domingo, 16 de setembro de 2012

NOSSA SENHORA DA LEMBRANÇA



   Em Lisboa, Portugal, na capela de Nossa Senhora da Vitória, encontra-se um altar dedicado à Nossa Senhora da Lembrança. Era um grupo particular de caldeireiros que cuidava da festa e do adorno do nicho a ela designado. Pelo que se sabe, caprichavam nos enfeites, demonstração carinhosa de uma sincera devoção. Não era só na capital lusa, mas também na diocese do Porto fala-se de uma ermida com o mesmo orago.

   No livro Santuário Mariano, título 12 do 2º livro, tomo I, encontra-se uma referência à “Milagrosa imagem de Nossa Senhora da Lembrança”, venerada na capela do convento dos frades franciscanos, sede da Ordem Terceira de Nossa Senhora de Jesus. Comentando essa devoção, Frei Agostinho de Santa Maria descreveu: “é de excelente escultura, de madeira estofada, tem mais do que seis palmos de altura”.

   Essa devoção não ficou estacionada nos limites da nobre e piedosa nação portuguesa, mas saltou os mares aportando na Ilha de Goa, na costa do Malabar, Índia Portuguesa. Chegou a essa Arquidiocese no lugar denominado Murdá. Existe aí, também, uma capela fundada pelos Padres do Oratório, dedicada à Nossa Senhora da Lembrança.

    Na apresentação de Jesus no Templo, Simeão, tendo o menino nos braços, disse a Maria (Lucas, 2, 35): “Uma espada traspassará a tua alma...” e o Apocalipse (12,17) fala do Dragão: “Este, nesse momento, se irritou contra a Mulher, e foi fazer guerra ao resto de sua descendência (todos os cristãos), aos que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus”. Um dos cumprimentos desta profecia se deu quando “o Marquês de Pombal moveu a perseguição feroz e cruel contra a benemérita Congregação” dos Padres do Oratório.

   A História Eclesiástica de Portugal, de Monsenhor Miguel de Oliveira, 2ª. edição, p. 303, diz: “Por aviso régio de 3 de janeiro de 1769, foi determinado aos prelados portugueses que suspendessem de confessar e pregar todos os Padres da Congregação do Oratório (divulgadores da devoção à Nossa Senhora da Lembrança), que mandassem fechar as igrejas em que eles exerciam o ministério, depois de uma hora da tarde”. Bem que São Paulo disse aos Romanos, capítulo 8, vs. 1: “Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada”. Mesmo neste mundo Deus vem em socorro dos seus servos. Certamente, vendo o absurdo de tal determinação, Dª. Maria I anulou esta suspensão, em 5 de abril de 1777.

Oração

   Senhor, dadivoso de inúmeros benefícios à humanidade, concedei por intercessão de Maria, a Senhora da Lembrança, que nos recordemos sempre da vossa infinita benevolência para cantarmos agora e por toda a vida, os vossos louvores. Assim Seja!


                          Por Pe. Roque Vicente Beraldi, é sacerdote, missionário claretiano

Fonte: http://www.avemaria.com.br/revista.

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