quarta-feira, 16 de abril de 2014

AS SETE DORES DE MARIA


   Nada desse mundo serve de comparação às dores que Maria sofreu junto a Jesus. Nenhuma criatura viveu com tanto amor essas dores.
   Não se sabe ao certo quando a devoção a Nossa Senhora das Dores surgiu. Alguns historiados remontam ao século XIII, na Alemanha, outros acreditam que seja bem mais antiga. Seja como for, sabe-se que ela está ligada ao encontro de Nossa Senhora com Nosso Senhor no caminho do Calvário.
   A piedade católica celebra as dores de Nossa Senhora com os mais diversos nomes: Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora das Angústias, Nossa Senhora da Soledade, Nossa Senhora das Lágrimas… A festa também está ligada a uma tradição que vem do século XV. Foi instituída, em Colônia, pelo Arcebispo, Thierry de Meaux, que quis reparar os ultrajes feitos pelos hereges hussitas contra as imagens de Nossa Senhora. Mais tarde, no século XVIII, o Papa Bento XIII decretou que fosse inscrita no catálogo das festas litúrgicas, com o título de Festa das Sete Dores de Nossa Senhora. Foi em função desta devoção que a Ordem dos Servos de Maria começou a propagar a meditação das sete dores de Maria Santíssima. Por essa razão, a piedade popular adotaram o título de NOSSA SENHORA DAS DORES COMO AQUELE QUE MAIS EVIDENCIA AS DORES DE MARIA.
    Nossa Senhora das Dores então, surge representada sendo ferida por sete espadas no seu coração imaculado (algumas vezes uma só espada), dado ter sido trespassada por uma espada de dor, quando da Paixão e Morte de seu Filho, unindo-se ao seu sacrifício enquanto redentor e sendo por isso chamada pelos teólogos de Corredentora do Gênero Humano. É também seu símbolo o Rosário das Lágrimas (ou Terço das Lágrimas), com 49 contas brancas divididas em sete partes de sete contas cada. Aparece também frequentemente representada com uma expressão dolorida diante da Cruz, contemplando o filho morto (donde nasceu o hino medieval Stabat Mater), ou então segurando Jesus morto nos braços, após o seu descimento da Cruz (dando assim origem à temática das Pietà).

POR QUE SETE DORES?
   De muitas formas sofreu Maria Santíssima durante a sua vida terrena, porém sete delas é especialmente objeto da devoção dos fiéis. São episódios tirados dos Santos Evangelhos e que formam o caminho de dores da Filha amorosa de Deus Pai, sofrendo em sua alma padecimentos semelhantes aos da Paixão de seu Divino Filho. Os episódios narrados no Evangelho são:
1) A Apresentação de Jesus no Templo e a profecia de Simeão;
2) A fuga para o Egito;
3) A perda do Menino Jesus no Templo;
4) O encontro com Jesus no caminho do Calvário;
5) O momento em que se encontrou de pé junto à Cruz de Jesus;
6) Quando teve o corpo de Jesus morto em seus braços;
7) O sepultamento de Jesus.
   No século XIV, na Igreja de Santa Maria Maggiore, Santa Brígida da Suécia teve uma revelação particular no sentido de que Jesus carrega a Cruz às costas – Igreja de San Ginés, Madri.jpg todos aqueles que tivessem devoção às dores de Nossa Senhora teriam, na hora da morte, uma contrição perfeita de seus pecados e uma proteção especial no passamento desta vida para a eternidade.
   Em 1814, o Papa Pio VII introduziu a festa de Nossa Senhora das Dores oficialmente na liturgia e no calendário romano. Mais tarde a Igreja passou a celebrá-la como memória da Virgem Maria Dolorosa. A Cruz de Nosso Senhor, ao invés de ser um lenitivo para Nossa Senhora, era a causa de Sua dor.
   Deus deu a Maria, Sua filha diletíssima, tudo o que havia de melhor! No entanto, em determinadas etapas de sua vida, para Ela o melhor era sofrer. Como ocorreu na Paixão, quando passou por um tremendo tormento. Sofreu muito mais do  que se fosse Ela própria crucificada, pois a dor que sentiria na sua crucifixão não seria nada perto do que Ela sentiu vendo o seu próprio Filho crucificado. A propósito, Santo Afonso Maria de Ligório afirma que todos aqueles que passam por tormentos, recebem alguma forma de consolo. Porém nenhum consolo foi dado a Nossa Senhora.
   Nossa Senhora não podia pensar em mitigar suas dores, porque a sua dor consistia na dor de Nosso Senhor. Aquilo que é para toda e qualquer pessoa um lenitivo, para Ela não o era, porque pensando nas dores de Nosso Senhor, Ela ainda sofria mais. A causa do sofrimento de Nossa Senhora era, justamente, as dores de Nosso Senhor. Ela sofreu em Si as dores que estavam sendo atribuídas a Nosso Senhor na flagelação, coração de espinhos, carregamento da Cruz, Crucifixão e tudo o mais. Meditemos pois, agora a primeira dor de Maria!

*APRIMEIRA DOR DE MARIA – A PROFECIA DO VELHO SIMEÃO
   A primeira dor de Maria vai se realizar em profunda comunhão com a dor de seu Filho Jesus Cristo!  O velho Simeão profetiza no Templo de Jerusalém por ocasião da apresentação do menino Jesus a Deus, como manda a Lei do Senhor: “todo macho que abre o útero será consagrado ao Senhor” (Lc 2, 23); e da purificação de sua mãe segundo a Lei de Moisés.
  O profeta diz a Maria: “Eis que este menino foi colocado para a queda e para o soerguimento de muitos em Israel, e como um sinal de contradição – e a Ti, uma espada transpassará tua alma! – Para que se revelem os pensamentos íntimos de muitos corações” (Lc 2, 34-35). Essa dor que Maria sofrerá em sua alma por ocasião do sofrimento de Jesus começa a se realizar em sua vida a partir do momento em que ela recebe esta notícia. Pois a profecia, ao mesmo tempo em que falava da queda de muitos, também revelava o soerguimento e a contradição que a missão de Jesus, de ser Luz no mundo será acompanhada de hostilidade e perseguição. Essa realidade será a espada que transpassará a alma de Maria: ver seu Filho ser perseguido e hostilizado por fazer o bem, e mesmo Ele sendo o Filho de Deus, e ter o poder de evitar tal destino, Ele não foi poupado.
   Todavia, essa dor que Maria sofrerá, tem uma finalidade: “para que se revelem os pensamentos íntimos de muitos corações”. Mas que pensamentos íntimos são estes que precisam ser revelados? Estes pensamentos influenciará a história da nossa reconciliação com Deus? Sim, os pensamentos precisam ser conhecidos, e sim, eles têm influência no nosso relacionamento de fé em Deus. Isso quer dizer que a espada que transpassará a alma de Maria traz consigo a dor que é especificamente destinada a Virgem, pois ela é verdadeiramente a Filha de Sião, e suportará em sua própria vida o destino doloroso de seu povo. Associada a seu Filho Jesus, Maria estará no âmago dessa contradição pela qual os corações deverão revelar-se pró ou contra Jesus.

Fonte: http://virgemimaculada.wordpress.com
E Arautos do Evangelho
*Meditação feita por Maria Marta, tendo como guia a Bíblia de Jerusalém.





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