*A quarta dor de Nossa Senhora é extremamente dolorosa, pois
é o
encontro de Maria com o seu Filho no caminho do Calvário. É o encontro
de dores imensas – as de Jesus que vem sendo torturado, zombado, desprezado,
sendo vítima da maldade, do julgamento e da inveja dos poderosos do Templo, do
povo que se deixava manipular e principalmente do poder romano. E a dor de
Maria que via seu Filho sofrendo todas essas injustiças porque só havia
praticado o bem, e a dor de não poder aliviar tal sofrimento, nem tão pouco
podia evitar a morte cruenta de cruz, a qual Ele estava sendo conduzido pelos
seus carrascos. Era uma dor sem consolo e aos olhos humanos, faltam todos os
motivos para a esperança! Todavia, existe no coração dessa mulher a reserva de
uma fé inabalável no poder e na pessoa de Deus, pois ela sabia que Jesus
Cristo, o Seu Filho era Filho de Deus. Entretanto, mesmo com essa fé inabalável,
nada desse mundo serve para aliviar seu sofrimento, nem tão pouco serve de
comparação às dores que Maria sofreu junto a Jesus. Portanto, é apropriado chama-la
de Nossa Senhora das Dores, pois na sua missão de Mãe de Jesus ela sofreu
muitas dores.
Não se sabe ao certo quando a devoção a Nossa Senhora das
Dores surgiu. Alguns historiados remontam ao século XIII, na Alemanha, outros
acreditam que seja bem mais antiga. Seja como for, sabe-se que ela está ligada
ao encontro de Nossa Senhora com Nosso Senhor no caminho do Calvário.
**Nossa Senhora das Dores (também é chamada de Nossa Senhora
da Piedade, Nossa Senhora da Soledade, Nossa Senhora das Angústias, Nossa
Senhora das Lágrimas, Nossa Senhora das Sete Dores, Nossa Senhora do Calvário,
Nossa Senhora do Monte Calvário ou ainda Nossa Senhora do Pranto, e invocada em
latim como Beata Maria Virgo Perdolens, ou Mater Dolorosa), sendo sob essa
designação particularmente cultuada em Portugal.
O culto à Mater Dolorosa iniciou-se em 1221, no Mosteiro de
Schönau, na Germânia. Em 1239, a sua veneração no dia 15 de Setembro teve
início em Florença, na Itália, pela Ordem dos Servos de Maria (Ordem Servita).
Deve-se o seu nome às Sete Dores da Virgem Maria:
1-A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas, 2, 34-35);
2-A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus, 2, 13-21);
3-O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias
(Lucas, 2, 41-51);
4-O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas,
23, 27-31);
5-Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na Cruz -
Stabat Mater (João, 19, 25-27);
6-Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus, 27,
55-61);
7-Maria observa o corpo do filho a ser depositado no Santo
Sepulcro (Lucas, 23, 55-56).
Nossa Senhora das Dores surge representada sendo ferida por
sete espadas no seu coração imaculado (algumas vezes uma só espada), dado ter
sido trespassada por uma espada de dor, quando da Paixão e Morte de seu Filho,
unindo-se ao seu sacrifício enquanto redentor e sendo por isso chamada pelos
teólogos de Corredentora do Gênero Humano. É também seu símbolo o Rosário das
Lágrimas (ou Terço das Lágrimas), com 49 contas brancas divididas em sete
partes de sete contas cada. Aparece também frequentemente representada com uma
expressão dolorida diante da Cruz, contemplando o filho morto (donde nasceu o
hino medieval Stabat Mater), ou então segurando Jesus morto nos braços, após o
seu descimento da Cruz (dando assim origem à temática das Pietà).
*Meditação feita por Maria Marta tendo como guia a Bíblia de
Jerusalém
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