*Essa dor de Maria é um prolongamento das duas dores
anteriores: a de ver o seu Filho sendo flagelado, julgado, condenado
injustamente e posteriormente, morto na cruz. Depois de tudo isso, ela ver o
corpo de Jesus sendo violado por uma lança. Na morte não lhe prestaram nenhum
respeito, não tiveram consideração pela dor de seus familiares e amigos, nem
tão pouco se sensibilizaram com a dor da mãe, que estava ali sendo testemunha,
de quanta maldade são capazes os algozes de Jesus. Podemos dizer que se
realizou em Maria além do prolongamento de dores, houve um acumulo eficaz de
sofrimentos em sua alma.
São João nos diz em seu evangelho, no capítulo 19, versículo
31 seguintes, que ao desferir o golpe de lança em Jesus, saiu sangue e água.
Isso foi realizado pelo soldado romano ao perceber que Jesus estava morto e que
não era necessário quebrar-lhes as pernas como era o costume deles para os
condenados a morte, para que esta fosse acelerada, e porque não dizer – abreviar
a tortura? Isto era realizado para que, faltando o apoio das pernas sobrevinha à
asfixia, outro sofrimento antes de morrer. Então o soldado ao desferir o golpe,
queria certificar-se que não houvesse chance para Jesus sobreviver.
**E Maria presenciando tudo isso? Como mensurar tanto
sofrimento? Não há como! De muitas formas sofreu Maria Santíssima durante a sua
vida terrena, porém sete dores são especialmente objeto da devoção dos fiéis.
São episódios tirados dos Santos Evangelhos e que formam o caminho de dores da
Filha amorosa de Deus Pai, sofrendo em sua alma padecimentos semelhantes aos da
Paixão de seu Divino Filho. Os episódios narrados no Evangelho são:
1) A Apresentação de Jesus no Templo e a profecia de Simeão;
2) A fuga para o Egito;
3) A perda do Menino Jesus no Templo;
4) O encontro com Jesus no caminho do Calvário;
5) O momento em que se encontrou de pé junto à Cruz de
Jesus;
6) Quando teve o corpo de Jesus morto em seus braços;
7) O sepultamento de Jesus.
A Cruz de Nosso Senhor, ao invés de ser um lenitivo para
Nossa Senhora, era a causa de Sua dor. Deus deu a Maria, Sua filha diletíssima,
tudo o que havia de melhor! No entanto, em determinadas etapas de sua vida,
para Ela o melhor era sofrer. Como ocorreu na Paixão, quando passou por um
tremendo tormento. Sofreu muito mais do que se fosse Ela própria crucificada,
pois a dor que sentiria na sua crucifixão não seria nada perto do que Ela
sentiu vendo o seu próprio Filho crucificado.
A propósito, Santo Afonso Maria de Ligório afirma que todos
aqueles que passam por tormentos, recebem alguma forma de consolo. Porém nenhum
consolo foi dado a Nossa Senhora.
Nossa Senhora não podia pensar em mitigar suas dores, porque
a sua dor consistia na dor de Nosso Senhor. Aquilo que é para toda e qualquer
pessoa um lenitivo, para Ela não o era, porque pensando nas dores de Nosso
Senhor, Ela ainda sofria mais. A causa do sofrimento de Nossa Senhora era,
justamente, as dores de Nosso Senhor. Ela sofreu em Si as dores que estavam
sendo atribuídas a Nosso Senhor na flagelação, coração de espinhos,
carregamento da Cruz, Crucifixão e tudo o mais.
Oração
Deus vos salve Virgem Dolorosa, que junto à Cruz
compartilhastes o sofrimento de vosso Divino Filho! Ali Jesus nos entregou como
vossos verdadeiros filhos. Queremos sentir que sois Nossa Mãe em todos os
momentos, mas especialmente quando nos visita o sofrimento. Temos certeza que
ao vosso lado tudo será mais fácil e suportável. Santíssima Virgem das Dores,
rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
*Reflexão feita por
Maria Marta, tendo com guia a Bíblia de Jerusalém.
**Fonte: http://virgemimaculada.wordpress.com
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