidas pela princesa d. Isabel, em 1581.

   É admirável como o povo português de tudo se vale para homenagear à santíssima Virgem. Ora um passo alegre, ora triste, tanto da vida nacional como pessoal, um evento feliz ou doloroso constitui motivo para elevar hinos de louvor. O local, a profissão... Os teólogos aplicam a mística; os poe¬tas, a imaginação fecunda. A escultura mostra imagens. O local, a profissão... Os teólogos aplicam à mística; os poe¬tas, a imaginação fecunda. A escultura mostra imagens Os músicos compõem lindas e celestiais melodias. Tudo canta a gratidão.

   Frei dom Francisco Rendeiro, OP, em 1967, bispo coadjutor de Coimbra, externou sua alegria pela devoção do povo a Nossa Senhora quando disse: “Portugal é certamente um dos países em que este culto aparece com mais exuberância e, ao mesmo tempo, com mais simplicidade. Dificilmente se poderão contar as igrejas e capelas, os santuários e as imagens de todas as invocações espalhadas pelo território português, que bem merece o nome de Terra de Santa Maria”.

                                                                                                Por Pe. Roque Vicente Beraldi.



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