*Essa dor de Maria é o ápice das suas dores e a consequência
do julgamento injusto sofrido por Jesus. Antes Maria sofreu muito vendo seu
Filho sendo torturado, humilhado e desprezado. Mas a coroação de um grau maior
de dores, se é que poderemos dizer tal coisa. De qualquer jeito, a dor de ver
que Jesus
morre na cruz deve ter sido para Maria uma dor terrível, que ação
alguma naquele momento poderia aliviar.
O que Jesus sofreu antes da morte, tornou-se o sofrimento de
sua Mãe, mas a morte tornou-se, por assim dizer um alívio de tanta tortura e
humilhações, mas para Maria tornou-se a sua mais aguda dor. Pois ela experimentava
a dor de perder seu Filho para a morte.
Estava a Mãe dolorosa junto à Cruz, lacrimosa, da qual
pendia o seu Filho. Banhada em pranto amoroso, e neste transe doloroso, a dor
lhe rasgava o peito. Estava triste e sofria porque ela mesma via as dores do
Filho amado. O que pode mensurar tão grande sofrimento? Nada desse mundo serve
de comparação às dores que Maria sofreu junto a Jesus. Por essa razão é que nós
cristãos católicos chamamos Maria de
Nossa Senhora das Dores.
**Por isso nos parece importante salientar que, no século
XIV, na Igreja de Santa Maria Maggiore, Santa Brígida da Suécia teve uma
revelação particular no sentido de que Jesus carrega a Cruz às costas – Igreja
de San Ginés, Madri, e falou que todos aqueles que tivessem devoção às dores de
Nossa Senhora teriam, na hora da morte, uma contrição perfeita de seus pecados
e uma proteção especial no passamento desta vida para a eternidade.
Em 1814, o Papa Pio VII introduziu a festa de Nossa Senhora
das Dores oficialmente na liturgia e no calendário romano. Mais tarde a Igreja
passou a celebrá-la como memória da Virgem Maria Dolorosa.
A Cruz de Nosso Senhor, ao invés de ser um lenitivo para
Nossa Senhora, era a causa de Sua dor. Deus deu a Maria, Sua filha diletíssima,
tudo o que havia de melhor! No entanto, em determinadas etapas de sua vida,
para Ela o melhor era sofrer. Como ocorreu na Paixão, quando passou por um
tremendo tormento. Sofreu muito mais do se fosse Ela própria crucificada, pois
a dor que sentiria na sua crucifixão não seria nada perto do que Ela sentiu
vendo o seu próprio Filho crucificado.
A propósito, Santo Afonso Maria de Ligório afirma que todos
aqueles que passam por tormentos, recebem alguma forma de consolo. Porém nenhum
consolo foi dado a Nossa Senhora.
Nossa Senhora não podia pensar em mitigar suas dores, porque
a sua dor consistia na dor de Nosso Senhor. Aquilo que é para toda e qualquer
pessoa um lenitivo, para Ela não o era, porque pensando nas dores de Nosso
Senhor, Ela ainda sofria mais. A causa do sofrimento de Nossa Senhora era,
justamente, as dores de Nosso Senhor. Ela sofreu em Si as dores que estavam
sendo atribuídas a Nosso Senhor na flagelação, coração de espinhos,
carregamento da Cruz, Crucifixão e tudo o mais.
Digníssima Mãe de Deus, que estando em pé junto à Cruz de
Jesus, Vosso Filho Unigênito, o vistes sofrer, agonizar e morrer, ficando só e
desamparada, sem mais alívio que amarguras, e sem outra companhia que os
tormentos.
Minha alma deseja participar, ó dolorosa Virgem, das vossas
dores e aflições, para que me as acompanhe toda vida no justo sentimento da
morte de Vosso querido Filho.
Permiti-me, ó solitária Senhora, que a assista em tão amarga
solidão, sentindo o que sentis e chorando o que chorais.
Infundi em meu peito, ó mãe do verdadeiro Amor, uma ardente
caridade para amar a vosso Divino Filho, que por amor de mim morreu
crucificado; e concede-me o favor que lhe peço nesta oração, para a glória de
Deus, honra Vossa e proveito de minha alma. Amém.
* Reflexão feita por
Maria Marta.
**Fonte: http://virgemimaculada.wordpress.com
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